03/01/2016
UMA VOZ
Entre muitos escritos que recebi no final do ano passado, estava o do engenheiro civil, o gasparense Maurílio Schmitt. Ele foi secretário de Planejamento na administração (2004/08) de Adilson Luiz Schmitt (ex-PMDB, PSB e PPS e hoje sem partido), seu irmão mais jovem. Foi na gestão de Maurílio que Gaspar ganhou primeiro Plano Diretor. Chegou tarde, muito tarde, mas chegou. Foi debatido com a sociedade como determina o Estatuto das Cidades. Ele tinha a voz da comunidade e não apenas dos poderosos e interesseiros de sempre. Os poderosos e os interesseiros protestaram. E se vingaram.
RETROCESSO
E por força de lei, o Plano Diretor de Gaspar teria que ser revisado há mais de dois anos. O atual governo, de Pedro Celso Zuchi, PT, contratou a Iguatemi, de Florianópolis (o Plano Diretor original foi feito pela Furb, de Blumenau, identificada com a região) para tal serviço. A “revisão” foi armada em gabinetes, para os que possuem interesses, sem a participação da comunidade. Tudo feito logo por um partido que se diz popular, progressista e assembleísta. Resultado? Só o gasto dos impostos dos gasparenses (para a Iguatemi) e sem retorno para estes mesmos gasparenses (a revisão discutida, referendada). Benefício, por enquanto, nenhum. Tramam e tentam aprová-lo de forma fatiada e sorrateiramente na Câmara com a ajuda dos vereadores, nos truques e ritos que o tornam uma peça que possa ser combatida no âmbito da Moralidade Pública. Tudo contra a cidade e os cidadãos.
PARTICIPAÇÃO
Escreveu-me Maurílio: “não costumo assistir e participar de retrospectivas. Lembram o velho, as desgraças, os desmandos e fica muito mais fácil citar os erros e emitir opiniões”. Quando estava no jornalismo, diante do tempo dispendido e das dificuldades de pesquisas da época nos arquivos físicos das redações, era uma tortura a que me submetia todo final de ano. Discordo de Maurílio. A retrospectiva é didática. Adverte que temos memória curta e que isto favorece aos espertos, de todos os tipos, e principalmente aos políticos que torcem para não serem cobrados ou lembrados dos deveres, ou das promessas que fizeram e não cumpriram.
CORAGEM
“Gostaria nestes derradeiros dias do ano de cumprimentá-lo pela coragem, a tenacidade, a imparcialidade em alertar, mostrar as notícias boas ou ruins da nossa querida Gaspar”. Reforço. Não se trata de coragem, mas do exercício de uma profissão e com pitadas de cidadania. A cidade é um ente vivo, com problemas e oportunidades. E mostrar esta ebulição para que ela possa ser percebida nas suas virtudes e defeitos, é uma obrigação mínima dos meios de comunicação social inseridos ou fruto desta mesma cidade. É parte do papel que lhes cabe. Então, covardia e até crime, é a omissão, inclusive de proporcionar o debate, o diálogo, o contraditório, o acerto e o erro. A comunidade julga e escolhe os meios de comunicação por estes comportamentos.
SEM FUTURO
“Continuamos sem uma revisão do nosso Plano Diretor, montado longe do povo e de sua participação, embora custando rios de dinheiro dos nossos caros e constantes impostos”, reclama com razão Maurílio. Mas, por outro lado, sou testemunha de que pouco se fez para avançar e esclarecer este assunto. A sociedade de Gaspar foi propositamente aparelhada, desorganizada e enfraquecida pelo poder político de plantão liderados pelo PT, com a participação do PDT, PCdoB, PRB entre outros. O que se vê no âmbito nacional do autoritarismo, da censura, do constrangimento e da troca de favores para o benefício de poucos, prejudicando uma maioria, os fracos e o futuro, também acontece aqui, na mesma proporção. Prevalece o atraso, o patrimonialismo e a submissão.
É PRECISO LAMENTAR, SIM. SEMPRE
“Não vou aqui falar dos desmandos: lixo, extermínio da Secretaria da Agricultura, falta de cuidados com nosso patrimônio histórico e cultural. Não vamos lamentar a não conclusão da Ponte do Vale, da falta de vontade e empenho político para discutir e revisar o caro projeto do Contorno de Gaspar. Triste final de ano, mais uma vez, a promoção de vantagens em troca de votos. Uma cadeira de Presidente vale algumas traições e votos nos projetos em regime de urgência e que se dane o povo”. Volto, mais uma vez a discordar do meu leitor e missivista Maurílio. Temos sim que lamentar e ampliar justificadamente este lamento para que a cidade saiba e dele possa conhecer e tirar as suas conclusões. Esta omissão beira ao medo, e o medo é pai da escuridão do Mito da Caverna de Plantão, que nos torna fracos, sem opinião, escravos e seduzidos exatamente por não possuirmos iniciativas. Podemos não perder hoje, mas amanhã...
PREGAR NO DESERTO?
