27/12/2010
Retorno I
No Dia de Natal republiquei uma reportagem da Folha de S.Paulo. Nela era retratado o abandono pelas mulheres jovens das áreas rurais de Santa Catarina. Deixa-se para trás os homens solteiros que ainda resistem às lides diárias (do campo e agora, do lar também). Mas, até quando se não há família e filhos para a continuidade da cultura e da atividade rural? Estaria desmoronando o nosso modelo de micro, médias e familiares propriedades rurais e que era relevante na nossa economia? Um desafio. E daqueles! É o que dá meter política na pasta da Agricultura.
Retorno II
Ontem, era o Dia da Sagrada Família. Em respeito ao dia, reproduzi um artigo do The New York Times sobre as mudanças dos que usam o mundo virtual em mudanças em altíssima velocidade. Preferi esquecer nestes dois dias as mazelas políticas e administrativas, as quais destroem os sonhos gerados nas famílias, as mudanças na tecnologia, no relacionamento e na inclusão. Hoje é Dia de São João Apóstolo e Evangelista. Então é dia de retomar a peregrinação, a conscientização, o sacrifício, o esclarecimento e contribuir para a transformação. Acorda, Gaspar.
Quércia I
O ex-governador e senador Orestes Quércia, PMDB (começou como vereador em Pedregulho SP), um dos fundadores do MDB, um ativo político no processo de redemocratização do Brasil, foi sepultado na manhã do Dia de Natal em São Paulo. Morreu aos 72 anos com a fama de ladrão (caso Banespa/Cecatto, a compra de equipamentos israelenses em licitação...). Entretanto, nunca se provou nada contra ele (que sempre teve paralelamente à política, outros negócios e que supostamente poderiam ter sido beneficiados indiretamente da sua ação política ou cargos que exerceu).
Quércia II
Quem lhe tascou esta fama? Seus adversários os quais nem na Justiça foram atrás desses esclarecimentos. No mínimo, covardes. Quem deu a fama de ladrão a Quércia? O PT, que se dizia o único partido ético e capaz de mudar o Brasil neste quesito. Na campanha à presidência, Quércia candidato, por exemplo, afirmou que Lula não tinha gerenciado sequer um carrinho de pipoca até então. Ao que Lula candidato retrucou de que pelo menos ele Lula, nunca tinha roubado a pipoca do carrinho. Ainda bem que Quércia morreu para poder ver seus acusadores com a pior fama do que ele e esta, provada (dólares na cueca, caixa dois, propinas...), questionada entre tantas ocasiões, como a que está no Supremo Tribunal Federal e referente ao mensalão.
Sindicalistas I
Esta é a manchete da edição de hoje do jornal ?Folha de S.Paulo?: Sindicalistas detêm 43% da elite dos cargos de confiança. Ou seja, além de companheiros no partido, usam o sindicato para o aparelhamento e o peleguismo estatal, ter polpudos salários, advocacia administrativa e em muitos casos, serem facilitadores da corrupção no governo como se constatou. Como se vê, esse é um negócio para uma nova elite de privilegiados.
Sindicalistas II
Está na Folha: ?Dilma terá de administrar a pressão das centrais sindicais para manter e ampliar a cota desses cargos, os chamados DAS 5 a 6 (Direção e Assessoramento Superiores) e NES (Natureza Especial). De acordo com dados do Ministério do Planejamento, há hoje 1.305 cargos dessa natureza. A remuneração chega a R$ 22 mil mensais. Ao todo, o governo federal tem cerca de 22 mil cargos de confiança, mas esses 1.305 são a elite do batalhão de comissionados?. Entenderam a razão do vale tudo? É fisiológica e não ideológica. Tudo pela teta, mordomias, passagens, poder e negócios.
Consciência I
Dias atrás, na coluna ?Chumbo?, o dono e editor do jornal ?Cruzeiro do Vale?, publicou uma foto flagrante com um pequeno texto de um acidente na mortífera BR-470 aqui na nossa Gaspar, palco de eternas promessas dos nossos políticos quando em campanha. As duas notas da foto tinham os títulos ?Cervejada I e II?. Vamos recordar?
