Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

21/07/2016

Mas quem é o culpado? I

O trabalhador, o estudante e o povo humilde estão ameaçados de não ter ônibus coletivo em Gaspar. A empresa Viação do Vale já até deu aviso prévio aos seus empregados. Mas, de quem é a culpa dessa situação que afeta os mais pobres, necessitados e desinformados, os prediletos do PT na cata de votos para ser poder? O prefeito Pedro Celso Zuchi e a administração petista. Mais ninguém. Quem fez a licitação para a primeira vez os gasparenses na sua história terem aqui transporte coletivo urbano de verdade? Pedro Celso Zuchi em 2002. E o que aconteceu em 2004? A denúncia de que o edital de concorrência público da administração petista não foi cumprido pelo vencedor. A Viação do Vale concorreu e ganhou de forma desleal, inclusive contra a Viação Verde Vale. E quem mandou bananas para todo mundo? A administração do “prefeito Cerso”. Ela deveria fiscalizar e não fiscalizou. Ela deveria exigir correções e não exigiu. Ela deveria punir e não puniu. Apostou que se “resolveria” com o tempo. Apostou na lentidão da Justiça. Apostou que a decisão definitiva demoraria e demorou. E aí o contrato de concessão de 15 anos já teria se encerrado. E quase deu certo.

Mas quem é o culpado? II

Diante das possibilidades de inúmeros recursos e da omissão da administração petista de Zuchi, o Tribunal de Contas e principalmente o Tribunal de Justiça, mandaram no ano passado fazer uma nova licitação. Ao invés de ser rápido em favor da cidade e dos cidadãos, o prefeito e o PT foram embarrigando. Pior. Culpam os que fizeram a denúncia da irregularidade (Ação Popular) e o Ministério Público que cuida da Moralidade Pública, que não lhe deu sossego neste e outros casos cabeludos. Zuchi e o PT tiveram os últimos oito anos para resolver. Nada. Errou o tempo todo e ainda. Agora quer ser a vítima. A Viação do Vale, chupou esta cana até o imprestável bagaço. Quer ir embora. Faz bem. Entretanto, finge e arma com a esperteza. Coloca uma faca no pescoço da cidade para fazer o serviço sob emergência e improviso. Zuchi e o PT outra vez vão fazer contratos, onde devido à pressa e à necessidade, quem vai pagar mais por esta omissão e erro é a população com os seus impostos ou com as tarifas das passagens. E tudo durante o período eleitoral afrontando as excepcionalidades que o Ministério Público, a Justiça e até o Tribunal de Contas terão que abrir para não prejudicar ainda mais a população neste caso. Caso pensado desde 2002. Um retrato acabado de má gestão pública. Alguma dúvida? Acorda, Gaspar!

A alma da propaganda

O PT de Gaspar trocou as obras sociais e de inclusão – seu discurso e causa progressista - pelas obras concretas – as dos conservadores e patrimonialistas. Proposital. Tudo para fazer da grandiosidade, a propaganda para tocar mentes e corações incautos. Prometida para três anos atrás, a ponte do Vale, uma necessidade local e regional, corre contra o tempo para ser entregue intencionalmente antes das eleições. E quem comanda isto? O dono do PT de Gaspar, os deputados Décio Neri e Ana Paula Lima. Nas redes sociais, para alimentar a propaganda e encobre as dúvidas, pediu para a população, como São Tomé, ir ver o lançamento das longarinas sobre a Rua Itajaí. De outra parte, mandou imprimir um panfleto, e como uma propaganda eleitoral disfarçada e antecipada. E quem está lá louvando tal feito? O casal Lima, Zuchi e Mariluci, vereadores petistas e olhem só: Lovídio Carlos Bertoldi, o ex-secretário de obras. O único secretário entre tantos, casualmente pré-candidato a prefeito. Usar obras para alavancar imagem eleitoral é algo recorrente para os Limas. Em 2013 espalharam outdoors pela BR 470 oferecendo a sua duplicação como um presente para os blumenauenses no aniversário da cidade. Até hoje nada. Antes, em 2008 quando Dilma Vana Rousseff esteve aqui pedindo votos, lendo os jornais da época, sabe-se que ela garantiu que a rodovia estaria duplicada até 2010. Palanque e outdoors uteis. Panfleto e “inauguração” também.

Trapiche

Atualizando. Lembram-se daquele show montado pelos petistas daqui contra a juíza Ana Paula Amaro da Silveira, depois dela atuar 11 anos em Gaspar? Os vereadores José Amarildo Rampelotti (presidente do PT) e Antônio Carlos Dalsochio (cunhado do prefeito) foram condenados em Gaspar. Estão recorrendo.

O processo contra a secretária de Desenvolvimento Social e pivô do caso, Maristela Cizeski, PT, está nas alegações finais (faltava ainda ouvir uma testemunha). Patrícia Barbieri Bertuzzi, foi perdoada pela juíza. Patrícia, conseguiu provar que reproduziu sem intenção, as maldades produzidas por outros na rede contra a juíza.


Meri Zuchi fez a transação penal para evitar a sentença condenatória. Aceitou pagar uma multa de R$ 1.000,00 em duas vezes em favor de entidades de acolhimento de crianças e adolescentes da Comarca, bem como a de fazer uma retratação pública nos jornais e rádios locais negando o que afirmou e acusou na sua rede social. Já André Gislei Hostins – com igual procedimento - aguarda a sentença. Ela está para publicada.


Nem PT, nem PRB, nem PPS, nem PDT. Deu PR. A escolha do médico ginecologista Odilon Áscoli, um ex-peemedebista histórico e pelo qual foi vereador, presidente da Câmara e secretário da Saúde de Gaspar, para ser o vice do pré-candidato petista Lovídio Carlos Bertoldi, ex-secretário de Obras e Serviços Urbanos, tem um endereço certo: o PMDB e o PP, que estão coligados, com KLeber Edson Wan Dall e Luiz Carlos Spengler Filho, respectivamente.


Como ex-peemedebista, Odilon tenta anular a ala mais histórica do PMDB que está esfacelada e parte dela fora do partido. O PMDB tentava reaglutiná-la em favor de Kleber e Lú. Outro tiro é no PP, que tem no médico João Spengler um bom trânsito na área de Saúde. A imagem do dr. João vem sendo usado na campanha peemedebista e pepista para angariar simpatias e credibilidade.


Finalmente, o PT de Gaspar tenta com Odilon, passar um recado de que a Saúde Pública será olhada de outra forma, pois no governo de Pedro Celso Zuchi, ela tem sido confusa e até indigente. Isto dá discursos aos outros e queixas aos eleitores petistas.


Odilon já foi vice do então peemedebista Adilson Luiz Schmitt, em 2000, hoje sem partido. Ambos perderam para Pedro Celso Zuchi e Albertina Deschamps. Ou seja, como vice, Odilon já perdeu. Adilson voltou em 2004 com Clarindo Fantoni, PP, derrotou Zuchi. Odilon então já estava alinhado ao PT.


De Odilon para os companheiros durante a escolha dele para vice. “O que faz um médico? Cuida das pessoas”. “Então eu vou cuidar do Lovídio”. Vai precisar mesmo diante das entrevistas concedidas até aqui. Ele se mostrou completamente alienado.


O PT de Gaspar diz que está montando um plano de governo ouvindo as pessoas, apesar de ser governo nos últimos anos. Ou seja, confirma que foi arrogante em não ouvir as pessoas e a cidade neste período.

Comentários

Antenado
25/07/2016 14:09
Ficou barato para a turma do PT de gaspar que caluniou a juíza e tem um caluniador na patota que defende ferrenhamente o pt que ja pegou cadeia por tráfico de lança perfume.

Comerciante de 62 anos brigou com magistrado após perder processo, foi condenado a 7 anos e está preso há 7 meses; ele é réu primário
70


SÃO PAULO - José Valde Bizerra tem 62 anos e está condenado a passar os próximos sete na cadeia. Tudo porque ofendeu o juiz José Francisco Matos, da 9.ª Vara Cível de Santo André, no ABC Paulista, por e-mail e nas redes sociais. Ele não concordava com uma decisão do magistrado em ação contra o despejo de sua banca de jornal. Bizerra xingou o juiz de "vagabundo, ladrão e corrupto".
Bizerra foi dono de uma banca de jornal na Avenida Queiroz Filho, em Santo André, por 30 anos. Em 2007, decidiu mudar o ponto para um terreno ao lado de um cemitério. Assinou contrato de locação com os proprietários da área mas, dois anos depois, sofreu ação de despejo. A prefeitura alegou que a banca não poderia ser construída em local de interesse público. Ele entrou com uma ação contra os proprietários e, em setembro de 2012, o juiz Matos deu sentença desfavorável ao jornaleiro. Ele apelou nas instâncias superiores, mas também perdeu.

http://sao-paulo.estadao.com.br/noticias/geral,jose-esta-na-cadeia-porque-xingou-o-juiz,10000064591
Sidnei Luis Reinert
25/07/2016 13:51
TCHAU QUERIDOS...

