SC e Gaspar são destaque no combate à doença - Jornal Cruzeiro do Vale

SC e Gaspar são destaque no combate à doença

05/06/2010

 

fotopg14recortarsohomemtossindoMD.jpgO estado de Santa Catarina se destacou no Programa Nacional de Controle da Tuberculose por se enquadrar entre os melhores indicadores relacionados ao controle da doença que ainda faz, por ano, 70 mil novos casos no Brasil. A certificação dos estados e municípios que são referência pela oferta de diagnóstico, garantia de atendimento e aumento do percentual de cura, foi entregue no final do mês de maio.

Atualmente, Santa Catarina registra 28 casos de tuberculose a cada 100 mil habitantes, com uma taxa de mortalidade de 0,9 no mesmo grupo, uma das menores do país. Por ano, o estado registra 1.700 novos casos, sendo que 70% dos pacientes têm de 20 a 50 anos, e 66% são homens.

Em Gaspar, o número de casos se mantém na média estadual. São 15 pessoas em tratamento para uma população com cerca de 65 mil habitantes. Os pacientes são atendidos pelo Programa de Combate à Tuberculose, que oferece tratamento gratuito para todos os pacientes com a doença. Apesar do baixo número de pessoas em tratamento, Rosana Ferreira de Souza, coordenadora do Programa, acredita que muitos outros gasparenses possuem a doença, mas não sabem, pois desconhecem os sintomas. ?Falta interesse da população em procurar ajuda logo que os sintomas aparecem. Qualquer pessoa que apresente tosse por mais de duas semanas precisa fazer o exame para ver se está com tuberculose?, destaca. O exame é gratuito e pode ser feito em qualquer posto de saúde da cidade.

 

Dados

Embora a tuberculose ainda represente um importante problema de saúde, houve melhora nos indicadores da doença no Brasil. Dados da Organização Mundial da Saúde, divulgados pelo Ministério da Saúde, mostram que o país melhorou sua posição na lista das 22 nações que concentram 80% dos casos da doença no mundo, passando da 18ª para 19ª. Em 2008, ocorreram 70.989 casos novos, contra 72.140, em 2007. Consequentemente, houve queda na taxa de incidência, que passou de 38,1 para 37,4 por 100 mil habitantes. Houve queda também nos números da mortalidade. Em 2008, foram 4.735 óbitos por tuberculose, enquanto que em 2007 ocorrem 4.823.


Segundo especialistas, mesmo com a melhora de indicadores, o controle da tuberculose oferece desafios como a ampliação da oferta de diagnóstico e a garantia do tratamento oportuno e com a duração adequada, que é de seis meses. Outra barreira apontada pelos médicos, e que deve ser vencida na luta contra a tuberculose, são o estigma e o preconceito, que dificultam o diagnóstico, o tratamento e a cura da doença. Feito o diagnóstico, o paciente tem direito à medicação gratuita. O tratamento é eficaz e leva à cura quando feito de forma adequada, por seis meses.

 

O que é?
Doença infecto-contagiosa causada por uma bactéria que afeta principalmente os pulmões, mas, também pode ocorrer em outros órgãos do corpo, como ossos, rins e meninges
 

Qual a causa?
Mycobacterium tuberculosis ou Bacilo de Koch (BK). Outras espécies de micobactérias também podem causar a tuberculose. São elas: Mycobacterium bovis, africanum e microti.


Quais os sintomas?
Na maioria dos infectados, os sinais e sintomas mais frequentemente descritos são tosse seca contínua no início, depois com presença de secreção por mais de quatro semanas, transformando-se, na maioria das vezes, em uma tosse com pus ou sangue; cansaço excessivo; febre baixa geralmente à tarde; sudorese noturna; falta de apetite; palidez; emagrecimento acentuado; rouquidão; fraqueza; e prostração. Os casos graves apresentam dificuldade na respiração; eliminação de grande quantidade de sangue, colapso do pulmão e acumulo de pus na pleura (membrana que reveste o pulmão) - se houver comprometimento dessa membrana, pode ocorrer dor torácica.


Como se transmite?
A transmissão é direta, de pessoa a pessoa, portanto, a aglomeração de pessoas é o principal fator de transmissão. O doente expele, ao falar, espirrar ou tossir, pequenas gotas de saliva que contêm o agente infeccioso e podem ser aspiradas por outro indivíduo contaminando-o. Má alimentação, falta de higiene, tabagismo, alcoolismo ou qualquer outro fator que gere baixa resistência orgânica, também favorece o estabelecimento da doença.


Como tratar?
O tratamento à base de antibióticos é 100% eficaz, no entanto, não pode haver abandono. A cura leva seis meses, mas muitas vezes o paciente não recebe o devido esclarecimento e acaba desistindo antes do tempo. Para evitar o abandono do tratamento é importante que o paciente seja acompanhado por equipes com médicos, enfermeiros, assistentes sociais e visitadores devidamente preparados.


Como se prevenir?
Para prevenir a doença é necessário imunizar as crianças com a vacina BCG. Crianças soropositivas ou recém-nascidas que apresentam sinais ou sintomas de Aids não devem receber a vacina. A prevenção inclui evitar aglomerações, especialmente em ambientes fechados, e não utilizar objetos de pessoas contaminadas.

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