Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

03/01/2016

UMA VOZ
Entre muitos escritos que recebi no final do ano passado, estava o do engenheiro civil, o gasparense Maurílio Schmitt. Ele foi secretário de Planejamento na administração (2004/08) de Adilson Luiz Schmitt (ex-PMDB, PSB e PPS e hoje sem partido), seu irmão mais jovem. Foi na gestão de Maurílio que Gaspar ganhou primeiro Plano Diretor. Chegou tarde, muito tarde, mas chegou. Foi debatido com a sociedade como determina o Estatuto das Cidades. Ele tinha a voz da comunidade e não apenas dos poderosos e interesseiros de sempre. Os poderosos e os interesseiros protestaram. E se vingaram.

 

RETROCESSO
E por força de lei, o Plano Diretor de Gaspar teria que ser revisado há mais de dois anos. O atual governo, de Pedro Celso Zuchi, PT, contratou a Iguatemi, de Florianópolis (o Plano Diretor original foi feito pela Furb, de Blumenau, identificada com a região) para tal serviço. A “revisão” foi armada em gabinetes, para os que possuem interesses, sem a participação da comunidade. Tudo feito logo por um partido que se diz popular, progressista e assembleísta. Resultado? Só o gasto dos impostos dos gasparenses (para a Iguatemi) e sem retorno para estes mesmos gasparenses (a revisão discutida, referendada). Benefício, por enquanto, nenhum. Tramam e tentam aprová-lo de forma fatiada e sorrateiramente na Câmara com a ajuda dos vereadores, nos truques e ritos que o tornam uma peça que possa ser combatida no âmbito da Moralidade Pública. Tudo contra a cidade e os cidadãos.

 

PARTICIPAÇÃO
Escreveu-me Maurílio: “não costumo assistir e participar de retrospectivas. Lembram o velho, as desgraças, os desmandos e fica muito mais fácil citar os erros e emitir opiniões”. Quando estava no jornalismo, diante do tempo dispendido e das dificuldades de pesquisas da época nos arquivos físicos das redações, era uma tortura a que me submetia todo final de ano. Discordo de Maurílio. A retrospectiva é didática. Adverte que temos memória curta e que isto favorece aos espertos, de todos os tipos, e principalmente aos políticos que torcem para não serem cobrados ou lembrados dos deveres, ou das promessas que fizeram e não cumpriram.

 

CORAGEM

“Gostaria nestes derradeiros dias do ano de cumprimentá-lo pela coragem, a tenacidade, a imparcialidade em alertar, mostrar as notícias boas ou ruins da nossa querida Gaspar”. Reforço. Não se trata de coragem, mas do exercício de uma profissão e com pitadas de cidadania. A cidade é um ente vivo, com problemas e oportunidades. E mostrar esta ebulição para que ela possa ser percebida nas suas virtudes e defeitos, é uma obrigação mínima dos meios de comunicação social inseridos ou fruto desta mesma cidade. É parte do papel que lhes cabe. Então, covardia e até crime, é a omissão, inclusive de proporcionar o debate, o diálogo, o contraditório, o acerto e o erro. A comunidade julga e escolhe os meios de comunicação por estes comportamentos.

 

SEM FUTURO
“Continuamos sem uma revisão do nosso Plano Diretor, montado longe do povo e de sua participação, embora custando rios de dinheiro dos nossos caros e constantes impostos”, reclama com razão Maurílio. Mas, por outro lado, sou testemunha de que pouco se fez para avançar e esclarecer este assunto. A sociedade de Gaspar foi propositamente aparelhada, desorganizada e enfraquecida pelo poder político de plantão liderados pelo PT, com a participação do PDT, PCdoB, PRB entre outros. O que se vê no âmbito nacional do autoritarismo, da censura, do constrangimento e da troca de favores para o benefício de poucos, prejudicando uma maioria, os fracos e o futuro, também acontece aqui, na mesma proporção. Prevalece o atraso, o patrimonialismo e a submissão.

 

É PRECISO LAMENTAR, SIM. SEMPRE
“Não vou aqui falar dos desmandos: lixo, extermínio da Secretaria da Agricultura, falta de cuidados com nosso patrimônio histórico e cultural. Não vamos lamentar a não conclusão da Ponte do Vale, da falta de vontade e empenho político para discutir e revisar o caro projeto do Contorno de Gaspar. Triste final de ano, mais uma vez, a promoção de vantagens em troca de votos. Uma cadeira de Presidente vale algumas traições e votos nos projetos em regime de urgência e que se dane o povo”. Volto, mais uma vez a discordar do meu leitor e missivista Maurílio. Temos sim que lamentar e ampliar justificadamente este lamento para que a cidade saiba e dele possa conhecer e tirar as suas conclusões. Esta omissão beira ao medo, e o medo é pai da escuridão do Mito da Caverna de Plantão, que nos torna fracos, sem opinião, escravos e seduzidos exatamente por não possuirmos iniciativas. Podemos não perder hoje, mas amanhã...

 

PREGAR NO DESERTO?
“Espero que Deus continue a te dar força e luz para continuares a alertar e mostrar diferentes opções de administrar bem e com eficácia o recurso público”. Maurílio: Deus será pouco (para todos nós), se a minha palavra não encontrar eco ou for desnecessária. Os meus comentários não terão utilidade nenhuma se não houver os que comprovem à exatidão deles, e que sendo exatos, possuem serventia e podem alimentar para a mudança. É preciso se conscientizar: só uma maioria pode construir um benefício com senso coletivo. Pago caro (desmoralização, rótulos, constrangimento constante, processos e até vilipêndio ao patrimônio), por apenas desvendar os malfeitos e provocar o debate para se estabelecer com ele, a luz. Mas, valerá a pena e será recompensador se houver a participação comunitária para conhecer, julgar e escolher os caminhos que melhor convierem à maioria. Maurílio: pode ser pouco ou até controverso o que afirmo: mas avançamos muito com a participação do Ministério Público, diante da omissão da sociedade organizada e dos acham que isto é um problema dos outros.

 

NÃO PRECISAMOS DE HEROIS
Você escreve: “o ano de 2016 bate a nossa porta anunciando novos desafios, novos alertas e principalmente dar oportunidade de errarmos menos e acertarmos mais e mais em favor de nossa terra”. Então. Você, Maurílio, fala de sonhos, do utópico, mas possíveis. Eles, todavia, só virão com a participação concreta de uma parcela ponderável, principalmente de uma nova geração e que deseja mudanças para si, a cidade e seus cidadãos. Não haverá heróis nesta história. E ai da comunidade que precisa deles para sair de uma enrascada ou sobreviver. Vão rastejar e suplicar um dia. Ficarão reféns desses supostos heróis. Foi isto que aconteceu no atual quadro político de Gaspar e do Brasil. Eu não sou um herói. E me nego, terminantemente à este papel. Sou apenas um observador à procura do caminho.

 

O PLANEJADO VENÇA O IMPROVISO
“Aguardo a vitória do planejado sobre o improvisado, do projeto com equipes competentes sobre as mazelas bolivarianas e que Gaspar se livre de anos de atraso, encontre a luz e corra para o crescer com prioridades definidas. Que Gaspar acorde e dê um basta geral nos desmandos, na incompetência e escolha líderes capaz e compromissados com a nossa terra. Bom e Santo Natal e um novo Ano repleto de bons momentos e realizações”. Então. Bonito. Mas, não pode ficar apenas nas palavras bem colocadas. E as palavras se transformam a partir do momento em que homens e mulheres diminuem as suas diferenças, para dar o tal basta e o tal planejado não seja um projeto de um grupo, mas de uma sociedade. Então, precisamos antes superar o viés do egoísmo, das mágoas antigas e as marcas das separações. Eu, pelo papel que me cabe, tenho a permissão para a palavra. Já os “Maurílios” estão no efetivo papel da ação, exemplos.... Acorda, Gaspar!

 

TRAPICHE

 

Gaspar está de férias. Os políticos estão mudos mesmo diante dos desatinos. Nas redes, até mesmo, desejar um ano novo feliz e com sucesso, poucos arriscaram. Sabem que a situação está preta.

 

A prefeitura de Gaspar ainda não divulgou oficialmente a saída do secretário de Administração e Finanças, Michael Maicon Zimmermann.

 

Estranho. O Cras não foi para a praça do Ceu? O imóvel não está fechado. Por que estão renovando o aluguel? Tudo feito no escurinho das férias no Diário Oficial dos Municípios, aquele que se esconde na internet e não tem hora para ser publicado. Acorda, Gaspar!

 

Tem político sem primeira dama para a carreira política. Hum!

 

Os deputados Federais catarinenses estão sumidinhos de suas bases nestas férias. Eles não querem ouvir o que o povo está falando sobre a crise que afeta todos, menos os políticos que nadam numa outra onda com os nossos pesados impostos.

 

Balneário Camboriú, Itapema e Gravatá foram palcos de reuniões informais sobre a corrida pela prefeitura de Gaspar. O velho tentando se renovar. O PT está tentando encontrar saídas para se manter vivo na disputa, ou ter um partido de fachada para fechar o caixa no caso de perder a corrida.

 

Já o PMDB e PP, acham-se incompreendidos no plano da chapa única. Ou seja, não confiam no taco que tornearam para a disputa.

 

Reflexo da política econômica errática do governo Dilma Vana Rousseff, PT, que explode a inflação que se abate sobre os mais pobres, os eleitores preferenciais dos petistas: começaram os aumentos das passagens nos ônibus coletivos urbanos.

 

O ano 2015 provou a força das redes sociais. Todavia, provou também que elas não possuem credibilidade e não substituem o jornalismo. Apenas propagam ideias, rumores e opiniões pessoais. Até a mobilização, que foi o ato temido no início do ano, perdeu a força no final dele.

 

Quando alguém na rede social quer convencer alguém do que diz, usa artigos, reportagens e opiniões de gente que trabalha nos grandes jornais, revistas, rádios e tevês. Então, a imprensa continuou a referência da sociedade.

 

A Lava Jato não teria causado o impacto que causou na sociedade, nem seria tão temida pelos políticos, se não fosse a mídia profissional, livre e investigativa. Ainda bem.

 

Quem disse que festa de passagem do ano é no litoral. Blumenau vem provando que não é bem assim. Avançou muito, mas ainda falta clima. Faltou uma contagem regressiva (ainda mais nesta época de), restaurantes e bares abertos para o esquenta, bem como bandinhas típicas para democratizar o som que fica restrito a um palco. A marca de Blumenau é a raiz germânica, e este deverá ser o caminho para se diferenciar. Outra. Fogos na ponte de Ferro e na Prainha brigaram entre si.

 

Em Blumenau estava gente de Gaspar, Timbó, Indaial e Pomerode. Então saiu na frente e se tornou regional.

 

Comentários

Herculano
07/01/2016 19:07
O GOVERNO DO PT DE GASPAR TAMBÉM FEZ PEDALADAS?

Pois é. A primeira coluna do ano Olhando a Maré, a mais premiada pelos leitores e leitoras com recordes de leitura na internet, vai esclarecer este assunto, na edição impressa de amanhã do jornal Cruzeiro do Vale.

Sobre os candidatos do velho esquema, disfarçados pelo velho esquema com caras de novinhos, nem uma linha. Podem suspirar. Por enquanto.

Acorda, Gaspar!
Sidnei Luis Reinert
07/01/2016 14:18
HERCULANO, a desvalorização do yuan vai arrebentar o mercado emergente quadrilheiro com déficit primário.
O grande ministro da fazenda vai desvalorizar ainda mais o real que vai bater R$ 5,00 o dólar.
O PIBinho brasileiro vai bater -10 este ano?

Nova crise mundial em rumo prestes a estourar as bolhas mundo afora e será pior que 2008.

EUA querem desvalorizar o dólar para "baixar" suas dívidas de 17 trilhões de dólares e para isso querem um pouco de inflação mas não conseguem devido a guerra cambial.SOLUÇÃO: Emprestem do Brasil a sapa com cara de satanás que ela fará inflação e estagflação como fez aqui.Tamu f...!
servidor decepcionado
07/01/2016 13:42
Se o governo de Gaspar seguisse o exemplo de Brusque, demitindo não todos mas reduzindo os cargos comissiona dos que não sao poucos, talvez pudessem deferir e pagar as licenças prêmios vencidas de. todos os servidores! Mas não podem pois segundo a Secretaria de finanças falta verba! Absurdo!
Paty Farias
07/01/2016 13:40
Oi, Herculano:

Tem cada comentário aqui na área, que de tão pascácio que mesmo te "cutucando", nem comentas.
Anônimo disse:
07/01/2016 13:33
Herculano, colei de um anônimo na área de comentários do Blog do Políbio:

" A coisa tá tão feia para o PT que um prostíbulo da Paraíba retirou a luz vermelha da entrada, pois estava sendo confundido com o diretório do PT...e a clientela estava caindo drasticamente... O proprietário afirmou que a casa é séria e de longa data na prestação de serviços de qualidade e respeito à sua clientela, mas estava perdendo credibilidade devido à confusão da associação indevida e então decidiu retirar a luz vermelha em definitivo..
Meus sinceros cumprimentos à casa em questão, pois ela preza por seu nome que tem a zelar..kkk "
Erva Daninha
07/01/2016 13:22
Olá, Herculano;

Nasceu hoje um capetinha.
Neto da sapa com cara de satanás.
Sidnei Luis Reinert
07/01/2016 12:34
UM BELO EXEMPLO AOS COMUNISTAS, QUE SE VANGLORIAM AINDA QUE ADOTAM ASSECLAS INCOMPETENTES PARA POSTERIORMENTE FICAREM MAMANDO ÀS CUSTAS DOS CONTRIBUINTES.

http://jornaldesantacatarina.clicrbs.com.br/sc/politica-e-economia/noticia/2016/01/prefeitura-de-brusque-decide-demitir-todos-secretarios-e-cargos-comissionados-4945468.html

Prefeitura de Brusque decide demitir todos secretários e cargos comissionados
De acordo com a prefeitura, medida visa economia para 2016


Lucas Paraizo
lucas.paraizo@santa.com.br
A prefeitura de Brusque confirmou nesta quarta-feira a exoneração de todos os cargos comissionados e secretários do poder público da cidade. A medida, de acordo com nota oficial enviada pela assessoria de imprensa, trata-se de uma ação preventiva para a saúde financeira do município em 2016 e cita a crise econômica do país.

O decreto assinado pelo prefeito Roberto Pedro Prudêncio Neto (PSD) vale a partir de segunda-feira, dia 11, quando a prefeitura volta do recesso de fim de ano. A assessoria de imprensa da prefeitura confirmou que a medida vai atingir todas as secretarias e que, temporariamente, as pastas serão administradas pelos servidores efetivos. Durante o ano os cargos do primeiro escalão devem ser preenchidos de acordo com o plano de governo da gestão.

Ainda segundo a nota oficial, nenhum serviço deverá ser prejudicado com as exonerações, e que todos os recursos economizados serão aplicados em três áreas prioritárias: saúde, educação e obras. A prefeitura de Brusque não divulgou quanto pretende economizar com a medida. A reportagem do Santa também tentou contato com o prefeito e secretários, mas não teve retorno.
Sidnei Luis Reinert
07/01/2016 12:29


Carta é de 2013, vejam a hipocresia dos lixos comunistas.

PCdoB lança manifesto em apoio à Coreia do Norte

São Paulo - O PCdoB divulgou em seu site oficial uma carta em apoio à Coreia do Norte. Segundo o partido, o documento foi assinado ainda por PT, PSB e 16 movimentos sociais e meios de comunicação de esquerda. O texto responsabiliza os Estados Unidos e a Coreia do Sul por uma "campanha de guerra nuclear" contra a vizinha do norte. O PT e o PSB, porém, negaram apoio ao manifesto.

Em nota divulgada nesta manhã pela assessoria de imprensa, o presidente do Partido dos Trabalhadores, Rui Falcão, negou que o PT tenha assinado qualquer documento sobre o assunto. O mesmo foi feito pelo vice-presidente do PSB, Roberto Amaral, no fim da tarde de hoje.

Diante da negativa oficial petista hoje cedo, o PCdoB não se manifestou sobre a divergência: apenas acrescentou na mesma página do comunicado original que o PT havia negado a assinatura nesta segunda-feira.

O texto foi enviado à embaixada norte-coreana, em Brasília, na semana passada, com uma "declaração de solidariedade" à nação de Kim Jong-un.

A mensagem de solidariedade do PCdoB garante à Coreia do Norte "apoio total, irrestrito e absoluto" contra o que chamam de "imperialismo belicista".

Segundo o PCdoB, a carta também é assinada por grupos como MST, UNE, CUT, entre outros.

Confira o comunicado na íntegra:

"Senhor Embaixador da República Popular e Democrática da Coreia;

A campanha de uma guerra nuclear desenvolvida pelos Estados Unidos contra a República Democrática Popular da Coreia passou dos limites e chegou à perigosa fase de combate real.

Apesar de repetidos avisos da RDP da Coréia, os Estados Unidos tem enviado para a Coréia do Sul os bombardeios nucleares estratégicos B-52 e, em seguida, outros meios sofisticados como aeronaves Stealth B-2, dentre outras armas.

Os exercícios com esses bombardeios contra a RDP da Coréia são ações que servem para desafiar e provocar uma reação nunca antes vista e torna a situação intolerável.

As atuais situações criadas na península coreana e as maquinações de guerra nuclear dos EUA e sua fantoche aliada Coréia do Sul além de seus parceiros que ameaçam a paz no mundo e da região, nos levam a afirmar:

1. Nosso total, irrestrito e absoluto apoio e solidariedade à luta do povo coreano para defender a soberania e a dignidade nacional do país;

2. Lutaremos para que o mundo se mobilize para que os Estados Unidos e Coréia do Sul devem cessar imediatamente os exercícios de guerra nuclear contra a RDP da Coréia;

3. Incentivaremos a humanidade e os povos progressistas de todo o mundo e que se opõem a guerra, que se manifestem com o objetivo de manter a Paz contra a coerção e as arbitrariedades do terrorismo dos EUA.

Conscientes de estarmos contribuindo e promovendo um ato de fé revolucionária pela paz mundial, as entidades abaixo manifestam esse apoio e solidariedade.

Brasília, 02 de abril de 2013.
Sidnei Luis Reinert
07/01/2016 12:13
O problema imagético do Brasil


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

O Brasil enfrenta um problema imagético? Estamos com o filme queimado internacionalmente. As previsões realisticamente negativas sobre o desempenho negativo de nossa economia são consequência natural de um desgoverno desmoralizado, impopular, inconfiável, que não se dá ao respeito. É por isso que não faz a menor diferença se a Presidenta Dilma Rousseff vai ou não ao Fórum Econômico Mundial na gelada Davos, nos Alpes Suíços. Ninguém se importa com ela - dada como "descartável".

Tudo fica pior quando o prestigiado jornal The Wall Street Journal - um dos porta-vozes da oligarquia financeira transnacional, junto com o Financial Times - publica uma notinha que desmoraliza a gestão da maior "estatal" brasileira - alvo de processos judiciais nos EUA por bandidagens constadas pela Operação Lava Jato. O WSJ informou que o presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, só aparece para trabalhar em três dias da semana: terças, quartas e quintas-feiras. Apelidado de TQQ, Bendine apenas imita o padrão trabalhista dos deputados e senadores em Brasília...

É por isso que soa como piada sem graça o fato de o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, se reunir com o vice-Presidente Michel Temer (que conspira para tomar o lugar da Dilma), saindo do encontro com o papo furado de que o governo não tem coelho na cartola para a economia. Diante da constatação de inação e incompetência, torna-se real a previsão de que o Brasil terá um dos piores e mais mediocres produtos internos brutos da América Latina em 2016. Assim, nem adianta o informante $talinácio vociferar que Dilma tem até março para promover mudanças econômicas. Do jeito que ela vai, a coisa só muda para pior...

Em meio à crise, tem quem se dê muito bem. Grandes fundos do Canadá e investidores chineses compram empresas a ações de companhias brasileiras na "bacia das almas", a preços de banana. Algumas águias do mercado brasileiro também faturam alto em cima da quebradeira alheia. O tamanho deste ganha-e-perde e suas consequências definirão o imediato futuro político de Dilma. Se ficar claro que ela atrapalha os negócios bilionários, ela será derrubada. Do contrário, se a incompetência dela continuar ajudando muitos a ganharem mais dinheiro ainda, a Presidenta se arrastará até 2018. Eis a regra do jogo, sem direito a vitória na guerra.

Independentemente da sustentabilidade ou não de Dilma, os segmentos esclarecidos da sociedade brasileira não podem baixar a bola. É preciso manter aceso o fogo da "Revolução Brasileira" em andamento. O País só tem jeito se ocorrer uma inédita Intervenção Cívica Constitucional para mudar o modelo estatal e implantar uma república federalista de verdade, dentro de um ordenamento jurídico enxuto e democrático, com foco no pleno desenvolvimento do País.

Só com mudanças efetivas vamos eliminar o problema de imagem do Brasil.
Joaquim
07/01/2016 12:03
O que entristece a gente, "população séria", é ver que temos poucas opções para votarmos sem medo e que tenham: conhecimento administrativo, visão a médio e longo prazo, sério, pulso firme, que não entra nesse jogo nojento que virou a politica, que não dependem da politica. Não podemos aceitar mais algumas manobras que se repetem a anos. Votar em obras eleitoreiras, feitas somente no último ano de mandato, precisa analisar os quatros anos, não votar em quem depende da politica, não votar em pessoas que só vivem de aparência e muito papo. A decisão sempre está em nossas mãos, o problema é ainda prevalece o voto do momento, de quem tem dinheiro, voto comprado com obras "eleitoreiras", favorzinho, cabos eleitorais trabalhando para pedir votos, pagos com nosso dinheiro, etc. Não é fácil colocar gente séria para comandar uma cidade.
Abraço a todos e pensem no futuro de seus filhos e netos. Uma cidade bem administrada traz muito mais retorno do que favores momentâneos.
Herculano
07/01/2016 11:54
Á DERIVA, por Merval Pereira, para o jornal O Globo

Foi-se o tempo em que Lula dava uma ordem e todos no PT o seguiam religiosamente. Bastou que recomendasse que o governo se apresse para retomar o crescimento econômico para que o ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, declarasse que o governo "não tem coelho na cartola", e que a recuperação da economia será gradual.

O mesmo Wagner que outro dia disse em alto e bom som que o PT "se lambuzou" no governo, em referência aos escândalos de corrupção. Há claramente uma ala petista que está tentando abrir espaço para uma espécie de autocrítica, em busca do eleitorado de classe média que foge do PT como o diabo foge da cruz, em confronto com outra, liderada por Lula, que quer uma guinada à esquerda, uma Carta aos Brasileiros às avessas, para garantir o apoio das chamadas "bases sociais".

Lula ontem, na reunião que teve com a presidente Dilma e alguns ministros ?" o da Fazenda, Nelson Barbosa, foi barrado pelo próprio Lula ?", insistiu em mais crédito, menos juros e mais capacidade de empréstimos para os estados. Quer dizer, mais do mesmo, que nos levou aonde estamos.

São duas posturas distintas: a dos que têm que tocar o que ainda resta do governo e a dos que estão de fora querendo recuperar a imagem do PT no ano eleitoral. Não são propriamente dissidentes, apenas companheiros com estratégias diferentes diante da crise que os apanhou a todos de calças curtas.

Lula ainda pediu que PT e governo não lavem roupa suja publicamente, mas a cada pronunciamento da direção nacional do PT contra o ajuste fiscal e a favor de medidas populistas para uma recuperação da economia ?" até o uso das reservas cambiais está entre as propostas ?" fica claro que o coração do PT balança entre apoiar Dilma ou vê-la pelas costas.

Ao mesmo tempo, como dizia Leonel Brizola, vários fatos insinuam que a presidente Dilma está "costeando o alambrado", isto é, preparando-se para se livrar do PT assim que possível. A sugestão do ex-ministro Cid Gomes, atualmente filiado ao PDT, para que Dilma deixe o PT não parece fora de contexto.

Dificilmente as coisas acontecerão de maneira linear mas, à medida que a crise avança, é possível que aconteçam sem que ninguém possa controla-las. O país está à deriva, cada um tentando salvar a sua pele, principalmente Lula, que depende da recuperação de sua popularidade para escapar do cerco da Operação Lava-Jato.

E a popularidade dificilmente voltará com a economia em frangalhos. Talvez se livrar de Dilma seja mais barato para o lulismo, que voltaria para a oposição tentando convencer os incautos de que tudo será diferente com Lula novamente no poder em 2018.

Mas Jaques Wagner parece ter também planos de concorrer à Presidência da República, e o modelo que está tentando usar é o de um líder de esquerda moderado, que sabe onde o partido errou e quer fazer a releitura política para começar de novo.

Para isso tem que estar ao lado de Dilma, tentando superar a crise que estrangula o governo. Nesse ponto, a percepção de Lula está mais apurada, embora as consequências sejam catastróficas. O governo Dilma não tem mais tempo para fazer as maldades todas que têm que ser feitas, e chegar em 2018 em condições competitivas para disputar a Presidência da República.

O fato é que, se tivéssemos aqui o sistema de recall que existe em alguns estados dos Estados Unidos, ou a convocatória, referendo chavista que tirará Maduro do governo nos próximos meses, Dilma já estaria fora do governo com uma derrota esmagadora.

A solução de Lula é irresponsável, mas para os interesses imediatistas, que sempre foram sua prioridade, serviriam para desafogar o governo. A maioria defensiva que Lula sempre advogou para proteger-se de comissões parlamentares ?" e, no limite, do impeachment ?" está se esvaindo no governo Dilma, e ele próprio admite que, se não for reorganizada até março, o impeachment torna-se uma saída viável para a oposição.

José Dirceu, na cadeia, já está lendo o livro de Fernando Henrique Cardoso alegando que o PSDB pode voltar ao poder "e é preciso saber o que eles pensam". Como se não soubesse. Todos os sinais desencontrados entre o PT e o governo são reflexos da crise que não tem data para acabar, aumentando a possibilidade de esse governo acabar antes do tempo.
Herculano
07/01/2016 11:29
NÃO É POR VONTADE, por Carlos Alberto Sardenberg, para o jornal O Globo

Parte 1

Chineses não estão parando porque querem. É porque não conseguem mais crescer antes de eliminar as distorções

A China é a grande preocupação na economia mundial. O país vem desacelerando forte desde 2012, quando a expansão de seu Produto Interno Bruto caiu de uma média superior a 9% ao ano para a casa dos 7%. Do ano passado em diante, o governo está tentando salvar uns 6%, mas fica cada vez mais difícil.

Questão: terá o Partido Comunista tomado a decisão de não crescer mais? E por que faria isso?

Não faz sentido. Nenhum governo, nenhuma sociedade, democrática ou autoritária, gosta de recessão. No capitalismo, que já é o regime dominante na China, todos querem o crescimento mais acelerado possível, já que é mais fácil ter empregos e ganhar dinheiro nesse ambiente.

Só a pobre esquerda brasileira acha que os neoliberais e os barões do capitalismo preferem a recessão para faturar mais. Se fosse assim, os bancos e as empresas capitalistas seriam um poço de pobreza.

Se é tão óbvio assim, por que estamos falando disso? Porque parece não ser óbvio por aqui. No PT e satélites, nas centrais sindicais, nos movimentos sociais e em boa parte da academia, aconteceu o seguinte: a presidente Dilma, pressionada pelo "sistema", abandonou a política de crescimento e passou para a recessiva. Agora, vai voltar ao caminho do crescimento.

Pois deveriam explicar aos chineses como se faz isso: basta ter vontade de crescer e, pronto, faça-se o PIB.

Os chineses não estão parando porque querem. É porque não conseguem mais crescer antes de eliminar as distorções geradas pela expansão acelerada das últimas décadas.

Quais distorções?

Reparem nesta: o governo chinês prometeu conceder uma espécie de cidadania urbana provisória para nada menos que cem milhões de trabalhadores neste ano. Parece estranho, e é mesmo.
Herculano
07/01/2016 11:29
NÃO É POR VONTADE, por Carlos Alberto Sardenberg, para o jornal O Globo

Parte 2

Na China, você não pode morar onde quiser. Quer dizer, poder, pode, mas se o trabalhador se instalar em uma cidade sem autorização do governo - sem registro na prefeitura - não terá direito aos serviços públicos geralmente subsidiados. Fica mais ou menos clandestino. Mora em algum lugar, pagando aluguel caro, e trabalha numa fábrica, por exemplo, mas ganhando menos.

Há nada menos que 255 milhões de trabalhadores nessas condições - são pessoas que migraram do campo para as cidades, em busca de oportunidades.

O objetivo dessa restrição histórica - o registro de residência - é social (controlar as migrações), econômico (controlar a distribuição de mão de obra) e político (controlar a vida das pessoas).

Não funcionou - ou não funciona mais. O pessoal do Partido Comunista, certamente, esperava que, sem registro, os trabalhadores ficariam no campo. A realidade do mercado capitalista instalado no país desde o final dos anos 80 determinou o contrário: os camponeses migraram para onde estava o emprego.

Resultado: um poderoso exército de mão de obra barata, que serviu para a expansão inicial; mas, hoje, são 255 milhões na terceira classe de uma sociedade que ganhou renda.

O PIB chinês cresceu mais de dez vezes desde a derrubada do maoísmo e a introdução da economia de mercado. Formou-se uma classe média e uma classe trabalhadora de primeira, além de uma geração de empreendedores e empresários. Toda essa gente quer mais. Mais salários - que já estão subindo -, mais habitação, cidades melhores, saúde, educação, previdência. E mais liberdade.

Nesse ambiente, a existência de 255 milhões de clandestinos gera enorme pressão social e política. Daí a decisão do governo de conceder a esses trabalhadores o acesso ao registro residencial. No estilo chinês, paulatinamente, começando com apenas 100 milhões.

Ora, isso vai ficar caro para o governo - que terá de fornecer serviços subsidiados para mais gente - e para as empresas, que pagarão salários mais altos e mais benefícios a trabalhadores legalizados.

Com custos mais altos para resolver essa e outras (muitas) distorções, a economia chinesa terá menos investimentos e, pois, menos crescimento. Não por vontade, mas por necessidade.

Aqui no Brasil, a situação é muito diferente. Não estamos crescendo menos, estamos em recessão. Essa recessão, porém, não era inevitável no primeiro momento. Decorre de sucessivos equívocos da política econômica dilmista, baseada na crença de que para crescer basta querer. Basta o governo querer gastar, conceder crédito e endividar-se - e tudo se resolve.