Pesquisa mostra o PT perdendo mais de 90% de suas prefeituras em 2016
No Nordeste, onde é mais forte, candidatos do partido só têm alguma chance em 8% das disputas

E nem há como reclamar, poisa se trata de um levantamento encomendado pelo próprio partido para consumo interno. Contudo, a Coluna do Estadão teve acesso ao resultado e, caso se confirme, o fim do PT estará mais próximo que imaginam seus opositores ?" e temem seus seguidores.

Em 2012, o Partido dos Trabalhadores conquistou 619 municípios. A atual crise política já fez esse número cair para algo próximo de 500. E o pleito marcado para outubro deve fazer estragos ainda maiores. De acordo com a pesquisa, os representantes petistas só têm chances de reeleição em 7% do Sul e Sudeste, e 8% do Nordeste.

O Antagonista vê nesta informação o motivo para o PT estar tão desperado por novas eleições presidenciais, ainda que chances de vitórias soem remotas. Com mais exposição na TV, poderiam conseguir reverter alguns votos.

Faz sentido.
Sidnei Luis Reinert
25/07/2016 13:43
Hillary vai pagar

Mundo 25.07.16 12:00
Mensagens vazadas pelo WikiLeaks mostram que a cúpula do Partido Democrata sabotou a candidatura de Bernie Sanders para beneficiar Hillary Clinton.

Os democratas dizem que hackers russos roubaram os e-mails com o propósito de ajudar Donald Trump.

Conhecendo Julian Assange, do WikiLeaks, é plausível que ele tenha cometido ilegalidades em conluio com Vladimir Putin.

Mas o fato é que Hillary Clinton foi flagrada em mais uma malandragem e vai pagar por isso.

http://www.oantagonista.com/posts/hillary-vai-pagar

Erva Daninha
25/07/2016 13:23
Olá, Herculano

MPF investiga se ex-tesoureiro do PP mandou dinheiro para o exterior.
João Cláudio Genu teria recebido R$ 357,9 milhões em propina enre 2007 e 2012.
Do blog do Noblat

Não sou só eu que estou interessado em saber se o PP de Gaspar recebeu dinheiro roubado do consumidor.
Mariazinha Beata
25/07/2016 13:07
Seu Herculano;

Juro que vi e ouvi este papo entre vizinhos:

Um: petista peito de pombo com cegueira deliberada ou forrado de pichulecos para falar bem do governo, diz:

Visse? O PeTê está asfaltando a cidade toda.

O outro: sujeito informado, antenado da sociedade descolada e sacudida, responde:

O asfalto é tão bom que se varrer amontoa.

Bye, bye!

Anônimo disse:
25/07/2016 12:58
Herculano;
"GRUPO ORGANIZA PLEBISCITO INFORMAL PARA SEPARAR O SUL DO RESTO DO BRASIL".

O gaúcho é conhecido na minha terra como "boi de botas", eles só votam em petralhas.
Tô fora!!!
Herculano
25/07/2016 08:26
CEGUEIRA DELIBERADA, por Valdo Cruz, para o jornal Folha de S. Paulo

Dilma diz que, se houve, não tinha conhecimento. Já João Santana afirma que recebeu de caixa dois de campanha presidencial da petista, mas não sabia a origem. E o PT nega até o insofismável e diz que tudo foi registrado legalmente.

Casos típicos de cegueira deliberada, cada um no seu devido grau de fingimento sobre o ato irregular, o pagamento de uma dívida de campanha de 2010 para o marqueteiro.

Dilma pode até não saber quem pagou Santana, mas sabia, no mínimo, que havia algo suspeito no ar. Afinal, ela queria distância de João Vaccari Neto, o ex-tesoureiro petista. Preso em Curitiba, foi quem acertou, segundo recebedor e pagador, a quitação da dívida do marqueteiro.

Em 2014, Dilma proibiu que Vaccari integrasse seu comitê. Foi além. Avisou empresários que ele não falava em seu nome ao ser informada que o tesoureiro estava pedindo doações para sua campanha. Um deles contou-me a conversa e disse que a petista foi taxativa no veto.

O que Dilma sabia de Vaccari para vetá-lo em seu time eleitoral? E, pelo que é dito nos bastidores empresariais, mesmo assim ele ajudou na tarefa de buscar recursos, de caixa dois, para a campanha de 2014.

João Santana ergue a tese do "todos fazem o mesmo". Só que caixa dois é dinheiro de crime. Praticado por um ou por mil. Neste caso, de propina. Depositado no exterior, ganha contornos mais graves de criminalidade. Quem recebe, finge não saber porque não quer ficar fora do mercado. Até a casa cair. E caiu.

Já o PT é um caso extremo de cegueira deliberada. Fiquemos apenas neste último caso. Quem recebeu, João Santana, diz que o pagamento, de caixa dois, foi feito por um operador do petrolão, seguindo ordens do então tesoureiro petista.

O operador confirma e vai além. Revela que o dinheiro vinha de propina do petrolão. Mas o PT nega tudo. Daqui a pouco, vai negar a si mesmo. Logo ele, que veio para mudar tudo isto e nisto se lambuzou.
Herculano
25/07/2016 08:24
COLUNA INÉDITA

Amanhã é dia de coluna inédita, só para os leitores do portal Cruzeiro do Vale
Herculano
25/07/2016 08:05
GRUPO ORGANIZA PLEBISCITO INFORMAL PARA SEPARAR O SUL DO RESTO DO BRASIL

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Paula Sperb, colaboradora de Porto Alegre. A gaúcha Anidria Rocha, 46, administra 20 grupos de Whatsapp e acompanha centenas de outros. O requisito para fazer parte é simpatizar com a causa "O Sul é Meu País", que deseja separar Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul do Brasil.

Moradora de São Jerônimo (a 70 km de Porto Alegre), a empresária lidera o movimento que organiza um plebiscito informal marcado para outubro, com 4.000 "urnas" nos três Estados.

A votação ocorrerá no dia 2 de outubro, simultaneamente às eleições municipais, das 8h às 17h. As urnas estarão a pelo menos cem metros dos colégios eleitorais.

A cédula fará a pergunta: "Você quer que o Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul formem um país independente?".

A meta é alcançar 1 milhão de pessoas, o equivalente a 5% dos eleitores do Sul. Voluntários irão bancar custos de urnas e cédulas.

Segundo o promotor gaúcho Rodrigo Zilio, do gabinete eleitoral, a votação não tem legalidade, mas é permitida. Para ter algum valor, o plebiscito deveria seguir a lei 9.709, o que exigiria que fosse aprovado pelo Congresso e sob regulação da Justiça Eleitoral.

PELO MUNDO

O grupo argumenta que movimentos separatistas são comuns. "Falam em 400 movimentos por independência no mundo. A cada ano, três ou quatro países se separam", diz Anidria.

O último país a se tornar independente foi o Sudão do Sul, em 2011. Além deste, ela cita Namíbia, Timor-Leste, Eritreia e Palau como frutos de processos de separação.

Apesar de o primeiro artigo da Constituição definir que a república brasileira é "formada pela união indissolúvel dos Estados", o grupo pretende pleitear a ideia junto a órgãos internacionais.

Além da ONU, o resultado será levado para a Unpo, organização internacional que defende minorias não reconhecidas e seus territórios.

Os militantes comparam a iniciativa com o desejo separatista da Catalunha, na Espanha. Um jornal catalão publicou em março matéria com o título "El sur de Brasil sigue los pasos de Catalunya".

O movimento sulista, porém, é mais jovem. Foi fundado há 23 anos, em um congresso em Laguna (SC), com o liderança de Adílcio Cadorin, ex-prefeito da cidade.

'XENOFOBIA'

O historiador Tau Golin, da UPF (Universidade de Passo Fundo), define o ato como "xenófobo". "É um movimento antibrasileiro que mostra a dificuldade certos grupos têm de se integrar à nação".

Os separatistas, diz, "não admitem a ideia de pluralidade" e consideram descendentes de italianos e alemães, comuns no Sul, como "especiais" ou "raça superior".

O atrito ecoa no MTG (Movimento Tradicionalista Gaúcho). Para o autor de músicas típicas gaúchas Daniel Brasil, 54, o MTG não defende abertamente o separatismo.

"Os caras comemoram uma coisa que ninguém ganhou nada", diz o artista sobre a Revolução Farroupilha, que queria criar a República Rio-Grandense e declarar independência do Império.

A disputa foi perdida, mas é intensamente comemorada em setembro pelos gaúchos. "Quando conseguirmos separar o Sul, eu mudo meu sobrenome", brinca Brasil.
Herculano
25/07/2016 08:00
O COMEÇO DO FIM DOS BLOQUEIOS? por Ronaldo Lemos

Na semana passada, pela quarta vez, uma juíza mandou o WhatsApp ser bloqueado em todo o Brasil - nessa ocasião, uma magistrada de Duque de Caxias (RJ).

