Por Gilberto Schmitt - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Gilberto Schmitt

07/05/2013

Hoje não vou escrever a coluna Chumbo. Cedo este espaço para minha ex-professora do primário, Maria Rosália Corsani, minha eterna professora. Ela relata um episódio de sua vida e escreve também sobre minha mãe, Mônica Schmitt, quando lecionava na Escola Mário Pederneira, na Lagoa. São histórias que fazem lembrar o passado com boas lembranças.

 

?Fica sempre um pouco de perfume...?

Foi em 1972. No início de minha carreira de professora, enquanto Dona Mônica Schmitt já possuía uma grande caminhada percorrida na Escola Reunida Mário Pederneiras, no Poço Grande, Margem Esquerda.

Tudo estava indo bem, até junho do mesmo ano, quando a tuberculose me afastou do convívio de todos e tive que ficar no Hospital Nereu Ramos, em Florianópolis, para realizar o tratamento (afinal, há 41 anos passados tudo era muito diferente).

Três meses se passaram de tratamentos rigorosos, muita angústia, medo, mas também de esperança e fé.

Foi então no início daquela primavera, quando o médico anunciou minha alta do hospital. Minha alegria foi intensa!

Peguei então meus poucos pertences e embarquei no primeiro ônibus rumo a Gaspar sem avisar ninguém, pois queria fazer uma surpresa em casa e na escola.

Desembarquei no pequeno porto da Dona Dora (perto do seu ?Juca? Schmitt). Afinal, eu precisava atravessar o rio com a pequena bateira. Mas adivinhem quem encontrei aí? Dona Mônica e um de seus filhos (o Gilberto Schmitt, e ambos iriam para a escola). Atravessamos juntos na pequena embarcação e cada qual seguiu seu destino.

Ao chegar em casa a felicidade foi geral! Uma hora e meia depois, ouvi um murmúrio e corri para a janela ver o que era. Grande foi minha surpresa ao ver Dona Mônica com todos os alunos, trazendo em suas mãos uma pequena flor. Aqueles que não tinham do quintal colheram as que encontraram ao longo do caminho (quase três quilômetros), mas todos tinham uma flor para me ofertar. Fiquei muito emocionada e feliz com aquela atitude surpreendente.

Acredite, minha querida Dona Mônica, esse foi sem sombra de dúvida o remédio mais eficaz para recuperar a saúde. Hoje ainda consigo sentir o perfume daquele gesto tão singular e original. Com certeza, só os fortes são capazes de surpreender!

Parabéns, minha querida (mesmo com atraso, pelo teu aniversário dia 4 de maio) e muitas felicidades! Você merece todo o nosso carinho e amor.

 

Maria Rosália Corsani

 

 

Edição 1486

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