Isso gerou um baita rombo nas contas públicas, além de inflação. Aí, sim, a recessão tornou-se inevitável. Não foi consequência da política de ajuste fiscal, mas da falta de ajuste prévio. O problema agora é como administrar a saída da recessão, o que exige restabelecer o equilíbrio das contas públicas.

Vontade de crescer, todo mundo tem. Como fazê-lo? - eis o que distingue as sociedades mais ou menos sábias.
Herculano
07/01/2016 11:19
"POLIAMOR" OU POLIGAMIA?, por Rodrigo Constantino

Três ou mais pessoas que se "amam" pretendem casar e constituir uma família. Quem pode ser contra? Ainda mais quando chamamos isso pelo nome bonito de "poliamor". À primeira vista, isso é um problema ou um direito deles, e ninguém tem nada com isso, certo? Errado, e pretendo justificar meu ponto de vista.

Mas, antes, um alerta. Os rótulos servem para simplificar a nossa compreensão do mundo, mas podem confundir também. Sou presidente do Conselho do Instituto Liberal, e algumas pessoas acham que liberalismo é sinônimo de libertinagem, ou seja, um liberal "verdadeiro" não deveria se importar com nada que é feito com consentimento entre adultos.

Ao defender a importância da família tradicional, sou "acusado" de ser um conservador por aqueles que têm necessidade de colocar tudo em caixinhas simplistas. Não ligo; tenho meu lado conservador mesmo, pois acho que devemos conservar aquilo que presta, e nem tudo que é "moderno" é melhor. Mas o debate ganharia sem a preocupação exagerada com os rótulos. Devemos defender o que julgamos certo, e ponto.

De volta ao tema do artigo, há uma clara campanha "progressista" contra a família tradicional. O movimento feminista, sem dúvida, é o líder dessa revolução cultural em curso. Mas quem acha que o feminismo é uma luta legítima pelos direitos das mulheres, e não um ataque rancoroso ao homem e à família, com forte viés marxista, deveria ler O outro lado do feminismo, de Suzanne Venker e Phyllis Schlafly. Vai abrir os olhos.

É somente nesse contexto mais amplo que o "poliamor" pode ser entendido. Não se trata da defesa de uma liberdade ou um direito aos vários que se "amam" e querem viver juntos, e sim um ataque ideológico ao próprio conceito clássico de família. Desde o tempo de minha avó que o bacanal e a orgia existem, mas nunca ninguém teve a cara de pau de chamar um grupo sexual de família. É isso que mudou, e é isso que precisa ser condenado, para o bem da sociedade.

Vivemos na era dos apetites, em que ninguém quer mais colocar freio nos desejos instintivos. Só que o avanço e até a preservação da civilização dependem disso. O que diferencia o homem do cachorro é essa capacidade de frear impulsos. Não saímos por aí fazendo as necessidades no meio da rua ou transando com a mãe. Os tabus existem por uma razão, e a tentativa de derrubar todos eles, inclusive o incesto, é um ato bárbaro e infantil.

Certas tradições são mais importantes para nosso progresso do que podemos apreender, como sabia Hayek. O núcleo familiar sempre foi fundamental para a boa educação dos filhos e como foco de resistência às ideologias totalitárias. Por isso, entre outros motivos, o Islã, com sua poligamia, não conseguiu produzir sociedades livres e prósperas como as ocidentais. Por isso, todo movimento coletivista e totalitário teve a família tradicional como alvo principal.

"Poliamor" é um eufemismo para a velha poligamia oriental. E esta sempre foi essencialmente masculina. É irônico que feministas ajudem numa causa que tem viés claramente machista. Ou alguém acha mesmo que as "famílias" coletivas serão formadas por uma mulher e vários homens? O mais comum será sempre um homem e seu harém. É a porta de entrada do fundamentalismo islâmico em nosso país.

Como os liberais podem fechar os olhos para esses riscos, então? Hoje, só os religiosos, em especial os evangélicos, têm oferecido resistência a essa agenda torpe parida nas universidades. Mas é do interesse de todos que prezam a liberdade lutar contra esse ataque coordenado aos valores tradicionais.
Juliano Cardoso
07/01/2016 11:16
HERCULANO

O Senhor como guru da Andréia Nagel DEM, mas agora diz q é PSDB e eles acreditam,'kkkkk é contra que o BRICK seja o vice?

Porque isso, o senhor sabe q ele tem mais voto q ela!
Herculano
07/01/2016 11:15
A HEMORRAGIA DO BANCO CENTRAL, por Mônica de Bolle, pesquisadora do Peterson Institute for Internacional Economics, para o jornal O Estado de S. Paulo

Para impedir que a desvalorização do real se transformasse em pesadelo inflacionário ainda pior do que o aumento de quase 11% dos preços em 2015, o Banco Central acaba de anunciar prejuízo de 1,5% do PIB, ou cerca de R$ 90 bilhões de reais no ano passado.

A perda deve-se à forma como a autoridade monetária brasileira intervém nos mercados de câmbio desde 2013, usando os chamados swaps cambiais. Nessas operações, o Banco Central entrega ao investidor a variação do dólar em relação ao valor futuro predeterminado no contrato e em troca recebe a variação dos juros de mercado no mesmo período. Como as operações são efetuadas em moeda doméstica, não há perda de reservas. Ou assim nos dizem.

Em 2013, quando essas operações se avolumaram, o motivo era oferecer proteção aos investidores contra as bruscas oscilações do câmbio vinculadas ao fim dos estímulos monetários excepcionais nos EUA. Na época, o temor dos mercados de que a liquidez internacional se esvaísse diante da mudança de postura do Federal Reserve (Fed) induziu fortes desvalorizações de moedas emergentes, entre elas do real. Contudo, quando o tumulto acabou, nosso BC não se fez de rogado. Continuou a prover "proteção" aos investidores, embora estivesse ficando cada vez mais claro que o intuito verdadeiro era conter o deslizamento da moeda brasileira. Contenção que fez o estoque total de swaps cambiais alcançar cerca de US$ 120 bilhões. Como o real só sofreu desvalorizações nos últimos tempos, ao estoque considerável somaram-se as perdas aviltantes. Aviltantes posto que são forma perversa de tentar esconder o óbvio: o câmbio flutuante do Brasil quase não flutua. Ou, quase não flutua de acordo com as pressões existentes no mercado. Finge-se que o instrumento para controlar a inflação ainda são os juros, enquanto a hemorragia cambial só aumenta.

A perda de 1,5% do PIB registrada no ano passado é apenas parte das verdades escondidas. A outra parte é o mito de que dispomos de reservas de cerca de US$ 370 bilhões. Se interpretarmos os estoque de US$ 120 bilhões em swaps como um fluxo negativo de capitais que ainda não se concretizou, nossas reservas são de US$ 250 bilhões, ou 30% menores do que nos dizem.

Diante do estado lastimável da economia brasileira, a hemorragia haverá de continuar. Com ela, as verdades escondidas, cada vez mais nítidas.
PC do B Vivo e Forte
07/01/2016 08:47
Para quem achava que o PC do B gasparense estava morto se enganou.Hoje o partido já encontra-se com aproximadamente 150 filiados,um novo Diretório e segundo seu Diretor de Organização Natalino da Silva já existe nominata práticamente completa para disputar as eleições deste ano e parece que o partido está bem confiante haverá supresas...
Herculano
07/01/2016 07:32
RANDOLFE DEVE PROCESSAR JOSÉ DE ABREU APOS SER CHAMADO DE "HIOPOCRITA SAFADO", por Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) estuda processar o ator José de Abreu por tê-lo chamado de "hipócrita safado". Os dois discutiram pelo Twitter na semana passada depois da denúncia de que o político teria recebido propina de R$ 200 mil do doleiro Alberto Youssef. A investigação contra o parlamentar já foi arquivada, após Youssef afirmar que não o conhece.

TOMA LÁ
"Vou decidir com meus advogados o melhor encaminhamento, mas devo fazer uma interpelação judicial", diz Randolfe. Abreu, que está no ar na novela da Globo "A Regra do Jogo", não quis comentar o assunto. "Não dou picadeiro a palhaço", afirma.

DÁ CÁ
Na rede social, o senador respondeu ao ator: "Seu baixo nível já é notório na Rede Globo, que já lhe chamou até a atenção. Não me inclua na sua laia, seu submundo sujo". Randolfe diz que reagiu assim porque "foi agressão de baixo nível". E completa: "Aprendi na terra em que nasci e com meus pais que ninguém chama o outro de safado e fica impune".
Herculano
07/01/2016 07:24
TODOS NO MESMO ROLO. MENSAGENS INDICAM ATUAÇÃO DE JAQUES WAGNER POR EMPREITEIROS

Diálogos obtidos pela Lava Jato mostram que ministro-chefe da Casa Civil teria ajudado executivo condenado da OAS a negociar liberação de verba quando era governador

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto de Daniel Carvalho e Beatriz Bulla. Mensagens de telefone interceptadas por investigadores da Operação Lava Jato apontam relação do ex-governador da Bahia e atual ministro da Casa Civil, Jaques Wagner (PT), com o ex-presidente da empreiteira OAS José Adelmário Pinheiro Filho, conhecido como Léo Pinheiro, um dos condenados por participação no esquema de corrupção da Petrobrás. Há conversas diretas entre os dois e também de interlocutores do governo baiano durante a segunda gestão Wagner (2011-2015) com executivos da empresa. Os investigadores suspeitam que parte das conversas trate de doações para a campanha petista na disputa pela prefeitura de Salvador.

O material ao qual o Estado teve acesso é mantido sob sigilo em Brasília e na Justiça Federal do Paraná. Os diálogos foram obtidos pelos investigadores da Lava Jato em Curitiba (PR) e remetidos à Procuradoria-Geral da República (PGR) por haver menção ao nome do ministro, que possui foro privilegiado. Até o momento, não há inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal contra ele.

Paciência. Jaques Wagner não alcançou acordo de alternância entre siglas (Foto: Dida Sampaio / Estadão)Jaques Wagner (Foto: Dida Sampaio / Estadão)

As interceptações são de mensagens de texto trocadas entre agosto de 2012 e outubro de 2014. Nelas, há negociação de apoio financeiro ao candidato petista à prefeitura de Salvador em 2012, Nelson Pellegrino, e também pedidos de intermediação de Wagner com o governo federal a favor dos empresários.
Herculano
07/01/2016 07:20
O POTE DE MEL DO PT, por Rogério Gentile para o jornal Folha de S. Paulo

Uma velha sentença, injusta com tantos que certamente levam a vida honestamente, mesmo em Brasília, dá conta de que há apenas dois tipos de políticos no país: o que rouba para fazer política e o que faz política para roubar.

Sempre que tentam justificar os injustificáveis escândalos do mensalão e da Lava Jato, petistas se colocam, subliminarmente, na primeira categoria, alegando que, no sistema político em vigor no Brasil, não há como se eleger sem gastar muito dinheiro nas campanhas.

Nesse sentido, como afirmou o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, à Folha, o grande erro do PT foi não ter feito a reforma política no primeiro ano do governo Lula.

Segundo seu raciocínio, se tivesse lá atrás acabado com o financiamento privado das campanhas, se houvesse mudado "os métodos do exercício da política", não teria sido necessário se "lambuzar".

Em outras palavras, o partido, ou melhor, integrantes do partido não teriam favorecido empresas a fim de obter dinheiro para as suas campanhas eleitorais.

Há três falácias nessa formulação. Primeiro, não é verdade que financiamento privado significa obrigatoriamente superfaturamento de obras e outras falcatruas do gênero.

Tampouco é plausível imaginar que, num cenário de financiamento público das candidaturas, empresas deixarão, num incrível passe de mágica, de contribuir, ainda que às escondidas, ainda que com métodos originais, com os políticos que se dispuserem a lhe prestar certos favores inconfessáveis.

Mas o pior engodo é propalar que os petistas que se lambuzaram no pote de mel o fizeram, coitadinhos, apenas porque precisavam de dinheiro para se eleger e, assim, ajudar o sofrido povo brasileiro.

As várias acusações de benefícios pessoais, que incluem aumento de patrimônio e pagamentos por consultorias, indicam que eles gostam mesmo é de um bom melado
Herculano
07/01/2016 07:15
PLANALTO IGNORA ACORDOS E PREJUDICA DIPLOMACIA, por Cláudio Humberto , na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

A troca de Mercadante por Jaques Wagner na Casa Civil não mudou o hábito de engavetar importantes acordos internacionais fechados após intensas tratativas da diplomacia brasileira. Segundo a Confederação Nacional da Indústria, esses acordos ainda precisam ser ratificados. É o caso do tratado feito com a Rússia para evitar a bitributação de bens comercializados entre os dois países: aguarda ratificação desde 2007.

Crise esquecida

Em meio à crise, acordos de cooperação e facilitação de investimentos com México, Colômbia, Moçambique, Angola e Maláui são ignorados.

Tem mais

Fora os que priorizam investimento, os acordos de livre comércio com Egito e União Aduaneira da África Austral estão esquecidos no Planalto.

Falta intelecto

A adesão ao Protocolo de Madri, sobre Propriedade Intelectual, foi até comemorada em 2013, mas a Casa Civil está sem tempo para assinar.

Visão estratégica

Os acordos internacionais são vistos pela CNI como estratégicos para aumentar investimentos, reduzir o desemprego e recuperar a economia.

PMDB, PSD e PSDB: melhores e piores governos

Governadores de Alagoas, Renan Filho (PMDB), e de Santa Catarina, Raimundo Colombo (PSD), obtiveram as melhores aprovações, 67,5% e 64,4%, respectivamente, entre treze estados pesquisados em 2015 pelo Instituto Paraná. Já os piores governos foram para o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), rejeitado por 71,2% dos paranaenses, e o carioca Luiz Fernando Pezão (PMDB), no Rio de Janeiro, com 68,1%.

Tocando o barco

Geraldo Alckmin (SP) e Marconi Perillo (GO), reeleitos pelo PSDB, têm aprovação de 52,3% e 53,8%, respectivamente, nos seus estados.

Descolados de Madame

Apesar de correligionários de Dilma, a popularidade de Rui Costa (BA), Camilo Santana (CE) e Fernando Pimentel (MG) supera a rejeição.

Divide opiniões

Governadores do PSB, Rodrigo Rollemberg (DF) e Paulo Câmara (PE) dividem a opinião do eleitor e têm aprovação e rejeição quase idênticas.

Aqui me tens de regresso

Após ter sido isentado, o governador fluminense Luiz Fernando Pezão (PMDB) corre o risco de virar personagem da Operação Lava Jato, por suas estreitas ligações a um investigado, o advogado Tiago Cedraz.

Contrato de risco

O governo Pezão entregou a uma empresa de Tiago Cedraz, criada um pouco antes, a gestão do teleférico do Alemão. Contrato milionário. Tiago foi delatado à Lava Jato pelo empreiteiro Ricardo Pessoa (UTC).

Invasão de competência

Das leis criadas em 2015, Superior Tribunal Militar, Supremo Tribunal Federal, Ministério Público e Tribunal de Justiça do Distrito Federal tiveram uma lei de autoria de cada um desses órgãos do Judiciário.

Aprendiz de Rasputin

Acusado de afastar Dilma dos auxiliares próximos, para reinar absoluto, Aloizio Mercadante foi enxotado da Casa Civil, mas, segundo ministro recém-chegado ao Planalto, ainda tenta derrubar o único que resistiu: Anderson Dorneles. Ele assessora Dilma desde antes da presidência.

Me tira dessa

Michel Temer pediu a Eduardo Cunha para não vinculá-lo na eleição para líder da bancada peemedebista na Câmara. Temer tenta apoio dos cariocas para continuar na presidência do PMDB, em março.

Temperatura alta

O deputado Eduardo da Fonte (PP-PE) estranha o início de ano movimentado na política. "Janeiro era para dar uma esfriada na temperatura", analisa. Dilma está bem preocupada com impeachment.

Profecia

Ligado à igreja evangélica, Sóstenes Cavalcante (PSD-RJ) diz que o político carioca contrário ao impeachment sofrerá consequências do eleitorado. "No Rio, vai pagar um custo caro quem for contra", prevê.

Conquistando aliados

Novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa disseminou que só os bancos lucraram em 2015, quando o ministro era Joaquim Levy. Foi assim que Barbosa, contrário ao ajuste fiscal, ganhou a simpatia do PT.

Pensando bem...

... se for para fazer despacho para político, é melhor o Orixá ser específico ou vai esvaziar o Congresso.
Herculano
07/01/2016 07:06
O DINHEIRO QUE FALTA PARA A SAÚDE PÚBLICA, OBRAS E OUTRAS NECESSIDADES ESSENCIAIS, NO GOVERNO DO PT, PMDB, PSD, PP, PDT, PCdoB, PR, PTB, PR E OUTROS SOBRA PARA POUCOS. PRESO NA ZELOTES ADMITE QUE LOBBY PARA APROVAR MEDIDA PROVISORIA SOB LULA

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Gabriel Mascarenhas e Rubens Valente, da sucursal de Brasília. Preso na Operação Zelotes, o lobista Alexandre Paes dos Santos afirmou em sua defesa entregue à Justiça Federal que dois escritórios de consultoria foram contratados para fazer lobby pela aprovação de uma medida provisória durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Santos, conhecido como APS, porém, não admitiu pagamento de propina e defendeu que o trabalho de lobby é uma atividade lícita, embora "estigmatizada".

A Zelotes, deflagrada em março passado, apura suspeitas de corrupção na tramitação de três medidas provisórias e de propina a integrantes do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), colegiado vinculado ao Ministério da Fazenda que julga recursos de multas aplicadas pela Receita Federal.

APS afirma na resposta preliminar protocolada na 10ª Vara da Justiça Federal do DF, que as empresas MMC (Mitsubishi) e Caoa (Hyundai) firmaram um acordo para que a SGR Consultoria e a Marcondes e Mautoni fizessem lobby pela MP 471, de 2009, que concedia benefícios fiscais a montadoras.

Ele disse que seu "envolvimento decorre do fato de haver sido chamado para atuar tecnicamente no contrato de lobby".

Assim como APS, os responsáveis pela SGR, José Ricardo da Silva, e pela Marcondes e Mautoni, Mauro Marcondes, foram presos na Zelotes. O ex-ministro Gilberto Carvalho contou em depoimento à Polícia Federal que intermediou reuniões de Marcondes com Lula.

Os advogados de APS fizeram uma defesa do exercício do lobby: "A verdade é que a atividade de lobby, em que pese não [ser] regulamentada, é atividade lícita, que não se confunde com corrupção ou tráfico de influência. Pelo contrário, a prática desses crimes enfraquece a atividade e, consequentemente, aquele que atua como lobista".

A defesa do lobista diz que não houve pagamento de propina na tramitação das MPs e que ele não teve contato com autoridades para aprovar as medidas. Segundo seu advogado, APS prestava uma consultoria técnica às empresas interessadas na mudança da legislação.

De acordo com os advogados, a denúncia do Ministério Publico Federal "pretende claramente criminalizar conduta lítica estigmatizada pelos órgãos de imprensa, mas que não se constitui ilícito penal".

A defesa de APS apresentou uma lista de 69 testemunhas a serem ouvidas no processo. Estão na relação Lula, o vice-presidente Michel Temer e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O juiz Wallisney Oliveira só autorizou a convocação de 12 pessoas, entre elas Lula.

Diante da negativa, a defesa deve retirar alguns dos nomes, como Temer e Cunha, e apresentar outros, que de diferentes maneiras participaram da tramitação da MP.

"É difícil de imaginar como os acusados pudessem ter comprado uma MP editada pelo presidente Lula, mas relatada na Câmara por parlamentar de oposição ao governo", afirma a defesa.

OUTRO LADO

A Caoa informou, por intermédio de sua assessoria, que já apresentou todos os esclarecimentos às autoridades competentes e que não há evidências que justifiquem denúncia, tampouco um processo judicial contra a empresa. Afirmou ainda que "jamais contratou ou pagou qualquer empresa para aprovação da Medida Provisória".

A montadora acrescentou também que continua à disposição dos investigadores "para fornecer quaisquer outras informações que se façam necessárias".

O advogado de José Ricardo da Silva, Getúlio Humberto de Sá, afirmou que seu cliente não participou de lobby. "A SGR foi contratada para fazer estudo a respeito da viabilidade técnica e jurídica da MP, apenas isso. Se houve lobby, não foi feito por ele."

A reportagem não conseguiu localizar os representantes de Mauro Marcondes nem da Marcondes e Mautoni.

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse desconhecer os motivos pelos quais foi arrolado como testemunha pelos advogados do lobista APS.

As assessorias da MMC (Mitsubishi), do vice-presidente Michel Temer e do ex-presidente Lula disseram que não iriam se pronunciar.
Herculano
06/01/2016 21:01
PRONTO. O CERCO APERTA. O EX-DEPUTADO JOÃO ALBERTO PIZZOLATTI JUNIOR PELO VALE DO ITAJAÍ, EX-PRESIDENTE DO PP CATARINENSE E PARA NÃO EPRDER O FOR PRIVILEGIADO NAS INVESTIGAÇÕES DA LAVA JATO É SECRETÁRIO DE ESTADO EM RORAIMA, É INVESTIGADO POR POSSE DE ARMA DE FOGO E CONTRABANDO

O conteúdo é do jornal Diário Catarinense, da RBS Florianópolis. O ex-deputado federal de Santa Catarina João Pizzolatti é investigado pela Polícia Federal por contrabando e posse de arma de fogo. A informação foi divulgada nesta quarta-feira pela Folha de S.Paulo, que trouxe detalhes dos mandados de busca e apreensão cumpridos em um sítio do político em Pomerode, em julho de 2015. A ação fez parte da Operação Politeia, um desdobramento da Lava-Jato.

Ex-deputado Pizzolatti é principal alvo da Operação Politeia em SC

Conforme apurado pelo jornal paulista, a arma apreendida na propriedade do ex-parlamentar era uma pistola Taurus, modelo PT-101 calibre .40. Também foram recolhidas 30 munições e um carregador. Após análises do armamento, a PF concluiu que ele estava em plenas condições de uso e confirmou que não tinha registro no Sistema Nacional de Armas. Descobriu-se, então, que a pistola tinha sido vendida à uma empresa de armamentos em 1995, no Paraguai.

"Defendo a investigação, mas não precisava ser feita de forma truculenta", critica ex-deputado João Pizzolatti


A polícia apontou em relatório preliminar sobre o caso que Pizzolatti é o responsável pela arma e pelas munições, com uso proibidos. A investigação vai avançar agora sobre como a pistola foi adquirida e como ela entrou no Brasil. O inquérito será instaurado pela PF de Roraima, onde o catarinense é secretário de Estado, e tramitará sob a fiscalização do Tribunal Regional Federal da 1ª Região.

Procurado pela reportagem do Diário Catarinense, o advogado de Pizzolatti, Michel Saliba, disse que a arma não é do ex-deputado, mas apenas estava no sítio dele, que é um local ermo e sujeito a assaltos.

- Todos os detalhes serão esclarecidos e o mais importante que se extrai disso é que estão querendo, de maneira reiterada, dar destaque negativo ao ex-deputado. É uma necessidade incansável da Polícia Federal de desgastar a imagem dele. É muita falta de assunto da imprensa em se preocupar com uma arma apreendida, com tanta coisa mais importante neste país ?" declarou.

Operação Politeia

O ex-deputado federal João Pizzolatti, hoje secretário extraordinário de Articulação Institucional e Promoção de Investimentos de Roraima, foi alvo de ao menos dois dos cinco mandados de busca que a Polícia Federal fez em Santa Catarina em julho do ano passado. Agentes foram ao sítio dele em Pomerode, além do apartamento em Balneário Camboriú.

As ações fizeram parte da Operação Politeia, que cumpriu 53 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal, referentes a seis processos instaurados a partir de provas obtidas na Operação Lava-Jato.

No sítio de Pizzolatti, a PF apreendeu documentos, celulares, uma agenda e uma arma.
Sidnei Luis Reinert
06/01/2016 20:59
Macri, o pesadelo do Foro de São Paulo e dos parasitas do dinheiro do povo, segue fazendo uma faxina na Argentina>>>
Macri inciou um processo de demissão de mais de 30 mil cargos de confiança da era Cristina Kirchnner, 380 médicos cubanos e ainda cortou verbas de mídias comunistas, bem como, acabou com o órgão de censura de mídia na Argentina. Além de pedir a retirada da Venezuela ou sanções duras contra o regime Madurista no Mercosul.
Isso tudo, em menos de um mês após assumir.
O fato é que Macri não é um político profissional como tem aos montes por aí. Ele é um mega-empresário com visão administrativa e 'pra frente', jamais apegado a ideologias tanto de esquerda quanto de direita. Macri não vê a política como os politicopatas a veem, para ficarem podres de ricos, usar e abusar do poder. Macri vê a política como administrador que visa otimimizar os recursos e o capital humano objetivando a evolução de toda a nação a médio e longo prazo.
É, de fato, um revolucionário do Realismo, que valoriza a Meritocracia e não vitimização do ser humano, sobretudo, que visa o bem geral da nação e não de grupos que brigam pelo poder para terem vida mansa, como os corruptopatas brasileiros que jamais souberam o que é trabalhar na vida de verdade.
Há quem diga que a vida da Macri corre risco por causa das investidas contra o comunismo continental e o Foro de São Paulo, cujos mesmos, são o verdadeiro crime organizado no poder em diversos países latinos.

http://folhacentrosul.com.br/post-politica/9810/macri-abre-demissao-de-30-mil-comissionados-380-medicos-cubanos-e-ferra-comunistas-na-argentina
Herculano
06/01/2016 20:50
O PT E O GOVERNO DILMA ACABARAM ATÉ COM O AR CONDICIONADO DA CLASSE MÉDIA. ELA TROCOU POR VENTILADORES. EVOLUÇÃO.

Foi o que mostrou agora a noite uma reportagem do Jornal Nacional, da Rede Globo. A inflação, o desemprego e principalmente a alta absurda da tarifa da energia elétrica, obrigou os brasileiros a fazerem a troca. Isto é resultado do factoide para analfabetos, ignorantes, desinformados e fanáticos, inventado pelo PT e Dilma Vana Rousseff para a reeleição. Ele baixou a tarifa na marra, e devido a este erro estratégico, a falta de investimentos e somada a crise hídrica que obrigou ao uso da geração por combustíveis fosseis, estamos pagando a pesada conta. Wake up, Brazil!
Missinha pra boi dormir
06/01/2016 20:48
Mas vai continuar dando lição em marmanjo barbados.

Continue firme vereadora Andreia.
Sidnei Luis Reinert
06/01/2016 20:48
Os investidores à espera do impeachment

Economia 06.01.16 09:15
O Financial Times, hoje, cita um diretor do banco UBS, segundo o qual o mercado está à espera de um mínimo de clareza a respeito do processo de impeachment de Dilma Rousseff para poder investir no Brasil.

Enquanto isso não acontece, o dólar bate em 4,05 reais.
Erva Daninha
06/01/2016 19:59
Olá, Herculano:

O inferno do PT vem por aí.
Um governo rejeitado, um partido que vê cair ano a ano a preferência que o povo tinha por ele, enfrentarão maiores dificuldades para montar coligações. Ricardo Noblat

O Marcelo Brick, sempre favoreceu o PT em tudo o que pode. Chegou a hora do PT ser generoso com ele e lhe dar a cabeça de chapa.
Digite 13, delete
06/01/2016 18:37
Oi, Herculano;

Gostei do posicionamento do Rodrigo.
Isso mostra que o PSDB tem que pensar outro nome para vice.
Pernilongo Irritante
06/01/2016 18:33
A Andréia como Prefeita não vai ter tempo de ensinar criança.
RODRIGO
06/01/2016 16:33
Leio por vezes a coluna, principalmente do jornal escrito.
Também acredito que maior parte dos comentários abaixo, são de partidários que querem induzir ou enganar alguns poucos.

Eu, da forma que esta estruturado, como simples eleitor voto assim:

Voto Andréa, pelo trabalho. Mas se o vice dela for o Marcelo, que acho muito fraco (só sorrisos, viagens e fotos - Resultado zero), dai voto no Kleber com o Lú.

Se tiver um outro nome diferente, de outro partido, é bem capaz de votar nesta pessoa, mesmo que com poucas chances.

Ao contrário de alguns, não voto no segundo para derrubar o PT. Até porque quem ergueu eles, foi estes acima PSD, PDT, PMDB, PP..... que agora se matam nos bastidores novamente. Tudo pelo poder momentâneo e alguns cargos para os que vivem nestes puleiros.

Sidnei Luis Reinert
06/01/2016 15:02
Até agora os comunistas tinham só o controle informal dos estúdios de Hollywood. Agora vai ser oficial:

Conglomerado chinês para comprar participação no estúdio de Hollywood: relatórios
05 de janeiro de 2016 06:53
Relaxnews
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Wang Jianlin, presidente da propriedade gigante Wanda Group .
Ver foto
Wang Jianlin, presidente da propriedade gigante Wanda Group

Powerhouse chinês Dalian Wanda é declaradamente em negociações para comprar uma participação controladora no estúdio de cinema dos EUA Legendary, proporcionando a empresa Partido Comunista ligado com uma âncora fundamental em Hollywood.

O grupo de mídia e bens controlados pelo homem mais rico da China Wang Jianlin está em estágio avançado para comprar o estúdio por trás blockbusters "Godzilla" e "Pacific Rim", de acordo com relatos de terça-feira nos jornais New York Times e Financial Times.

O FT disse estúdios Entretenimento Legendary foi avaliada em aproximadamente US $ 3 bilhões a US $ 4 bilhões, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto.



Wang estourar para a ribalta internacional em 2012, quando ele comprou grande cadeia de cinema norte-americano AMC Entertainment por US $ 2,6 bilhões. Na China, Dalian Wanda possui mais de 200 shoppings, centros comerciais, hotéis de luxo e maior cadeia de cinema do país.

O filho de um capitão do Exército Vermelho Comunista, Wang era um soldado antes de ele fundou Wanda na década de 1980, construindo-se com a disciplina militar.

Agora 61, Wang é o 13º homem mais rico do planeta segundo o ranking em tempo real da Bloomberg, que colocou seu patrimônio líquido em 33,9 bilhões de dólares em $ terça-feira.

http://news.yahoo.com/chinese-conglomerate-buy-stake-hollywood-studio-reports-115359175.html;_ylt=AwrC1TGhwYtWCjYA9bbQtDMD;_ylu=X3oDMTBydDI5cXVuBGNvbG8DYmYxBHBvcwM2BHZ0aWQDBHNlYwNzcg
Herculano
06/01/2016 14:32
PENSANDO BEM...