Trata-se de péssimo sintoma: bloqueios de sites na infraestrutura da internet estão virando procedimento "normal" no país. O que é inaceitável.

Temos mais de 15 mil juízes de primeira instância. Se cada um puder interferir na infraestrutura da rede e desligar os sites, aplicativos ou serviços que bem entender, será melhor parar de chamar a rede brasileira de internet.

Ela se tornará uma caricatura da rede mundial de computadores, em que alguns juízes decidem no lugar dos cidadãos o que podem acessar ou não.

Bloquear sites, aplicativos e serviços de internet é conduta típica de países autoritários, como a Arábia Saudita ou a Coreia do Norte. Não é algo que seja compatível com o Estado Democrático de Direito.

Nesse sentido, o Conselho de Direitos Humanos da ONU emitiu uma resolução, em 27 de junho, condenando o bloqueio de sites por órgãos estatais.

Nas suas palavras: "[O Conselho] condena inequivocadamente medidas que intencionalmente impeçam ou interfiram no acesso ou disseminação da informação on-line e conclama os Estados a abdicar de tais medidas e cessá-las".

Felizmente, esse quadro começou a mudar desta vez. Não só a decisão foi revertida algumas horas depois de ser proferida como quem a reverteu foi o Supremo, por decisão monocrática de Ricardo Lewandowski.

O ministro argumenta que bloquear sites viola o direito de livre expressão e comunicação previsto na Constituição. Viola também o Marco Civil da Internet, que assegura a "garantia da liberdade de expressão e comunicação" na internet e a "preservação da estabilidade, da segurança e da funcionalidade da rede". Com isso, espera-se que a decisão ajude a inibir outros juízes de ordenar novos bloqueios.

Outro fato relevante foi a entrevista em que o ministro da Justiça disse que o governo irá propor projeto de lei para que empresas "detentoras de informações" sejam obrigadas a ter sede no Brasil, permitindo que "forneçam essas informações".

A questão do acesso a dados para investigação judicial é importante e precisa ser equacionada. Esse é um problema global, não só brasileiro. No entanto, obrigar empresas a ter sede no país pode produzir o efeito contrário do esperado.

Mais de 99% das empresas de internet não têm sede no país. Se forem obrigadas a se estabelecer aqui, irão optar por não oferecer serviços no país ou simplesmente ignorar a lei. Tal medida tem o potencial de isolar ainda mais a rede brasileira da internet global.

Vale lembrar que o Marco Civil já possui mecanismos mais do que contundentes para investigação policial. O que deveria estar sendo debatido é se de fato precisamos de ferramentas ainda mais intrusivas, em um mundo em que a vigilância é a regra, e a privacidade, a exceção.

JÁ ERA confiabilidade internacional na estabilidade da internet brasileira

JÁ É migrar para o Telegram quando o WhatsApp é bloqueado

JÁ VEM migrar para o Signal quando o WhatsApp é bloqueado
Herculano
25/07/2016 07:55
NEM DILMA, NEM TEMER, por Ricardo Noblat, para O Globo

"Estou preparadíssimo". De Michel Temer, sobre a possibilidade de ser vaiado na festa de abertura da Olimpíada do Rio.

Salvo o inesperado, como uma delação premiada que ponha abaixo o governo interino de Michel Temer, o impeachment de Dilma é jogo jogado. Ela será cassada. E por saber disso, Dilma gostaria de acabar logo com os dias de agonia que faltam para retornar a Porto Alegre, onde morava. Se dependesse, porém, da maioria dos brasileiros, esta história teria outro desfecho: a eleição de um novo presidente.

A MEU PEDIDO, entre os últimos dias 20 e 23, o Instituto Paraná Pesquisas fez duas perguntas a 2.020 brasileiros maiores de 16 anos de 158 municípios de 24 estados, e também do Distrito Federal. O grau de confiança da pesquisa é de 95% e a margem de erro, de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Foi registrada na Justiça e está à disposição dos partidos políticos.

À PERGUNTA ESTIMULADA: "Atualmente, o que você prefere...", 11,1% dos entrevistados responderam que preferem a volta de Dilma à Presidência da República. A permanência de Temer como presidente foi a resposta de 23,8%. Pouco mais de 62% disseram preferir a realização de novas eleições. Esse percentual é igual ao encontrado pela mais recente pesquisa do Instituto Datafolha.

PARA QUE houvesse novas eleições, o Congresso teria que mudar a Constituição. Não há, ali, vontade suficiente para tal. Nem mesmo há dentro do PT e entre seus aliados. Um grupo de senadores sugeriu a Dilma que adotasse a ideia. Sem entusiasmo, ela fala na convocação de um plebiscito para que o povo decida sobre novas eleições, mas... mas desde que a Presidência lhe seja devolvida antes.

COM ENTUSIASMO dia sim e outro também, Dilma fala sobre o suposto golpe parlamentar que a derrubou. Está convencida de que passará à História como a primeira mulher eleita presidente do Brasil e vítima de uma clamorosa injustiça. O PT quer vê-la pelas costas o mais breve possível. Até concorda em antecipar a votação do impeachment, por ora marcada para o final de agosto próximo.

À OUTRA pergunta estimulada, essa sobre o futuro de Lula, 15,2% dos entrevistados pelo Instituto Paraná Pesquisas responderam que preferem a volta dele à Presidência da República. Contra 34,1% que disseram preferir que ele simplesmente se aposentasse da política. E 47,7% que fosse preso pelo juiz Sérgio Moro. Não souberam ou não quiseram responder, 3%.

"O INÍCIO DA administração de Temer está indo melhor, pior ou igual ao que o senhor ou senhora esperava?", perguntou o instituto. Melhor, responderam 20,9%. Pior, 20,8%. Igual, 51,8%. E 6,4% não souberam ou não quiseram responder. "De uma maneira geral, diria que aprova ou desaprova a administração de Temer até o momento?", insistiu o instituto.

LEVANDO-SE em conta pesquisa de junho passado, a aprovação passou de 36,2% para 38,9%. A desaprovação caiu de 55,4% para 52%. Aumentou de 8,3% para 9,1% o percentual dos que não souberam ou não responderam à pergunta. O governo Temer ainda não completou três meses. Sua principal meta é fechar o ano com menos desemprego e inflação mais baixa. A conferir.

POR ENQUANTO, a população continua cética. Digamos: cética, mas esperançosa. E quando se lhe indaga se sua situação financeira melhorou, piorou ou permaneceu igual depois que Temer assumiu o governo no lugar de Dilma, responde: melhorou (11,3%), piorou (20,7%), permaneceu igual (65,9%). Não sabem ou não responderam, 2,1%.
Herculano
25/07/2016 07:47
NOVO PROJETO PARA AGÊNCIAS MERECE RECEBER PRIORIDADE, editorial do jornal Valor Econômico

Parte 1

Se realmente deseja atrair mais investimentos e destravar as concessões de infraestrutura, o governo deve engajar-se na reforma das agências reguladoras, que atravessaram um tenebroso período de descaso e enfraquecimento. Um passo importante para reverter o desmonte das autarquias é a nova versão do PLS 52, projeto de lei em tramitação no Senado desde 2013, cujo texto foi reformulado sob orientação da Casa Civil e que agora ganha o apoio declarado do Palácio do Planalto.

Sabe-se que a agenda legislativa, após meses de virtual paralisia, acumula um estoque considerável de propostas à espera de deliberação e o governo precisará calibrar suas prioridades no Congresso Nacional. O esforço para aprovar uma lei geral das agências, porém, não pode ficar na condição de promessa.

Do loteamento entre partidos à escassez orçamentária, sobram episódios no passado recente para demonstrar como essas autarquias têm sido debilitadas. Interferência e perda de atribuições ajudaram a constituir, de maneira às vezes sutil, um cenário de fragilização dos órgãos reguladores.

Tome-se o exemplo da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), uma das mais bem estruturadas em recursos humanos, felizmente preservada de indicações políticas na era petista e mantida sob qualificado comando técnico. Nem isso foi suficiente para fortalecê-la. No fim do ano passado, por meio de emenda incorporada à Medida Provisória 688 com a bênção do governo da presidente afastada Dilma Rousseff, a palavra final sobre "excludentes de responsabilidade" saiu da esfera da Aneel e passou para o Ministério de Minas e Energia.