Consciência II
?Uma carreta carregada de cerveja capotou às margens da BR-470, na Margem Esquerda, na tarde deste sábado e provocou um grande tumulto na região. Foram necessários poucos minutos após o acidente para que os interesseiros começassem a aparecer para carregar as cervejas. Nunca vi multidão tão grande! Era quem mais podia carregar latas para garantir as festas de final de ano.
Como se pegar a mercadoria caída não fosse suficiente, muitos começaram a vender as caixas de cerveja. Tinha dono de bar com cartazes escritos à mão dizendo: compro cervejas. As caixas estavam sendo vendidas de R$5 a R$8. Olha que deu lucro, heim?.
Consciência III
A reação àquela foto e à observação do colunista foi imediata. Nos comentários que chegaram ao portal e à redação, estava gente indignada com o ato das pessoas que se aproveitaram da situação, mas outras estavam fulas, repito, estupidamente enfurecidas, com o relato da ação canibal dos interesseiros na cena do acidente. É isso mesmo. Teve gente que escreveu e telefonou para esculhambar e dar lição de moral. Achavam e acham ser normal, repito, normal, passar a mão naquilo que não era deles (e ainda, obter lucro comercial como foi o caso). Vergonha.
Consciência IV
?Mas estava à disposição?, alegaram uns. Como? À disposição de quem? Diz a lei, o respeito, a ética e o bom senso que estava à disposição unicamente do dono. Ou seja, a carga podia até estar espalhada, sem guarda, mas tinha um dono; tinha um responsável que estava desorientado com acidente que acabara de sofrer. ?Ah, mas estava segurada?, alegou um outro achando-se com isso livre para saquear. Podia e devia ter seguro, o que prova que tinha dono e só o seguro é quem poderia fazer a liberação ou vender para se ressarcir parcialmente do prejuízo que teve com o acidente. Não tinha ninguém do seguro lá. Quando chegaram não havia mais latas cervejas por lá.
Consciência V
Depois de tudo isso, fiquei pensando. Se há gente que se aproveita da desgraça inesperada dos outros (e num momento de atordoamento)para levar vantagens naquilo que comprovadamente não é seu (veja o que acontece quando há enchentes); pior, se tem gente que defende este tipo de gesto delituoso, anormal e amoral, não há razão nenhuma para exigir bons exemplos dos políticos com o dinheiro de todos nós. Afinal, essa gente que foi lá pegar as cervejas ou que defende à apropriação indevida daquilo que não é seu, também é eleitora. E possivelmente votou e vota por afinidade neste tipo de valor e juízo. Como se vê está tudo dominado. E olhando a foto, percebe-se que na cena do crime havia crianças, aprendendo este tipo de delito com os mais velhos, se esses adultos não fossem os próprios pais ou tutores. Deprimente.
Férias I
Desconfie das publicações legais via o Diário Oficial dos Municípios ? aquele que se esconde na internet ? ou jornais comerciais durante este período de férias. Pode ser uma necessidade. Em outras é esperteza aproveitando-se do período de pouca leitura dos críticos, opositores e entendidos no assunto. Lembro-me, por exemplo, de um edital para a renovação, automática, da permissão do transporte coletivo em Gaspar, publicado exatamente no período das festas de Natal e Ano Novo. Com todos distraídos ou ausentes. Alguém que não estava de férias terminou com a festa. O desfecho daquela artimanha, a maioria conhece.
Férias II
Voltando. No Diário Oficial do dia 23 de Dezembro ( a prefeitura entrou de férias no dia 21) saiu um monte de novas denominações de ruas em Gaspar, inclusive as chamadas placas amarelas. Ao invés de exigir dos ?loteadores? (que ficaram com o lucro para si) o cumprimento do que determina a lei (e prometeram para os seus clientes e o município cumprir), para fazer política com o dinheiro de todos nós, o Gaspar com essa ?manobra? acaba de assumir os compromissos dos ?loteadores?. Muitos pedidos são dos vereadores. Uma recompensa por eles terem sido bonzinhos durante o ano todo com o Executivo. Mais uma vez o Plano Diretor foi mandado às favas. Falta o ministério Público se interessar por este assunto e colocar um freio nessas farras que são feitas em nome do social, dos pobres, dos lesados...