Aos que se empolgam - mas, não dão as caras para assumir tal posição - com a chapa Andreia Symone Zimmermann Nagel, PSDB, e Marcelo de Souza Brick, PSD.

1. Não foi Marcelo que votou com o PT na Câmara num gesto oposto ao de Andreia?

2. Não foi Marcelo que deixou no altar a candidata a prefeita Tereza da Trindade, quando ela estava no partido dele?

3. Não foi Marcelo que queria porque queria, com qualquer um ser cabeça de chapa, dizendo o novo?

4. O PSD não diz por ai que já acertou com o PMDB e PP, tendo um naco de secretarias na chapa do velho com cara de novo?

Parece que o Marcelo e os seus estão valorizando o que já perdeu valor, se não estão criando uma tática para desmoralizar o discurso do novo e moralizador de Andreia.

O PT vive, tramando e usando...Este é o preço a ser pago pelo PSD ser presidente da Câmara em 2014 e 2016...
Antenado
06/01/2016 14:02
O irritante ficou irritado. Marcelo é fraco, mas como vice de Andreia se fortalece. Pois ela esbanja competência! Já deu diversas demonstrações disso, claro, para o povo. Não para os opositores e poderosos de plantão. Esses ela desagrada totalmente.
O que assusta muitos, é que os dois juntos vão ensacar PT e Pmdb facilmente.

Basta Andreia ensinar Brick ter postura e pulso firme, e se afastar dos chifrudis vermelhos.
Ana Amélia que não é Lemos
06/01/2016 13:32
Sr. Herculano:

A Sapa que está em crise, consta no comentário das 03:43 hs.
E do petralha ladrão duas vezes condenado, li no artigo das 07:19 hs.

Vai que algum vermelho com chifre queira protestar, então ...
Ana Amélia que não é Lemos
06/01/2016 13:22
Sr. Herculano:

Li, aqui, duas frases que me deixaram extremamente esperançosa e, que merecem destaque porque me emocionaram:

1º:
Dilma, mergulhada em uma crise sem precedência...

Fora, Sapa com cara de Satanás.

2º:
Dirceu lê diários de FHC e coletâneas de Pedro Malan porque tucanos podem voltar a governar o País.

Vamos começar pela prefeitura de Gaspar, colocando uma tucana lá dentro.
De preferência sem o Brick que fez parte da vanguarda do atraso.
Pedro Eustáquio Oliveira
06/01/2016 13:22
Herculano

Realmente se o vereador Marcelo Brick aceitar ser o vice da Vereadora Andréia as chances de serem eleitos será de 90%. Se o Marcelo for inteligente deve aceitar sim, pois a partir de agora para Gaspar não haverá mais reeleição, então ele poderá ser o candidato a prefeito na próxima. Se fizerem um bom governo, ele leva daqui a quatro anos, esses dois vão longe.Já está começando a bater o desespero no PMDB e no PT, é só dar uma voltinha pela cidade para sentir o clima.
Herculano
06/01/2016 12:33
A FACE VERDADEIRA, por Merval Pereira, para o jornal O Globo

Parte 1

Quando a vitória esmagadora da oposição foi oficializada na Venezuela, e o governo Maduro reagiu surpreendentemente bem, admitindo a derrota, não faltaram bolivarianos de todos os quilates se regozijando nas redes sociais, numa tentativa de obter algum resultado positivo da derrota acachapante que prenuncia o fim do regime chavista.

"Não era uma ditadura?", perguntavam, triunfantes, a exibir insuspeitadas inclinações democráticas do governo Maduro. A verdadeira face do autoritarismo chavista, no entanto, não demorou a se revelar com as manobras golpistas para tentar neutralizar a maioria qualificada oposicionista (112 dos 167 representantes na Assembléia Nacional).

A tentativa do que está sendo chamado de "golpe de Estado judicial" se revela na ação direta para impugnar a eleição de deputados da oposição, retirando-lhe a maioria qualificada que permite várias alterações constitucionais, e a convocação de um tal de "Congresso da Pátria" para fazer frente ao Congresso Nacional.

Ontem, no primeiro dia de funcionamento do novo Congresso oposicionista, pelo menos quatro deputados não puderam tomar posse por decisão do Tribunal Supremo de Justiça, três eleitos pela Mesa de Unidade Democrática (MUD) e um pelo Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV).
O Congresso de maioria oposicionista começou também a discutir anistia aos presos políticos, entre eles o líder do partido Voluntad Popular, Leopoldo López, condenado a 14 anos de prisão por incitar protestos contra o governo, que divulgou uma carta pedindo uma mudança rápida e profunda no país. "Se Maduro e os outros membros da elite corrupta e antidemocrática que sequestram o Estado torpedearem a mudança, terão de ser removidos", disse López.
Herculano
06/01/2016 12:33
A FACE VERDADEIRA, por Merval Pereira, para o jornal O Globo

Parte 2

A situação anômala na Venezuela está tão absurda que organismos internacionais como Mercosul, a OEA e as União Européia foram acionados para defender a democracia. E o governo brasileiro, que se mantinha silencioso até então, tendo no máximo emitido um comunicado brando pedindo que o respeito às urnas fosse obedecido "antes, durante e depois das eleições", ontem soltou uma nota oficial com palavras duras de advertência ao aliado:

"O governo brasileiro confia que será plenamente respeitada a vontade soberana do povo venezuelano, expressada de forma livre e democrática nas urnas", diz a nota, observando que os resultados oficiais "foram divulgados e validados pelo Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela e prontamente reconhecidos, na ocasião, por todas as forças políticas do país".
A situação da Venezuela no Mercosul, por sinal, ficará bastante afetada pois o novo governo argentino de Macri está disposto a cobrar que os arroubos antidemocráticos do governo chavista sejam contidos, o que deveria ter sido feito desde o início, barrando a entrada da Venezuela no grupo por afrontas à cláusula democrática.
Ao invés disso, o governo brasileiro trabalhou para incluir a Venezuela e punir o Paraguai, acusado de ter dado um golpe no antigo presidente Lugo, retirado do poder por um processo de impeachment previsto na Constituição.

No entanto, a evidência de que a Venezuela sempre foi qualquer coisa menos um governo democrático ficou clara ontem na disposição de afrontar a nova maioria, quando deputados chavistas, liderados pelo ex-presidente da Casa, Diosdado Cabello, abandonaram a sessão inaugural, acusando os oposicionistas majoritários de descumprimento do regimento interno.

Mas um fato simbólico dominou as atenções, apesar do tumulto que milícias chavistas fizeram na entrada do Congresso: imensos retratos de Hugo Chavez foram retirados do plenário, numa demonstração de que já não há mais espaço para exibicionismos autoritários naquele recinto.
Herculano
06/01/2016 12:27
COMÉRCIO DE POBRE, por Vinicius Torres Freire, para jornal Folha de S. Paulo

Houve um zum-zum de ligeira animação com o resultado do comércio exterior no final do ano. De interessante, parece que as exportações vão parando de cair, o que pode atenuar a recessão. De fundamental, ainda é preciso ressaltar que em 2015 houve um colapso raro, enorme e histórico das compras do Brasil no exterior.

Gastamos muito menos lá fora porque o real perdeu poder de compra: houve uma brutal desvalorização da moeda. Ficamos mais pobres e, grosso modo, perdemos crédito, nos vários sentidos da palavra.

As importações caíram 25% em relação a 2014. Coisa assim fora vista apenas em 2009, quando o mundo parou e nós por um instante congelamos de medo diante da Grande Recessão. Como se lembra, saímos rápido dessa. Não é o caso agora.

Antes da Grande Recessão, houvera os colapsos até um pouco menores provocados por desvalorizações da moeda em 2002 (eleição de Lula), 1999 (crise do real de FHC) e 1984 (megadesvalorização da crise do fim da ditadura). Além disso, baque tão ruim fora visto apenas em 1965, crise do golpe militar.

Em tempos de crise bruta, importar menos, comprar mais produto nacional e vender mais no exterior é um ajuste forçado, o qual, no entanto, pode ajudar a tirar o país do buraco ou atenuar recessões. Substituem-se importações (por produto nacional), como se diz. Nesta temporada no inferno, porém, ainda mal dá para notar a substituição.

Em relação ao tamanho da economia (como proporção do PIB em dólares) o valor das importações está quase na mesma de 2014. Caíram as importações, mas também caiu o PIB em dólar, de US$ 2,42 trilhões em novembro de 2014 para US$ 1,84 trilhão em novembro passado, estimativa mais recente do Banco Central.

As importações, como se disse acima, caíram 25%, US$ 57,7 bilhões. Quase um terço da queda veio do valor menor das importações de combustíveis, baixa quase toda devida ao colapso dos preços internacionais de petróleo e derivados.

O valor da importação de bens duráveis (eletrônicos, carros, por exemplo) está caindo, mas, como fatia do PIB, ainda está acima do nível de 2007, último período de crescimento melhor e regular da indústria. Atenção: isso não quer dizer que deveríamos importar menos desses bens. Melhor seria importar mais (e também exportar mais, para pagar a conta: aumentar o comércio em geral). No caso, 2007 serve apenas de ponto de referência, um modo de medir se estamos ou não substituindo importações de modo relevante para sair um pouco do atoleiro.

No mais, a importação de bens de capital (máquinas, equipamentos) continua a diminuir, baixa de 21% em um ano, mau sinal para o investimento. A importação de bens de capital anda quase sempre de mãos dadas com o investimento na expansão dos negócios.

A exportação parou de cair. Costuma acontecer que, mesmo com o barateamento do produto nacional (com a desvalorização do real), as exportações a princípio caiam. Parece que a maré baixa passou, embora a situação precária do comércio mundial não permita animações maiores, por ora.

Enfim, ainda é dúvida como vai reagir uma indústria desatualizada, em parte mal-acostumada por proteções indevidas, desconectada do mundo e prejudicada por regras e infraestrutura indecentes.
Sidnei Luis Reinert
06/01/2016 12:13
Diga "Não!" à sovietização do Ensino no Brasil


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Mais uma prova de que só a alta pressão da opinião pública consegue neutralizar, no curto prazo, as manobras canalhas do governo do crime organizado. O Ministério da Educação se viu forçado a admitir, publicamente, que terá de promover profundas alterações na promeira versão do documento "Base Nacional Comum Curricular" - uma clara tentativa de "sovietizar" o currículo da educação básica no Brasil.

Desde setembro de 2015, os segmentos esclarecidos da sociedade brasileira enviaram nada menos que 9,8 milhões de sugestões de alterações na catastrófica proposta do desgoverno nazicomunopetralha. Até 15 de março, quando termina, oficialmente, a consulta pública sobre o documento, deve chegar uma nova enxurrada de sugestões de mudanças no texto original - absolutamente impraticável para um País que a propaganda oficial, no slogan governamental, ousa chamar de "Pátria Educadora".

O ministro interino da Educação, Luiz Cláudio Costa, foi obrigado a admitir que o documento em consulta pública é uma primeira versão que ainda incluirá as contribuições que vêm sendo feitas. Costa alega que o texto ainda passará pelo crivo das redes de ensino estaduais e municipais, que farão seminários, até ser encaminhado ao Conselho Nacional de Educação, que deverá aprová-la. Só depois disso, o Ministro da Educação poderá assinar a Base para torná-la (sovieticamente) obrigatória.

Novamente, no Brasil, o sistema Capimunista Rentista Corrupto de Estado mostra sua voracidade interventora em assuntos que deveriam ser, naturalmente, "regulados", livremente, pela sociedade. Base Curricular "Obrigatória" é um atentado à democracia e à liberdade de expressão de pensamento. No máximo, o que o poder estatal teria legitimidade para "sugerir" (e não "impor") é uma recomendação mínima do que pode e deve ser ensinado em cada série escolar, conforme padrões de eficiência definidos em países que têm excelência em Ensino & Pesquisa e, na prática, levando em conta a realidade educacional brasileira.

Os brasileiros que promovem agora uma verdadeira "Revolução do Bem", unindo-se para articular e viabilizar uma Intervenção Cívica Constitucional, devem eleger, como prioridade imediata de luta, um combate incisivo contra a "sovietização" do ensino no Brasil - crime e estupidez já em processo adiantadíssimo de implantação. O MEC, que é a mais canalha das gestapos tupiniquins, não pode continuar com o poder interventor que detém desde o Estado Novo de Getúlio Vargas. Conter tal abuso de poder é um dos pontos prioritários de mudança no Brasil. Educação, de verdade, só se pratica com liberdade, seriedade e muita responsabilidade.

Quem define isto não é o Estado. Historicamente, pecamos no conceito equivocado. Nosso ensino é um fracasso por causa disto. Educação é dever da Sociedade - e não uma obrigação estatal. Mudar a concepção errada é a prioridade zero para o pleno desenvolvimento do Brasil como Nação democrática. Um MEC autoritário e interventor é uma repartição pública absolutamente dispensável.
Herculano
06/01/2016 10:52
O ANO DA MARMOTA, por Alexandre Schwartsman, Economista, diretor do Banco Central, para o jornal Folha de S. Paulo

Comemoramos o Ano Novo com direito a queima de fogos e até um artigo especial da presidente da República, em que ela mais uma vez busca se eximir da culpa pelo seu lamentável desempenho, deixando, é claro, de admitir sua responsabilidade pelos inúmeros erros de política, bem como a arrogância com que desconsiderou qualquer crítica aos disparates do seu primeiro mandato.

No entanto, sinto informar que, tal como no filme "Feitiço do Tempo" ("Groundhog Day", no original em inglês), estamos ainda presos em 2015, de onde só sairemos se, da mesma forma que o protagonista, reconhecermos nossos erros e conseguirmos corrigi-los.

A verdade é que muito se falou e pouco se fez a esse respeito. Do ponto de vista do ajuste fiscal, por exemplo, embora os gastos primários do governo federal, medidos a preços de novembro de 2015, tenham caído de janeiro a novembro (algo como R$ 27 bilhões, cortesia da inflação elevada), tanto a causa como a distribuição da queda não são bons presságios para o futuro.

Com efeito, os gastos de capital caíram R$ 32 bilhões; já os gastos correntes subiram R$ 5 bilhões. Destes, os gastos previdenciários aumentaram R$ 7 bilhões, impulsionados pela elevação do salário mínimo pouco inferior a 9% em 2015.

Isso sugere haver pouco espaço para cortes adicionais do investimento, enquanto os gastos correntes deverão seguir sua trajetória ascendente, em particular se, como esperado, a inflação deste ano for menor que a de 2015, enquanto o novo reajuste do salário mínimo já foi fixado em quase 12%.

Posto de outra forma, o ajuste fiscal propriamente dito, isto é, a correção da persistente tendência de aumento do gasto público, ainda está para acontecer.

Nesse sentido, a falta de convicção da presidente, estampada no seu artigo, é muito mais inquietante do que as tendências "desenvolvimentistas" do novo ministro da Fazenda, ainda que estas sejam bastante reais. Da mesma forma são preocupantes as pressões do seu partido para a retomada da experiência heterodoxa do primeiro mandato, defendida por economistas que ainda tentam nos convencer de que a nova matriz jamais existiu (a última desculpa é que se tratou de uma "tentativa de prolongar o ciclo de consumo e só").

Isto dito, se não houve progresso no campo fiscal, a situação consegue ser ainda pior no âmbito das reformas microeconômicas. Como bem notado por Marcos Lisboa e Zeina Latif em artigo recente, o país acumulou enormes distorções nos últimos anos, revertendo o progresso de décadas anteriores. Nada foi feito para corrigir essas distorções, boa parte das quais, diga-se de passagem, foi criada precisamente no período em que Nelson Barbosa desempenhava papel central na equipe econômica.

Olhando à frente, não é preciso muito para nos persuadir de que são reduzidas as chances de avanço em qualquer uma das áreas acima. Para começar, não existe no governo, depois da saída de Joaquim Levy, quem as defenda à vera.

Mais importante, porém, qualquer um que tenha lido a entrevista do ministro da Casa Civil deve ter notado que não há nenhuma outra prioridade por parte da atual administração que não seja evitar o impedimento da presidente.

Nesse contexto, ninguém deverá se surpreender caso acordemos em 2017 com a exata sensação de estarmos ainda em 2015.
Miguel José Teixeira
06/01/2016 10:32
Senhores,

Faço minhas as palavras do Jornalista Glauco Fonseca, hoje, no Diário do Poder:

. . ."Eu tenho asco de Dilma e de Lula porque roubaram parte considerável das minhas boas energias. Porque continuam drenando todo dia um bocado de minhas alegrias e do meu respeito pelo povo do meu país. . ."

O presente que o PT me deu

O ano mal começou e lá vem a turma medonha de novo. É Shahin pra cá, Dirceu pra lá. É rolo com Andrade Gutierres, denúncias envolvendo até Aécio e Randolfe. Sérgio Moro ainda nem voltou de férias. Imagina quando reassumir o seu "birô" em Curitiba. Já no primeiro dia útil de 2016, foi pau pra todo lado. Continuou hoje e vai ser assim até que as operações Lava-Jato, Zelotes e Acrônimo revelem seus chefes, que serão provavelmente os mesmos.

A virada do ano não me prometeu nada. Parece um detalhe irrisório, mas não é. Não há promessas, não há esperanças, não existem indicadores que apontem o ano atual como algo que não seja trágico para o país. Pela primeira vez, não há luz. Há somente túnel, escuro e assustador. Após mais de 50 anos, brota a sensação de que o que está por vir será pior do que o que já veio.

Mas este não é o presente que o PT me deu. Foi algo bem pior.

Ter esperanças não é algo que me agrade. Talvez porque derive de "esperar" e eu não gosto de esperar. O PT não teria, contudo, o poder de me fazer perder as esperanças num país melhor. Eles mostraram que são capazes de piorar o Brasil, mas também já confirmaram que não são capazes de melhorá-lo. Por silogismo imediato, para o Brasil melhorar, temos que afastar o petismo do governo do país.

Mantida a fé na turma de Moro, do MP, da Polícia Federal e na crença de que tudo melhorará com o apeamento dos petistas, ainda assim me mantenho em desconforto. Descobri, com o passar dos anos mais recentes, que sou alguém um tanto diferente do que fui. Sei que sou um cara feliz, porque tenho saúde e minha família idem. Só o simples fato de valorizar este aspecto, já me sugere que posso não ter melhorado, mas também não piorei no que mais importa, que é a valorização e preservação da família. Sinto-me, entretanto, mais amargo, sisudo, sério e menos bem-humorado.

De vez em quando, me surpreendo ao me revelar com raiva de fatos, pessoas e fenômenos que, por não ter tido com eles convívio tão intenso no passado, não me alteravam tanto o ser, o agir e o pensar. Este foi o grande e nefasto presente que estes anos de PT me deram: Meu bom-humor e a minha tolerância estão em níveis mínimos, talvez derradeiros, tão comprometidos que estão que suspeito tenham me transformado para todo o sempre. Não gosto nada disso.

Depois de tantos anos abrindo jornais e me chocando com mentiras, roubalheiras, atos sequencias e repetidos de corrupção, depois de mais de uma década tendo de engolir falcatruas enormes em telejornais, rádios, sites e revistas, sou hoje menos brincalhão, mais estressado, menos gentil e mais carrancudo. Eu não era assim antes de Lula e de Dilma. Eles me pioraram e me encheram de rugas de expressão que não são fruto apenas do passar dos anos. Eu não gosto deles por vários motivos e incontáveis razões. Não é apenas porque nos tornamos ideologicamente incompatíveis. Não gosto deles porque são também mentirosos, coniventes com a roubalheira e com a erosão das almas de milhões de pessoas. Eu tenho asco de Dilma e de Lula porque roubaram parte considerável das minhas boas energias. Porque continuam drenando todo dia um bocado de minhas alegrias e do meu respeito pelo povo do meu país.

Lula e Dilma, por insistirem num projeto de poder inepto e vagabundo, me deixaram mais triste do que eu merecia.

Que presente que o PT me deu!

Deus há de me conservar para que eu possa, com multa e juros, retribuir
Herculano
06/01/2016 07:19
DIRCEU LÊ DIÁRIO DE FHC E DIZ QUE PSDB PODE VOLTAR A GOVERNAR O PAÍS

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Marina Dias, da sucursal de Brasília e Bela Megale, de São Paulo. O controverso livro de memórias lançado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso no fim do ano passado ganhou um leitor inusitado. Entre o Natal e o Ano Novo, a obra "Diários da Presidência" se tornou a principal distração do ex-ministro José Dirceu, que ocupa desde setembro uma das celas do CMP (Complexo Médico Penal), em Pinhais (PR).

A leitura dos relatos de FHC foi intercalada com o estudo de uma coletânea de artigos centrada em outro nome estrelado do tucanato: o ex-ministro Pedro Malan (Fazenda).

A escolha surpreendeu amigos e familiares que visitaram Dirceu entre as festas, e o petista chegou a ser questionado sobre o motivo de estar lendo apenas livros de tucanos. "Eles podem voltar a governar o país. Precisamos saber como pensam", respondeu segundo um interlocutor relatou à Folha.

Quando se cansa de estudar os adversários, o ex-ministro prefere se distrair com "A história da alimentação no Brasil", de Luis da Câmara Cascudo, ou às anotações para a publicação de um livro sobre os seus tempos de cárcere na Papuda, presídio em Brasília onde cumpriu pena pelo mensalão, e agora no Paraná, ao ser preso no esteio da 17ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada em agosto.

No fim do ano, Dirceu teve uma agenda intensa de visitas. Políticos, advogados e amigos o viram nas vésperas do Réveillon e familiares puderam levar a ceia para desfrutar com ele na sexta-feira de Natal.

Um "presente" foi ainda pedido pelo ex-ministro para colocar na cela: um colchão especial para seu problema de coluna. A previsão era de que a peça fosse entregue na última semana de dezembro.

Os demais presos da operação que estão no CMP, como o empresário Marcelo Odebrecht, também puderam receber familiares que levaram uma refeição especial para as celebrações natalinas.

NA CARCERAGEM

Já para os que estão na carceragem da Polícia Federal do Paraná, em Curitiba, o sistema foi mais rígido.

A comida era a de sempre, tanto no Natal como no Ano Novo. As visitas ocorreram na quarta-feira, obedecendo ao calendário do resto do ano. Em vez dos 20 minutos usuais, porém, duraram uma hora.

O ex-deputado Pedro Corrêa, por exemplo, recebeu a mulher na semana do Natal. O filho Fábio e o primo Clovis Corrêa foram as visitas do Réveillon. Já o doleiro Alberto Youssef recebeu uma das três filhas no Natal e não escondeu o descontentamento com as regras impostas para sua saída.

O pecuarista José Carlos Bumlai, o mais religioso do grupo, intensificou a leitura da Bíblia e as orações. Como ficou dez dias sem o companheiro de cela, o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, que foi beneficiado com uma saída temporária, teve mais espaço para suas práticas.

Bumlai aposentou a camisa social que usava nas primeiras semanas e aderiu a vestimentas mais confortáveis. Passa o dia de tênis sem cadarços, calça e camiseta polo. Aos visitantes que o viram, disse que está se mantendo firme e que não cogita fazer delação premiada.
Herculano
06/01/2016 03:43
VERGONHA NO TCU: PF INTERROGARÁ SEU PRESIDENTE, por Cláudio Humberto na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Pela primeira vez na História, o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), que existe para zelar pela aplicação honesta do dinheiro público, será interrogado pela Polícia Federal em inquérito que apura corrupção. A PF investiga o filho do ministro Aroldo Cedraz, advogado Tiago Cedraz, pela venda de informações privilegiadas do TCU a Ricardo Pessoa, da UTC Engenharia. O ex-ministro Edison Lobão e o vice-presidente do TCU, Raimundo Carreiro, também são investigados.

A denúncia de Pessoa

Em troca de propina, Tiago Cedraz antecipava a Pessoa a lista secreta do TCU de obras passíveis de embargo em razão de graves suspeitas.

Informação valiosa

A lista era valiosa porque deu tempo a Ricardo Pessoa para subornar políticos, a fim de que obras da UTC jamais tenham sido embargadas.

Comitê enrolado

A lista do TCU é enviada anualmente ao Comitê de Obras Irregulares do Congresso, hoje presidida pela senadora Rose Freitas (PMDB-ES).

Jogo de empurra

A PF quer a lista de políticos que integraram o Comitê nos últimos anos, mas Câmara e Senado manobram para dificultar a informação.

Dilma rivaliza com Legislativo na criação de leis

Mergulhada em uma crise política sem precedência, a presidente Dilma Rousseff rivalizou, em 2015, com o Legislativo na criação de leis ordinárias, que são consideradas comuns. Das 163 novas leis criadas no ano passado, 75 são de autoria da Presidência da República, contra as 79 de Câmara e Senado somados. O Tribunal Superior do Trabalho, que não deveria legislar, aparece em terceiro, como autor de três leis.

Bom, pero no mucho

Em quarto no ranking, o Superior Tribunal de Justiça conseguiu aprovar duas leis de sua autoria, em 2015.

Eu sou a lei

No primeiro mandato de Dilma, 326 leis criadas foram de autoria da Presidência da República, contra 284 do Legislativo.

Pedra no sapato

O que incomoda os deputados e senadores são as inúmeras medidas provisórias enviadas: 20 foram convertidas em lei em 2015.

Abrindo caminho

A desistência do deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB) em disputar a prefeitura do Recife facilitou a vida do candidato à reeleição, o prefeito Geraldo Júlio (PSB). Sem Jarbas, o prefeito lidera as pesquisas.

Marca do governo

Um dos líderes da oposição, o deputado Mendonça Filho (DEM-PE) vê a paralisia como a grande marca do governo e a prova é que nem 30% dos recursos do PAC, vitrine de Dilma, não foram usados. "Dos R$ 67,6 bilhões prometidos, apenas R$ 24,1 bilhões foram pagos", afirmou.

Pindaíba

Sem clima, nem dinheiro, para viagens internacionais, a presidente Dilma Rousseff decidiu cancelar a ida para o Fórum Econômico de Davos (Suíça). Tem mais com o que se preocupar por aqui, como a crise financeira e a tentativa de sufocar o avanço do impeachment.

Nome sujo

Prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT) bateu à porta do ministro Jaques Wagner (Casa Civil) e cobrou mais de R$ 1 bilhão que a União deve para a cidade. São dívidas do PAC e do Minha Casa, Minha Vida.

Foco é o PT

Presidente da CPI dos Fundos de Pensão, o deputado Efraim Filho (DEM-PB) discorda da acusação de que a comissão faça o jogo do PT. Segundo ele, a ideia é justamente focar nos petistas gestores de fundos.

No mesmo buraco

Discípulo do pastor Silas Malafaia, o deputado Sóstenes Cavalcante (PSD-RJ) afirma que a crise na saúde do Rio de Janeiro arrastou o governador Luiz Fernando Pezão "para a crise junto com a Dilma".

Só mudou de dono

É nebuloso o clima entre funcionários dos Correios e o novo presidente Giovanni Queiroz (PDT). Para servidores, a única mudança na estatal foi o partido que indica nomes para os cargos mais altos da empresa.

Da água para o vinho

A última vez que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), usou o Twitter foi para tecer duras críticas ao arrocho fiscal do governo Dilma. Nem de longe lembra o atual novo melhor amigo da presidente.

Pensando bem...

... a não concessão de indulto a condenados no mensalão não vai fazer assim tanta diferença. Estão quase todos livres mesmo.
Herculano
06/01/2016 03:34
UMA AULA DA FANTASIA OLIGÁRQUICA, por Elio Gaspari para os jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Num ridículo episódio de caipirice cosmopolita, ao passear no teleférico do morro do Alemão, Christine Lagarde, diretora do Fundo Monetário Internacional, disse que estava se sentido "numa estação de esqui" dos Alpes. A doutora achou que viajara ao futuro, mas estivera a bordo das maquinações do passado e das empulhações do presente. Em breve o teleférico será operado pela empresa de Tiago Cedraz, filho do presidente do Tribunal de Contas da União, o veterinário e ex-deputado Aroldo Cedraz.

A obra custou R$ 253 milhões e foi inaugurada duas vezes (em 2010 e 2011) sem que o serviço estivesse em plena operação. Funcionando, ele reduz para 19 minutos uma caminhada que pode durar até duas horas. Quando madame Lagarde esteve nos Alpes cariocas, o governo do Rio já começara a atrasar os repasses para a manutenção do serviço e a concessionária se desinteressara pela renovação do contrato, dispensando alguns funcionários. O colapso financeiro do Rio já havia começado.

No mundo da fantasia, dera tudo certo no andar de cima. As empreiteiras Odebrecht, OAS e Delta orgulhavam-se da obra. A Delta foi apanhada nas traficâncias do bicheiro Carlinhos Cachoeira e foi declarada inidônea pela Controladoria-Geral da União. A OAS, apanhada na Lava Jato, está em recuperação judicial. A empresa Supervia, filhote da Odebrecht, ficou com a exploração do serviço.

À época, Lula, Dilma, Sérgio Cabral e Pezão saciaram-se na publicidade. Sobrou um teleférico para ser operado. Essa, a parte que exige trabalho e não rende propaganda, tomou outro curso, o dos serviços públicos para o andar de baixo. Às vezes o teleférico funcionava num horário proibitivo para quem precisava pegar no batente de manhã cedo.

A Supervia desistiu da operação e devolveu a maravilha à Viúva. O repórter Ítalo Nogueira revelou que o governo do Rio concluiu a licitação para escolher a nova operadora do teleférico do Alemão. Venceu-a uma empresa do advogado Tiago Cedraz, criada em abril passado. Sem licitação, a prefeitura do Rio já entregara a Cedraz a operação de outro teleférico, menor, no morro da Providência.

Ricardo Pessoa, um dos empreiteiros presos pela Lava Jato, contou ao Ministério Público que deu R$ 1 milhão a Tiago para ajudar na liberação de um contrato de R$ 2 bilhões para obras da usina nuclear de Angra 3. Pessoa pagava também R$ 50 mil mensais ao escritório do advogado para cuidar de seus pleitos. Ele confirma ter trabalhado para a UTC, mas nega ter tocado em propinas.

Tiago Cedraz tem 33 anos e diplomou-se em 2006. Entre 2009 e 2013, formou um patrimônio imobiliário avaliado em R$ 13 milhões, mais um jatinho Cessna de dez lugares. Teve um conversível vermelho, mas seu pai fez com que o devolvesse.

Vive em Brasília e seu escritório acompanha 35 mil processos. Em 182 atuou no Tribunal de Contas.

Em julho, a Polícia Federal visitou-o, cumprindo um mandado de busca e apreensão. Cedraz informa que criou a empresa Providência Teleféricos "quando surgiu a oportunidade de participar das concorrências".