Parece um assunto complexo - e é. Trata-se de perdoar ou não os consórcios responsáveis pela construção de empreendimentos faraônicos, como as usinas hidrelétricas de Belo Monte (PA) e Jirau (PA), por atrasos na conclusão das obras. Uma decisão sobre os pedidos encaminhados pelas empresas, que alegavam não ter responsabilidade por esses atrasos, requer aprofundados estudos técnicos. Não cabem interpretações de cunho político. Em uma canetada e atropelando a agência, o ministério simplesmente chamou para si a tarefa de dar um veredito. No mês passado, o estrago foi corrigido pela MP 735 e a Aneel recuperou o poder decisório.
Herculano
25/07/2016 07:47
NOVO PROJETO PARA AGÊNCIAS MERECE RECEBER PRIORIDADE, editorial do jornal Valor Econômico

Parte 2

O substitutivo ao PLS 52 amplia as perspectivas de maior autonomia dos órgãos reguladores. Em termos financeiros, prevê que as autarquias sejam consideradas como unidades independentes no Orçamento Geral da União, sem ficar à mercê dos cortes impostos pelos ministérios aos quais estão vinculadas. Isso não chega a blindá-las contra a falta de recursos que se espalha por toda a administração pública, mas certamente impede que sofram contingenciamento desproporcional como forma de represália por decisões incômodas ao governo.

O maior avanço na proposta discutida pelo Senado, entretanto, diz respeito ao processo de indicação dos diretores das agências. Eles serão escolhidos com base em lista tríplice elaborada por uma comissão a ser instituída por decreto presidencial. A seleção ocorrerá por chamamento público. Os candidatos precisarão ter pelo menos dez anos de experiência profissional na área ou, alternativamente, quatro anos em posições de chefia em empresas do setor regulado pela agência. O presidente da República terá, então, que remeter o nome de sua preferência ao Senado - para sabatina e apreciação - com antecedência suficiente para evitar uma situação de vacância no primeiro escalão. No governo Dilma, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) chegaram a ficar mais de dois anos sem suas diretorias completas.

Em meio a vários aperfeiçoamentos, convém lamentar uma ausência. Infelizmente, o projeto não aborda sugestão feita recentemente pela Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib). Em documento entregue ao governo, a entidade tocou em um ponto quase esquecido nas discussões sobre as agências reguladoras: a necessidade de maior suporte jurídico para amparo dos servidores. Eles sofrem pressões constantes e correm o risco de enfrentar ações administrativas ou judiciais por causa de deliberações de caráter eminentemente técnico. Apesar disso, são desprovidos de resguardo da Advocacia-Geral da União (AGU). Sem proteção jurídica, podem adotar postura excessivamente conservadora, a fim de evitar dores de cabeça no futuro.
Herculano
25/07/2016 07:43
MEDALHA DE LATA, por Renato Alves, para o Correio Braziliense

Quando você vai receber um hóspede muito aguardado, o que faz? Deixa a casa arrumada. O mesmo serve para um país, para uma cidade.

Brasília vai gastar R$ 25 milhões em função das Olimpíadas. O valor inclui despesas com a passagem da tocha pela capital, que aconteceu em maio, e com as forças de segurança na cerimônia e nas partidas no Estádio Mané Garrincha, que receberá 10 jogos de futebol. A alegação do governo local para a destinação da verba pública para um evento esportivo, em meio à maior crise financeira da capital, é a oportunidade de mostrar a cidade ao mundo, com a expectativa(exageradamente otimista) de receber 300 mil turistas. No entanto, a casa está uma bagunça. E ela não será totalmente arrumada até a chegada dos atletas e dos torcedores.

Além do estádio, que, mesmo sendo o mais caro do país, sofre com a falta de manutenção no gramado e em parte das instalações, pouco está pronto para o início das 10 partidas, entre 4 e 13 de agosto. Não há obra alguma nos decadentes setores hoteleiros Sul e Norte, que sequer oferecem calçadas e jardins aos hóspedes. Nem as tão propagadas obras de mobilidade no Plano Piloto, com calçadas e ciclovias, anunciadas para a Copa de 2012, estarão concluídas para a Olimpíada. Assim como BRT (com estações fechadas) e o projeto paisagístico pensado por Burle Marx, entre a Torre de TV e a Rodoviária do Plano Piloto. Monumentos como o Itamaraty e a Torre de TV Digital devem permanecer fechados. Para terminar, dos 10 Centros de Atendimento ao Turista (CAT), só três funcionam. E não há programação cultural pública alguma prevista para entreter os visitantes.

Em meio a esse cenário, os jogos do torneio olímpico de futebol vão atrair delegações, jornalistas e turistas de países visados por terroristas, como o Iraque, a Alemanha e os Estados Unidos. O Senado Federal começa a votar a cassação de Dilma Rousseff em 9 de agosto, mas o resultado deve sair só duas semanas depois, ou seja, durante as partidas no Mané Garrincha.

Mesmo com os dois eventos, policiais civis e militares de Brasília se mobilizam por aumento de salário e melhores condições de trabalho. As delegacias estão, há três semanas, em Operação Legalidade, com agentes deixando de colher depoimentos. Agentes e escrivães ameaçam uma greve geral. Na PM, praças organizam uma Operação Tartaruga, para atender só casos de extrema gravidade.

Portanto, cá para nós, estimado e atento leitor, sabendo de tudo isso, você compraria um pacote turístico para visitar Brasília em agosto, para assistir a jogos de futebol das equipes C de países com quase ou nenhuma expressão no cenário mundial? Eu, certamente, não. Nem convidaria parente ou amigo algum. Não quero que tenham uma imagem negativa da cidade onde escolhi morar.
Herculano
25/07/2016 07:40
INABITÁVEL

As nossas construtoras, as nossas autoridades, obrigadas à fiscalização, e os nossos políticos, dados à permanente irresponsabilidade, tiveram uma lição de canguru de repercussão mundial.

A delegação australiana se negou a ocupar na Vila Olímpica, prédios e apartamentos novíssimos, considerados de médio padrão construtivo. Estavam inabitáveis: problemas elétricos, hidráulicos, de gás e sujeira abundante.

A delegação australiana não viu e nem experimentou um décimo do que se dá aos brasileiros que ocupam prédios do programa "Minha Casa e Minha Vida", do governo do PT e fiscalizados pela Caixa Econômica Federal. Os moradores do Condomínio Milano, em Gaspar, por exemplo,podem muito bem testemunhar esta indecência, bem como a via crucis para para buscar soluções.
Herculano
25/07/2016 07:30
GOVERNO JÁ PREVÊ 70 VOTOS PELO IMPEACHMENT, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros.

O Planalto comemora o crescente apoio ao afastamento definitivo de Dilma Rousseff da Presidência da República. De acordo com recente levantamento, já são entre 65 e 70 os senadores favoráveis. No julgamento, 54 votos serão suficientes para manter o impeachment. O governo diz que acertos, sobretudo na área econômica, e a pacificação do País, influenciam os indecisos. O Brasil é bem melhor sem Dilma.

VOTO SOBRANDO
"Temos contabilizados 65 votos, mas podemos chegar a 70", confirma o primeiro-secretário da Câmara, deputado Beto Mansur (PRB-SP).

VOLTA PARA CASA
"Quando Dilma voltar para Porto Alegre, a economia se estabiliza de vez", garante o experiente deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE).

CRIME EM ABUNDÂNCIA
A presidente afastada é acusada de crimes de responsabilidade e contra a Lei Orçamentária, com punições previstas na Constituição.

PROPORÇÃO
Se o Senado seguir a proporção de votos contra Dilma na Câmara (367 pelo afastamento) serão, no mínimo, 58 votos pró-impeachment.

BOLSA FAMÍLIA TORRA R$ 11,2 BILHÕES EM 6 MESES
Em meio a mais grave crise brasileira, com o impeachment de Dilma e resultados econômicos fracos, o governo federal já torrou R$ 11,19 bilhões com o Bolsa Família desde o começo deste ano. Apesar de o valor ser significativo, é a primeira vez desde 2013 que o governo federal gasta menos de R$ 2 bilhões por mês com o programa. A Bahia é o estado mais beneficiado: levou R$ 3,6 bilhões só este ano.

COMPARATIVO
Nos primeiros seis meses de 2015, ultimo ano completo de governo Dilma, foram gastos R$ 13,95 bilhões com o Bolsa Família.

NORDESTE
O Nordeste ainda é o maior beneficiado pelo Bolsa Família: a região recebeu 60% do valor total gasto pelo governo federal este ano.

PRIORIDADES
Desde a eleição da presidente Dilma, em 2011, o valor médio recebido por família subiu mais de 77%, enquanto o salário mínimo cresceu 44%

DELAÇÃO CONJUNTA
A força-tarefa da Lava Jato ainda tenta fechar "acordo conjunto" de delação do casal Mônica Moura e João Santana, o marqueteiro de Lula e Dilma. Há um impasse em relação à "robustez" das denúncias oferecidas até agora. A PF e o Ministério Público querem mais provas.

MELHOR QUE ALIADO
Em 42 votações do governo Temer até agora, o deputado petista Caetano (BA) manteve taxa de 70% de apoio ao novo presidente. Caetano votou contra o governo sete vezes e a favor, 16.

