Hospital
Mais uma vez o Hospital Nossa Senhora do Perpétuo Socorro de Gaspar pede socorro. Se fosse um ser humano, teriam enviado para um psiquiatra, como é um nosocômio tem de ser tratado por seres humanos que tenham um coração inclinado para o atendimento social. Mesmo com a necessidade de pessoas altamente conhecedoras da saúde, precisa ter discernimento, capacidade administrativa e acima de tudo transparência.
Tive a honra de administrar, interinamente essa casa hospitalar por 10 meses, em 1987. Não fizemos milagres só realizamos algumas modificações que se faziam necessárias; as empresas, o comércio, entidades civis e religiosas e o povo em geral, contribuíram para colocar as finanças em dia.
Sabemos que o problema da saúde é nacional; Gaspar tem o que outras cidades não tem - um hospital novo e equipado. A gestão deve ser enxuta; bons profissionais e um gerenciamento sem interferência política partidária, onde a comunidade tenha sua participação, por meio de um Conselho Deliberativo. Trabalhar só com recursos do SUS é inviável, é necessário fazer um hospital apto para receber outros pacientes e isto só é efetivado quando o nosocômio tiver credibilidade, com profissionais qualificados; as instalações, segundo os comentários, é a melhor possível. Os governos, em todas as esferas, não tratam a saúde com prioridade, a comunidade gasparense precisa se mobilizar. Chega de brincadeira com o que temos de mais sagrado: a saúde da população.
Odir Barni | Camboriú
Impunidade
O alimento do crime é a impunidade. Enquanto não fizermos uma revisão completa nas leis brasileiras a situação vai piorar cada vez mais. Um país onde bandidos fazem as leis vai funcionar como? Ser bandido hoje é um grande negócio, basta vermos os casos mais recentes em nível nacional, indivíduos matam a sangue frio e pegam 20 anos de cadeia que acabam se transformando em três, pois é benefício que não acaba mais, e nós trabalhadores não temos nada, só pagamos a conta deste judiciário falido e sem escrúpulos. Dominado pela lei de quem dá mais leva. Maldita Rede Globo que implantou este sistema podre que vivemos atualmente.
Eusélio Deocar Zimmermann
Dúvida
Torna-se imprescindível e necessário a realização desta reunião com Ministério Público que detém a incumbência de defender a ordem jurídica, o regime democrático e os interesses sociais e individuais indisponíveis.
Porém a Saúde é um direito social indisponível (Art. 6º da Constituição Federal).
Preocupa a declaração do representante do Hospital: ?Se achar que não há perspectivas de novos investimentos, fechamos para não mais reabrir?, qual a finalidade de elegermos representantes políticos? Para que tomem decisões que melhor se abequem a sociedade, correto? Para que busquem o cumprimento da constituição. Para que sejam pioneiros na busca de políticas públicas voltadas para combater a desigualdade social.
O problema da atual política é que o se conceito foi transmutado, ou seja, invertido, visto que a política era a ?ciência da organização?, direção do poder do povo conferido a determinado representante. Este conceito permanece na atualidade,porém é muitas vezes esquecido pelo eleito após o pleito. Tornou-se, isso e há muito tempo, um jogo de interesses que cada decisão a ser tomada primeiro deve ser medida a sua eficácia política, para depois analisar sua finalidade social.
Quanto ao Hospital de Gaspar, associação privada, que desempenha função e serviços de ordem inegável de dever do ente público, a própria Constituição Federal no seu art. 23, in.II, prescreve que a responsabilidade quanto a Saúde é comum entre Município, Estado e União.
Independente se a Estrutura física do Hospital está no município, se a organização e fiscalização executiva é realizada pelo Estado, tudo isso é irrelevante, quando estamos tratando de um DIREITO CONSTITUCIONAL INDISPONÍVEL, isso atinge diretamente a dignidade da pessoa humana, isso poderá acarretar em dano irreparável a sociedade, seja pela falta de serviço ou pela transferência do serviço a outro município que já possui grande lotação. A meu ver a União necessariamente deveria ser chamada para tal reunião. Alguma medida deve ser tomada, menos a de encerrar o serviço.
Qual é o medo da administração pública (Municipal, Estadual, Federal) assumir o serviço? Não ter recurso para manter? Ou preocupação de que caso não de certo, seja um revés politicamente? Esse é o problema, antes de começar já se acredita que não dará certo e pior e a imagem e eficácia política é colocada em primeiro plano.
Qual a dificuldade de compor entre os entes federativos um pacto a ser efetivamente cumprido para solucionar o problema, sem pensar em alianças, interesses, fotos e nomes a serem reconhecidos pela bravura de resolver o problema? Que tal pensar somente na sociedade, naquela família que não tem condições de ter um plano de saúde? Ou, em reconhecer que existe uma constituição e devemos cumprir o que está escrito em prol do povo!
Art. 196 da Constituição Federal. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
Luiz Felipe do Carmo
Edição 1512
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