Quando madame Lagarde for esquiar nos Alpes, poderá perguntar se há por lá algum teleférico que tenha passado por tantas peripécias, com personagens tão pitorescos.
Herculano
06/01/2016 03:29
SUA EXCELÊNCIA, A VERSÃO, por Hubert Alquéres, professor, membro do Conselho Estadual de Educação do Estado de S. Paulo, no jornal O Globo

Os fatos são os fatos, ou os "hechos son los hechos", como costumam afirmar os espanhóis. Mas no governo Dilma Rousseff não é bem assim. Aliás, é inteiramente ao contrário. Os fatos não importam e sim a versão, galgada à condição de "sua excelência" pela estratégia do lulopetismo de não largar o osso, de se manter no poder a qualquer custo. Mesmo à custa da verdade.

Mal iniciamos o ano e tivemos duas pérolas de puro exercício de retórica, de contorcionismo mental: o artigo lavrado pela douta presidente, publicado em jornal Folha de S. Paulo, e a entrevista surreal do seu ministro da Casa Civil, Jaques Wagner.

Se fossem produto apenas da alienação da realidade, já seria preocupante. Afinal, estamos falando da primeira mandatária do país e do seu principal operador político, o homem escalado por Lula para tirar o governo da sinuca de bico em que se meteu.

Mas é algo muito mais grave. É um estratagema no qual Dilma e sua equipe propositadamente distorcem a realidade, mudam a versão dos fatos conforme o tempo vai passando, como se este apagasse tudo, inclusive a memória de um povo.

Não inventaram a roda, claro. Lula já usou deste expediente na época do mensalão. Primeiro foi à TV para se dizer indignado, traído por alguns companheiros. Depois reduziu o episódio a uma questão de Caixa 2, a "recursos não contabilizados", para usar uma expressão do então tesoureiro do PT, Delúbio Soares. Quando se sentiu fortalecido, alardeou que tudo não passou de uma conspiração das elites e da mídia golpista.

Incrível a semelhança com os dias atuais.

Em seu artigo a presidente foi pela mesma linha, ao responsabilizar a oposição pela crise política que nasceu, cresceu e se realimenta no próprio Palácio do Planalto. A mesma ladainha foi recitada por seu Chefe da Casa Civil: "... O erro para mim é muito mais da oposição, que fez uma agenda do tapetão".

De forma homeopática, o governo vem alterando seu discurso no sentido de torná-lo mais verossímil aos brasileiros. Afinal de contas, alguma satisfação há que ser dada para tanto desemprego, tanta queda do PIB e inflação. Isso sem falar da mega corrupção na Petrobrás.

Aquela versão da carochinha da campanha eleitoral, quando a candidata vendeu terreno na lua enquanto praticamente quebrava o país, não se sustentou uma semana após a apuração das urnas. A presidente, de forma envergonhada, teve de admitir a existência da crise econômica. Mas fez de conta que nada tinha a ver com isso, atribuindo tudo aos EUA, à União Europeia e a China.

Não colou. A água bateu no pescoço. Os feiticeiros palacianos inventaram então uma nova versão, a mais recente. Por meio de platitudes e generalidades, Dilma reconheceu genericamente que houve erros e acertos em seu governo. Quais? Mistério...

De fato, é difícil decifrar a linguagem hermética do ministro da Casa Civil, quando se vê na contingência de abordar tema tão espinhoso: "a impopularidade de Dilma é consequência de que a gente teve que consertar medidas tomadas em 2013 e 2014, que tiveram seu lado positivo e, como tudo na vida, também consequências negativas".

Em matéria de eufemismo, Jaques Wagner superou sua superiora. Se Dilma contornava o vocabulário chamando corrupção de malfeitos, seu operador inovou ao chamar de notícia "não boa" a inflação, os juros altos. Impressionante a ginástica mental para reconhecer que a "foto do final do ano não é boa".

E tudo isto para empurrar a responsabilidade pela crise nas costas de Guido Mantega, ministro da Fazenda em 2013 e 2014, e do mais recente "renegado", o ex-ministro Joaquim Levy.

Lula, Dilma e companhia apostam na premissa de que política é a arte do embuste. Insistem na prática quotidiana do engodo. Até quando?
Herculano
06/01/2016 03:12
O ANO QUE VEM COMEÇA MAIS CEDO, por Carlos Brickmann

Depois do Carnaval? Não, 2016 é diferente. Começa amanhã, dia 7, com a volta do juiz Sérgio Moro ao trabalho, depois dos feriados de fim de ano.

Começa com a Polícia Federal se sentindo mordida com o corte de verbas. Começa com o empresário José Carlos Bumlai, amigo de Lula, com livre acesso às dependências do Palácio, e Delcídio do Amaral, líder do Governo no Senado, presos e pressionados: ou fazem delação premiada ou estão sujeitos a longas penas.

Há mais. O grupo de trabalho do Ministério Público encarregado de investigar políticos recebeu reforço: cinco subprocuradores para atuar especificamente nos recursos dos envolvidos na Operação Lava Jato ao Superior Tribunal de Justiça; e outros quatro investigadores. Cada caso pode ter inúmeras ramificações. Nas palavras do ministro Teori Zavascki, "puxa-se uma pena e vem uma galinha".

Fernando Henrique, entrevistado no "Manhattan Connection" de domingo, disse que um dos problemas para tentar resolver politicamente a crise é que nunca se sabe se, na hora da conversa, o interlocutor estará solto. Fernando Henrique vê a situação com clareza: enquanto o trabalho da Justiça se desenvolver, tudo fica parado. E o avanço das investigações é imprevisível: se Delcídio e Bumlai falam, é uma coisa; se silenciam, é outra. Quem diria, há não muito tempo, que o líder do Governo no Senado seria preso? Quem diria que o maior empreiteiro do Brasil, Marcelo Odebrecht, passaria meses preso e não sairia nem no Natal?

STF e STJ soltarão muita gente. Mas quem ocupará seu lugar em Curitiba?

AJUDA À MEMORIA

Só para lembrar, há inquéritos no Superior Tribunal de Justiça sobre o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, do PMDB, e do Acre, Tião Viana, do PT. Outro envolve o ex-ministro (de Dilma) Mário Negromonte, do PP baiano. Os três fazem parte do grupo político que apoia a presidente.

Negromonte só não é ativo na luta contra o impeachment porque está hoje no Tribunal de Contas.

MOVIMENTO PERMANENTE

Os prazos em que ocorrerão os principais eventos judiciários dependem de uma série de fatores - inclusive feriados, dias de ponto facultativo, etc. Por exemplo, o ministro Teori Zavascki deu prazo de dez dias para que o deputado Eduardo Cunha se manifeste sobre o pedido do Ministério Público para afastá-lo da Presidência da Câmara. Dez dias não são dez dias: o prazo começa quando Cunha for notificado da decisão. Isso só pode ocorrer em fevereiro, quando o Supremo volta do recesso e manda notificá-lo. Se a notificação for entregue pelos oficiais de justiça na segunda, dia 1º, o pedido de afastamento pode começar a ser julgado na sessão de quarta, dia 17. Se a notificação não for logo entregue, talvez fique tudo para março.

São dez dias que podem valer por 50. Só que, enquanto não há decisão, a política fica fermentando e esquentando a crise.
Herculano
06/01/2016 03:12
CRISE? QUEM CRISE? por Carlos Brickmann

1 - Lembra daquelas terríveis cenas de pessoas barradas na porta de hospitais fluminenses por falta de vagas? Da moça que deu à luz na rua, porque nem no corredor do hospital quiseram aceitá-la? Das declarações do governador Pezão, de que o dinheiro tinha acabado, que os cofres estavam raspados, que não sobrava nem para a Saúde? Pois a situação deve ter melhorado muito: no dia 31, o Governo do Rio determinou gastos de R$ 120 milhões com propaganda oficial em 2016 (a quantia pode chegar a R$ 150 milhões). É o mesmo que foi gasto no ano passado, sem um tostão sequer de economia. Pensando bem, é até pouco: para botar na cabeça da população que o Governo é bom, que é que vão fazer?

2 - A Câmara dos Deputados gastou, em 2015, R$ 14 milhões com combustíveis e lubrificantes (o levantamento é da Operação Política Supervisionada, de Lúcio Batista). São cerca de 4 milhões de litros de gasolina que o caro leitor teve a honra de pagar para Suas Excelências, que o representam em Brasília.

3 - Lembre-se: há alguns anos, falou-se muito em trem-bala, e a presidente Dilma Rousseff criou uma estatal, a Empresa de Planejamento e Logística, exclusivamente para tomar conta do projeto. O trem-bala não saiu, não se fala mais no assunto, mas a EPL vai bem, obrigado. Tem 185 funcionários. E gastou R$ 46 milhões em 2015.

É a prova de que o trem-bala é um meio de transporte ultrarrápido: já passou, ninguém viu, e a gente continua a pagar por ele.

MAS HOUVE ECONOMIA

Nem só de gastança, entretanto, vive o Governo. Há ocasiões em que, atento à crise, o Palácio do Planalto decide cortar despesas. Em 2015, por exemplo, o ano em que a presidente Dilma Rousseff declarou que o Brasil seria a Pátria Educadora, o Ministério da Educação teve corte de 10% do orçamento - aproximadamente R$ 10,5 bilhões de reais.

Dinheiro só para áreas prioritárias, como pagamento de diárias de hotéis cinco estrelas no Exterior para delegações oficiais.

MINISTROS DO BRASIL

Todos os envolvidos desmentirão. Mas vários informantes confiáveis, em Brasília, garantiram que o ex-ministro Delfim Netto foi sondado por Dilma para a Fazenda. Desde o início dos Governos petistas, Delfim esteve entre os conselheiros informais do presidente Lula.

Delfim recusou, Nelson Barbosa aceitou.
Roberto Sombrio
05/01/2016 22:32
Oi, Herculano.

A REVOLUÇÃO CULTURAL DO PT, por Marco Antônio Villa, historiador, no jornal O Globo é um alerta a quem ainda se interessar pelo Brasil como uma nação.
No entanto essa sempre foi a ideia do PT, mudar o pensamento do povo através da lavagem cerebral, antes mesmo de assumir o governo. Desde que estão no governo manipulam as crianças e jovens induzindo-as a seguir o projeto bolivariano aceitando tudo e endeusando quem os comanda.
O que vai sobrar disso serão clones de Lula e Dilma, que burros, roubam para se manterem no poder.

A primeira desgraça do Brasil veio no governo de Lula em 2008 liberando e mantendo o crédito, jogando o país no caos econômico.
A segunda será a Revolução Cultural e em breve futuro, o Brasil será o pirata do planeta, pois sem cultura só vai restar o que o PT sabe. ROUBAR.

Dilma vai lançar mão das reservas internacionais para usar no PAC. Até o final de 2018 seremos uma Venezuela.
Pernilongo Irritante
05/01/2016 21:52
Marcelo Brick vice de Andréia?

Querem mesmo acabar com Gaspar.
Herculano
05/01/2016 20:28
COLOMBO VETA EMENDA QUE MANTINHA SERVIDORES DA EDUCAÇÃO NAS REGIONAIS, por Upiara Boschi, no Bloco de Notas, do Diário Catarinense, da RBS Florianópolis.

Bateram na trave as tentativas do deputado estadual Valdir Cobalchini (PMDB) de manter lotados nas agências regionais (ex-SDRs) os professores que ocupavam funções gratificadas e que serão devolvidos à Secretaria de Educação ou Fundação Catarinense de Educação Especial. No projeto que transformou as SDRs em agências, a emenda não foi aceita. Entrou no novo plano de carreira do magistério, mas foi vetada pelo governador Raimundo Colombo.

Em compensação, um decreto publicado no Diário Oficial do dia 18 de dezembro permite que servidores da educação que estavam na SDRs sejam cedido para "outros órgãos da administração direta, autarquias e fundações". O servidores são basicamente professores que não querem retornar pra sala de aula.
Digite 13, delete
05/01/2016 20:22
Oi, Herculano;

Do O Antagonista:
"O presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, só bate cartão na sede da empresa no Rio de Janeiro entre terça e quinta-feira, aponta o jornal norte-americano The Wall Street Journal. A jornada de trabalho do executivo teria rendido, segundo o WSJ, o apelido 'TQQ' entre os funcionários - um acrônimo para os dias em que ele aparece: Terça, Quarta e Quinta-feira."

O petê é o partido dos trabalhadores que não trabalha, dos estudantes que não estudam e dos intelectuais que não pensam - Roberto Campos.

Depois querem que o Brasil saia do buraco.
Será que o prefeito Zuchi também é um TQQ?
Não du - vi - de - o - dó.
Oscar
05/01/2016 20:16
Herculano, rola um papo na cidade que o Marcelo Brick vai ser vice da Vereadora Andréia. Até pouco tempo o pessoal dele falava que se não fosse na cabeça, de vice ele não aceitava. Será que o Marcelo teve que se ajoelhar?
Sidnei Luis Reinert
05/01/2016 17:35
Salário mínimo no início de 2015:R$ 788,00 = 280 dólares.

Salário mínimo no início de 2016:R$ 880,00 = 220 dólares.

Temos ainda de levar em consideração a inflação alta devorando nosso poder de compra, e o desemprego que faz com que a mão de obra barateie ainda mais por causa da oferta alta de mão de obra.

Nas próximas eleições não votem em partidos que apóiem este desgoverno insano!
Sidnei Luis Reinert
05/01/2016 17:23
Herculano, assisti um documentário no H2 aonde Bill Clinton quase sofreu impeachment por causa de seu caso amoroso com Mônica Chupinski.
Aqui no Brasil capitunista bolivariano, a sapa com cara de satanás f... com a vida de 200 milhões de brasileiros e se acha no direito de avacalhar e ficar zombando da nossa cara.

BRASIL UM PAÍS RICO E AVACALHADO ENCHENDO O COFRINHO DOS POLÍTICOS CORRUPTOS.
Herculano
05/01/2016 15:03
EMPREGADO

O empresário Fernando Neves, ex-presidente do PSD de Gaspar, ex-secretário de Administração, e depois da Assistência Social do governo de Daniel Christian Bosi, PSD, onde foi coordenador da campanha dele, é o novo assessor da presidência da Câmara de Vereadores de Gaspar.

Ele vai ser assessor de Giovânio Borges, que se elegeu presidente na última sessão do ano passado. Eder de Souza, perdeu o emprego e já tinha feito no ano passado uma despedida chorosa.

O cargo exige curso superior.
Ana Amélia Que não é Lemos
05/01/2016 13:46
Sr. Herculano:

"O governo federal prevê gasto de R$354 mil com flores neste ano".

Tudo isso para o enterro do petê?
Mariazinha Beata
05/01/2016 13:43
Seu Herculano;

Veja como é o jeito petista de apoiar a Polícia
Federal.

Vera Magalhães e Rodrigo Rangel, no Radar, noticiam que Sergio Moro teve de repassar dinheiro à PF de Curitiba, para que ela pudesse pagar a conta de luz.

Se o juiz Sérgio Moro, reter e não devolver ao governo o dinheiro da roubalheira do próprio governo PT, não irá faltar dinheiro para a Polícia Federal.
Bye, bye!
Herculano
05/01/2016 13:10
ALHEAMENTO DA REALIDADE, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

"O ano de 2015 chegou ao final e a virada do calendário nos faz reavaliar expectativas e planejar novas etapas e desafios. Assim, como sempre, nos traz a necessidade de refletir sobre erros e acertos de nossas decisões e atitudes." É inacreditável que a presidente da República tenha tido o caradurismo de, em artigo publicado na Folha de S.Paulo no primeiro dia do ano, afirmar que, "como sempre", está disposta a refletir sobre "erros e acertos" de suas "decisões e atitudes". Esse aparente ato de humildade, que se esgota no segundo parágrafo ?" "vejo que nossos erros e acertos devem ser tratados com humildade e perspectiva histórica" ?", é apenas uma tentativa de dissimular o exercício de soberba que impregna todo o texto.

Dilma Rousseff rompeu a tradição dos pronunciamentos presidenciais de saudação à Nação na virada do ano. Para evitar os panelaços que acompanhavam suas falas em rede nacional de rádio e de TV, manifestou-se ?" o verbo comunicar seria inadequado e impreciso ?" por meio de redes sociais, na passagem de 2014 para 2015. Neste fim de ano, limitou-se à publicação do artigo e de uma mensagem no Twitter.

Para refletir sobre erros cometidos é preciso, antes de mais nada, que se admita sua existência. Mas a autocrítica não é da natureza de Dilma. O que ela faz é uma tortuosa tentativa de transferir responsabilidades sobre o desastre a que a economia brasileira foi levada e de alinhavar promessas que insultam o discernimento dos cidadãos.

Assim, tratar erros e acertos "com humildade e perspectiva histórica" para Dilma é responsabilizar pela crise brasileira "fatores internacionais que reduziram nossa atividade produtiva", com "queda vertiginosa do valor de nossos principais produtos de exportação, desaceleração de economias estratégicas para o Brasil e a adaptação a um novo patamar cambial, com suas evidentes pressões inflacionárias". Ou seja, a culpa é do mercado internacional.

Cabe, porém, perguntar: não é função do governo, numa economia globalizada, prever e administrar os impactos internacionais sobre a economia interna? Quase todos os governos de países emergentes como o Brasil, tão sujeitos quanto o nosso a influências externas, lograram administrar com maior competência as flutuações da economia internacional. Mas tais governos não tinham, como o de Dilma, certezas absolutas no poder do Estado e na retidão da ideologia que o põe sobre altares.

É claro que as agruras da economia são consequência também de outro fator, este de natureza interna: a crise política. Dilma tem explicação para isso: "Tivemos também a instabilidade política que se aprofundou por uma conduta muitas vezes imatura de setores da oposição que não aceitaram o resultado das urnas". Em primeiro lugar, quem não está nada satisfeito com o "resultado das urnas" são 2 em cada 3 brasileiros, que querem ver Dilma pelas costas. Este governo só é aprovado por 1 em cada 10 cidadãos.

Por outro lado, a crise política se agravou, e não parou de piorar, quando o governo petista decidiu que podia prescindir da ampla base aliada construída por um peculiar "presidencialismo de coalizão" ?" que Lula preferia chamar de "toma lá dá cá" ?" e tentou "cortar as asas" logo de seu maior e mais importante aliado, o PMDB. O que é que a oposição teve a ver com essa manobra desastrada, politicamente fatal, ditada pela prepotência de Dilma?

Ainda na área política, a presidente garante que persistirá na busca dos "necessários ajustes orçamentários, vitais para o equilíbrio fiscal". Resta saber se PT, CUT, MST, UNE, etc., estão de acordo com isso.

É, porém, nas avaliações otimistas e nas promessas mirabolantes que o artigo de Dilma se supera. Por exemplo: "O investimento direto estrangeiro na casa de US$ 66 bilhões demonstra a confiança dos investidores no nosso país". E as agências internacionais de classificação de risco que se conformem com isso, porque a presidente da República informa, em tom triunfante: "É hora de viabilizar o crescimento". Muita gente diria que já passou da hora. Mas antes tarde do que nunca e, afinal, Dilma garante: "Teremos um 2016 melhor". Amém
Herculano
05/01/2016 13:08
QUEM NUNCA COMEU MELADO..., por Rosane de Oliveira, para o jornal Zero Hora, da RBS Porto Alegre

A declaração do ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, para explicar os desvios de conduta dos companheiros do PT que se envolveram em falcatruas está a um passo do deboche: Quem nunca comeu melado quando come, se lambuza. Pela lógica de Wagner, os petistas, coitados, chegaram ao poder inocentes e ingênuos, mas acabaram reproduzindo metodologias antigas da política brasileira e se lambuzaram.

Como alegoria, até vale: quem nunca comeu melado talvez não saiba que esse derivado da cana-de-açúcar atrai moscas e que é preciso muito cuidado para não se lambuzar. Mas o que significa exatamente que os petistas se lambuzaram? Em entrevista à Folha de S.Paulo, Wagner deu a explicação:

O PT errou ao não ter feito a reforma política no primeiro ano do governo Lula. E aí não mudou os métodos do exercício da política.

O ministro cita como principal erro do seu partido ter usado ´ferramentas que já eram usadas´, como o financiamento privado das campanhas. Teria faltado ´treinamento´:

Quem é treinado erra menos, talvez, né?

No banquete do melado, os petistas, feito formigas insaciáveis, descobriram não apenas o magnetismo das campanhas milionárias, mas as vantagens do poder. Como já disse o próprio Lula, em uma rara autocrítica, os companheiros se empolgaram com os cargos e deixaram de lado a política que, nas décadas de 1980 e 1990, movia o PT.

Ex-governador da Bahia, Wagner usa, com outras palavras, o mesmo argumento de Lula à época do mensalão, quando sustentava que o problema era apenas de caixa 2 (ou de recursos não contabilizados, na definição do ex-tesoureiro Delúbio Soares): o PT fez o que os outros faziam.

É verdade que a corrupção não nasceu com o PT e que um dos méritos da presidente Dilma Rousseff é não tentar impedir a apuração, mas também é verdade que os valores desviados na Petrobras superam tudo o que se conhecia até aqui.

O reconhecimento de que deveria ter feito a reforma política chega tarde. Não só o PT se lambuzou, como entornou o tacho em que faz o melado. A reforma política era prioridade de Lula e não andou um milímetro em oito anos. A candidata Dilma Rousseff a anunciou como prioridade número 1 às vésperas do segundo turno de 2010, com o argumento de que era a mãe de todas as reformas, mas, uma vez eleita, não soube conduzir a mudança.

O que o Congresso aprovou com o nome de reforma política é um arremedo que não merece ser chamado como tal. Se dependesse dos deputados e senadores, até as doações empresariais de campanha continuariam sendo liberadas. Foi preciso que o Supremo Tribunal Federal as declarasse inconstitucionais para a presidente Dilma Rousseff vetar as contribuições de empresas. A restrição será testada na eleição deste ano, quando a Justiça Eleitoral e os próprios candidatos e dirigentes partidários terão de se desdobrar na fiscalização para impedir que o caixa 2 substitua as doações antes legais.
Herculano
05/01/2016 13:03
FOI APENAS UM SONHO... por Rodrigo Constantino, para o jornal O Globo

Parte 1

Mais empregos foram gerados, mais impostos foram recolhidos, pois mais lucro havia sido produzido.

O ano de 2016 começou muito bem, após o impeachment da presidente Dilma. O novo presidente Michel Temer fechou um acordo com o PSDB, e Arminio Fraga assumiu a Fazenda, com Gustavo Franco no comando do Banco Central. Na mesma linha da Argentina de Macri, o Brasil começou a desfazer algumas das imensas trapalhadas socialistas, colocando o país novamente na rota do crescimento.

Bastou o choque de credibilidade perante os investidores e empresários para que os indicadores começassem a melhorar. Empresas retiraram os projetos de investimento da gaveta, sacudiram a poeira e foram ao trabalho, apesar de o ambiente ainda ser muito hostil aos negócios no Brasil. Estavam apostando no futuro, nas mudanças anunciadas, na qualidade dos novos técnicos.

O Ibovespa, após perder mais de dois terços de valor real na era Dilma, recuperou-se com uma alta de 70% no ano. Eram os ativos nacionais se valorizando, permitindo maior captação de recursos para investimentos produtivos. A inflação regressou para o centro da meta, de 4,5% ao ano. A atividade econômica, que caíra quase 4% em 2015 e estava prevista para cair mais uns 3% em 2016, caso Dilma continuasse no poder, acabou zerada no ano, com o terreno pronto para um crescimento razoável já em 2017.

Longe do ideal liberal e agindo mais por necessidade do que convicção, como foi no Plano Real, a nova coalização de centro partiu para reformas importantes, como a previdenciária, e retomou o plano de privatizações. A mais importante foi, sem dúvida, a Petrobras, o que acabou com a farra do "petrolão" e salvou a empresa de uma iminente falência.

O resultado foi incrível, como tinha sido antes na Vale, na Embraer, na Telebras. Mais empregos foram gerados, mais impostos foram recolhidos, pois mais lucro havia sido produzido por sócios interessados na sobrevivência da empresa sem muletas estatais. Os trabalhadores eficientes foram recompensados, e os que viviam apenas encostados na era estatal foram demitidos. Meritocracia era o novo lema. O Brasil deixaria de ter a gasolina mais cara do mundo em poucos anos.

A Operação Lava-Jato seguiu seu curso, e houve uma grande festa nacional quando o ex-presidente Lula foi preso. Milhões de pessoas saíram pacificamente às ruas para celebrar, famílias lotavam as principais avenidas, e o "exército de Stédile" nada pôde fazer. Os militantes da CUT, da UNE e do MST, sem mortadela e sem tetas estatais para mamar, abandonaram o PT. O clima era de união, não de intolerância, como aquele fomentado pela esquerda radical.

A derrota do PT tinha reacendido a chama da esperança nos brasileiros. O governo tampão não era perfeito, estava longe do ideal, de algo realmente novo. Mas era infinitamente melhor do que o lulopetismo, o que não é difícil. Não havia aquele DNA totalitário, a incompetência somada à arrogância, o fator ideológico dominando cada decisão. O Mercosul finalmente expulsou a Venezuela por não atender à cláusula democrática, e o foco passou a ser em acordos bilaterais de livre comércio.
Herculano
05/01/2016 13:02
FOI APENAS UM SONHO... por Rodrigo Constantino, para o jornal O Globo

Parte 2

A entrada da Fox News Brasil mexeu com a imprensa, pois os liberais e conservadores tinham mais voz agora, e o viés de esquerda da grande mídia ficava mais evidente para o público, antes refém de uma hegemonia "progressista". Chico Buarque, defensor da ditadura cubana e do PT, descobriu não ser uma unanimidade, e vários pensadores cantaram "Cálice" para o sambista, terminando com um "apesar de você, amanhã há de ser outro dia". A festa era contagiante e bem-humorada, sem espaço para o típico rancor socialista.

Ia tudo muito bem, quando uma dor de cabeça bateu forte. Ressaca? Talvez, mas o consumo de álcool não fora tão grande assim. Levei automaticamente a mão à cabeça, contraindo os músculos faciais. E abri os olhos, dando de cara com a claridade. Era dia 1º, e horror dos horrores: Dilma ainda era a presidente do Brasil. O duro choque de realidade chegou a machucar, a doer.

A economia ainda estava nas mãos da turma inflacionista da Unicamp, e Nelson Barbosa era o ministro. A destruição do Brasil continuaria em alta velocidade. A segregação do povo em "nós contra eles" continuaria com força total. A hipocrisia dos artistas e "intelectuais" que pregam mais "tolerância" enquanto aplaudem as ditaduras venezuelana e cubana, que perseguem seus opositores, continuaria impune.

Pobre país, ainda tomado por essa gente inescrupulosa, incompetente e corrupta. Acordar do sonho foi o verdadeiro pesadelo. Caberá a nós, brasileiros decentes, lutar para transformar o sonho em realidade...
Herculano
05/01/2016 12:56
PROPOSTAS DO PT ARRUINARIAM DE VEZ O PAÍS, editorial do jornal O Globo

Documento do partido defende a volta ao fracassado 'novo marco', e, com isso, cai na síndrome de que uma ideia errada precisa ser aplicada até que funcione

Enquanto a presidente Dilma e seu ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, redigem um documento sobre o que será a política econômica pós-Levy, como noticiado pelo GLOBO no domingo, o PT se apressou a preparar um documento próprio com propostas de mudança de rumo, a fim de conduzir o país para longe de qualquer ajuste fiscal.

Já entregue ao ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, o documento, com uma lista de 14 medidas, ficará nas gavetas palacianas, caso Dilma e Barbosa estejam de fato comprometidos com ações que restabeleçam o mínimo de confiança na estabilização da economia. Uma delas, a reforma da Previdência, com a fixação de idade mínima, ignorada pelo documento.

O núcleo do documento resgata o sentido de intervenções já defendidas pelo Instituto Perseu Abramo, think tank da intelectualidade orgânica petista, sempre, em sua essência, na linha de mais impostos, para financiar mais gastos. Insanidade.

Entre as medidas há questões já contempladas pelo Planalto - a equivocada volta da CPMF e o incentivo à legalização de dinheiro transferido para o exterior. E sacadas mais delirantes, como pedir emprestado à China para capitalizar empresas brasileiras, no momento em que os chineses se desdobram para estabilizar seu mercado acionário, em perigoso ciclo de baixa.

Podem até emprestar, mas imagine-se a que taxas de juros, devido à perda do selo de bom pagador pelo Brasil junto a agências internacionais de risco. Os chineses têm se revelado especialistas em fazer bons negócios, para eles, em países e empresas com a corda no pescoço - Venezuela, Petrobras, a Argentina de Cristina K.

Com viés anticapitalista, o PT, cuja militância vê o lucro como pecado, volta a defender o fim da possibilidade de as empresas abaterem do Imposto de Renda o que distribuem aos acionistas a título de juros sobre o capital próprio.

Não parece inteligente, numa recessão que tende a ser a mais grave desde a causada pela crise mundial de 1929/30, descapitalizar empresas que já padecem da retração dos mercados. Assim, num paradoxo, o PT conspira contra os trabalhadores ao incentivar o desemprego, já em alta.

Tampouco demonstra entender que uma das causas importantes da taxa anêmica de investimento na economia dos últimos anos tem sido a baixa rentabilidade dos negócios.

Mais impostos em geral - o sobre heranças é um inexequível mantra conhecido -, inclusive sobre as rendas mais elevadas, não apenas não conseguirão reequilibrar as contas públicas, cujo desequilíbrio é imenso, como aprofundarão a recessão. O nó tributário do país precisa ser cortado por uma ampla e cuidadosa reforma. Medidas tópicas pioram as coisas. Vide as desonerações.

O documento do PT é a renovação da aposta no fracassado "novo marco macroeconômico". Confirma a conhecida síndrome segundo a qual um modelo errado precisa ser repetido tantas vezes quantas forem necessárias para que enfim funcione.
Herculano
05/01/2016 12:43
TRIBUTAÇÃO SUFOCANTE, editorial do jornal Gazeta do Povo, Curitiba, Paraná

Em 2015, uma montanha de dinheiro representativa de mais de um terço da riqueza gerada pela nação foi transferida ao governo

Os principais indicadores econômicos de 2015 já são conhecidos, estão circulando pela imprensa e, embora algumas alterações possam ocorrer nos próximos meses, quando será fechada a contabilidade nacional, a essência do que foi a economia no ano passado já é conhecida, a saber: Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 5,855 trilhões; dívida pública bruta de R$ 3,84 trilhões, equivalente a 65,5% do PIB; dívida pública líquida de R$ 2,16 trilhões, equivalente a 36,9% do PIB; inflação medida pelo IPCA em 10,7%; total de juros da dívida pública bruta em R$ 450 bilhões (R$ 372 bilhões correspondem à correção da dívida pela inflação e R$ 78 bilhões são os juros reais).