NÃO VOLTAM MAIS
"Acho que esses senadores do PT e PCdoB que defendem a volta de Dilma dificilmente vão se reeleger", diz o ministro Osmar Terra (Des. Social) sobre a tropa dilmista no Senado: Lindbergh Faria (RJ), Gleisi Hoffmann (PR), Fátima Bezerra (RN) e Vanessa Grazziotin (AM).

UTI
O deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) tenta manobrar para empurrar a votação de sua cassação para depois da eleição de outubro. A esperança é que o caso perca relevância e ele se livre.

QUER CONTRIBUIR
Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) não acredita em paralisação do Congresso. "O Congresso, mesmo com eleição municipal, vai contribuir positivamente, votando matérias de interesse nacional", garante.

FIM DA BAGUNÇA
A deputada Shéridan (PSDB-RR) apresentou PEC que limita o acesso ao fundo partidário, ao tempos de TV e acaba com os "partidos de aluguel". No ritmo atual, ela prevê 73 partidos nas eleições de 2018.

PERDEU A BOQUINHA
O Partido da Mulher Brasileira entrou com ação contra decisão que impediu o partido de ter acesso a tempo de TV e ao fundo partidário em razão da saída dos deputados durante o período da janela partidária.

CORRUPÇÃO EM RORAIMA
O Ministério Público de Roraima denunciou 20 pessoas em esquema de afano na Assembleia Legislativa do estado, envolvendo empresários e servidores públicos. Estão sujeitos a pegar cadeia longa.

PENSANDO BEM...
...Dilma aprendeu com Lula: não sabia da roubalheira na Petrobras, não sabia do caixa 2 na campanha e também não sabia governar.
Sidnei Luis Reinert
24/07/2016 19:25
Por que Dilma vai renunciar?


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Dilma Vana Rousseff renunciará ao cargo de "Presidente da República" pouco antes da votação final do processo de impeachment. A renúncia deverá ser o mais sóbria possível, com uma carta ao Congresso Nacional, sem ataques pessoais ao sucessor. A Presidanta ainda não jogou a toalha definitivamente porque um interlocutor confiável dela negocia uma trégua com gente da extrema confiança de Michel Temer. O acordo com Dilma sai mais barato para Temer do que ficar refém de parlamentares.

A renúncia programada de Dilma é revelada por um passarinho preto que voa baixo para escutar tudo que pode em Brasília. O principal objetivo imediato de Dilma é não perder os direitos políticos - dano instantâneo provocado pelo impedimento. Depois de afastada definitivamente, Dilma aposta que possa retornar à vida política com votos fiéis que a esquerda tem no Rio Grande do Sul. Dilma já fez a mudança de seus objetos pessoais do Palácio da Alvorada para o apartamento de Porto Alegre.

Doida para que termine o que chama de "agonia do impeachment", ela também pretende se descolar de Lula ao máximo. Dilma se sentiu muito abandonada pela petelândia depois que foi afastada temporariamente do trono do Palácio do Planalto. Dilma pode até deixar o PT, retornando a suia origem política, o PDT - hoje um partido cada vez mais distante daquele fundado por Leonel Brizola. O problema é que Dilma ficaria nada confortável em apoiar a candidatura presidencial de Ciro Gomes em 2018. E a recíproca é verdadeira...

O futuro de Dilma na política também é prejudicado por seus pecados como "Presidenta". A imagem dela ficou queimada como "grande gerentona" e como articuladora. Dilma caiu porque geriu pessimamente a economia e foi um desastre na política. Arrogante, autossuficiente e centralizadora demais, Dilma exagerou no mau trato aos deputados, senadores, governadores e prefeitos. Também ficou refém demais da cúpula do PT - destroçada pouco a pouco por denúncias indefensáveis de corrupção. Agora, não cola e parece tarde demais para alegar que "não sabia de nada" de errado...

Definitivamente fora do poder, Dilma enfrentará outro gigantesco problema - que independe de acordos que venha a fechar com interlocutores de Michel Temer. A ex-Presidenta tem enormes chances de responder por crimes relacionados à má gestão na Petrobras, nos tempos em que foi "Presidente" do Conselho de Administração da petrolífera. Dilma já encomenda a renomados pareceristas teses jurídicas que tentem sustentar a prescrição de eventuais crimes dos quais possa ser acusada no judiciário brasileiro e - para temor maior - no exterior. Assim que cair, Dilma perde o foro privilegiado e começa uma nova agonia para ela - certamente mais dolorosa que o processo de impeachment.
Herculano
24/07/2016 15:30
FALA SÉRIO. QUEM NÃO PREVIA ISSO? O GOVERNO OU VOCÊ? ORA SE TUDO É FEITO POR POLÍTICOS, AGENTES PÚBLICOS VICIADOS, EMPREITEIRAS ACOSTUMADAS À CORRUPÇÃO OU À MAQUINAGEM DO QUE FAZEM, SO PODERIA DAR NO QUE ESTÁ DANDO.E AINDA MAIS NO RIO DE JANEIRO. ESTRANGEIROS RELATAM FURTOS E CHAMAM A VILA OLÍMPICA DE INABITÁVEL.

Parte 1

Conteúdo do Uol. Texto de Guilherme Costa, do Rio de Janeiro. Se a ideia do comitê organizador da Rio-2016 era oferecer neste domingo uma amostra do que serão os Jogos Olímpicos realizados no Brasil, a primeira impressão esteve longe de ser positiva. A abertura da Vila Olímpica para atletas teve longas filas, reclamações de delegações e relatos de objetos furtados no interior do condomínio.

O Comitê Olímpico da Austrália classificou a Vila como "inabitável". O site australiano "The Age" publicou que as reclamações da delegação incluem vazamento de pias, sanitários entupidos e escadas sem iluminação, por exemplo. O teor das críticas foi confirmado pelo UOL Esporte com membros de pelo menos outras duas delegações que chegaram à Vila neste domingo.

O COI informou que realocará mais atletas em outros locais em virtude de problemas estruturais da Vila Olímpica.

O UOL Esporte também ouviu relatos sobre falta de uma série de objetos no interior dos apartamentos. Um funcionário da Vila contou que a situação é decorrente de furtos praticados durante a construção do empreendimento e que o comitê organizador agora corre para repor os utensílios retirados.

"[Sumiram] algumas coisas, sim. Mas você pode ter certeza que de dentro da Vila elas não saíram. Nós temos aí as Forças Armadas, e vocês viram a burocracia que é para entrar. Essas coisas devem estar em outro lugar aqui dentro", disse Janeth Arcain, ex-jogadora de basquete e prefeita da Vila.

A Vila já sido alvo de reclamações de várias delegações antes mesmo da entrega do equipamento. Durante a semana, alguns países cobraram modificações na estrutura de suas acomodações. Estados Unidos, Holanda e Itália, segundo o jornal "Folha de S.Paulo", chegaram a custear pequenas mudanças, o que é prática recorrente em Jogos Olímpicos.

Na entrada, também chamou atenção a extensão das filas. Vários setores funcionais foram acomodados em poucas estruturas de detecção de metal e raio-X, o que formou aglomerações. Delegações também tiveram de esperar.
Herculano
24/07/2016 15:29
FALA SÉRIO. QUEM NÃO PREVIA ISSO? O GOVERNO OU VOCÊ? ORA SE TUDO É FEITO POR POLÍTICOS, AGENTES PÚBLICOS VICIADOS, EMPREITEIRAS ACOSTUMADAS À CORRUPÇÃO OU À MAQUINAGEM DO QUE FAZEM, SO PODERIA DAR NO QUE ESTÁ DANDO.E AINDA MAIS NO RIO DE JANEIRO. ESTRANGEIROS RELATAM FURTOS E CHAMAM A VILA OLÍMPICA DE INABITÁVEL.

Parte 2

A abertura oficial da Vila aconteceu às 8h (de Brasília) deste domingo. Antes mesmo disso, porém, delegações de Alemanha, Israel e Itália já haviam entrado no local. A primeira equipe do Brasil a desembarcar no aparato foi a de hóquei na grama, por volta de 10h30.

A expectativa do comitê organizador é de que até 14 delegações entrem na Vila neste domingo.

Além da delegação australiana, o COI (Comitê Olímpico Internacional) vai reacomodar outros atletas por problemas de infraestrutura Vila Olímpica dos Atletas. Foram constadas questões de acabamento como vazamentos, vasos sanitários, fios aparentes e objetos roubados no primeiro dia de abertura da Vila. Por isso, a delegação australiana não aceitou ficar no local e foi para um hotel. A expectativa é que os problemas só sejam resolvidos nos próximos dias, possivelmente até sexta-feira.

°Nós estamos trabalhando perto do Rio-2016 na situação da Vila Olímpica. Quando eles atingiram a fase final de preparação para receber os atletas na Vila, ficou claro quando os quartos começaram a ser usados que em todos os prédios alguns quartos precisavam de trabalho extra. Equipes estão trabalhando durante a noite e vão trabalhar por 24 horas por dia para resolver os problemas. Infelizmente, o Rio-2016 espera que isso leve outros dias. Atletas que cheguem agora à Vila e que as acomodações não tenha sido acabadas serão colocados na melhor acomodação disponível nos prédios"; afirmou o departamento de comunicação do COI.