“Espero que Deus continue a te dar força e luz para continuares a alertar e mostrar diferentes opções de administrar bem e com eficácia o recurso público”. Maurílio: Deus será pouco (para todos nós), se a minha palavra não encontrar eco ou for desnecessária. Os meus comentários não terão utilidade nenhuma se não houver os que comprovem à exatidão deles, e que sendo exatos, possuem serventia e podem alimentar para a mudança. É preciso se conscientizar: só uma maioria pode construir um benefício com senso coletivo. Pago caro (desmoralização, rótulos, constrangimento constante, processos e até vilipêndio ao patrimônio), por apenas desvendar os malfeitos e provocar o debate para se estabelecer com ele, a luz. Mas, valerá a pena e será recompensador se houver a participação comunitária para conhecer, julgar e escolher os caminhos que melhor convierem à maioria. Maurílio: pode ser pouco ou até controverso o que afirmo: mas avançamos muito com a participação do Ministério Público, diante da omissão da sociedade organizada e dos acham que isto é um problema dos outros.
NÃO PRECISAMOS DE HEROIS
Você escreve: “o ano de 2016 bate a nossa porta anunciando novos desafios, novos alertas e principalmente dar oportunidade de errarmos menos e acertarmos mais e mais em favor de nossa terra”. Então. Você, Maurílio, fala de sonhos, do utópico, mas possíveis. Eles, todavia, só virão com a participação concreta de uma parcela ponderável, principalmente de uma nova geração e que deseja mudanças para si, a cidade e seus cidadãos. Não haverá heróis nesta história. E ai da comunidade que precisa deles para sair de uma enrascada ou sobreviver. Vão rastejar e suplicar um dia. Ficarão reféns desses supostos heróis. Foi isto que aconteceu no atual quadro político de Gaspar e do Brasil. Eu não sou um herói. E me nego, terminantemente à este papel. Sou apenas um observador à procura do caminho.
O PLANEJADO VENÇA O IMPROVISO
“Aguardo a vitória do planejado sobre o improvisado, do projeto com equipes competentes sobre as mazelas bolivarianas e que Gaspar se livre de anos de atraso, encontre a luz e corra para o crescer com prioridades definidas. Que Gaspar acorde e dê um basta geral nos desmandos, na incompetência e escolha líderes capaz e compromissados com a nossa terra. Bom e Santo Natal e um novo Ano repleto de bons momentos e realizações”. Então. Bonito. Mas, não pode ficar apenas nas palavras bem colocadas. E as palavras se transformam a partir do momento em que homens e mulheres diminuem as suas diferenças, para dar o tal basta e o tal planejado não seja um projeto de um grupo, mas de uma sociedade. Então, precisamos antes superar o viés do egoísmo, das mágoas antigas e as marcas das separações. Eu, pelo papel que me cabe, tenho a permissão para a palavra. Já os “Maurílios” estão no efetivo papel da ação, exemplos.... Acorda, Gaspar!
Gaspar está de férias. Os políticos estão mudos mesmo diante dos desatinos. Nas redes, até mesmo, desejar um ano novo feliz e com sucesso, poucos arriscaram. Sabem que a situação está preta.
A prefeitura de Gaspar ainda não divulgou oficialmente a saída do secretário de Administração e Finanças, Michael Maicon Zimmermann.
Estranho. O Cras não foi para a praça do Ceu? O imóvel não está fechado. Por que estão renovando o aluguel? Tudo feito no escurinho das férias no Diário Oficial dos Municípios, aquele que se esconde na internet e não tem hora para ser publicado. Acorda, Gaspar!
Tem político sem primeira dama para a carreira política. Hum!
Os deputados Federais catarinenses estão sumidinhos de suas bases nestas férias. Eles não querem ouvir o que o povo está falando sobre a crise que afeta todos, menos os políticos que nadam numa outra onda com os nossos pesados impostos.
Balneário Camboriú, Itapema e Gravatá foram palcos de reuniões informais sobre a corrida pela prefeitura de Gaspar. O velho tentando se renovar. O PT está tentando encontrar saídas para se manter vivo na disputa, ou ter um partido de fachada para fechar o caixa no caso de perder a corrida.
Já o PMDB e PP, acham-se incompreendidos no plano da chapa única. Ou seja, não confiam no taco que tornearam para a disputa.
Reflexo da política econômica errática do governo Dilma Vana Rousseff, PT, que explode a inflação que se abate sobre os mais pobres, os eleitores preferenciais dos petistas: começaram os aumentos das passagens nos ônibus coletivos urbanos.
O ano 2015 provou a força das redes sociais. Todavia, provou também que elas não possuem credibilidade e não substituem o jornalismo. Apenas propagam ideias, rumores e opiniões pessoais. Até a mobilização, que foi o ato temido no início do ano, perdeu a força no final dele.
Quando alguém na rede social quer convencer alguém do que diz, usa artigos, reportagens e opiniões de gente que trabalha nos grandes jornais, revistas, rádios e tevês. Então, a imprensa continuou a referência da sociedade.
A Lava Jato não teria causado o impacto que causou na sociedade, nem seria tão temida pelos políticos, se não fosse a mídia profissional, livre e investigativa. Ainda bem.
Quem disse que festa de passagem do ano é no litoral. Blumenau vem provando que não é bem assim. Avançou muito, mas ainda falta clima. Faltou uma contagem regressiva (ainda mais nesta época de), restaurantes e bares abertos para o esquenta, bem como bandinhas típicas para democratizar o som que fica restrito a um palco. A marca de Blumenau é a raiz germânica, e este deverá ser o caminho para se diferenciar. Outra. Fogos na ponte de Ferro e na Prainha brigaram entre si.
Em Blumenau estava gente de Gaspar, Timbó, Indaial e Pomerode. Então saiu na frente e se tornou regional.
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