O PIB e a renda nacional têm o mesmo valor ?" R$ 5,855 trilhões em 2015 ?", do qual a tributação total efetivamente arrecadada deve fechar em R$ 2,1 trilhões, 35,9% do PIB. Embora não sejam números exatos, por serem parciais, essa é a magnitude da tributação brasileira, mas com certas distorções na interpretação do peso do Estado sobre a sociedade. A tributação oficial não inclui, por exemplo, o total gasto pela população com o pagamento de pedágio nas rodovias, que são bens coletivos de propriedade pública, cuja expansão e manutenção, que faziam parte do orçamento do governo, passaram a ser executadas pelas concessionárias com a receita do pedágio. Sem passar pelo orçamento do governo, o pedágio não figura como tributo pelo uso de um bem público, embora tenha a mesma característica.

Deixados de lado certos aspectos, o fato é que a tributação na casa dos R$ 2,1 trilhões no ano é uma montanha de dinheiro representativa de mais de um terço da riqueza gerada pela nação e transferida ao governo. Apesar de a carga ser alta, a nação está ameaçada de sofrer uma avalanche de novos tributos a partir de 2016. É grande o número de parlamentares e governantes do PT que vivem propondo resolver os problemas nacionais por meio de aumento tributário. Há alguns meses, o senador Lindberg Farias (PT) se colocou contra o ajuste fiscal e propôs um imposto sobre grandes fortunas com alíquota suficiente para arrecadar R$ 100 bilhões ao ano, quase 2% do PIB.

Outro fantasma que o governo insiste em ressuscitar é a CPMF, e já avisou que voltará à proposta assim que recomeçarem os trabalhos parlamentares. Nunca é demais lembrar que a arrecadação prevista com a CPMF era de R$ 40 bilhões em 2007, quando Lula tentou aprová-la e foi derrotado. Para compensar, o governo elevou outros tributos e recuperou R$ 21 bilhões anuais ?" logo, a tal perda equivalente à CPMF extinta não é verdadeira. Outra ideia vem da direção nacional do PT, sempre defendendo mais tributos, com a proposta recente de criar uma alíquota de 40% para o Imposto de Renda de pessoas físicas de alta renda (hoje, a alíquota máxima é de 27,5%).

De forma desonesta, os defensores do aumento do Imposto de Renda costumam dizer que o Brasil não está entre os países com as alíquotas mais altas desse imposto. E é verdade. Porém, o que eles não dizem é que os países com alíquotas mais altas de Imposto de Renda não têm os tributos indiretos existentes no Brasil, como o IPI, o ICMS, o PIS e a Cofins. A única comparação que faz sentido é o tamanho da carga tributária total, e não a comparação isolada das alíquotas de um único tributo. A carga tributária brasileira está no limite, é muito alta, e cabe à sociedade ficar atenta a novas tentativas de aumentá-la, mesmo porque já houve aumentos de impostos em 2015 em todos os níveis de governo.
Herculano
05/01/2016 12:40
PEDALADAS EM GASPAR?

Tem. E já está tipificada como crime. E o governo de Pedro Celso Zuchi, PT, já recebeu a notificação. É uma seita. Uma franquia nacional de sacanagens, factoides e propaganda enganosa que desafia a lei quando se está no poder e cobra, acusa e denuncia (e faz bem) a situação quando se é oposição para o mesmo tipo de crime, desvio e ação. Acorda, Gaspar!
Herculano
05/01/2016 12:36
PEDALADAS DIGITAIS, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Assim fica fácil. Ao fazer comentários sobre o programa Banda Larga nas Escolas, o Ministério das Comunicações, sem considerar a qualidade do serviço prometido, diz que "o objetivo de massificação do acesso à internet nas escolas públicas urbanas foi alcançado."

A afirmação, feita a propósito de reportagem destaFolha, pode ser levada a sério somente de uma perspectiva muito restrita.

Segundo informações dos ministérios das Comunicações e da Educação, o programa do governo federal chega hoje a quase 70 mil escolas urbanas, o equivalente a 91,7% do total.

Se, em 2008, "à época de lançamento do programa, poucas escolas possuíam algum acesso", houve avanço digno de nota ?"mesmo considerando que a meta era conectar 100% dos colégios até o final de 2010.

Quem der atenção a outro aspecto, contudo, dificilmente chegará a diagnóstico tão otimista. É de apenas 2,3 megabits por segundo a velocidade média da internet nas escolas atendidas. São meros 3% do que o próprio governo considera ideal, 78 megabits por segundo.

Sem aprimorar a velocidade da conexão, uma iniciativa do Ministério da Educação perde muito de seu sentido. Em 2012, a pasta lançou edital para comprar tablets e distribuir entre professores da rede pública. Quase 500 mil equipamentos foram adquiridos, ao custo de R$ 152 milhões.

Pensava-se, sem dúvida, em estimular o uso de novas tecnologias no ensino. Como muitas escolas não dispõem de internet com boa velocidade, porém, docentes não conseguem fazer pesquisas e, às vezes, nem mesmo usar o tablet para tarefas administrativas online.

A inadequação é tanta que o próprio MEC adaptou seu site para que diretores e professores da rede pública não precisem manter navegação permanente na internet ao consultar documentos sobre o currículo nacional para a educação básica, atualmente em debate.

Seria mais proveitoso que o Ministério das Comunicações, em vez de celebrar um objetivo ainda longe de ser atingido a contento, se empenhasse em encontrar soluções para o problema. A não ser, é claro, que a pasta pretenda inovar com essa espécie de pedalada digital.
Sidnei Luis Reinert
05/01/2016 12:32
FORA FORO DE SÃO PAULO!

Ronaldo Caiado
4 h ·
O anúncio dessa reportagem do Financial Times reflete bem o cenário sul-americano: "Argentina é o novo Brasil no bom sentido". Os dois países, como mostra a matéria, trocam de posições frente aos investidores externos. A partir da eleição de Maurício Macri, a Argentina começa a retomar a credibilidade em relação ao mercado internacional ao adotar uma política econômica responsável deixando de lado décadas do populismo implantado pelo casal Kirchner. Por outro lado, o Brasil afundado numa profunda recessão e abalado por sucessivos escândalos de corrupção, viu despencar a confiança dos investidores que culminou com a perda do grau de investimento. O recado é claro. Governos de caráter populista e sem credibilidade afastam investimentos. O Brasil precisa ficar livre da administração petista com urgência. Essa é a única forma de termos condição e esperança de sair da crise.

Argentina and Brazil: trading places

http://www.ft.com/fastft/2016/01/04/argentina-and-brazil-trading-places/
Herculano
05/01/2016 12:29
A REVOLUÇÃO CULTURAL DO PT, por Marco Antônio Villa, historiador, no jornal O Globo

Parte 1

Revolução Industrial não é citada uma vez sequer, assim como a Revolução Francesa ou as revoluções inglesas do século XVII

O Ministério da Educação está preparando uma Revolução Cultural que transformará Mao Tsé-Tung em um moderado pedagogo, quase um "reacionário burguês." Sob o disfarce de "consulta pública", pretende até junho "aprovar" uma radical mudança nos currículos dos ensinos fundamental e médio - antigos primeiro e segundo graus. Nem a União Soviética teve coragem de fazer uma mudança tão drástica como a "Base Nacional Comum Curricular."

No caso do ensino de História, é um duro golpe. Mais ainda: é um crime de lesa-pátria. Vou comentar somente o currículo de História do ensino médio. Foi simplesmente suprimida a História Antiga. Seguindo a vontade dos comissários-educadores do PT, não teremos mais nenhuma aula que trata da Mesopotâmia ou do Egito. Da herança greco-latina os nossos alunos nada saberão. A filosofia grega para que serve? E a democracia ateniense? E a cultura grega? E a herança romana? E o nascimento do cristianismo? E o Império Romano? Isto só para lembrar temas que são essenciais à nossa cultura, à nossa história, à nossa tradição.

Mas os comissários-educadores - e sua sanha anticivilizatória - odeiam também a História Medieval. Afinal, são dez séculos inúteis, presumo. Toda a expansão do cristianismo e seus reflexos na cultura ocidental, o mundo islâmico, as Cruzadas, as transformações econômico-políticas, especialmente a partir do século XI, são desprezadas. O Renascimento - em todas as suas variações - foi simplesmente ignorado. Parece mentira, mas, infelizmente, não é. Mas tem mais: a Revolução Industrial não é citada uma vez sequer, assim como a Revolução Francesa ou as revoluções inglesas do século XVII.

O apagamento da História, ao estilo Ministério da Verdade de "1984," não perdoou a história dos Estados Unidos - neste caso, abriu exceção somente para a região onde esteve presente a escravidão. Do século XIX europeu, tudo foi jogado na lata de lixo: as unificações alemã e italiana, as revoluções - como a de 1848 -, os dilemas político-ideológicos, as mudanças econômicas, entre outros temas clássicos e indispensáveis à nossa História.

Os policiais da verdade não perdoaram também a História do Brasil. Os movimentos pré-independentistas - como as Conjurações Mineira e Baiana - não existiram, ao menos no novo currículo. As transformações do século XIX, a economia cafeeira, a transição para a industrialização foram desconsideradas, assim como a relação entre as diversas constituições e o momento histórico do país, isto só para ficar em alguns exemplos.
Herculano
05/01/2016 12:29
A REVOLUÇÃO CULTURAL DO PT, por Marco Antônio Villa, historiador, no jornal O Globo

Parte 2

Mas, afinal, o que os alunos vão estudar? No primeiro ano, "mundos ameríndio, africanos e afro-brasileiros." Qual objetivo? "Analisar a pluralidade de concepções históricas e cosmológicas de povos africanos, europeus e indígenas relacionados a memórias, mitologias, tradições orais e a outras formas de conhecimento e de transmissão de conhecimento." E também: "interpretar os movimentos sociais negros e quilombolas no Brasil contemporâneo, estabelecendo relações entre esses movimentos e as trajetórias históricas dessas populações, do século XIX ao século XXI." Sem esquecer de "valorizar e promover o respeito às culturas africanas, afro-americanas (povos negros das Américas Central e do Sul) e afro-brasileiras, percebendo os diferentes sentidos, significados e representações de ser africano e ser afrobrasileiro."

No segundo ano - quase uma repetição do primeiro - o estudo é sobre os "mundos americanos." Objetivo: "analisar a pluralidade de concepções históricas e cosmológicas das sociedades ameríndias a memórias, mitologias, tradições e outras formas de construção e transmissão de conhecimento, tais como as cosmogonias inca, maia, tupi e jê." Ao imperialismo americano, claro, é dado um destaque especial. Como contraponto, devem ser estudadas as Revoluções Boliviana e Cubana; sim, são exemplos de democracia. E, no caso das ditaduras, a sugestão é analisar o Chile de Pinochet - de Cuba, nem tchum.

No terceiro ano, chegamos aos "mundos europeus e asiáticos." Se a Guerra Fria foi ignorada, não foi deixado de lado o estudo da migração japonesa para o Paraguai na primeira metade do século XX (?). O panfletarismo fica escancarado quando pretende "problematizar as juventudes, discutindo massificação cultural, consumo e pertencimentos em diversos espaços no Brasil e nos mundos europeus e asiáticos nos séculos XX e XXI." Ou quando propõe "relacionar as sociedades civis e os movimentos sociais aos processos de participação política nos mundos europeus e asiáticos, nos séculos XX e XXI, comparando-os com o Brasil contemporâneo."

Quem assina o documento é o ex-ministro da Educação Renato Janine Ribeiro, um especialista brasileiro em Thomas Hobbes. Porém, Hobbes ou o momento em que viveu (o século XVII inglês) são absolutamente ignorados pelos comissários-educadores. Para eles, de nada vale conhecer Hobbes, Locke, Platão, Montesquieu, Tocqueville, Maquiavel, Rousseau ou Sócrates. São pensadores do mundo europeu. O que importa são as histórias ameríndias, africanas e afro-brasileiras.

O documento está recheado de equívocos, exemplos estapafúrdios, de panfletarismo barato, de desconhecimento da História. Os programas dos cursos universitários de História foram jogados na lata de lixo e há um evidente descompasso com a nossa produção historiográfica. A proposta é um culto à ignorância. Nenhuma democracia no mundo ocidental tem um currículo como esse. Qual foi a inspiração? A Bolívia de Morales? A Venezuela de Chávez? A Cuba de Castro? Ou Lula, aquele que dissertou sobre a passagem de Napoleão Bonaparte pela China?
Sidnei Luis Reinert
05/01/2016 12:26
Deputado Flaviano Melo (PMDB-AC) gastou R$ 51.310,95. em gasolina. Daria para Melo comprar ao menos 14.135 litros.
Dividindo esse valor por 365 dias/ano ele gastaria 39 L de gasosa por dia.
Levando em consideração que na metade do tempo eles não estão em brasília e que gostam de andar de avião ou helicóptero isto é caso de polícia!
Miguel José Teixeira
05/01/2016 11:10
Olá, Senhores!

Duas notas do Ari Cunha, hoje, em sua coluna no Correio Braziliense:

1) A frase que foi pronunciada
"Carro desgovernado invade Ministério igualmente desgovernado."
(Comentário do pessoal da madrugada que viu o
carro que entrou na recepção do Ministério da Fazenda).

2) Que falta faz a educação

. . . "Fato é que apenas 19% desse descaminho do dinheiro foram usados para o programa Minha Casa Minha Vida, o restante foi empregado efetivamente no Bolsa Empresário, atendendo a programas como sustentação de investimento. Outra parte, destinada à safra agrícola. . ."
Uma das estratégias usadas pelos terroristas, no interminável conflito no Oriente Médio e em outras partes do mundo, consiste em misturar os combatentes em meio à população civil, escondendo soldados e armamentos em hospitais, escolas e outros lugares de aglomeração cotidiana.
A lógica, além de camuflagem dos insurgentes, visa dificultar, por motivos éticos, o bombardeio desses ninhos de guerrilheiros. Trata-se de tática de guerra covarde, que obriga o oponente a pensar duas vezes antes de lançar bombas contra alvos delicados. Mesmo assim, os bombardeios pesados a esses sítios são costumeiros, com grande número de vítimas, principalmente de civis.
Como nas guerras, a primeira vítima costuma ser sempre a verdade, as versões sobre a morte de inúmeros civis são variadas. Os serviços de propaganda dos terroristas exploram ao máximo os fatos, mostrando para o mundo a crueldade dos ataques contra inocentes usados como escudos.
Na guerra é assim, na política, também. A estratégia de marketing do atual governo insiste na tecla de que as chamadas pedaladas fiscais foram necessárias para atender aos programas sociais. Fato é que apenas 19% desse descaminho do dinheiro foram usados para o programa Minha Casa Minha Vida, o restante foi empregado efetivamente no Bolsa Empresário, atendendo a programas como sustentação de investimento. Outra parte, destinada à safra agrícola.
Na propaganda oficial e nos discursos feitos pela presidente Dilma, a verdade ganha outra vertente. Segundo a presidente, aqueles que pedem seu impeachment não admitem que se gaste dinheiro público com programas de alcance social como o Minha Casa Minha Vida.
A estratégia de dona Dilma, de usar a população mais carente para se escudar do que manda a lei, com a distorção grosseira da verdade, é a mesma usada nos conflitos alhures. Dessa vez, além da verdade, a outra vítima é a parte da população blindada para que a educação não chegue até ela.


Herculano
05/01/2016 07:55
GOVERNO FEDERAL PREVÊ GASTO DE R$ 354 MIL COM FLORES NESTE ANO, por Mônica Bergamo, para o jornal Folha de S. Paulo

O governo federal prevê um gasto de R$ 354 mil para comprar "flores nobres, tropicais e de campo" durante este ano. A licitação inclui a compra de mais de 750 arranjos, com orquídeas, hortênsias, jasmins, tulipas, girassóis, cravos e rosas.

FLORES
Uma compra semelhante no ano passado destinava R$ 324 mil para a aquisição das plantas, mas a empresa que venceu a concorrência acabou oferecendo um preço menor, de R$ 285 mil. Além do fornecimento, a firma é responsável pela manutenção.

FLORES 2
A compra de agora reserva, por exemplo, R$ 24 mil para coroas fúnebres, para velórios de autoridades, e R$ 3.550 para três árvores de Natal. O material será "utilizado na ornamentação de eventos com a presença de ministros, autoridades estrangeiras e da presidenta" e na decoração de gabinetes e residências oficiais.
Herculano
05/01/2016 07:48
JÁ É RUINA, por José Casado, para o jornal O Globo

Numa noite de outubro, dois anos atrás, ela convocou uma cadeia nacional de rádio e televisão para comunicar: "Passamos a garantir, para o futuro, uma massa de recursos jamais imaginada para a Educação e para a Saúde."

Enlevada num tom de realismo mágico, anunciou a alquimia: "A fabulosa riqueza que jazia nas profundezas dos nossos mares, agora descoberta, começa a despertar. Desperta trazendo mais recursos, mais emprego, mais tecnologia, mais soberania e, sobretudo, mais futuro para o Brasil."

Arrematou, com esmero ilusionista: "Começamos a transformar uma riqueza finita, que é o petróleo, em um tesouro indestrutível, que é a Educação de alta qualidade. Estamos transformando o pré-sal no nosso passaporte para uma sociedade mais justa."

Para gerenciar a riqueza submersa a mais de quatro mil metros no Atlântico, Dilma Rousseff criou a estatal Empresa Brasileira de Administração de Petróleo e Gás Natural S.A.(PPSA). Deu-lhe amplos poderes para defender os interesses da União, o que inclui a gestão dos contratos de partilha, controle dos custos e das operações de exploração e produção de todo petróleo extraído da camada pré-sal.

Não é pouco. A combalida Petrobras, que nesses campos já produz mais de um milhão de barris, planeja concentrar investimentos numa área de tamanho equivalente a 150 mil campos de futebol, a 170 quilômetros de distância do litoral do Estado do Rio. Libra, como é conhecida nos mapas marítimos, é uma das maiores áreas do planeta reservada à exploração de petróleo. Foi leiloada a uma sociedade composta pela Petrobras, a anglo-holandesa Shell, a francesa Total e as chinesas CNPC e CNOOC.

Dilma continua com o seu discurso surrealista, com toques de absolutismo groucho-marxista: "Eu represento a soberania nacional, do pré-sal, a defesa dos 30%, a defesa do conteúdo nacional... Esse golpe (o processo de impeachment) não é contra mim, é contra o que eu represento, contra a soberania, contra o modelo de partilha do pré-sal"?" disse semanas atrás a uma plateia de sindicalistas aliados do governo.

Longe do espelho d'água do Palácio do Planalto, sobram certezas sobre o desgoverno na condução dos negócios do pré-sal. A empresa estatal (PPSA) criada para recolher a "massa de recursos jamais imaginada" para Saúde e Educação mal começou e já está sucateada.

Tem 15 empregados, acumula prejuízos e patrimônio líquido negativo. Sem dinheiro, atravessou 2015 sobrevivendo da caridade privada. Fornecedores cederam-lhe licenças temporárias gratuitas de software.

Perplexos, auditores do Tribunal de Contas da União registraram: "Há sérios riscos de se comprometer ou até inviabilizar a realização de importantes tarefas técnicas, tais como: a) interpretação sísmica e modelagem geológica; b) construção de modelos estáticos e dinâmicos para simulação de fluxo em reservatórios petrolíferos; c) análise de dados de perfuração de poços e de desempenho petrofísica; d) testes de modelagem de escoamento."

É real a ameaça aos resultados econômicos para a União, adverte o tribunal.

Com 28 meses de existência, a estatal do pré-sal pode ser vista como novo símbolo do governo Dilma. Parecia que ainda era construção, mas já é ruína.
Herculano
05/01/2016 07:37
CÂMARA GASTA R$ 14 MILHÕES EM COMBUSTÍVEIS, por Claudio Humberto na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

O abastecimento da frota de carros oficiais dos deputados federais, uma das benesses concedidas pela Câmara, custou mais de R$ 13,8 milhões ao contribuinte no ano passado. A crise econômica parece não ter sido sentida por suas excelências, que gastaram quase o mesmo valor de 2014, R$ 13,9 milhões, em combustíveis e lubrificantes. O levantamento é da Operação Política Supervisionada (OPS), do ativista Lúcio Batista.

Tanque furado

Quem mais gastou em combustíveis na Câmara, no ano passado, foi o deputado Flaviano Melo (PMDB-AC): R$ 51.310,95.

Nem caminhoneiro

O valor médio da gasolina fechou 2015 a R$ 3,63, segundo a Agência Nacional do Petróleo. Daria para Melo comprar ao menos 14.135 litros.

Ranking

Flaviano Melo bateu o recorde de 2014, quando quatro deputados gastaram, cada um, R$ 49,5 mil em combustíveis e lubrificantes.

A causa

Para Lúcio Batista, conhecido por Lúcio Big, 'a falta de controle no uso de verba indenizatória propicia verdadeira farra com dinheiro público'

CPI INVESIGA APARELHAMENTO DE FUNDOS DE PENSÃO

O déficit de R$ 5 bilhões no Postalis, fundo de pensão dos servidores dos Correios, levará a CPI dos Fundos de Pensão a priorizar "duas missões". A primeira é levar à luz casos de aparelhamento dos fundos Postalis, Funcef (Caixa), Petros (Petrobras) e Previ (Banco do Brasil). A outra é propor nova lei, combatendo a falta de transparência e o direcionamento de negócios. O déficit bilionário foi noticiado em primeira mão nesta coluna.

Fazendo o jogo

Setores da oposição criticam a CPI por fazer jogo do PT, que controla a Previc, órgão fiscalizador que deveria ter evitado o "rombo" nos fundos.

Parcialidade

A Previc tem se caracterizado, segundo os críticos, por ser dura só com os fundos como Postalis, cujos dirigentes não eram indicados pelo PT.

Aos amigos, tudo

Procedimentos e aplicações considerados suspeitos em outros fundos foram avalizados pela Previc quando adotados naqueles ligados ao PT.

Produtividade baixa

Amigos de Renan Calheiros não negam ser decepcionante sua atuação parlamentar, com zero projetos para Alagoas, mas afirmam que, em compensação, designa assessores para acompanhar seus prefeitos na peregrinação por repartições de Brasília de pires na mão. Ah, bom.

Mudança de plano

O deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) desistiu da candidatura à prefeitura do Recife. Por enquanto, ele cuida da eventual candidatura à presidência da Câmara, já pensando na queda de Eduardo Cunha.

Governo desmoralizado

Não foi bem recebida a declaração de Jaques Wagner de que a baixa popularidade de Dilma não é crime. Para Rubens Bueno (PPS-PR), a falta de crença com o governo se deve às pedaladas e à corrupção.

Congresso sou eu

O governo federal cada vez mais legisla no lugar do Congresso. No ano passado, Dilma editou 43 medidas provisórias. Em cinco anos de mandato, o número só é menor do que as editadas em 2012: 44.

Contra o relógio

Presidente da CPI dos BNDES, o deputado Marcos Rotta (PMDB-AM) não pretende perder tempo em 2016. "Vamos averiguar (em fevereiro) os casos pendentes", avisa. O governo tenta melar a comissão.

Dilema petista

Depois de inúmeras provas da inabilidade do líder do PT na Câmara, Sibá Machado (AC), a bancada espera o fim do recesso para substituí-lo. O problema é achar quem tope a difícil missão de defender o partido.

Esperteza mundial

O Uber é excelente e deve ser estimulado, mas não cadastre nele um cartão American Express. As duas empresas têm uma parceria mundial e a conta do Uber, mesmo em reais, no Amex chega a você dolarizada.

Burocracia em dobro

É normal a reclamação do excesso de legislação e burocratização no Brasil. No ano passado, foram criadas 159 novas leis ordinárias, consideradas mais comuns. Todas foram publicadas no Diário Oficial.

Pensando bem...

... ao autorizar penhora de imóveis comprados com grana ilícita, o STJ pode iniciar adesão em massa de políticos a movimentos de sem-teto
Herculano
05/01/2016 07:33
O PODER DAS PALAVRAS, por Mário Sérgio Conti, para o jornal Folha de S. Paulo

Um dos sinais mais eloquentes da fraqueza do Partido dos Trabalhadores é o seu menosprezo pelo estudo e pela teoria. Ele nunca teve um jornal, a forma por excelência de discussão dos partidos de massa. E a sua revista de estudos, "Teoria e Debate", há décadas sobrevive à margem da dinâmica partidária, pouco influenciando nos seus destinos.

Nesses tempos de convulsão, a ausência de pensamento organizado faz com que o partido medre num deus nos acuda intelectual. No máximo, elefantes da sigla recorrem ao cavalo de batalha de fazer política via grande imprensa, na qual misturam fatos do cotidiano com questões de fundo.

Foi o que ocorreu no fim de semana, com as entrevistas dos ministros Jaques Wagner e Patrus Ananias, o primeiro à Folha e o outro a "O Globo". Wagner disse que o PT errou ao não promover uma reforma política e se "lambuzou" no financiamento de campanhas eleitorais ?"eufemismo para grossa corrupção.

Já Ananias misturou expressões católicas e maoístas para reclamar de o partido não ter feito nem "exame de consciência" nem "autocrítica construtiva", que conduziriam a um "mea culpa público".

Não é pouco: ambos aludem reformas estruturais e à degeneração de parte da direção do PT, cujos membros abandonaram a defesa de interesses dos trabalhadores para se locupletarem. Mas as suas palavras são largamente insuficientes. Wagner e Ananias não saem do epidérmico, sem avançar uma argumentação consistente. O PT vive assim num paradoxo permanente.

Por um lado, ele é o mais democrático dos partidos nacionais. Faz congressos e conferências periódicas. As minorias se expressam e os filiados votam livremente resoluções as mais diversas. De outro, temas cruciais não são esmiuçados a fundo, de maneira a que se saiba o contexto no qual a organização pretende intervir.

Nessa incongruência, Rui Falcão é o presidente ideal para o PT. Advogado de formação e jornalista profissional, além de leitor de Balzac, ele bem sabe do gume da palavra escrita, do seu valor para definir rumos possíveis e convincentes.

Até agora, porém, Rui Falcão tem usado tudo o que sabe para em matéria de escrita obter o contrário: documentos partidários anódinos, que diluem antagonismos para chegar a obviedades cegas. De caso pensado, prescinde da lâmina cortante da prática afiada em estudos e criatividade.

O menoscabo pela teoria não diz respeito só ao PT. O Brasil teve a sua maior catástrofe ecológica, o rompimento da barragem da Samarco. E a Rede, de Marina Silva, não produziu nada que preste acerca das implicações ambientais do modo de desenvolvimento em vigor.

Não é preciso retornar à sacrossanta herança escravocrata para perceber que ela explica algo, mas não tudo, da pasmaceira intelectual na presente conjuntura. O marasmo não é geral porque há um punhado de exceções. É o caso de André Singer, Paulo Arantes, Tarso Genro e Marcos Nobre, que têm publicado ensaios bastante diversos entre si. O que os une é o silêncio que a direção do PT lhes dispensa.

Como a crise não arrefece (ontem mesmo as bolsas caíram ao redor do mundo), uma hora o partido terá que enfrentá-la a sério. Aí, o PT será obrigado a pensar a sua história e as decisões que vem tomando. Só então as palavras poderão readquirir o seu poder maior, o de nortear a ação.
Herculano
05/01/2016 07:31
da série: os capitães do mato à procura de manchete da sobra da carniça

CID GOMES SUGERE QUE DILMA DEIXE O PT

De acordo com ex-ministro da Educação, Dilma chegou ao "fundo do poço" em termos de popularidade

Conteúdo do Diário de Pernambuco. Em entrevista ao jornal cearense Diário do Nordeste, publicada nesta terça-feira, o ex-ministro da Educação Cid Gomes (PDT) sugeriu que a presidente Dilma Rousseff saia do PT e se declare alheia ao processo eleitoral de sua sucessão como forma de reverter os baixos índices de popularidade. De acordo com Cid, Dilma chegou ao "fundo do poço" em termos de popularidade.

Na mesma entrevista, concedida no final do ano passado, Cid fez um balanço de 2015 e previsões para 2016. "Não será um 'anão' (grande ano), mas será menos traumático que 2015", disse. Na avaliação dele, no ano passado o País viveu uma crise orgânica, decorrente de uma relação "promíscua" entre os poderes Legislativo e Executivo. Uma relação, segundo ele, "podre", baseada no fisiologismo, na chantagem e no achaque.

"Isso não se muda da noite para o dia. Só uma próxima eleição vai permitir que a gente comece a construir uma nova relação", afirmou. "Isso não vem da Dilma não. Ela teve que se render a isso. Tentou resistir no começo, mas não conseguiu", completou.

Cid, que no ano passado ocupou o ministério da Educação por três meses e saiu depois de protagonizar embate com o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a quem chamou de "achacador", disse não acreditar em impeachment de Dilma e nem na saída de Cunha pelas vias do Parlamento.
Herculano
05/01/2016 07:18
CRISE? QUE CRISE? por Vinicius Torres Freire, para o jornal Folha de S. Paulo

As praias e seus hotéis estavam lotados, as estradas para o litoral, entupidas, e comer um sanduíche exigia uma hora de fila. "Crise? Que crise?"

Histórias e fotos dos congestionamentos dos feriados fizeram sucesso em blogs e redes insociáveis na virada do ano. "Formadores de opinião" adeptos de Dilma Rousseff faziam troça de "pessimildos". Logo apareciam os críticos, e passava-se ao debate: "coxinha", "fascista", "mortadela", "petralha" e nenhuma ordem nas razões.

Como é comum nesse ambiente, virtual e realíssimo, os que comungavam da mesma opinião se congratulavam pela esperteza esotérica, pelo conhecimento exclusivo da realidade e pela imunidade contra o "derrotismo" do "golpismo midiático" ?"ou pela indiferença à estatística, para não dizer a sofrimentos.

Hotel de praia lotado é um bom indicador? Aliás, estava lotado?

Ainda não há estatísticas gerais da ocupação dos hotéis no final do ano. Há evidências anedóticas (parciais, casos) de que os negócios não foram mal e de empresários do ramo algo contentes.

Até outubro, o negócio parecia em baixa. A taxa de ocupação então caía 6,8% no ano, segundo os dados mais recentes disponíveis da parceria do Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil com o Senac de São Paulo. A receita por apartamento diminuía 10,4%. Em 2014, a receita já subira abaixo da inflação (ou seja, diminuiu, em termos reais). Há alguma crise na hotelaria.