O UOL Esporte apurou que a expectativa é que os problemas só sejam resolvidos até sexta-feira. O prefeito do Rio, Eduardo Paes, tentou minimizar as críticas dos australianos afirmando que colocaria um canguru na porta da Vila. Mas a nota do COI referendada que houve problemas. Segundo o COI, o afastamento da Austrália da Vila é temporário.

"Nós entendemos que foi uma medida temporária e a Austrália ainda espera que suas acomodações vão ser entregues no padrão apropriado nos próximos dias, o que vai permitir que eles mudem seus atletas para a residência dos Jogos", disse o COI.

A questão de realocar atletas será uma tarefa complicada porque há a expectativa de centenas de atletas cheguem ainda hoje à Vila. Por fim, o comitê olímpico internacional disse que o "Rio lamenta o inconveniente que isso possa causar e aprecia a compreensão dos comitês olímpicos nacionais neste momento."
Ana Amélia que não é Lemos
24/07/2016 13:11
Sr. Herculano:

"Míseros R$ 280 mil serão distribuídos em prêmios para as 17 categorias que sairão vencedoras no 44o Festival do Cinema de Gramado.

Isto dá pouco mais de 30 salários mínimos para cada um.

Talvez nem isto mereçam filmes como Aquarius, que abrirá o festival de Gramado, RS, dia 26 de agosto.

Aquarius e sua estrela bruxuleante, Sônia Braga, protagonizaram espetáculo deprimente em Cannes, quando protestaram contra o impeachment de Dilma, difamando a ação constitucional do Congresso do Brasil.

Filme e estrela merecem que os espectadores de Gramado virem-lhes as costas".
Postado por Polibio Braga

Só artistas decadentes apoiam o PT.
Paty Farias
24/07/2016 13:03
Oi, Herculano

PERGUNTA NO CONGRESSO - Cláudio Humberto
"Quantos deputados da base de apoio de Dilma venceriam nas eleições deste ano?"

Espero que o partido desses deputados respingue aqui em Gaspar.
Erva Daninha
24/07/2016 12:56
Olá, Herculano

"DOMINGO DE COMPRA E VENDAS"
Estavas inspirado, às 10:24, heim?

Para quem é honesto, trabalhador e pagador de impostos, isto dói na alma ...
Herculano
24/07/2016 10:59
DA GRÉCIA AO BRASIL, CONHEÇA-ME, por Carlos Brickmann

Seu nome em grego é Éris; seu título, a Deusa da Discórdia. Seu pai era Zeus, o barbudinho que se achava o deus dos deuses, e que hoje é apenas peças de pedra bem esculpida ou lindas joias guardadas em museus, trancadas para não sumir. Seu nome clássico é Éris, mas pode chamá-la de Dilma, a presidenta. Dilma foi a deusa da discórdia antes de ser presidente, demolindo grosseiramente o plano de economia de despesas ("é rudimentar", disse) do ministro Antônio Palocci.

No Governo, conseguiu romper até com o PMDB, jogando-o na oposição. Levou Joaquim Levy para a Fazenda, para cuidar de um plano tão rudimentar quanto o de Palocci, mas bloqueou seu trabalho e entregou-o às feras. Da oposição? Não, da situação. Até o presidente nacional do PT, Rui Falcão, malhou Levy. As mais delicadas e amestradas centrais sindicais, aquelas cuja maior divergência era responder "sim" ou "sim, senhora", morderam os calcanhares do Governo. Passeatas de esquerda, como a do Passe Livre, foram substituídas por protestos que pavimentaram o impeachment.

Por ela, dizem hoje João Santana e Mônica Moura, mentiram à Justiça. Não queriam ajudar o impeachment. Era desnecessário: ela tinha Lula a seu lado, se recusou a ouvi-lo, e o jogou no meio da crise com a ideia, que achou ótima, de nomeá-lo ministro. Caixa 2? Não sabia de nada, claro.

Dilma, a Éris de hoje, põe a culpa nos outros. Mas vai pagar por ela.

AOS AMIGOS, A CULPA

Mônica Moura e João Santana admitiram em sua confissão que, quando receberam no Exterior parte de seus pagamentos via empreiteiras, sabiam que se tratava de dinheiro de Caixa 2. Dilma disse que não sabia de nada e que, se soubesse que havia Caixa 2, não autorizaria o pagamento. Deve, nega, pagou, mas disse que não pagaria. Hoje, até seus marqueteiros devem estar agastados com ela. A piada dos dois neurônios, é óbvio, não tem um pingo de verdade. Se tivesse, um neurônio estaria brigando com o outro.
Herculano
24/07/2016 10:58
OS NÚMEROS FALAM, por Carlos Brickmann

Quando o processo de Dilma foi iniciado na Câmara, ela precisava de 171 votos de deputados. No interrogatório de Mônica Moura, o juiz Sérgio Moro lembrou que a empresa dela e de João Santana recebeu do PT, legalmente, R$ 171 milhões. Coincidências querem dizer alguma coisa?

RECORDAÇÃO

O artigo do Código Penal que trata do estelionato é o 171.

SEM FANTASIA

A última pesquisa Datafolha mostra que 58% dos eleitores estão fartos de Dilma.

O SONHO DE CADA UM

O sonho de Martin Luther King era um mundo pacífico, onde não houvesse racismo. O de Dilma, divulgado pelo twitter, é reverter o processo de impeachment. "Temos a grande chance de reverter o processo de impeachment. Os senadores têm nível de responsabilidade muito forte, são grandes lideranças". Quantas verdades há nessa frase?

ADEUS, CUNHA

A batalha terminou, Eduardo Cunha perdeu. O mandato já era faz tempo, mas Cunha queria arrastar o processo até janeiro. Não deve passar de agosto.

Acredite se quiser

Pedro Paulo, candidato do PMDB à prefeitura do Rio, acusado de espancar sua então esposa, procura encontrar um bom nome para vice. E quer que seja mulher. Duas deputadas estaduais pelo PDT, Martha Rocha e Cidinha Campos, recusaram o convite. Têm vergonha na cara.

Guerra ao terror

Pode-se gostar ou não do Governo, mas a prisão de suspeitos de terrorismo é correta: o terrorismo é uma ameaça real, como se viu agora em Munique, e o Brasil, como sede dos Jogos Olímpicos, é um alvo previsível. Já bastam os problemas enfrentados pelo país, inclusive o crime organizado. Não pode haver espaço para a ação de assassinos de fora, quaisquer que sejam os motivos alegados. Temer mostra que é possível ser bem educado, afável, respeitador das mais diversas tendências, desde que pacíficas, e agir com dureza, dentro da lei, sempre que o rigor se fizer necessário. Religião não pode ser desculpa para a prática de crimes.

A hora de calar

A ameaça de terrorismo também não pode servir de desculpa para falar bobagem. O governador do Rio, Francisco Dornelles, disse que aqui haverá "a melhor e mais segura Olimpíada do mundo". Seria tão bom ter calado!

Fim de linha

Pesquisa mostra que o prefeito paulistano Fernando Haddad não ganha nem entre seus partidários petistas. Claro: eles o conhecem
Herculano
24/07/2016 10:41
QUANDO SETEMBRO VIER, por Dora Kramer, para o jornal O Estado de S. Paulo

Se efetivado, Temer falará ao País sobre passado recente, o presente e futuro do governo.

No dia seguinte à aprovação do impeachment de Dilma Rousseff - com 60 votos dos 81 senadores nas contas do governo - Michel Temer fará um pronunciamento à nação cujo esboço já se desenha em três temas: balanço sobre a situação que encontrou, o apanhado das ações executadas na interinidade e um conjunto de diretrizes para os próximos dois anos e meio.

"Não vou falar em herança maldita ou coisa parecida, como fizeram", diz Temer, acentuando propositadamente a ocultação dos sujeitos na frase, Luiz Inácio da Silva e Dilma Rousseff, a fim de destacar o caráter institucional da declaração.

Atento às formalidades, Temer não senta, não despacha nem recebe pessoas na mesa presidencial, localizada a cinco passos de distância. Um móvel redondo de 12 lugares para reuniões. Só vai trocá-lo pelo assento presidencial quando, e se, o Senado confirmá-lo no cargo.

A julgar pelo que ele diz, pouco ou quase nada vai mudar além da cadeira onde hoje se senta o presidente a partir de setembro, quando, na avaliação corrente no Planalto, Dilma estará definitivamente afastada do cargo. O lugar comum - "em time que está ganhando não se mexe" - é dito e repetido em qualquer gabinete do Palácio a que se vá. Aí incluído o do presidente, cuja percepção é a de que as coisas caminham bem quando são bem cuidadas.