Mutirão I
Neste mesmo Diário da Quinta-Feira passada o que vejo lá? A Lei 3.283 de 20.12.2010, aprovada na Câmara e sancionada pelo prefeito Pedro Celso Zuchi. Do que se trata? Institui o Programa de Mutirão para Serviços de Pavimentação e Reurbanização de Vias Públicas. Ofereci a especialista em Direito Constitucional. Ele me disse que está falha. E olha que passou pelos vereadores, seus assessores, pela assessoria da Câmara e pelo jurídico da prefeitura. Ai tem. Esse pessoal faz mal feito e depois reclama da sorte, da suposta oposição, da imprensa livre e deste colunista.
Mutirão II
Primeiro, uma lei não pode ser criada e ela própria propor ou trazer a sua regulamentação. Não está clara a participação dos confrontantes da Rua. Uma coisa é ter 70% dos proprietários, a outra é ter adesão de 70% das testadas existentes na Rua. Não está claro como o Município de Gaspar irá ser cobrado pelas suas testadas(áreas verdes, cruzamentos, saídas de ruas, entroncamentos, etc) e se estas testadas são ou não computadas no total.
Mutirão III
Especialistas no assunto dizem que no quesito da escolha das empresas, a dispensa de licitação não é possível. Por que? Porque está previsto que o Município terá que arcar com as suas testadas e as dos não aderentes até ao máximo de 30%. Como irão pagar o empreiteiro e posteriormente lançar a contribuição de melhoria? Para todos os efeitos a Rua é e será sempre bem público e como tal deverá ser objeto de licitação para fazer melhorias.
Mutirão IV
O item calçada é muito bem colocada, mas não há critérios de apropriação dos custos e não estabelece se a não adesão irá ou não impedir a realização das obras. Outra questão pendente é a situação de legalidade da Rua. Pode uma Rua não legalizada ser objeto de mutirão? Finalizando, os mesmos especialistas entendem que a contribuição do poder público (levantamentos, orçamentos, etc) deveria ser repassados para os não aderentes em proporção a sua testada. Isto iria contribuir para que mais Ruas pudessem ser urbanizadas. Quem se habilita a questionar, esclarecer e fazer a coisa certa para os cidadãos e as cidadãs de Gaspar? Acorda, Gaspar.
Mudanças
Alas do PT sob degola ou desconforto, confirmam: as mudanças no governo de Pedro Celso Zuchi e Mariluci Deschamps Rosa, já estão finalizadas. O PP nega e se esconde (tem medo de assumir e de perder espaços antes da confirmação no Diário Oficial). Os nós estão no nome de Doraci Vanz e Mário Wilson da Cruz Mesquita. Se não bem desatados, eles detonam os que se julgam livres de qualquer inconveniente. Ah, é? No dicionário isto tem outro nome.
Recorde I
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, PT, ficou mais de um ano do mandato, de oito anos, viajando além fronteiras. Lula passou um ano, três meses e 15 dias longe do Brasil, em viagens oficiais a diversos países, exatamente, 470 dias. Só para comparar com seu antecessor Fernando Henrique Cardoso, PSDB, a quem Lula tanto criticava pelas viagens feitas: FHC esteve fora do país por 447 dias, ou seja, um ano, dois meses e vinte e dois dias nos mesmos oito anos de poder.
Recorde II
Como se vê, a língua é o chicote do dono. Esse pessoal é muito de bravata e pouco de verdade. Talvez seja por isso que o PT (como outros) não goste de imprensa livre quando está no poder: é para não ser lembrado ou comparado; aposta-se tudo na memória curta de todos nós. Para essas viagens e o recorde, Lula comprou em 2005 até um avião novinho (o aerolula) por R$ 98 milhões (FHC viajava com o sucatão ou alugava aeronaves no mercado). Dilma ensaia comprar um avião maior do que o aerolula só para as viagens dela. Detalhe: este brinquedo novo custará quatro vezes mais caro do que se pagou pelo de Lula. E nós sem a duplicação da BR 470, sem a ponte do vale, sem o Anel de Contorno, sem um aeroporto referência, sem acesso decente ao porto de Itajaí; sem a BR-101 duplicada no trecho sul, enquanto cara, pedagiada e mal conservada no trecho norte; sem desenvolvimento sustentável, sem perspectivas de infraestrutrura no Vale do Itajaí (mobilidade, internet, energia, segurança...). Ai, ai, ai.
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