Pode ser que o final de ano tenha sido melhor. É possível, mas ainda não precisamente provável, que brasileiros tenham substituído viagens ao exterior pelo turismo doméstico. Acontece em vários negócios quando há "alta do dólar". Em crises menos bicudas, é assim que começam recuperações econômicas. Em vez de comprar lá fora, voltamos a comprar "produto nacional", de hotel a roupa, passando por insumo industrial.

As despesas com viagens ao exterior, medidas em dólar, começaram a cair em fevereiro. Em reais, passaram a despencar lá por agosto, em média quase 20% em relação a 2014.

Em crises costuma haver mudança de padrões de consumo (os preços se alteram uns em relação aos outros; a perda de renda eleva a procura por produtos inferiores etc.). Difícil julgar o que se passa considerando apenas um ramo de negócio. Mas é um tanto ridículo argumentar essas quase obviedades com quem faz "disputa política", a expressão repulsiva que define o uso de truques para justificar interesses da política politiqueira mais baixa, da situação à oposição.

O fato geral é que o investimento em expansão da economia cai desde 2013. Até outubro de 2015, as vendas do varejo caíam 3,6%. O consumo de eletricidade, mais de 2%, raro. O rendimento médio nas metrópoles caía 8,8% até novembro, o número de pessoas empregadas era 3,7% menor que em 2014.

Até setembro, quem não faz troça da desgraça poderia ficar um pouco aliviado com o fato de que, na média do Brasil, nem a renda nem o número de empregados havia caído ?"sinal de que o interior ainda resistia, talvez por causa de benefícios sociais. Mas Estados e cidades vão ficando sem dinheiro para ataduras ou salários. Esses são apenas sintomas. A doença, embora curável, é muito pior.
Herculano
05/01/2016 07:02
A CULPA É DOS OUTROS, por Hélio Schwartsman, para o jornal Folha de S. Paulo

"Para analistas, crise política pode alcançar 2018"; "Crise leva famílias de classe média de volta às camadas de menor renda"; "Crise afeta folia e cidades da região cancelam Carnaval"; "Crise desfaz planos de vida e de carreira". Essas são manchetes recentes de jornais que recolhi meio a esmo no Google.

O quadro não é animador, mas será que já devemos desfazer nossos planos de vida? Seres humanos não somos os melhores analistas de risco. Nossos vieses cognitivos fazem com que sejamos incorrigivelmente otimistas em relação a nós mesmos - 93% dos americanos se julgam motoristas mais hábeis que a mediana - e verdadeiras aves de mau agouro no que concerne a situações sobre as quais não temos controle, como se depreende das manchetes acima.

O arranjo é estranho, mas faz sentido evolutivo. A autoconfiança, mesmo desmedida, pode ajudar nas atividades em que o desempenho individual afeta diretamente o resultado. Já o pessimismo com o que não depende de nós faz com que nos preparemos para o pior, o que também pode ser útil para a sobrevivência.

Se a análise é correta e esses vieses estão em plena operação, é grande a chance de os governantes estarem diminuindo o tamanho da crise e nós, cidadãos comuns, o magnificando.

No que diz respeito aos dirigentes, acredito que seja este o caso, como se conclui da leitura do artigo de Dilma Rousseff publicado na Folha e da entrevista que o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, deu ao jornal. Ambos ainda parecem viver num mundo à parte, no qual os principais responsáveis pela crise são a queda das commodities, a desaceleração da China e, é claro, a oposição, que teima em não aceitar o resultado das urnas.

Quanto aos cidadãos comuns, é bem possível que estejamos exagerando nas expectativas negativas, mas, ao fazê-lo, apenas distorcemos um pouco o mundo real, sem nos transportar para a dimensão paralela para a qual o governo foi abduzido.
Sidnei Luis Reinert
05/01/2016 06:51
"Vem muita coisa forte por aí e não vai demorar muito"

Brasil 04.01.16 09:19
O Globo ouviu uma fonte do jornal que estima que os trabalhos de Sergio Moro acabarão em julho. A partir daí, a Operação Lava Jato se concentrará nos graúdos com foro privilegiado, em Brasília.

A fonte, vinculada ao caso, disse ao Globo que "Vem muita coisa forte por aí e não vai demorar muito".

Um dos advogados que atuam na Lava Jato afirmou ao jornal que "Teremos mais dois anos de tensão. Mas os efeitos da Lava-Jato podem se prolongar por mais cinco ou até dez anos".

As fontes do Antagonista são unânimes: se a Justiça fizer direito o seu trabalho, Dilma Rousseff não escapará da delação da cúpula da Andrade Gutierrez e Lula será indiciado neste ano.

http://www.oantagonista.com/posts/vem-muita-coisa-forte-por-ai-e-nao-vai-demorar-muito?utm_content=buffer56cdc&utm_medium=social&utm_source=facebook.com&utm_campaign=buffer
Roberto Sombrio
04/01/2016 23:46
Oi, Herculano.

Uma caminhonete invadiu o Ministério da Fazenda e Polícia Federal fez perícia no local.

Depois o alvoroço foi no Palácio do Planalto com suspeita de BOMBA. Foi a Dilma que voltou para trabalhar. A polícia vai desativar, já que é uma bomba que não explode, mas IMPLODE o Brasil.
Herculano
04/01/2016 21:54
MARKETING EXISTENCIAL, por Luiz Felipe Pondé, filósofo, no jornal Folha de S. Paulo

Vivemos na era do marketing. Hoje, vou apresentar para você um novo conceito, o conceito de "marketing existencial".

Marketing como paradigma se coloca ao lado daqueles que, desde a Grécia, como os sofistas, defendiam, contra Platão, que "ser é parecer ser". Portanto, toda nossa conversa hoje pressupõe que você entendeu que em momento algum estamos discutindo "o ser em si" das coisas, mas o modo como elas "parecem ser" no mundo de pessoas em busca de sentido.

Aqui, mesmo a busca da metafísica é uma busca por um bem que faça bem ao "eu" consumidor.

Em breve as ciências humanas trabalharão a maior parte do tempo para o marketing -afora as igrejinhas nos departamentos de ciências humanas por aí. Isso porque a relação do sujeito com o mundo está, a cada dia, mais "commoditizada". Até Jesus é uma commodity.

A principal commodity no marketing existencial é o "si mesmo pleno de si". Daí "existencial" no nome.

O conceito de "existência" nasce com o pensador dinamarquês Soren Kierkegaard, no século 19, pai da filosofia mais tarde conhecida como existencialismo.

A "assinatura" do existencialismo é "a existência precede a essência", ou seja, antes de termos algum significado que nos defina e oriente, somos um "existente jogado no mundo", como pedras, árvores e animais. A diferença é que nós temos consciência, e aí vamos em busca da essência.

Kierkegaard dizia que isso nos faz descobrir que somos "feitos" de angústia. Angústia pelo infinito de possibilidades de um ser que é "apenas" um existente.

Não é longe dessa ideia que Sartre, já no século 20, dirá que somos "condenados à liberdade": pouco importa o que façamos porque tudo tem zero de significado em si.

Vivemos num mundo de existentes em busca de sua "essência", pautados pela lógica do mercado de bens invisíveis.

Vou usar a palavra "existente" pra ficar no domínio do termo, mas você pode trocar por "pessoa" ou "indivíduo" que tá valendo.

Como exemplo de bens invisíveis podemos dar liberdade, autonomia, saúde/bem estar, autoestima, gozo, sentido, ousadia, experiência. Todos podem ser resumidos no conceito de comportamento.

A consequência é que o marketing (acima da política, essa "arte velha") já percebeu que fazemos qualquer negócio (mesmo os que mentem) pra aliviar o vazio desse "existente abandonado no mundo".

O marketing existencial é uma ferramenta, não um conteúdo. O conteúdo pode ser "profundo" como um retiro espiritual no Tibete ou superficial e brega como Orlando.

Pode ser ágil como uma bike num parque ou lento e "coletivo" como escolher o ônibus como opção "existencial". Pode ser barulhento como uma igreja pentecostal ou silencioso como um mosteiro no Monte Athos na Grécia. No foco, o "si mesmo" em busca de sentido.

Algo de muito interessante nesse universo é que a oposição não é entre "profundo" e "superficial", mas entre bens de sentido de luxo e de massa. No mundo do marketing existencial, um consumidor sofisticado é aquele que tende ao invisível, enquanto o consumidor banal é aquele que busca, babando, a visibilidade.

Por isso, em nosso mundo dos conectados, nada mais banal do que defender a conexão, nada mais elegante do que desprezá-la. Quem despreza as redes sociais passa um atestado de consistência existencial porque não "precisa de ninguém".

Comportamento de luxo só é visível pela ação, e não pela ostentação. Muito mais elegante para um existente é parecer dono do seu tempo e andar sem "roupa chique" no shopping do que sonhar em ser Prada quando a alma é da rua 25 de Março.

Felicidade é, evidentemente, um bem invisível, mas relacioná-la a uma mala cheia vinda de Miami caracteriza um existente pobre de espírito. Existente de luxo não compra nada.

Claro, porque ele tem quase tudo ou porque tem uma experiência de auto-significado tão potente que comprar soa coisa "para os fracos".

O marketing existencial de luxo é a "commoditização" definitiva do romantismo e seu desprezo pela modernidade burguesa e mercantilista. Os filósofos definitivos para esse consumidor de luxo são Spinoza e Nietzsche
Herculano
04/01/2016 21:51
SUJEITO OCULTO, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

Na gramática do governo petista, o responsável pela imensa crise atual é oculto por elipse. A presidente Dilma Rousseff cometeu erros primários, mas nem ela nem seus auxiliares são capazes de vir a público e assumir, em primeira pessoa, a autoria do desastre que se revela a cada novo balanço da economia.

Tome-se, por exemplo, uma recente entrevista do ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, na qual ele admitiu os "erros que foram cometidos em 2013 e 2014". Não é preciso ser catedrático em análise sintática para perceber que a voz passiva serve para esconder o sujeito que senta na cadeira presidencial e que, por sua única e exclusiva responsabilidade, colocou o País na trilha do caos.

Na entrevista, dada à Rádio Metrópole, de Salvador, Jaques Wagner fez um diagnóstico preciso dos problemas criados pela gestão temerária da economia no governo Dilma. O ministro listou, entre os "erros que foram cometidos", a "desoneração exagerada" e os "programas de financiamento que foram feitos num volume muito maior do que a gente aguentava".

Embora tratados pelo petista como se fossem obras do acaso ou tivessem caído dos céus, essas medidas são parte da chamada "nova matriz econômica", monstrengo que assegurará a Dilma um lugar de honra na galeria dos piores presidentes da história do Brasil.

A tal matriz é obra do, por assim dizer, pensamento de Dilma, desde sempre convencida de que o Estado tem recursos infinitos e que, por essa razão, deve ser o grande responsável pelo desenvolvimento do País. Não há cofre público que baste para tamanha falta de juízo, como sabe qualquer estudante novato de economia, mas afinal não é possível discutir de forma racional com quem governa acreditando que basta "vontade" para que se realize a "justiça social".

Como a "nova matriz econômica" é fruto de ideologia, e não de planejamento sensato, seus graves reveses são tratados não como se fossem um problema do modelo em si, e sim como resultado de uma combinação de fatores externos, sabotagem da oposição e, claro, má sorte. Mesmo quando reconhecem os erros, Dilma e seus ministros tratam logo de dizer que o problema é sempre dos outros. "Eu sei que isso não consola, mas no mundo inteiro nós estamos vivendo uma fase de economia complicada", disse o chefe da Casa Civil na entrevista.

Quando resolveu dar um nome ao sujeito da crise, o ministro, previsivelmente, elegeu Joaquim Levy, visto pelos petistas como o verdugo dos pobres. Ministro da Fazenda, Levy foi o responsável por aplicar o "remédio que virou veneno", que "mata o paciente", disse Wagner. "O Levy tinha uma visão muito específica do livro-caixa, do cofre, então ele estava obcecado por aquilo ali", opinou o ministro. "Aquilo ali", enfatize-se, é o equilíbrio das contas públicas, sem o qual não é possível manter os programas sociais tão caros ao PT de Wagner.

Mas a farsa do ajuste fiscal ?" que não foi feito na dimensão necessária porque Dilma nunca o bancou para valer ?" serve bem aos propósitos populistas dos petistas. "Já cortamos neste ano mais de R$ 130 bilhões, entre programas e despesas. Mas chega um ponto em que, se você cortar mais, vai matar o paciente", disse Wagner. E ele foi didático: "Tem seca no Nordeste, tem enchente no Sul, tem zika vírus com microcefalia, tem que gastar dinheiro para combater o mosquito. Isso tudo é dinheiro, o que vou fazer? Vou dizer para o cara: 'Amigo, você está com microcefalia, mas meu ajuste fiscal diz que não posso lhe dar dinheiro, morra'. Não pode ser assim".

Para os petistas, portanto, ajuste fiscal significa deixar morrer os doentes nos hospitais negando-lhes atendimento por economia de recursos, como se o dinheiro já não faltasse em razão justamente da irresponsabilidade dos governantes, a começar pela própria presidente Dilma Rousseff. Que ninguém se engane: a "autocrítica" malandra que Jaques Wagner ensaiou, calculada para dar a impressão de que vem aí uma nova fase no governo, nada mais foi do que um pretexto para reafirmar as mesmas crenças que empurraram o País para o abismo.
Herculano
04/01/2016 21:49
O VERÃO ANTES DA QUEDA, por Paulo Delgado, sociólogo, para o jornal O Globo

A presidente Dilma Rousseff tem ainda tempo para interromper o percurso oblíquo e retrógrado que a escolheu e reelegeu

O modelo político e econômico brasileiro não assimila o capitalismo de fato. De tempos em tempos, um gênio tenta forçar o capitalismo a assimilar suas ideias. E molemente, como sopa, um frágil capitalismo de mínimo esforço se diverte com um queixoso socialismo de esforço nenhum. E toda instituição fica submetida às forças irracionais que plasmam nossa sociedade.

Se a presidente da República continuar achando que o Brasil lhe deve algum favor pela coerência de suas ideias, precisará se convencer que governar é vergar 204 milhões de pessoas aos seus caprichos.

Já conta com um Supremo opressor, que esteriliza a vida política nacional com bizarrices interpretativas sobre regimento do Legislativo, como proibir chapa avulsa em parlamento com 35 partidos fictícios e impor voto aberto para político fraco julgar presidente cabeça dura.

Todos sabem que o impeachment atual não está baseado no Código Penal. Visa, de forma previsível, a organizar o governo que entra e interromper a desorganização do que sai. Como a crispação política e a falsa agudeza da presidente impedem a compreensão real das coisas, 2016 tem tudo para ser acrescentado na história dos fracassos brasileiros.

A presidente Dilma tem ainda tempo para interromper o percurso oblíquo e retrógrado que a escolheu e reelegeu. Poderia conduzir a mudança rompendo com o mercado precificado da eleição tradicional mudando o paradigma do imediatismo que a fez bode expiatório nas mãos de Lula. Deteria a exaustão do PT e poderia sair consagrada como luz de novos tempos. Mudar preservando, como é o movimento das marés progressistas.

Embora o PT esteja exaurido, o humanismo petista ainda não se esgotou de todo entre os filiados. Engasgados até hoje por perderam a chance de fazer Patrus, Olívio, Deda, Tarso Genro ou Jacques Wagner presidentes da República, quando a direção permitiu que Lula levasse Dilma a fazer o que não gosta. É um dilema insolúvel da esquerda o autoritarismo de líderes e aparelhos. Mas a pior surpresa foi a simbiose esquerda-direita, com seu fisiologismo, paternalismo e clientelismo, presente na aliança que Lula impôs aos governos do PT.

A sensação é que não se ultrapassa a direita na corrida ao poder porque ela está dentro da esquerda.

Por ora, ajudaria bem um ministro da Fazenda que seja político respeitado, de perfil suprapartidário, capaz de entender que o capitalismo brasileiro não quebra o Brasil com sua improvisação e delitos, mas o capitalismo internacional retira recursos da imprevisível e voluntarista política econômica.

Como as "possibilidades" e as "circunstâncias" da crise são coisas diferentes, o Brasil tem se equilibrado entre esses dois polos. O senso de urgência chegou para todos com o agravamento das condições econômicas - as circunstâncias -, mas a inércia das disputas internas dos partidos - as possibilidades - estão prevalecendo e impedindo surgir o rosto da transição.

Gigantes obscuros, falando mais de consciência do que de lei, sempre controlaram as ondas da mudança no Brasil. A democracia, quando funciona, poupa a consciência de ficar contra a lei
Paty Farias
04/01/2016 19:48
Oi, Herculano;

"Eis o que o deputado gaúcho Darcísio Perondi mandou dizer há pouco ao editor citando dados da Confederação das Misericórdias do Brasil (CMB):

- 218 hospitais filantrópicos fecharam as portas em todo o País no ano que passou.
- 11 mil leitos saíram do sistema só na área das filantrópicas.
- Dos 450 mil trabalhadores de santas casas e hospitais filantrópicos, 39 mil perderam o emprego.

Culpa de quem ?

'Do governo do PT', avisou ao editor o deputado do PMDB.

O Rio é o Estado onde a crise da saúde mais impacta a população." Polibio Braga.


Nossa! Mas o Mais Escravos Cubanos não era a panaceia que iria resolver todos os males da área da Saude?
Ah, sei! isso tudo foi feito para atender ao pedido do boca de sapo que anunciou que se o SUS melhorasse, estragaria.
Erva Daninha
04/01/2016 19:21
Olá, Herculano;

Do Blog do Coronel.

"Sabem por que a gestão da sua cidade está sendo uma catástrofe? Porque o PT, o governo Dilma esmagou os municípios. Não repassou recursos, não atendeu o mais mínimo pedido, acabou com as finanças municipais. Enquanto isso, sua militância sindicaleira treinada organizava greves para colocar a culpa para as costas dos pobres e miseráveis prefeitinhos.


Por isso, em 2016 o inimigo é o PT. O partido. A sofisticada organização criminosa. A ORCRIM.


A campanha é: não eleja prefeito e vereador petista, pois se ainda não é bandido, vai ficar, porque seguem uma cartilha partidária.


Ah, mas você vai dizer, mas o Paulão é um líder comunitário sério, só porque é do PT... Sim, só porque é do PT ele não deve ser eleito. Há outros 30 partidos para ele se filiar.


Outros vão dizer:mas eles são governo, tem dinheiro no cofre. Mentira. Eles quebraram o Brasil e não tem um tostão furado a mais. Embolsaram tudo o que havia no cofre. Não caia no golpe das portas abertas em Brasília porque o país quebrou.


Não acredite em ninguém que leve a estrela vermelha. Ela deve ser banida, pois ela destruiu o Brasil.


Se nós matarmos o mal pela raiz e a raiz é o município, teremos vencido a batalha para os próximos anos.


Não esqueça. Em 2016 inimigo número um é o PT. Depois é a Dilma, o Lula e o resto do bando."

#AndréiaNeLLes
Anônimo disse:
04/01/2016 13:44
Herculano, Valdo Cruz às 07:36 hs comenta a profecia de Ulysses Guimarães:
"Se você reclama do atual Congresso, espere o próximo, ele será pior".

Será que a profecia também serve para a nossa Câmara de Vereadores?
O Melato foi o líder da vanguarda do atraso.
Será que o Geovanio vai na mesma toada?

#ForaVanguardaDoAtraso
Sidnei Luis Reinert
04/01/2016 12:13
Herculano
04/01/2016 07:19

Resumindo, pagamos 1/2 trilhão a mais que ano 2014 e recebemos de volta menos benefícios que os anos anteriores.

COM A CHEGADA DA CPMF O INFERNO VAI CONTINUAR. MALDITOS BOLIVARIANOS?
Maurilio Schmitti
04/01/2016 11:02
AGRADECIMENTOS E REPAROS

Agradeço ao registro de minha manifestação de final de ano. Honrado pela citação dos cumprimentos e comentários gostaria de colocar alguns reparos:

A divergencia feita na sua coluna nos mostra o quão apaixonante é a prática da democracia e a oportunidade de se fazer críticas construtivas e apontar soluções.

É evidente que a nossa opinião deve ser considerada num momento que vivemos, com a nossa visão e, evidentemente, as divergencias são importantíssimas para iniciarmos uma construção da solução.

Construir uma solução, na nossa humilde opinião, significa preparar a cidade e dotá-la de recursos para implantar as prioridades. É evidente que a legislação existente pode contribuir e balizar as tratativas necessárias.

No entanto precisamos de etapas corretivas para repormos os estragos do desgoverno que se instalou no País e cujas consequencias, apesar de largamente divulgadas, estão a mostrar o quanto já causou e causará na vida economico social do Brasil e também de Gaspar.

Isto posto estamos abertos a continuar na construção de um projeto para a cidade de Gaspar.
Aproveitamos para divergir do Sr. Mário Pera quanto ao histórico dos Planos Diretores de Gaspar.

Numa rápida recapitulação veremos que o esboço foi implantado pelo Governo do Sr. Osvaldo Schnieder, o Paca, já nos idos dos anos setenta do século 20. O Sr. Tarcísio de saudosa e competente memória foi o implantador, juntamente com o Sr. Cuca Spengler do Plano Diretor de Gaspar, antes da eleição do Sr. Francisco Hostins e este empossado, com coragem, passou a aplicar o Plano Diretor e suas leis.

Não procuramos buscar méritos para o Plano Diretor de Gaspar de 2006, feito este sim, a luz do Estatuto das Cidades, lei regulamentadora dos artigos 182 e 183 da Constituição de 1988, sob número 10257 de 10/07/2001.

Diferente do que está acontecendo hoje, a revisão prevista na legislação, está causando gastos enormes,prazos dilatados, sem a participação popular, feito aos solavancos e cuja metodologia irá certamente tumultuar e gerar incertezas jurídicas e problemas legais ao perfeito uso do Plano.

Não vou querer alimentar polemicas com o Sr. Mário Pera, mas, apesar de estar como nós, em atividades profissionais em outra cidade, tem o interesse de contribuir com a cidade de Gaspar. Fique tranquilo na sua linda Bombinhas, mas continue colaborando com suas idéias, experiencias e conhecimentos, sem se preocupar com quem fez e quando o Plano Diretor do século 21.

Embora voce saiba que ele foi elaborado por exigencia legal, por entidade conhecedora da região, a nossa Furb, com a valorosa equipe da PMG e legalmente com a Participação Popular esta sim imprescindível para configurar o compromentimento da cidade e sua legislação.
Abraços e obrigado pelo espaço.

Engenheiro Maurilio Schmitt, eleitor nascido em Gaspar, apesar de na época não existir o nosso Hospital.
Herculano
04/01/2016 07:36
MELADO AZEDO, por Valdo Cruz, para o jornal Folha de S. Paulo

Jaques Wagner é visto como um dos petistas mais abertos ao diálogo e confiáveis dentro do PT até pela oposição, que chega a dizer que, se ele tivesse virado chefe da Casa Civil desde o início do governo, a presidente Dilma Rousseff estaria hoje em melhor situação.

Suas avaliações, por vezes, causam desconforto entre seus pares por serem realistas e não fugirem do assunto. Foi assim ao dizer que o PT errou ao adotar métodos antigos da política ao analisar os efeitos da Operação Lava Jato sobre a sigla [Veja abaixo, a entrevista que ele concedeu à Folha de S. Paulo na edição de Domingo].

Chegou a afirmar que sua legenda acabou como naquela velha história: "Quem nunca comeu melado, quando come, se lambuza".

Tal frase, em especial, não deve ter agradado nem um pouco os petistas, mas deveria servir de reflexão se eles querem reerguer a sigla que chegou ao poder como a mais identificada com a luta contra a corrupção. Hoje, está bem enrolada no escândalo do petrolão.

O fato é que a cúpula petista teima em negar o que se tornou público. Seria bem melhor fazer um mea culpa e consertar os estragos causados pelo desvio de caminho.

Justo reconhecer que a postura avestruz do PT em nada difere da de outras legendas, mais bem treinadas no quesito negociatas como bem disse Wagner. Mas aí estaria o diferencial que o partido mostraria ao país, fazendo jus à sua origem.

O ministro diz que o erro original do PT foi não ter batalhado pela reforma política tão logo conquistou o poder. Tinha, ali, capital político para mudar a estrutura política brasileira. Hoje, não tem mais.

O que dificulta uma reforma política e reforça, como lembra Jaques Wagner, a profecia de Ulysses Guimarães. Se você reclama do atual Congresso, espere o próximo, ele será pior. Nada mais verdadeiro.

Hoje, os presidentes das duas Casas estão sob investigação. Deputados trocam tapas e tentam destruir cabines de votação no plenário. Se o próximo for pior, socorro!!!
Herculano
04/01/2016 07:32
PENINHA, O COMILÃO

É o que revela Cláudio Humberto na coluna abaixo. Em Gaspar, nas raras vezes que teve por aqui, filou a boia. Aliás, nestas férias nem apareceu, por enquanto, para ouvir as vozes das lideranças e das ruas a favor do impeachment. O deputado Rogério Peninha Mendonça, PMDB, acha que Dilma Vana Rousseff, PT, tem que ficar para atrapalhar ainda mais o Brasil, os brasileiros e Gaspar.
Herculano
04/01/2016 07:27
RECEITA DO GOVERNO FOI RECORDE: R$ 2,7 TRILHÕES, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

O governo da presidente Dilma Rousseff insiste na lorota de que falta dinheiro para investir em segurança, saúde, educação e infraestrutura, mas a verdade é que as receitas em 2015 foram as maiores da história do País: R$ 2,7 trilhões. Nem a desculpa de descontar inflação explica a incompetência do governo, pois o valor subiu 22,7%, mais do dobro da inflação, em relação a 2014, que tinha o recorde de R$ 2,2 trilhões.

Governo opaco

Ao contrário do que acontece desde a criação da Lei de Transparência, o governo Dilma não atualizou as previsões nos dados orçamentários.

O resto é lucro

Só o que foi embolsado pela Fazenda com Receita e títulos do Tesouro já iguala tudo o que foi arrecadado pelo governo federal em 2014.

Vice

Mesmo com o crescimento do desemprego, o Ministério da Previdência meteu a mão em mais de R$ 352 bilhões do dinheiro dos trabalhadores

Na rabeira

Mesmo ficando em último lugar, o Ministério Público da União levou um trocado e fechou o ano de 2015 no azul. Arrecadou R$ 10,1 milhões.

STF: impeachment é 'político' e não 'jurídico'

O Supremo Tribunal Federal já havia definido, há mais de 20 anos, a ferramenta do impeachment como um instituto de conteúdo político-administrativo, apesar de ter "inegável vinculação jurídica". O próprio ministro Celso de Mello quando julgou o Mandado de Segurança impetrado pelo ex-presidente Fernando Collor, durante seu processo de cassação, definiu o impeachment como "político-administrativo".

Não exige provas

De acordo com a legislação, na impossibilidade de provas, o pedido de impeachment pode listar testemunhas do crime cometido por Dilma.

Senado julga

Não há necessidade de condenação na justiça para o afastamento de Dilma, pois o julgamento do impeachment é feito pelo Senado.

Collor absolvido

As absolvições no STF do ex-presidente Collor, afastado e inelegível por oito anos, provam o caráter político e não judicial do impeachment.

Unidos pelo impeachment

No giro que fará pelo Brasil em janeiro, o vice-presidente da República, Michel Temer, vai pedir o apoio de aliados para evitarem "fogo amigo". Segundo ele, que não descarta o impeachment da presidente Dilma, é preciso unificar não só o País, mas o próprio PMDB.

Horizonte negro

Última façanha do ex-presidente Lula, a eleição de Fernando Haddad como prefeito de São Paulo deve ficar limitada a isso, sem reeleição. A rejeição ao petista beira os 70% e fica difícil até uma vaga de vereador.

Já vai tarde

Quem também tem a vida complicada é o prefeito de Goiânia, Paulo de Siqueira Garcia (PT). Bem diferente de quando foi reeleito em 1º turno, a aprovação de Garcia é de pouco mais de 23% dos eleitores goianos.

Esfarelou

Os rebelados do PMDB procuram outro nome para destituir Leonardo Picciani (RJ) da liderança da bancada na Câmara. A avaliação é que Leonardo Quintão (MG) não decola e dificilmente leva o posto.

Do bom...

Com aprovação de 64,4%, o prefeito de Maceió, Rui Palmeira (PSDB), nada de braçadas para a reeleição e até possíveis adversários, como o deputado Ronaldo Lessa (PDT), estão no caminho para virarem aliados

...e do melhor

Situação praticamente imbatível na eleição deste ano é a de ACM Neto (DEM) em Salvador. O prefeito teve aprovação de 84,7% dos eleitores, a maior entre todas as capitais pesquisadas pelo Instituto Paraná.

Comilão

O deputado Rogério Peninha Mendonça (PMDB-SC) foi o campeão em gastos com a alimentação na Câmara em 2015. Sozinho, ele pediu o ressarcimento de R$ 27,32 mil com despesas em restaurantes.

14 Bis

O deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ) voou tanto quanto o pai da aviação, Santos Dummont. Em 2015, foi o que mais gastou, entre os 513 deputados federais, com emissão de passagem área: R$ 450 mil.

Pensando bem...

... o presidente do PT, Rui Falcão, deve avaliar melhor quando cobra mudanças, pois a mais próxima pode ser a saída do PT do poder.
Herculano
04/01/2016 07:19
SERÁ QUE GASPAR É O EXEMPLO PARA O BRASIL E O PONTO FORA DA CURVA? TODOS OS MUNICÍPIOS ESTÃO COM PROBLEMAS NAS SUAS CONTAS. GASPAR RESISTE.QUIS AUMENTAR IMPIOSTOS NA MARRA, NÃO CONSEGUIU. VEJA ESTA MANCHETE DE CAPA DA EDIÇÃO DE HOJE DO JORNAL FOLHA DE S. PAULO: CRISE DERRUBA ARRECADAÇÃO DE IMPOSTOS E INVESTIMENTOS DE PREFEITURAS

Texto de Felipe Bächtold, de Porto Alegre, com Gabriela Terenzi e Thiago Amâncio, de São Paulo.
Na esteira da crise econômica que atinge o governo federal e os Estados, as maiores cidades do país amargam queda expressiva na arrecadação de impostos e passaram a cortar investimentos e enxugar gastos.

Levantamento da Folha aponta que, em 38 dos 50 municípios mais populosos, onde vivem mais de 60 milhões de pessoas, houve queda nas receitas de impostos. A comparação foi feita entre dados de janeiro a outubro de 2015 e 2014, com valores atualizados pela inflação. O levantamento abrange as cidades que disponibilizam dados completos das finanças.