Três fatores, na percepção dele, são essenciais: autocrítica, bom humor e radar azeitado para não repetir erros. De onde não pretende se envolver nas campanhas eleitorais dos aliados (muito menos em São Paulo e Rio). Vai à cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos com a certeza de que será vaiado - "estou preparadíssimo" - partindo do princípio de Nelson Rodrigues segundo o qual no Maracanã o público "vaia até minuto de silêncio".

Até sexta-feira, Dilma Rousseff ainda não informara ao Palácio do Planalto se iria ou não à abertura da Olimpíada. Aposta recorrente por lá: não vai.

Maioria absoluta. O governo decidiu se concentrar em dois pontos na mudança de regras eleitorais, justamente os que têm a simpatia dos partidos com maior número de votos no Congresso em geral, Câmara em particular: fim das coligações em eleições proporcionais (deputados e vereadores) e imposição de um patamar de votos a serem obtidos nas urnas para que as agremiações tenham acesso ao dinheiro do Fundo Partidário e ao horário eleitoral no rádio e na televisão, a chamada cláusula de barreira.

Uma reforma política ampla até será proposta pelo Poder Executivo, mas sem a convicção de que pode ser aprovada. Já os dois pontos escolhidos, na visão do Palácio do Planalto, têm chance de passar. O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, faz as contas. São 14 os partidos com menos de dez deputados e cinco aqueles com menos de 20. No total, 19. O restante das legendas com representação na Câmara somam 435 dos 512 votos possíveis. O de Eduardo Cunha não é contabilizado, pois ele está afastado de suas funções parlamentares.

Interessaria aos maiores partidos aprovar as duas medidas porque a redução de concorrentes aumentaria a parcela de cada um tanto no Fundo Partidário quanto no horário eleitoral. A ideia seria reduzir os atuais 35 partidos - sem contar os 29 com pedidos de registro no Tribunal Superior Eleitoral - para algo em torno de oito, no máximo 12 legendas.

Pela Emenda à Constituição de autoria dos senadores Aécio Neves (PSDB-MG) e Ricardo Ferraço (PSDB-ES), os partidos deverão obter 2% dos votos em 14 Estados na eleição de 2018 e 3% em 2022. Os maiores prejudicados serão os partidos de esquerda, hoje integrantes do grupo dos minoritários, que vão precisar investir na conquista do eleitorado para continuar tendo acesso ao Fundo Partidário e ao horário eleitoral.
Herculano
24/07/2016 10:38
PROBLEMA DO MERCOSUL É TER MODELO PODRE DA VENEZUELA DENTRO DO BLOCO, por Clóvis Rossi para o jornal Folha de S. Paulo

O governo uruguaio, que ocupa a presidência de turno do Mercosul, convocou para o dia 30 uma reunião do Conselho do bloco, máxima instância executiva, formada pelos chanceleres.

A pauta é simples: transferir a presidência "pro tempore" para a Venezuela, como determina a ordem alfabética. Tão simples como impossível de ser cumprida: Brasil e Paraguai se opõem frontalmente a que a Venezuela assuma a presidência.

A Argentina dança no muro, mas seu presidente, Mauricio Macri, já insinuou estar pronto para tomar o mando (seria o seguinte presidente, sempre no critério de ordem alfabética).

Como a decisão tem que ser tomada por consenso, só alguma mágica a ser produzida durante a semana que falta para a reunião permitirá desbloquear uma situação que paralisa o bloco.

Não poderia, aliás, haver pior momento para a paralisia. Primeiro, porque finalmente começou a andar a negociação com a União Europeia para um acordo de integração.

Segundo porque os países do bloco, com a exceção da Venezuela, já manifestaram disposição para rever os dispositivos que o conformam, sem que haja clareza sobre o que, exatamente, se pretende fazer.

Passar ou não a presidência para a Venezuela acaba sendo o menor dos problemas.

Problemão mesmo é a própria Venezuela, um Estado falido e, como tal, um companheiro de viagem indesejável.

O ideal seria que seus sócios no Mercosul a ajudassem a sair do buraco, mas, para isso, é indispensável que o governo de Nicolás Maduro se renda a uma constatação do general Juan Domingo Perón, grande frasista, para quem "a realidade é a única verdade".

E a realidade é uma só, goste-se ou não dela: o socialismo do século 21, supostamente praticado na Venezuela, é um fracasso redondo, tal como foi o socialismo do século 20.

Como mostrou na sexta-feira (22) reportagem do sempre competente Samy Adghirni, a Unasul até que está tentando ajudar, negociando um plano de estabilização, que começa, corretamente, pela correção do absurdo sistema cambial.

Não há país no mundo que consiga funcionar quando o câmbio oficial vale dez e o paralelo (o que realmente conta) é cem vezes mais elevado.

O problema com o plano da Unasul é que foram convocados para ajudar economistas dos Estados Unidos e da Espanha que simpatizam com o modelo fracassado.

Logo, é altamente improvável que elaborem propostas que deixem cristalinamente claro que a crise não é decorrência da suposta "guerra econômica", como diz o governo.

É culpa da incompetência de um presidente que diz receber o antecessor na forma de um "pajarito" e de um sistema que o alçou ao poder.

Constata, por exemplo, Andrés Cañizáles (Universidade Católica Andrés Bello): "Aqueles que governaram e endividaram a nação com preços do petróleo acima de US$ 100 dificilmente serão capazes de conduzi-lo de forma bem-sucedida em direção à recuperação com o preço do petróleo por volta de US$ 30. É simples aritmética".

O problema, portanto, não é Venezuela presidir ou não o Mercosul. É um modelo podre dele fazer parte.
Herculano
24/07/2016 10:33
RETA FINAL, por Merval Pereira, de O Globo

Os procuradores de Curitiba estão analisando, há 15 dias, os depoimentos por escrito de 35 executivos da empreiteira Odebrecht, inclusive o do presidente Marcelo Odebrecht, e os liberarão para homologação parceladamente. Eles estão analisando cerca de mil páginas datilografadas, e toda sexta-feira chamam alguns dos delatores para confirmar informações e tirar dúvidas.

Na sexta passada, o juiz Sérgio Moro homologou os acordos de delação premiada dos empresários Vinícius Veiga Borin, Luiz Augusto França e Marco Pereira de Sousa Bilinski, sócios em uma empresa de consultoria que, segundo as investigações da Operação Lava-Jato, era usada para movimentar contas de offshores da Odebrecht no exterior.

Eles calculam que até o final do mês todas as delações estarão checadas e aprovadas. O conjunto das delações implicará tanto o ex-presidente Lula quanto a presidente afastada, Dilma Rousseff, mas pegará também líderes da oposição como o senador Aécio Neves e dezenas de deputados e senadores.

O difícil será separar o que foi realmente caixa 2 do que é financiamento com dinheiro da corrupção nas estatais, tanto as doações ditas legais quanto as ilegais.

A tentativa de Marcelo Odebrecht é aliviar o presidente Lula, embora seja improvável que os procuradores aceitem a versão de que a empreiteira nunca deu dinheiro ao ex-presidente.

Eles admitem que fizeram favores - como as obras no sítio de Atibaia - e que em troca receberam favores de Lula nos países em que têm obras. Negam que o pagamento de palestras do ex-presidente fosse parte desse acordo, mas estão entregando às autoridades brasileiras documentos relativos a obras no exterior que Lula ajudou a conseguir, embora classifiquem isso como lobby natural para um ex-presidente.

A parte mais sensível é a de Angola, onde o ex-presidente Lula ia com frequência. A visão sobre a presidente afastada Dilma Rousseff, no entanto, é menos benevolente. Segundo um assessor da empreiteira, "a promiscuidade de contas era tão grande que tudo o que o governo Dilma e seus assessores pediam era pago", mesmo despesas pessoais.

Os relatos, a princípio, ficarão restritos à gestão de Marcelo Odebrecht, a partir de 2008, quando o setor de operações estruturadas (a contabilidade paralela com o esquema de propinas mundiais) foi expandido.

Ele existia desde a gestão do fundador Norberto, com a finalidade de lidar com os pagamentos em dólar das obras no exterior, mas Marcelo ampliou sua atuação para controlar pessoalmente as propinas. Essa ampliação é alvo de muitas críticas dentro da empreiteira e indica que Marcelo considerava ser intocável, expondo a empresa em esquemas de corrupção no exterior de maneira irresponsável.

O esquema na Suíça, por exemplo, foi uma ampliação do sistema, assim como o banco em Antígua. Os servidores do sistema informatizado para o controle do pagamento de propinas ficavam hospedados na Suíça, e foi de lá que saíram as ordens de pagamento para o marqueteiro João Santana pela campanha de 2014.

Essa parte do esquema de corrupção será objeto de um acordo de delação dele e sua mulher, Monica Moura, que cuidava da contabilidade da empresa e se recusou a comentar o assunto na audiência recente que tiveram com o juiz Sérgio Moro, admitindo que falaria sobre o assunto em uma delação, a ser negociada.

