Como uma tentativa de diminuir o consumo abusivo e os danos causados pelo álcool, a Organização Mundial da Saúde adotou uma estratégia global para reduzir o uso da bebida entre a população mundial.
A estratégia foi anunciada durante a assembleia geral da OMS, realizada no dia 20 de maio. Os ministros da Saúde presentes no evento concordaram em tentar reduzir o consumo excessivo de álcool por meio de impostos mais altos sobre as bebidas alcoólicas e uma regulamentação mais rigorosa. As medidas são diretrizes para os 193 países-membros, porém não são obrigatórias. O Brasil ainda não anunciou se irá adotar as medidas sugeridas pelo OMS.
Segundo especialistas, o abuso do álcool, que às vezes acontece esporadicamente, pode acabar fazendo parte do cotidiano das pessoas e aos poucos pode tornar o sujeito um alcoólatra. O Ministério da Saúde alerta que abuso é diferente do alcoolismo porque não inclui uma vontade incontrolável de beber, perda de controle ou dependência física, mas causa danos iguais pois destrói o corpo de quem tem dependência dele.
Porém não é apenas o organismo que é devastado por esta substância, mas também a família, os amigos, o emprego e, muitas vezes, a própria vida do usuário. Ao corpo humano, os especialistas alertam que os danos causados são muitos, embora as pessoas somente pensem no dano causado ao fígado. Porém os efeitos do álcool sobre o organismo humano podem causar hepatite, cirrose, pancreatite, gastrite, úlcera e até mesmo lesões cerebrais, epilepsia, psicose e demência.
Direção
A combinação perigosa do uso abusivo álcool e direção foi outro ponto abordado pelos ministros da saúde na assembleia da OMS. Apesar das insistentes campanhas do Governo em relação ao perigo da associação entre álcool e direção, as pessoas continuam insistindo em beber e dirigir.
Com as novas iniciativas, as lideranças governamentais esperam que esta realidade seja alterada.
Consumo de Álcool
Dados divulgados pelo Ministério da Saúde no ano passado revelam que os brasileiros estão exagerando na dose de bebidas alcoólicas. De acordo com a pesquisa da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico, VIGITEL, o percentual de consumo abusivo em 2008 foi de 19%. No ano de 2007, o número era de 17,5% e de 16,1% em 2006, primeiro ano deste levantamento. Os dados mostram que o brasileiro não está ciente dos efeitos do álcool e que cada vez mais abusa do consumo da bebida.
A pesquisa foi realizada por amostragem com 54.353 pessoas, sendo 32.918 mulheres e 21.435 homens residentes de capitais ou do Distrito Federal. A coleta de dados foi feita por telefone e o questionário englobou todos os hábitos desta população. Para este estudo, foi considerado abusivo o consumo de mais de quatro doses de álcool para as mulheres e mais de cinco para os homens. Cada dose é equivalente a uma latinha de cerveja, uma taça de vinho ou uma dose de destilado.
Outro fator apontado pela pesquisa é que as mulheres bebem cada vez mais, sendo que em 2008 o percentual foi de 10,5%, contra 9,3% de 2007 e 8,1% em 2006. Apesar deste crescimento, se for feita uma comparação, o homem continua na frente.
Entre eles, as pessoas que afirmam exagerado soma 29%, quase três vezes maior do que o que foi registrado para as mulheres e o maior desde que se começou a fazer esta pesquisa. No primeiro ano de estudos, 2006, o percentual foi de 25,3%, aumentando para 27,2 em 2007. informação repassada na época, a coordenadora geral da Vigilância de Doenças e Agravos Não Transmissíveis do Ministério da Saúde, Deborah Malta, afirmou que estes números mostram que é necessário subsidiar e ampliar políticas públicas para reduzir o consumo abusivo de álcool.
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