Pressionados pela diminuição da atividade econômica e a consequente redução nos recursos do ISS (Imposto Sobre Serviços), uma de suas principais fontes de receitas, essas grandes cidades arrecadaram, juntas, 4% (R$ 2,7 bi) a menos em relação a 2014.

Os efeitos da crise de caixa são agravados pela redução das transferências estaduais. O ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), principal tributo cobrado pelos Estados, tem uma parcela (25%) destinada às prefeituras e costuma sofrer forte efeito da desaceleração da economia.

Para o presidente da Confederação Nacional dos Municípios, Paulo Ziulkoski, outro "grande vilão" das prefeituras é o corte nos repasses da União. Entre as 50 cidades pesquisadas, 43 registraram queda nas transferências intergovernamentais.

"A despesa no município é diferente daquela da União porque é 'incomprimível'. Não pode deixar de dar merenda escolar, tirar o lixo da rua ou fornecer remédio. Não pode fazer o que a União está fazendo: não pagar ninguém, atrasar programas", diz.

À exceção de Brasília, as transferências às cidades mais populosas caíram, em média, 5,7% (mudança contábil no balanço da capital federal impede sua comparação com outros locais nessa rubrica).

Com a falta de verbas, um dos principais alvos dos cortes são os investimentos (aplicação de recursos em obras ou aquisição de equipamento e instalações), que caíram 16% nesses 50 municípios.

A queda é mais acentuada nas cidades que sediaram a Copa do Mundo em 2014, que fizeram obras de infraestrutura para receber o torneio.

A exceção é o Rio, que se prepara para sediar a Olimpíada em 2016. As outras 11 cidades-sede da Copa registraram queda de investimentos que, somadas, chegam a quase R$ 3 bilhões, 40% a menos. Em São Paulo, por exemplo, o recuo nos investimentos foi de 24%. Em Natal, a queda foi de 91%.

"O endividamento do município teve expressiva elevação para suprir investimentos da Copa", explica o controlador-geral de Natal, Dionísio Gomes. Em 2015, a cidade não fez novos empréstimos."Os R$ 35 milhões de investimentos foram feitos com recursos próprios, volume expressivo em função da crise."

ECONOMIAS

Para fechar as contas, prefeituras têm buscado fazer cortes. Em Manaus, o prefeito Arthur Virgilio Neto (PSDB) vai fechar nove escolas que funcionavam em prédios alugados, afetando 2.300 alunos, para economizar R$ 7 milhões ao ano.

A capital amazonense registrou arrecadação tributária 7,7% menor. Segundo a prefeitura, a diminuição acontece sobretudo pela queda na arrecadação do ISS ?"a principal fonte do PIB local é o Polo Industrial de Manaus, impactado pela crise.

Em Goiânia, cuja receita tributária caiu 4%, o prefeito Paulo Garcia (PT), em busca de uma economia de R$ 7 milhões, reduziu o horário de funcionamento das repartições para o período entre 7h e 13h como forma de diminuir gastos com luz e telefone.

Segundo a Confederação Nacional dos Municípios, esse tipo de iniciativa se tornou comum pelo país. A entidade fez uma enquete respondida por 73% das prefeituras em que a maioria diz que precisou cortar funcionários comissionados, por exemplo.

Embora as despesas correntes, que incluem gastos com pessoal, juros da dívida e custeio, tenham caído na maioria dos grandes municípios, os gastos com salários ainda ultrapassam o que a Lei de Responsabilidade Fiscal chama de "alerta" (48,6%) ou de "prudencial" (51,3%) em 21 das 50 localidades.

Quatro delas superam o "limite máximo" (54%). A campeã é Nova Iguaçu (RJ), que gasta 60,8% de sua receita corrente líquida com pessoal.
Sidnei Luis Reinert
03/01/2016 20:40
Se o socialismo vigorar, teremos que repartir os bens com bandidos e políticos corruptos?

Policial militar é preso após atirar e matar homem que invadiu sua casa

Um policial militar de 37 anos foi preso em flagrante após atirar e matar um homem de 30 anos que arrombou a porta de sua residência. Segundo a Polícia Civil, o homicídio foi por volta das 19h30 desta sexta-feira (1º), na Vila Monteiro, em Flórida Paulista.
Ainda segundo o registro, o policial relatou que havia chegado em sua residência, "indo direto tomar banho, após fechar as portas e janelas, quando ouviu um estrondo na porta da cozinha". Ele afirmou também que "imediatamente, apoderou-se de sua arma, a qual estava sobre a pia do banheiro", e questionou a presença do "indivíduo estranho".
Depois de fazer a pergunta, o policial contou que "o referido indivíduo apontou uma arma em direção a ele. Neste momento o policial efetuou o disparo com sua arma.
Sidnei Luis Reinert
03/01/2016 20:15
Recado do jurista Antônio Ribas Paiva, no Facebook:

"Combatentes, o INIMIGO DO POVO É A CLASSE POLÍTICA, que USURPOU O PODER do ESTADO PARA a prática, sistemática, de crimes, usando ideologias e outros artifícios, para apoderar-se do patrimônio público. Quando os políticos são pilhados roubando e traindo, tentam confundir a opinião pública, lançando a sua culpa nos ricos, nos maçons e até em religiosos. Desta vez, foram pegos com a boca na botija. Vai ser difícil escapar, mas eles vão tentar, com mentiras, inocentes úteis e agentes infiltrados. Cuidado combatentes, não percam o foco: INTERVENÇÃO CÍVICA CONSTITUCIONAL JÁ!!!".
Sidnei Luis Reinert
03/01/2016 20:13

Petelândia chinesa

Demorou, mas finalmente caiu a máscara entreguista da Petelândia.

Basta ver o último dos 14 itens propostos pela bancada do PT como "soluções imediatas" para o Brasil: levantar grana com chineses para emprestar para nossas empresas...

A lógica é malandra: o empresário brasileiro não conseguirá quitar o que pegou emprestado, e os chineses ficam com o negócio dele...

O jogo é jogado

Um outro grande interesse do PT, desde a gestão Lula, que acabou atrapalhado pelo escândalo do Mensalão, é a legalização dos jogos de azar no País.

Muitos cardeais petistas adorariam entrar como sócios (indicando laranjas para a operação) da exploração da jogatina.

O problema é que os interessados "investir" aqui são os russos - parceiros que podem não gostar da "sociedade" com a petelândia...

As propostas petistas

Confira o pacotão de medidas propostos pelos petistas para Dilma salvar a pele deles (claro):

1) Vender papéis da dívida ativa da União para bancos e levantar recursos para obras

2) Adotar sete faixas de alíquotas do Imposto de Renda ?" a mais alta de 40% para salários acima de R$ 108 mil mensais ?" e isenção para quem ganha até R$ 3.390

3) Instituir imposto de renda sobre lucros e dividendos e remessa de recursos para o exterior

4) Fim da possibilidade de empresas poderem abater do IR o valor pago como juros para os acionistas

5) Aumentar o Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR) para propriedades improdutivas

6) Mudar tributação sobre cigarros

7) Criar um imposto sobre grandes fortunas

8) Elevar imposto sobre heranças e doações

9) Instituir imposto semelhante ao IPVA para jatinhos e helicópteros

10) Legalizar jogos de azar

11) Volta da CPMF (já encampada)

12) Alterar legislação para acordos de leniência (já encampada)

13) Repatriação de recursos mantidos no exterior (já encampada)

14) Captação de empréstimo na China para financiar empresas brasileiras

http://www.alertatotal.net/
Mário Pera
03/01/2016 17:49
Sobre Plano Diretor de Gaspar é importante considerar q o seu primeiro e de 1988 da ADM. Tarcísio Deschamps. Gaspar a época já com mais de 20 mil hab tinha seu ordenamento de organização de ocupação. Depois foram feitos ajustes e novos enquadramentos sob determinação sobretudo o Estatuto da Cidade. Só pra contribuir, já q Gaspar não veio a ter seu primeiro Plano Diretor neste século. Diria q é evidente e inegável q foram concebidas e recepcionadas novas e melhores concepções à realidade e exigências atuais, e qto a isso sabemos q o engenheiro Maurílio teve e deu grande contribuição
Herculano
03/01/2016 11:52
RECESSÃO BATE GOVERNO DE 7 A 1, por David Kupfer, para o jornal O Estado de S. Paulo

Parte 1

Passividade do governo em relação à crise lembra a da comissão técnica da seleção brasileira na lendária derrota do Brasil para a Alemanha, na Copa de 2014

O famigerado 7 x 1 que a Alemanha impôs ao Brasil na semifinal da Copa do Mundo do já longínquo ano de 2014 marcou não somente pela goleada, mas também pela passividade da comissão técnica da seleção brasileira, que assistia àquela chuva de gols sem tomar qualquer atitude. Pois o mesmo vem ocorrendo com a economia brasileira nesse ano de 2015 que, felizmente, acabou de ser deixado para trás.

É raro na história brasileira o PIB cair 3,5% em um ano. Pior, as expectativas para 2016 também convergem para um novo tombo que, em se confirmando, significará um recorde negativo quase secular, dado que o Brasil não enfrenta dois anos seguidos de retração desde o biênio posterior à crise de 1929.

Porém, mais do que a sucessão de números desastrosos, o que mais chama a atenção em um balanço do desempenho da economia em 2015 é a apatia com que a política econômica foi conduzida ao longo de todo o período.

Vista da perspectiva de um final de jogo, a política econômica de 2015 foi incompreensível. Parece que todas as decisões foram condicionadas por uma tentativa desesperada de evitar a perda do grau de investimento pelo País ou, talvez, por esforços, nesse caso desesperançados, visando induzir os agentes a precificar essa perda de forma gradual, evitando-se um grande choque em uma economia já combalida. Se essa era a missão principal de Joaquim Levy, explica-se a mudança do treinador, quer dizer, do ministro da Fazenda. Esse jogo terminou com uma derrota fragorosa.

A diferença é que enquanto no futebol o jogo tem duração determinada, na economia ele se repete indefinidamente. A partir de 2011, com base em um diagnóstico equivocado, que superestimou o sucesso da saída da crise global em "V" e subestimou a dificuldade de adaptação da economia nacional ao novo quadro da economia mundial, desenhou-se uma política econômica como se houvesse uma capacidade inesgotável de financiar medidas anticíclicas.

Contudo, a dinâmica fiscal brasileira é extremamente vulnerável ao ciclo econômico. Isso ocorre devido tanto ao comportamento da receita, posto que essa é muito apoiada em impostos sobre produtos, quanto da despesa, dado que essa é, em grande parte, inflexível. Historicamente, a correção do desequilíbrio fiscal que acompanha os momentos de retração econômica sempre demandou soluções que envolveram alguma forma de ampliação da carga tributária. Como hoje prevalece o entendimento social de que essa carga já atingiu o limite do suportável, o compasso de espera, que já consumiu o ano de 2015, expressa a contagem do tempo necessário para que a sociedade se convença de que não há outra opção.
Herculano
03/01/2016 11:52
RECESSÃO BATE GOVERNO DE 7 A 1, por David Kupfer, para o jornal O Estado de S. Paulo

Parte 2

O grande problema é que, no plano substantivo, muito mais do que o reequilíbrio fiscal, pura e simplesmente, a saída da recessão passa pela recuperação da produção industrial.

Indústria. É bom que se diga que isso é assim não porque a indústria seja um setor eleito, mas porque é ela que reúne as atividades produtivas com maior poder multiplicador da renda. No entanto, a indústria brasileira está em um processo latente de crise desde 2007, pelo menos. Esse resultado não poderia ser diferente haja vista a política macroeconômica hostil para a indústria que predominou nos últimos 20 anos, que teve doses elevadas de valorização cambial, manutenção de juros altos e de alta dos custos sistêmicos (tributação, infraestrutura, custos salariais etc.)

Os efeitos cumulativos de longo prazo trazidos por essa combinação de tendências provocaram um hiato crescente de competitividade que, por sua vez, reduziu o ritmo de investimentos e quebrou o principal circuito que impulsiona o progresso técnico da indústria, que é a construção de novas fábricas. Daí sobreveio a defasagem de inovação, que explica a estagnação da produtividade da indústria.

Embora rudimentar, o seguinte exercício busca dimensionar o crescimento do hiato de competitividade. Em 2006, quando a trajetória de perda de competitividade industrial tornou-se nítida, as exportações brasileiras de manufaturados (exclusive derivados de petróleo) foram de US$ 87 bilhões, contra exportações mundiais de US$ 8,607 trilhões, correspondendo, portanto, a uma participação de 1,01%. Em 2014, esses números evoluíram para US$ 101,3 bilhões e 12,954 trilhões, respectivamente, reduzindo a fatia do País para 0,78%.

Se o Brasil tivesse conseguido manter a participação de 2006, as exportações em 2014 poderiam ter sido US$ 29,6 bilhões superiores ao efetivamente verificado. Quer dizer, o hiato de competitividade em relação a 2006 "roubou" da indústria brasileira cerca de R$ 120 bilhões (pela taxa de câmbio atual de cerca de R$ 4).

Quanto desse valor será recuperado tão somente com a desvalorização cambial o tempo dirá. Mas há razões para se acreditar que não será a maior parcela. A recomposição da competitividade estrutural requer a realização de investimentos, a modernização do parque industrial, a mudança na pauta de produção, enfim, todo um processo a percorrer para quebrar o círculo vicioso acima mencionado. Claro que isso vai exigir tempo e apoio da política econômica.

A troca de um ministro da Fazenda por outro que também exibe perfil eminentemente técnico, e mesmo que ademais detenha maior conhecimento do que é o mundo da produção, dificilmente trará mudanças significativas na essência da política econômica de curto prazo.

Isso simplesmente porque há muito pouco espaço para alternativas a um grande esforço fiscal e a um enfrentamento duro da inflação. Resta, então, esperar que a supressão da esquizofrenia que marcou a política econômica em 2015 possa melhorar o canal da previsibilidade e assim contribuir para recolocar a economia em movimento.
Herculano
03/01/2016 11:46
#VAIFALTARCADEIA, por Plácido Fernandes Vieira, para o jornal Correio Braziliense

O Brasil, definitivamente, não é um país sério. No auge de uma crise na saúde, com a população aterrorizada às voltas com o zika vírus e hospitais em estado de abandono e fechando as portas, o governo saca da cartola R$ 72,4 bilhões para tentar salvar o pescoço de Dilma do impeachment. Deus do céu! Como, até aquele momento, ninguém sabia que havia esse monte de dinheiro ali, à disposição? E, não mais que de repente, o Tesouro Nacional tira a fortuna da cartola e tchan, tchan, tchan, tchan! Paga as pedaladas? E o Planalto ainda aumenta as verbas destinadas a emendas parlamentares de R$ 6,7 bilhões para R$ 7,2 bilhões? Votos contra o impedimento?

Realmente, o Brasil não pode ser levado a sério. Quer dizer que há dinheiro de sobra para salvar o mandato da presidente, mas falta para o básico na saúde? Até agora, parece inacreditável, mas a grande medida do governo para combater a microcefalia foi mudar o critério pelo qual se determina se a criança nasceu ou não com a malformação. Antes, classificava-se a doença quando bebês vinham ao mundo com a circunferência da cabeça igual ou menor do que 33cm. Caiu para 32cm. Com a medida, reduz-se o número de casos. Porém, de nada adianta no combate ao Aedes aegytpi. O país precisa urgentemente de grande campanha nacional para erradicar o mosquito. Até o momento, o que se faz é culpar a população: 80% dos focos, dizem as autoridades, estaria dentro das casas. Sim, o culpado somos nós, caro leitor.

Ou o brasileiro toma as ruas e se faz levar a sério ou continuará como o bobo da corte. Não é à toa que o Brasil está entre os 30 países que mais cobram tributos e se destaca como aquele que presta os piores serviços públicos. E ainda querem criar mais um: a CPMF, que, no fundo, só os pobres pagam, pois os donos do capital repassam os custos para a população. Hoje, no país, a realidade é tão trágica que, em plena capital da República, os hospitais públicos estão em situação de penúria. Escolas, idem. Imagine, então, nos grotões! Principalmente depois da tentativa de desmoralizar a Lei de Responsabilidade Fiscal, um dos pilares contra o vale-tudo dos governantes: dos municípios à União.

Dói é saber que poderia ser pior. Não fosse a Operação Lava-Jato, levada adiante apesar das tentativas de desmontá-la, a corrupção já teria sido elevada à condição de ato heroico. Pistoleiros a soldo nas redes sociais bem que tentaram. Mas a coragem e a persistência do juiz Sérgio Moro e de promotores como Deltan Dallagnol se impuseram até aqui. Graças a eles, dois poderes da República estão em xeque. Que caiam todos os que têm contas a acertar com a Justiça! Sim, sei: se isso acontecer, vai faltar cadeia.
Herculano
03/01/2016 11:33
LULA E PT PRESSIONAM DILMA, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

A pressão de Lula sobre a presidente Dilma Rousseff exigindo uma "resposta rápida" à crise econômica levou o presidente nacional do PT, Rui Falcão, a divulgar nota oficial em que exige "ousadia" na correção dos rumos da economia e repudia medidas anti-inflacionárias e de ajuste fiscal. Lula e o PT exigem de Dilma o que imaginam que seria uma guinada à esquerda na economia, mas seria simplesmente repetir os erros do primeiro mandato que empurraram o País para a recessão e o consequente comprometimento dos programas sociais que os petistas alegam querer preservar. Na verdade, estão interessados apenas em recuperar o apoio das bases eleitorais que iludiram com a promessa do Paraíso na Terra.

Lula e o PT querem que Dilma dê "boas notícias" na economia. É difícil de imaginar quais seriam. Os indicadores econômicos divulgados pelo próprio governo confirmam o agravamento do desastre. Mas para atender ao que exigem Lula, o PT e os "movimentos sociais", o novo titular da Fazenda, Nelson Barbosa, precisaria realmente surpreender o País. Afinal, ele é um dos principais arquitetos da "nova matriz" cujo intervencionismo voluntarista e desmedido jogou a economia nacional na recessão.

Um bom começo de conversa seria Lula e os petistas deixarem claro desde logo qual seria a "nova política econômica" que exigem como "boa notícia". Boa notícia é o PIB em expansão com a criação de riquezas que beneficiem toda a população; é o nível de emprego aumentando quantitativa e qualitativamente; é a inflação sob controle; são contas públicas administradas com responsabilidade. E ainda recursos fartos para investir em programas sociais e em infraestrutura. O Brasil já teve quase tudo isso antes de Dilma virar presidente, quando o governo Lula mantinha em vigor o tripé econômico ?" meta de inflação, câmbio flutuante e superávit primário ?" que em 1994 foi a base do bem-sucedido Plano Real, o projeto de recuperação econômica que domou uma hiperinflação de mais 46% ao mês.

Convertido, para ganhar a eleição de 2002, à política econômica que dera certo nos governos FHC e favorecido por uma conjuntura internacional generosa com países cuja economia se assentava no setor exportador, Lula comandou um período de prosperidade que se destacou por forte ampliação dos programas sociais de distribuição de renda e ajudou a consagrar o mito do "governo popular".

Ao suceder a seu inventor, em 2011, Dilma Rousseff já encontrou uma conjuntura internacional menos propícia às prodigalidades populistas do lulopetismo. Mas nem por isso abandonou a ideia fixa de "avançar" na configuração de um governo genuinamente "popular". Mergulhou de cabeça na implantação de uma "nova matriz macroeconômica": uma forte ampliação da intervenção estatal na vida econômica que incluía a continuação da gastança que, já naquele momento, só seria possível com o completo arrombamento das contas do governo.

Em 2014, a antevisão do desastre já era clara. Mas era ano de eleição. Foi preciso então fingir que nada estava acontecendo. Mais do que isso, mentir descaradamente. Só dessa maneira Dilma conseguiu permanecer no Planalto, por estreita margem de votos.

Assim, quando Lula e o PT pregam hoje uma "nova política econômica", defendem exatamente mais do mesmo de ontem. Só que o dinheiro público ?" mal administrado ontem porque concentrado em programas populistas de apelo eleitoral ?" hoje é escasso.

O coro populista contra Dilma está bem articulado. A nota do PT foi precedida, na semana passada, por movimentos táticos da "linha auxiliar" petista. "Muda o ministro da economia, mas não muda a política econômica. Era justamente isso que temíamos. Isso não vai acontecer." Essa foi a advertência do presidente da CUT, o petista Vagner Freitas, ao ministro Nelson Barbosa: "Exigimos que nos próximos dias, ao invés desse discurso conservador ultrapassado e subordinado ao mercado, o governo anuncie medidas de interesse da classe trabalhadora". Senão, o quê? A resposta foi dada por outro "líder popular", Guilherme Boulos, que comanda o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST): "Não adianta nada o novo ministro assumir e duas horas depois ir à TV para dizer que vai manter o ajuste fiscal. Dilma já perdeu o apoio popular. O que as ruas disseram na quarta-feira foi: esta é a última chance". E agora, Dilma?
Herculano
03/01/2016 11:30
A VEZ DOS GOVERNADORES, por Suely Caldas, para o jornal O Estado de S. Paulo

Se em 2015 os brasileiros sofreram na pele os efeitos da caótica deterioração das contas do governo federal, em 2016 será a vez da população dos Estados, principalmente a que precisa de serviços públicos para seguir vivendo. Para alguns governadores a tragédia não demorou, chegou em 2015 mesmo e atingiu com força Estados ricos, como Rio Grande do Sul (deixou de pagar a dívida com o governo central e atrasou salários dos servidores) e Rio de Janeiro (a saúde entrou em colapso, com hospitais fechados, médicos em greve e doentes morrendo na porta sem atendimento).

A aflição e o medo do que vem em 2016 levou governadores a se reunirem há dias em Brasília e pedir socorro financeiro ao governo federal. Foram muitos os apelos e a maioria pede permissão para dar calote (na União) ou ampliar suas dívidas. Como de praxe, o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, não garantiu nada e formalmente prometeu estudar as propostas.

É aquela tragédia do roto pedindo esmola ao esfarrapado. Cofre vazio, sem grau de investimento que lhe garanta crédito barato, arrecadação de impostos desabando, o governo federal não dá conta de pagar o essencial de suas obrigações; como abrir mão do dinheiro que pinga todo mês com o pagamento das dívidas dos Estados? A penúria começa agora a se alastrar pelos Estados e cidades, com a agravante de que governadores e prefeitos lidam diretamente com a provisão de serviços públicos (educação, saúde, transportes, segurança, saneamento) e o sofrimento mais amargo recai sobre a população pobre que deles precisa. E não se engane, caro leitor: a situação vai piorar, porque em ano de eleição, como este, a prioridade deles será destinar verbas para obras faraônicas e gastos de campanha eleitoral. As carências urgentes da população vão esperar mais tempo, talvez até quando a economia e a receita tributária melhorarem.

O diabo é que os políticos brasileiros presidentes, governadores, prefeitos já assumem o cargo pensando na próxima eleição. Obras são as de maior visibilidade eleitoral, não as de necessidade. Alianças políticas multiplicam a contratação de apadrinhados ou concentram investimentos em paróquias eleitorais do aliado, deixando a maioria da população desassistida. Usada e abusada neste governo do PT, a Petrobrás construiu praças públicas, monumentos e ruas em cidades inauguradas com festa estridente pelo prefeito petista amigo.

E agora essa romaria de governadores de pires na mão a Brasília não vai resultar em medidas de alívio para todos, mas em agrados e mimos do governo Dilma a governadores e prefeitos amigos. Como acaba de ocorrer com o governador Luiz Fernando Pezão, do Rio de Janeiro.

Ao planeja recalcular gastos em suas gestões, governadores e prefeitos elegem operações de somar e multiplicar e desprezam as de subtrair e dividir. Preparam-se para cenários de bonança e saem por aí gastando. Quando chega a tempestade, eles culpam outros. Ora é a crise internacional, ora a recessão ou a queda da receita com tributos, nunca é a falta de planejamento para enfrentar situações adversas previsíveis.

Pezão esticou a corda o quanto pôde e quando a corda arrebentou o caos na saúde se instalou: hospitais fechados, médicos em greve, professores da UERJ também em greve, há meses. Aí ele passou a culpar o efeito da queda do preço do petróleo na arrecadação. Só que a cotação do petróleo desaba desde 2013,não se trata de situação inesperada, muito menos emergencial; ele teve dois anos para economizar dinheiro, fazer provisões. Mas como havia uma eleição em 2014, fez o oposto. Como fez Dilma Rousseff em dimensões até maiores e intensas. Pezão não fez pedaladas fiscais, mas escondeu a deficitária situação financeira do Estado e só a revelou em 2015, com a eleição ganha. Como Dilma.

O ano de 2016 será muito difícil para os brasileiros, talvez pior do que foi 2015, porque parte de uma base comparativa baixa. Cálculos do PIB indicam que nesses dois anos de recessão o Brasil e sua população vão perder mais de R$ 350 bilhões em riqueza, renda, empregos, conforto, bem-estar e felicidade. Não é pouca coisa.
Herculano
03/01/2016 11:27
SINAIS DE PREOCUPAÇÃO E ESPERANÇA, por Fernando Henrique Cardoso, sociólogo, ex-senador por São Paulo, ex-ministro da Fazenda e que implantou o Plano Real no governo de Itamar Franco, PMDB, e ex-presidente da República pelo PSDB e que deu estabilidade econômica ao país, em artigo publicado no jornal O Globo

Parte 1

Em 2015 houve muitos sinais de desalento. Assistimos à implosão do Oriente Médio, com a expansão do Estado Islâmico na esteira da guerra civil na Síria e no Iraque. Processo que se refletiu também na África, onde a Líbia se afunda no desgoverno e grupos radicais islâmicos fazem do terrorismo uma ameaça cada vez mais disseminada. Na Europa, assustada com as ondas migratórias, crescem os partidos xenófobos de ultradireita. Nos Estados Unidos, a voz trombeteira de Donald Trump põe em risco os ideais dos pais fundadores do país, criado para ser a terra da liberdade religiosa e da aceitação da diversidade.

Não obstante, nem tudo foi desânimo. A Conferência do Clima, em Paris, deu sinais de que os governos e as empresas despertaram e perceberam que o aquecimento global é um fato. Pode-se criticar o acordo num ou noutro ponto, mas ele dá passos concretos para a construção de uma economia de baixo carbono. A César o que é de César: o governo brasileiro, com a ministra Isabella Teixeira à frente, acordou e começa a acertar os passos em matéria climática.

Tampouco dá para desconhecer que o acordo com o Irã representou um avanço importante para conter a nuclearização. O Ocidente, que há tempo dialoga com a China, deverá prosseguir as negociações diplomáticas com os países muçulmanos. Terá de reconhecer os interesses do Irã no Oriente Médio e a presença da Rússia na região, levando-a ao diálogo diplomático e até mesmo ao esforço militar comum.

Também os ventos antipopulistas começam a soprar na América Latina. A derrota dos candidatos peronistas na Argentina e, sobretudo, a espetacular maioria obtida pela oposição democrática na Venezuela enchem de ânimo os que não confundem populismo com progressismo. Uruguai e Chile são governados por partidos "de esquerda", mas não populistas, e a nenhum democrata ocorre torcer por sua derrota só por essa inclinação política.

Outra coisa é o autoritarismo pseudonacionalista, que distribui uma renda que não se sustenta no tempo e atropela regras democráticas, quando não viola direitos humanos, para se perpetuar no poder, como no caso do "bolivarianismo", que, como uma lâmina, estava e ainda está cravado no arcabouço institucional da região. Esse populismo começa a se desfazer. São sinais promissores.
Herculano
03/01/2016 11:26
SINAIS DE PREOCUPAÇÃO E ESPERANÇA, por Fernando Henrique Cardoso, sociólogo, ex-senador por São Paulo, ex-ministro da Fazenda e que implantou o Plano Real no governo de Itamar Franco, PMDB, e ex-presidente da República pelo PSDB e que deu estabilidade econômica ao país, em artigo publicado no jornal O Globo

Parte 2

A confusão entre populismo e políticas "de esquerda" baseia-se num equívoco: o de que medidas que propiciam melhoria imediata das condições de vida são progressistas, mesmo que não se possam manter no tempo. Em contrapartida, seriam de "direita" providências que impedem gastar mais do que se pode, à custa de endividamentos e da insolvência. Na verdade, o respeito ao equilíbrio orçamentário, o controle da inflação e a não manipulação do câmbio (sem austeridades eternas, nem monetarismos fora de moda) são condições indispensáveis para o crescimento econômico e para a inclusão social. Não são suficientes, mas são indispensáveis para que as políticas sociais se mantenham. Ao ignorá-las, muitos projetos ditos "em benefício do povo" terminam em ruínas.

Meus votos para 2016 são para que esta brisa benfazeja chegue ao Brasil. E assim como desejo que a onda repressiva e antimigratória que alcança a Europa e o populismo de direita que assola os Estados Unidos encontrem limites, espero que os populismos disfarçados de progressistas regridam em nossa região.

É difícil de dizer que o populismo é o traje institucional brasileiro. Há líderes que de vez em quando se mascaram com tal vestuário, porém ora têm vinculações à esquerda, ora à direita, ora ao centro ou onde mais haja pontos num hipotético espaço ideológico. A figura que na política brasileira recente mais se aproximou do modelo carismático, Lula, não chegou a institucionalizar o populismo. Prevaleceu no Brasil um misto entre "progressismo", atraso, corrupção, nacionalismo, redistributivismo, etc., com laços empresariais, nem sempre sadios. Nada comparável à ideologia populista do peronismo ou do bolivarianismo, que tinham fortes traços antiamericanos ou anticapitalistas. Vingou entre nós um híbrido de oportunismo tradicional, clientelismo, corrupção e incompetência, sem fórmulas ideológicas consistentes.

Também isso está a se desfazer. Os desastres econômicos levaram essas políticas petistas à impossibilidade prática. Elas não se limitaram, o que seria defensável, a beneficiar os mais pobres, mas distribuíram vantagens pecuniárias, via Orçamento ou à margem dele, a quem menos precisava. Resultado: as finanças públicas estão em estado falimentar.

Sem o charme do populismo mais vigoroso e com o Tesouro vazio, como manter a "hegemonia" do PT? Impossível. Assistimos nos últimos meses de 2015 ao esfacelamento da "base aliada" e à queda vertiginosa do apoio popular ao governo. O desencontro entre Ministério da Fazenda, governo e Congresso acelerou o desmoronamento político. Roubaram tanto para sustentar os partidos no poder que suscitaram uma reação salutar e inédita. Algumas instituições do Estado se revigoraram. Vemos a Justiça, as Procuradorias e mesmo a Polícia Federal tentando extirpar os que fizeram "malefícios". Como as regras da democracia prevalecem, não impera o medo e a mídia atua com propriedade informando o que ocorre nos gabinetes.

Há sinais de esperança. Comecemos 2016 com ânimo, imaginando que pelo melhor meio disponível (renúncia, retomada da liderança presidencial em novas bases ou, sendo inevitável, impeachment ou nulidade das eleições) encontraremos os caminhos da convergência nacional, respeitando a diversidade de opiniões, propiciando uma vida mais decente para todos, com a retomada do crescimento, a volta do emprego e a reconstrução da política republicana. São os meus votos.
Herculano
03/01/2016 11:21
FALA SÉRIO, PRESIDENTE, por Dora Kramer, para o jornal O Estado de S. Paulo

Já no primeiro dia de 2016, a presidente da República perdeu mais uma vez a oportunidade de falar a sério com a sociedade brasileira e, com isso, recuperar algum crédito diante do Brasil e do mundo. Em artigo assinado na Folha de S. Paulo, Dilma Rousseff persistiu nas justificativas falsas para a crise, insistiu em distorcer a realidade e continuou se posicionando como se governasse um país de devotos crentes e desmemoriados.

No enunciado do balanço de 2015, a presidente propõe uma reflexão sobre "erros e acertos" do ano, indicando a disposição de rever suas responsabilidades "com humildade e perspectiva histórica" a fim de superar dificuldades e contrariar as previsões de que dias piores virão.
Os dois parágrafos iniciais injetam no leitor a esperança de que a presidente da República tenha se dado conta dos males causados por suas decisões e que vá finalmente rever atitudes colocando o dever de estadista acima de suas crenças, características de temperamento e conveniências partidárias.

A leitura completa do longo texto, no entanto, se encarrega de desmontar a mais otimista das expectativas. A começar pela referência a "acertos" na tentativa de amenizar a dimensão dos erros. Quais acertos? Na ausência de algum de efeito substantivo, restam a Dilma números que compuseram o roteiro do filme já visto na campanha eleitoral.

A "humildade" prometida na revisão de suas responsabilidades na crise econômica cai por terra quando a presidente atribui, de novo, a situação a fatores externos combinados com a necessidade de, internamente, alterar a rota na condução da economia. Mudança esta, sabemos todos, imposta pelo desastre iniciado quando da substituição dos assentados pressupostos da estabilidade pelo populismo aliado ao voluntarismo ideológico.
Na abordagem da crise na política, a presidente obedece ao mesmo critério de agressão aos fatos. De acordo com sua narrativa, "a instabilidade política se aprofundou por uma conduta muitas vezes imatura de setores da oposição que não aceitaram o resultado das urnas".

Note-se, a culpa é da oposição que exatamente por aceitar o resultado da eleição, seguiu a vontade do eleitor e se opôs ao governo. A crise, na versão da presidente, nada tem a ver com seus atritos e equívocos permanentes na relação com o Congresso e partidos aliados, aqui em destaque a tentativa amadora de dar rasteiras nos profissionais do PMDB.

Da retrospectiva enganosa a presidente da República passa às perspectivas falaciosas. Começa prometendo uma reforma da Previdência a partir do diálogo com empresários e trabalhadores, mercadoria que não tem condições de entregar. Pelo simples motivo de que as partes falam linguagens opostas no tema e o governo não sabe, não pode ou não quer arbitrar questão alguma.

A retomada das atividades do setor produtivo mediante reformas estruturais necessárias será, na palavra da presidente, possível por intermédio de debates no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social. Um fórum inútil desde o início do primeiro governo Lula.

No quesito promessa vã, a presidente reafirma disposição de completar a "reforma administrativa" iniciada em 2015. Aos números da referida reforma: dos três mil cargos comissionados a serem cortados, foram extintos 346; da redução de ministérios, apenas sete secretarias das 30 prometidas tiveram suas atividades encerradas; da economia prevista de R$ 200 milhões, o governo realizou bem menos de 10%: R$ 16 milhões.
A presidente conclui dizendo que "todos esses sinais" dão a ela a certeza de que 2016 será melhor. Convicção da qual o País não tem motivo para compartilhar.
Nair Pereira Neto
03/01/2016 09:53
Bom dia,

Gostaria de saber a opinião do sr Orlando sobre a derrubada de uma antiga casa na entrada do Gaspar Grande.

Mais um ato de vandalismo
Herculano
03/01/2016 08:18
O RETRATO DO CAPITALISMO PETISTA, por Elio Gaspari, para os jornais O Globo e Folha de S. Paulo

O ano que passou e este que está começando entrarão para a história do capitalismo petista. A repórter Natália Cacioli revelou que pela primeira vez desde 2002, quando foi criado o Tesouro Direto, um supermercado de papéis do governo, o número de pessoas que protegeu seu dinheiro com pouca intermediação financeira superou o de investidores na Bolsa de Valores. Em apenas um ano o número de clientes do Tesouro Direto cresceu 72%, chegando a 587 mil.

Em tese, quem aplica na bolsa brasileira investe na produção. Quem vai para o papelório do Banco Central remunera-se à custa do endividamento do governo. Com a taxa de juros a 14% (e vem mais por aí), quem foi para o Tesouro Direto deu-se melhor do que a clientela da caderneta de poupança (137 milhões de contas). A aplicação preferida do andar de baixo, onde está o dinheiro de quem se previne contra o desemprego, teve rentabilidade negativa, pois pagará 7,95% contra uma inflação de 10,48%.

A Bolsa foi pior, voltou ao nível 2008, acumulando uma queda de 29% no ano. Isso se deveu em parte à gestão dos comissários na Petrobras e à queda das ações da Vale, produto da conjuntura internacional, bem como da irresponsabilidade de sua sócia Samarco, a mãe do desastre de Mariana.

O PT produziu a maior taxa de juros do mundo e o pior desempenho internacional do mercado de ações. Vive-se melhor emprestando dinheiro ao governo e aplicando-o diretamente no Tesouro do que investindo na produção de seja lá o que for. Sempre que isso acontece, a vida dos brasileiros piora.

A expansão dos fregueses do Tesouro Direto reflete uma cautela dos investidores. Além de buscar remuneração nos papéis da Viúva, preferiram evitar aplicações mais sofisticadas em fundos de instituições financeiras. Fugiram de todos os riscos, no que fazem muito bem.

PÉ NO FREIO

Em novembro passado, quando caminhoneiros ameaçavam obstruir estradas em todo o país, o comissariado do Planalto teve a ideia de chamar a tropa do Exército.

Ouviram de volta uma ponderação de um comandante militar:

Obstruir estradas é um crime e justifica-se o pedido de tropa para retirar os caminhões. E quando esse mesmo crime for cometido pelo Movimento dos Sem Terra, por índios ou organizações sindicais, os senhores vão chamar o Exército de novo?

Não se falou mais no assunto.

Se e quando ele reaparecer, haverá outra questão: O ministro pede a tropa ao general, o general dá a ordem a um coronel e ele desloca os soldados, comandados por um capitão. Quando surgir um cadáver, quem vai para a Comissão da Verdade?
Herculano
03/01/2016 08:17
A FORÇA DA DOUTORA, por Elio Gaspari, para os jornais O Globo e Folha de S. Paulo

De um sábio:

"Se o impeachment de Dilma Rousseff for a votação na Câmara e ela tiver mais de 171 votos a seu favor, a iniciativa morre. O PT acha que essa marca mostrará a força do governo, mas está enganado. Terá conseguido apenas um terço da Câmara.

Com qualquer resultado abaixo de 257 votos, indicativos da maioria absoluta, o Planalto poderá dizer que Dilma Rousseff escapou do impeachment, mas não terá muito a comemorar. Ela se livra do impeachment, mas precisa de 257 votos para voltar a respirar sem a ajuda de aparelhos."

O SOL DE HOJE

Algum dia, as poucas árvores plantadas na esplanada que vai da praça Mauá ao Museu do Amanhã haverão de crescer.

Até lá, criou-se ali a maior churrasqueira dos tempos modernos. Para quem gosta de maquete, ficou uma beleza; para os bípedes, um suplício.

O DIÁRIO DE MÁRCIO

Desde 2003, quando assumiu o Ministério da Justiça, sabia-se que o advogado Márcio Thomaz Bastos manteve um diário. Nele estariam contados grandes momentos da crise do mensalão e da queda do ministro da Fazenda, Antonio Palocci.

Esses papéis só poderiam ser lidos muito depois de sua morte. Márcio morreu em 2014, não deixou testamento nem indicação do local onde estaria o diário. Até hoje a família não o encontrou.

Pena, porque nele estariam grandes momentos, como o de um ministro que defendia-se das acusações que lhe faziam durante uma conversa com Lula no Palácio do Planalto e Nosso Guia disse-lhe:

"#$&#@%!!! Você não consegue parar de mentir?"

Diários inexistentes são coisas da vida. Durante muitos anos circulou a informação de que o deputado Thales Ramalho tinha uma pilha de cadernos com anotações dos segredos do MDB durante a ditadura. Thales morreu em 2004 e esses cadernos nunca apareceram.

Ficam na fila dos mistérios as gravações nas quais o senador Delcídio do Amaral teria narrado os primeiros escândalos do governo de Lula.

PREVISÕES

Duas previsões para 2016, 2017, 2018, 2019 e 2020:

Primeiro a pessimista. A economia patinará até o final de 2018, quando será eleito um novo presidente. Dependendo do resultado, o novo governo precisará de pelo menos um ano para arrumar a casa. Assim, só haverá refresco em 2020.

Agora a otimista: há tanta liquidez no mundo. E com o dólar a R$ 4, investir no Brasil ficou tão barato que, ao menor sinal de esperança, a economia pode começar a melhorar ao longo de 2017.
Herculano
03/01/2016 08:16
OS GOVERNADORES TIVERAM UMA BOA IDEIA, por Elio Gaspari para os jornais O Globo e Folha de S. Paulo.

Com os cofres vazios e os serviços públicos em crise, os governadores do Rio, São Paulo e Brasília puseram uma ideia na mesa: querem participar da cobrança do atendimento de clientes dos planos de saúde em hospitais mantidos pelo SUS.

Nada de novo, pois a lei manda que essa cobrança seja feita. Como disseram Geraldo Alckmin e Luiz Fernando Pezão, só a União pode cobrar e ela cobra mal. Desde o século passado as operadoras driblam esse pagamento, ajudadas pela inépcia da Agência Nacional de Saude. Só recentemente ela conseguiu elevar para R$ 335 milhões os valores cobrados, o que ainda é pouco. Vale lembrar que só 30% das internações eletivas de clientes dos planos foram cobrados pela ANS.

Se houvesse alguma dúvida em relação à boa qualidade da ideia, ela foi eliminada pela reação das guildas das operadoras. A Associação Brasileira de Medicina de Grupo disse que a medida poderá gerar custos operacionais, encarecendo os planos privados. Como eles descobriram isso, não se sabe, pois a proposta ainda não foi detalhada e o que os governadores querem é participar da cobrança (e da partilha) de um ressarcimento determinado pela lei.

Noutra linha de ataque, veio o argumento de que seria pouco dinheiro. É a velha síndrome da reivindicação sucessiva: não se pode fazer uma coisa enquanto não se fizer outra, que por sua vez depende que se faça uma terceira e, com isso, não se faz nada. Na verdade, faz-se: tenta-se ressuscitar a CPMF cobrando mais um imposto a quem bate com a cara na porta dos hospitais.

O governo e as operadoras de saúde privada sabem que estão sentados em cima de uma bomba, com um mercado poluído por planos enganosos e custos hospitalares desonestamente díspares. Isso e mais a migração de clientes desempregados para o SUS.
Herculano
03/01/2016 08:02
ESTELIONATOS POLÍTICOS, por Hélio Schwartsman, para o jornal Folha de S. Paulo. Leia e veja como se parece com o golpe que o governo de Pedro Celso Zuchi, PT, tentou recentemente, em aprovar um novo Código Tributário, numa sessão extraordinária armada à última hora, para comer mais dinheiro dos cidadãos, ao invés de equilibrar a máquina pública gastadora dos pesados impostos que pagamos para sustentar cabos eleitorais para deixa-los no poder indefinidamente.

Prefeitos e governadores começaram a sentir os efeitos da crise. Funcionários públicos de diversas localidades tiveram seus 13º salários parcelados, hospitais, notadamente os do Rio de Janeiro, foram parcialmente paralisados, para citar dois exemplos recentes. E a situação ainda vai piorar significativamente antes de melhorar.

Administradores fazem o que podem para tentar pôr a mão em recursos para fechar as contas do mês. Vários Estados já aumentaram impostos como o ITCMD. Algumas unidades até avançaram sobre os depósitos judiciais de particulares, o que lembra muito um gesto que o Código Penal tipifica como apropriação indébita. Mais recentemente, Estados e municípios passaram a mirar os planos de saúde. Querem que a União lhes passe a prerrogativa de cobrar as operadoras pelos atendimentos que hospitais públicos prestam a seus associados.

Não é que seja ilegítimo exigir esse tipo de repasse, mas é preciso estar atento para não comprar gato por lebre. A economia lembra um pouco a química, no sentido de que transformações são mais frequentes do que criações originais. Se aparece dinheiro nas mãos do poder público, ele não veio do nada, mas foi tirado da sociedade. Não nos incomodaríamos se, no caso, a boia salvadora tivesse sido subtraída dos lucros das operadoras. Na verdade, até apreciaríamos, já que boa parte dos usuários tem uma ou mais queixas em relação aos planos.

Infelizmente, as coisas não são tão fáceis. Se os convênios tiverem de arcar com despesas que antes não estavam nas contas, seus custos subirão e a diferença, mais cedo ou mais tarde, será repassada aos clientes na forma de mensalidades mais caras. É até possível, embora improvável, que o caminho seja esse, e não a recriação da CPMF ou o aumento de outros impostos. Mas é preciso deixar as coisas claras, de modo a não cometer novos estelionatos políticos.
Herculano
03/01/2016 07:55
DIÁRIAS: GOVERNOS DO PT TORRARAM R$ 8,3 BILHÕES, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros (isto está no DNA do partido perdulário, incompetente, dissimulado e feito de propaganda enganosa. Por este registro, se entende melhor o que acontece em Gaspar. qualquer semelhança não é mera coincidência, mas uma prática autorizada)

Os governos do PT torraram R$ 8,3 bilhões nos últimos 12 anos com o pagamento de diárias a servidores do Executivo federal. A farra iniciou em 2004 quando o ex-presidente Lula distribuiu R$ 385,6 milhões logo no segundo ano de mandato e continuou até atingir R$ 1,08 bilhão em 2010. Dilma assumiu e não fez questão de estancar a sangria de grana pública. Torrou R$ 702,5 milhões em 2011 e R$ 1,03 bilhão em 2014.

Viva o turismo

A marca de R$ 100 mil embolsados com diárias durante um ano foi atingida ou superada por 72 felizes servidores dos governos petistas.

Campeão

Campeão absoluto no recebimento de diárias, Bernardo Vertamatti (Ministério de Ciência e Tecnologia) levou R$ 508 mil de 2012 a 2014.

No fundo do mar

Só o projeto do satélite brasileiro, aquele que caiu no mar, consumiu mais de R$ 2,3 milhões em diárias com servidores enviados à China.?
?
Atualização

O recorde de gastos com diárias é de Lula no último ano de mandato. O valor atualizado pela inflação oficial do governo é de R$ 1,5 bilhão.

Deputados torram R$ 2 milhões em restaurantes

A Câmara não se abalou com a crise financeira. Levantamento da Operação Política Supervisionada (OPS), coordenada pelo ativista Lúcio Batista, mostra que os 513 deputados federais gastaram R$ 1,8 milhão com alimentação entre janeiro e 9 de dezembro de 2015. Com o valor, seria possível comprar 4.449 cestas básicas, considerando o preço da cesta em Porto Alegre (R$ 404,62), a mais cara de novembro.

Recorde

O valor, o maior dos últimos cinco anos, foi ressarcido integralmente a suas excelências por meio da Cota de Auxílio de Atividade Parlamentar

Fiscalização frágil

O ativista afirma que a verba indenizatória é fiscalizada de forma frágil pela Câmara e pelo Senado. "Isso gera um descontrole de gastos", diz.

Dieta da engorda

Em 2011, foram desembolsados R$ 1,76 milhão. Em 2012, 1,53 milhão. Em 2013, R$ 1,72 milhão. Em 2014, R$ 1,44 milhão.

Ponta do lápis

Os insatisfeitos com Leonardo Picciani (RJ) decidiram conceder o comando da bancada a um mineiro em 2016. "Minas tem a chance de recuperar o protagonismo que merece", diz Lúcio Vieira Lima (BA).

Falta do que fazer

Os deputados petistas Paulo Pimenta (RS) e Wadih Damous (RJ) acionaram o presidente do STJ, ministro Francisco Falcão, por causa de postagem no perfil da corte no Twitter. Se indignaram com notícia de que o ex-ministro José Dirceu passará o réveillon 'atrás das grades'.

Retrospectiva

Os tucanos fizeram uma retrospectiva do primeiro ano deste segundo mandato de Dilma. Entre as 55 promessas feitas pela presidente durante a campanha à reeleição, apenas seis foram cumpridas.

Boquinha amiga

Com 185 empregados, a Empresa de Planejamento e Logística torrou mais da metade do orçamento em salários e benefícios. Dos R$ 45,9 milhões gastos em 2015, R$ 23,64 milhões foram para pagar pessoal.

Investimento zero

Pior é o caso da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, onde R$ 988,8 milhões, ou 84,5% do orçamento de R$ 1,17 bilhão, foram para o bolso dos empregados e a saúde pública no País continua precária.

Oposição se assanha

Os deputados que defendem o impeachment de Dilma receberam uma notícia acalentadora. As bases de suas excelências pressionam pela cassação, temendo agravamento da crise econômica.

Olho grande

Apesar do olho grande nos quase R$ 900 milhões do Fundo Partidário, o Raiz Movimento Cidadanista, nova sigla que tem como idealizadora a deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP), sofre para engrenar.

Cenário nebuloso

A oposição prevê um primeiro semestre desastroso para o governo. A avaliação é que o "refresco" das festas de fim de ano vai acabar, com tradicionais cobranças do início do ano: IPTU, IPVA e material escolar.

Pensando bem?

? enquanto o Cantareira levou um ano e meio para deixar o volume morto, o governo Dilma pode morrer no meio do ano
Herculano
03/01/2016 07:44
O VERDADEIRO GOLPE, por Clóvis Rossi, para o jornal Folha de S. Paulo

Já que gosta tanto de falar em golpe para se referir ao processo de impeachment que corre contra ela, a presidente Dilma Rousseff bem que poderia prestar um mínimo de atenção ao verdadeiro golpe em marcha.

Trata-se da iniciativa do governo venezuelano de tentar derrubar a supermaioria (112 deputados em 167) eleita pela oposição no dia 6 de dezembro - e que tomam posse na próxima terça-feira, 5.

O governo, como vem relatando o excelente correspondente da Folha em Caracas, Samy Adghirni, conseguiu da Justiça a cassação de três dos deputados da oposição, em um "golpe judicial", segundo a Mesa da Unidade Democrática, o conglomerado oposicionista.

O governo brasileiro não tem o direito de ignorar que a Justiça venezuelana é mero apêndice do Executivo.

Um estudo de juristas locais, feito há um par de anos, mostrou que nenhuma iniciativa governamental foi contestada pela Justiça - recorde mundial de competência em um governo notoriamente incompetente.

É justo dizer que a presidente Dilma já interferiu na eleição venezuelana, por meio de carta em que cobrou de seu colega Nicolás Maduro que respeitasse as regras do jogo antes, durante e depois do processo eleitoral.

O "antes" foi desequilibrado a favor do governo, que, no entanto, respeitou o "durante" apenas para deturpá-lo "depois".

É o que diz, por exemplo, nota emitida por um grupo de parlamentares uruguaios que funcionaram como observadores do processo eleitoral: "Impedir a plena constituição [da Assembleia Nacional] pretende condicionar, uma vez mais, o legítimo pronunciamento eleitoral do povo venezuelano".

Como dizia nota emitida por respeitadas entidades americanas de direitos humanos, antes do pleito, as eleições teriam "o potencial de reduzir a tensão política, mas também o de exacerbá-la".

É óbvio que deturpar o resultado das urnas só pode exacerbar tensões. A nota das entidades, entre elas a brasileira Conectas e o Centro de Estudos Legais e Sociais da Argentina, acrescenta que "há muito em jogo para a Venezuela e para a região".

É do interesse do Brasil, portanto, impedir que o "golpe judicial" em andamento exacerbe a tensão política, até porque tem experiência própria em verificar como crises políticas agravam dificuldades econômicas.

O governo brasileiro já emitiu nota oficial, antes da eleição, em que "ressalta a importância do pleno respeito à vontade popular expressa nas urnas". Não seria, portanto, nenhuma violência repetir a sensata observação.

Se quisesse ser um pouco mais ativa, a diplomacia brasileira poderia lembrar que a cassação dos três deputados oposicionistas não é exatamente a prioridade número 1 da Venezuela, afogada numa crise que torna folgada a situação do Brasil.

Não custa lembrar que a inflação é a mais alta do mundo, que falta quase tudo no comércio, que as mortes violentas (27.875 em 2015) elevaram a taxa de homicídios para 90 por 100 mil habitantes, das mais altas do mundo.

Contra tudo isso é que o eleitorado deu ampla vitória à oposição. Desconhecê-la é fechar os olhos à realidade.
Herculano
03/01/2016 07:36
A TRISTE NOITE QUE NÃO FOI, por Carlos Brickmann

Na minha frente, um presente magnífico (que espero colocar o mais breve possível a seu alcance, caro leitor): um DVD, com roteiro e entrevistas de um grande jornalista, José Maria Mayrink, dirigido por Camilo Tavares. Tema: a grande noite da censura militar à imprensa.

Pelo menos dois jornais, "O Estado de S.Paulo e "Jornal da Tarde", se recusaram a aceitar a censura. Os censores impuseram então, militarmente, sua presença à redação. Havia um surto de meningite em São Paulo. Cada pessoa tinha de evitar ao máximo as aglomerações para reduzir o risco. Mas as notícias foram proibidas, impedindo que cada um tomasse suas precauções. O ministro da Agricultura deixou o Governo brigado com o da Fazenda. As notícias foram proibidas. Um censor, chamado Leonardo, temia ser ridicularizado em alguma notícia. O nome Leonardo foi proibido. O artista italiano passou a ser simplesmente Da Vinci. O PCdoB organizou uma guerrilha no Araguaia. As notícias foram proibidas. Quem fosse ao Araguaia (sem saber de nada) estava sujeito a prisão: afinal, que é que tinha ido fazer ali? Mas como saberia de algo se a notícia não era divulgada?

Voltemos ao presente. O impeachment de Dilma é absolutamente legal, bem embasado, depende apenas de decisões políticas. Quem o defende está dentro de seu direito. Mas intervenção militar é inaceitável. É ruim. Não dá certo. Este colunista viveu a ditadura. Viu o filme.

No final todos morrem.

OS BONS TEMPOS

Um avião militar voa regularmente de Brasília a Porto Alegre para buscar a boa carne gaúcha, essencial para os churrascos presidenciais. Esses petistas não tomam jeito? Não, não tomam. Mas este avião ia buscar a carne no Sul no regime militar. Diz-se hoje que na ditadura não havia roubalheira. Mas foi na ditadura que se consolidaram os penduricalhos para a turma lá de cima - as "mordomias". Foram descritos, numa ótima série de Ricardo Kotscho no Estadão, pouco depois do fim da censura à imprensa.

Nos EUA, onde nunca houve regime militar, deputado não tem carro oficial, o Judiciário tem só um (para o presidente da Suprema Corte). Aqui, as mordomias continuam desde os tempos da ditadura.
Impeachment, para passar a limpo o país, tem de cuidar disso também. A ditadura não cuidou.

NOS DIAS DE HOJE

Os cartões corporativos da Presidência custaram, até novembro, R$ 56 milhões (faltam os números de dezembro). A maior parte dos gastos é sigilosa. O caro leitor, que paga a conta, não sabe em que o seu dinheiro é torrado. Até tapioca já foi paga com cartão corporativo.

Informam Suas Excelências que o sigilo é necessário para proteger a segurança do Estado.
Herculano
03/01/2016 07:36
OS BONS ARES DE FORA, por Carlos Brickmann

Maurício Macri assumiu a Presidência da Argentina há menos de um mês. Já devolveu à Audi os carros alemães top de linha que eram usados pela antecessora Cristina Kirchner. Agora, só usará carros fabricados na Argentina. Mais ou menos como certos países onde a presidente desfila de Rolls-Royce. Qual a economia? Para um país do porte da Argentina, minúscula.

Mas fica o exemplo: dinheiro público não pode ser esbanjado.

FELIZ ANO NOVO!

O dólar fechou o ano custando 48% mais que em janeiro de 2015. Esta notícia não é obrigatoriamente ruim: o real mais barato pode estimular as exportações - embora os exportadores levem algum tempo para remontar a rede internacional de que precisam, e que foi desmontada por Dilma. Mas produtos importados sobem e atingem o orçamento doméstico (trigo, componentes de celulares e computadores, lâminas de barbear).

No Brasil, dizia o ministro Pedro Malan, até o passado é imprevisível. A economia até pode melhorar. Mas vale lembrar a época do milagre econômico: dizia-se que o milagre alemão se devia à pesquisa, à disciplina, à qualidade da mão de obra; o milagre asiático era consequência de muito trabalho, baixos salários, governos eficientes.

Já o milagre brasileiro era milagre mesmo.

O OUTRO LADO DA CRISE

Sintoma preocupante da situação do país: um assíduo leitor desta coluna, depois de cruzar três Estados, no caminho de São Paulo para Rondônia, encontrou apenas três acampamentos do MST, todos pequenos, bem desmilinguidinhos, desprovidos até das bandeiras que faziam parte da paisagem. Em viagens anteriores, seguindo o mesmo caminho, havia dezenas de acampamentos, mais movimentados e cheios de bandeiras.

Dúvida: será que a crise atingiu até as finanças dos cumpanhêro?

AGORA, VAI!

O Congresso acaba de promulgar a Lei nº13.233, contra a crise de falta dágua. A lei "obriga, nas hipóteses que especifica, a veiculação de mensagem de advertência sobre o risco de escassez e de incentivo ao consumo moderado de água".
Herculano
03/01/2016 07:26
O OBVIO E A REALIDADE QUE A MAIORIA DOS BRASILEIROS CONHECEM E PADECEM POR CAUSA DELES, MAS SEMPRE NEGADO, FAZ A PRINCIPAL MANCHETE DE CAPA DO JORNAL FOLHA DE S. PAULO NESTE DOMINGO:
PT REPRODUZIU METODOLOGIAS ANTIGAS E SE LAMBUZOU, DIZ JAQUES WAGNER

Parte 1

Texto e entrevista de Valdo Cruz e Marina Dias da sucursal de Brasília. Chefe da Casa Civil da presidente Dilma Rousseff, Jaques Wagner, 64, disse, ao avaliar os efeitos da Operação Lava Jato sobre o PT, que seu partido "errou" ao não fazer a reforma política e "acabar reproduzindo metodologias" antigas da política brasileira.

O resultado, afirmou, é que o PT, "que não foi treinado para isto", encarnou o ditado: "Quem nunca comeu melado, quando come, se lambuza".

Em entrevista à Folha, o ex-governador da Bahia avaliou que 2015 foi um ano "duro" e que em 2016 não deve haver crescimento no país.

Wagner fez ressalvas à condução da política econômica pelo ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy, a quem atribui uma obsessão pelo ajuste sem mostrar para onde o país iria. Segundo o petista, agora é preciso "modular" o ajuste com propostas que apontem para o desenvolvimento.

Ele disse que o governo conseguirá "enterrar" o impeachment.

Folha - O governo começou o ano falando em crescimento e vai acabar com retração de quase 4%, inflação em dois dígitos e juros altos. 2015 foi um ano perdido?
Jaques Wagner - Foi um ano difícil. Não conseguimos compactar a base de sustentação ao governo no Congresso, a crise da economia mundial repercutiu aqui, assim como repercutiu os ajustes que precisamos fazer no começo do ano por conta das medidas de 2013 e 2014.

Folha - O ajuste foi exagerado?
Jaques Wagner - Se tivesse feito menos teria conseguido segurar o nível de emprego que seguramos? O senso comum é que exageramos nas desonerações e na equalização de juros para investimentos. Mas as pessoas só olham para as consequências negativas das medidas.

Folha Porque o reflexo foi ruim.
Jaques Wagner - Concordo que foi um ano muito duro, mas não vou dizer nunca que foi um ano perdido. Mas se você apurar só a notícia "não boa", a inflação realmente está onde está, os juros estão lá em cima, o crescimento foi negativo. A foto de final de ano não é boa.

Folha -E qual é a culpa do governo?
Jaques Wagner -Não sei se foi erro, mas as medidas contracíclicas tomadas produziram um problema fiscal que ela [presidente Dilma] se impôs consertar. O erro para mim é muito mais da oposição, que fez uma agenda do "impeachment tapetão".

Folha - O que o senhor quer dizer?
Jaques Wagner - A impopularidade de Dilma hoje é consequência de que a gente teve que consertar medidas tomadas em 2013 e 2014, que tiveram seu lado positivo e, como tudo na vida, também consequências ruins. Mas nunca teve dolo. A banalização do processo como recurso eleitoral é o "impeachment tapetão", que não é com motivo, é para recorrer do jogo que perdi em campo. Mas isso também será cobrado da oposição, porque impopularidade não é crime.

Folha -E qual a saída para isso?
Jaques Wagner - O governo passa por um momento ruim de popularidade e a nossa grande tarefa é começar a retomada da economia. Estamos abertos para fazer um governo de unidade nacional, então quero propor dois temas: a reforma política e a da Previdência.
Sidnei Luis Reinert
03/01/2016 06:30

De Ronaldo Caiado:
11 h ·
Gestão temerária e organização criminosa constam no relatório da Polícia Federal que analisou o rombo no Postalis. O cenário se repete nos maiores fundos de pensão na era PT. Dinheiro da aposentadoria de funcionários públicos roubados para fins nada republicanos. Um escândalo tão grande ou até maior que o Petrolão.

PF vê rombo de R$ 5 bi em fundo de pensão dos Correios


http://www1.folha.uol.com.br/poder/2016/01/1725135-pf-ve-rombo-de-r-5-bi-em-fundo-de-pensao-dos-correios.shtml

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