Essa parte será a prova cabal de que as campanhas presidenciais sempre foram pagas com dinheiro de caixa 2, tendo evoluído o esquema nos últimos anos com o financiamento de dinheiro desviado das grandes obras do governo e apresentado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) como doações legais. E o pagamento de propinas também através do caixa 2, o que não deixa de ser uma outra novidade.

A confissão de João Santana de que mentiu à Justiça para não prejudicar a presidente afastada Dilma Rousseff foi devastadora para sua defesa. Embora nenhum desses fatos seja incluído no processo de impeachment, por um entendimento míope da legislação de que somente os casos ocorridos no mandato atual podem ser motivo de processo, a verdade é que todas as evidências apresentadas durante as investigações levam a que a decisão dos senadores seja tomada de acordo com o conjunto das atividades ilegais, reforçando a acusação formal de burla da Lei de Responsabilidade Fiscal.
Herculano
24/07/2016 10:31
O SILÊNCIO DOS EMPRESÁRIOS, por Mário Cesar Carvalho, para o jornal Folha de S. Paulo

Você já ouviu empresário falar abertamente que algum político ou agente público pediu propina em troca de um favor do governo?

Só lembro de uma honrosa exceção em tempos recentes: o caso em que o Itaú Unibanco acionou a Polícia Federal, no começo deste mês, quando o conselheiro de um órgão da Receita Federal pediu R$ 1,5 milhão para votar a favor da instituição num processo sobre os impostos decorrentes da fusão.

Antes disso, o máximo que vi foi empresário preso pela Lava Jato alegar que só pagara suborno porque fora extorquido: ou pagava ou o negócio não seria fechado.

A resposta do juiz federal Sergio Moro a essa alegação é quase sempre a mesma: "Quem é extorquido procura a polícia, não o mundo das sombras".

Ao preferir o silêncio à acusação, os empresários tornam-se sócios dos políticos corruptos. O argumento de que faliriam se abrissem a boca poderia ser verdadeiro no passado, mas não no mundo pós-Lava Jato. O estágio pré-falimentar de grandes empreiteiras, como a OAS, é um indício da falácia dessa justificativa.

Os empresários precisam falar sobre corrupção porque o pagamento de propina tornou-se um modelo de negócio, com vários efeitos negativos: eleva custos, aumenta riscos e pode resultar em perdas milionárias quando se descobre o crime.

Algumas das empresas que mais cresceram na última década estão sob investigação. E elas cresceram não por conta de aumento de produtividade ou inovação, dois vetores clássicos da expansão dos negócios, mas por pagar suborno para obter contratos.

A ideia de que empresários precisam falar abertamente sobre corrupção é da Control Risks, empresa global especializada em integridade corporativa. Foi apresentada em seminário internacional realizado em Londres sobre corrupção.

A Control Risks fez uma pesquisa global com 800 executivos da área legal e chegou a um resultado que os próprios consultores consideram assustador: 42% dos entrevistados diziam que não fariam nada se perdessem um negócio para um competidor que pagou suborno para fechar o contrato; só 19% afirmaram que procurariam a polícia.

Quase dois anos antes da Control Risk defender essa estratégia, Moro já batia na tecla de que os empresários são uma das forças mais importantes para combater a cultura do suborno. É por isso que costuma aceitar convites para falar em eventos corporativos.

É óbvio que não é fácil para os empresários falar de suborno. As corporações precisam de segurança jurídica e de apoio governamental para se sentirem seguras de que não sofrerão retaliação. Esse é o maior desafio para um governo que se mostra titubeante no combate à corrupção, quando não parece querer enterrar a Lava Jato para salvar a caciquia do PMDB.
Herculano
24/07/2016 10:27
NA ONDA DE MUDANÇAS, por Suely Caldas para o jornal O Estado de S. Paulo

A economia melhora, a Bovespa sobe, o dólar desaba, o risco Brasil cai, o Brasil volta ao mercado de crédito internacional, a confiança no futuro dá os primeiros passos, até o Fundo Monetário Internacional (FMI) revê para melhor suas projeções para a economia brasileira. A política tem ajudado quase nada, atores e métodos continuam os mesmos e o avanço a registrar foi a saída para acabar com a paralisia na votação de leis na Câmara dos Deputados, fundamental para aprovar os ajustes que o País precisa. As primeiras ações da bem avaliada equipe econômica são o que tem amparado a volta da confiança, mas seus integrantes sabem que corrigir a profusão de erros e estragos dos últimos anos vai levar muito mais tempo do que o presidente interino e seus amigos políticos imaginam.

Um desses estragos atingiu brutalmente os fundos de pensão de empresas estatais e seus milhões de participantes e familiares, de repente obrigados a abrir mão de parcela de sua renda para cobrir déficits assustadores, sobretudo dos maiores, ligados à Petrobrás, Caixa Econômica, Correios e Banco do Brasil. Apenas esses quatro, entre 241 planos desses fundos, responderam por quase 70% do déficit total de R$ 77,8 bilhões em 2015, segundo a Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc). ?"bvio que a crise econômica abalou o desempenho dos quatro grandes, mas a influência foi minúscula se comparada aos rombos decorrentes de roubalheiras, incompetência e avanços ruinosos dos governos Lula e Dilma sobre o patrimônio deles. Funcionários ativos e aposentados de dois deles ?" Petros e Postalis ?" terão agora de sacar dinheiro do bolso para ajudar a cobrir o rombo.

A raiz da ruína dos fundos de estatais nasce do sistema de escolha dos dirigentes: metade é indicada pela empresa e a outra são sindicalistas eleitos com apoio de partidos políticos. Prato cheio para politizar a gestão, subtrair dinheiro para financiar partidos e enriquecer diretores desonestos. Pairando sobre eles o governo federal, que arranca de seu patrimônio poupança para financiar projetos malsucedidos (Belo Monte, Sete Brasil, Invepar, BRF Foods e JBS são alguns com perdas bilionárias para os fundos). Fundos de Previdência Complementar são instituições de direito privado, cuja gestão deveria ter por foco garantir o pagamento de aposentadorias dos funcionários. Mas, desde a ditadura, todos os governos se arvoram de proprietários das fundações de estatais e usam os recursos como querem. Como no mensalão e na Petrobrás, nos fundos de pensão o PT não inventou, mas abusou mais do que os outros.

Passou no Senado e tramita na Câmara projeto que visa a proteger os participantes desses fundos de políticos e sindicalistas corruptos, ao substituir o sistema de eleição de diretores e conselheiros pela escolha baseada em critérios de capacitação técnica, experiência e profissionalização. Mas o lobby de entidades sindicais ligadas às estatais agiu rápido e "convenceu" os deputados a adiarem para agosto (será?) a votação do projeto. Sindicalistas profissionais nem têm tanta influência sobre trabalhadores, como apregoam, mas é forte seu poder de lobby com políticos, até porque, por vezes, os dois atuam como parceiros em fraudes. Caso do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e do petista Marcelo Sereno, que levaram a Petros e a Postalis a absorverem perdas milionárias com a compra de títulos do falido grupo Galileo, do Rio de Janeiro. Na gestão FHC, pela simples razão de possibilitar a fiscalização direta dos funcionários apresentando os resultados financeiros dos fundos na internet, a economista Solange Vieira, que dirigia a Previc na época, foi derrubada do cargo.

Responsável pela fiscalização do setor, a Previc também sofre influência política, é um órgão submisso, fraco, sob as ordens do ministro da Previdência, sem independência, sem poder de punir fraudes dos grandes principalmente, sem amparo legal para atuar com autonomia como o BC ou como a Comissão de Valores Mobiliários. Também precisa mudar.
Herculano
24/07/2016 10:24
DOMINGO DE COMPRA E VENDAS

Dia de Sol. Dia de visitas dos políticos. Dia de eleitores pechincharem em seu próprio nome e de suas associações. Domingo é dia do Senhor. É dia de comprar e vender votos, também. Não se importa o partido do filiado, o candidato em si (um desqualificado ainda é melhor), a folha corrida e a incapacidade dele cumprir as promessas e até de trabalhar. O importante é o dinheiro no bolso. Na hora, o voto não dói e se faz as escondidas. Mas, lateja em todos durante quatro anos
Herculano
24/07/2016 10:17
COINSTRUINDO A NOSSA PAZ, por Michel Temer, PMDB, presidente interino da República, no jornal Folha de S. Paulo

"Se o desenvolvimento é o novo nome da paz, quem não deseja trabalhar para ele com todas as forças?"

O notável papa Paulo 6º encerrou assim a histórica carta encíclica "Populorum Progressio", em 1967, que tratou do desenvolvimento dos povos. Essa é a inspiração para as ações do governo neste momento de grandes dificuldades pelas quais passa o país.

Resgatar o crescimento e libertar da miséria milhões de brasileiros é a alternativa mais viável para cumprirmos o preceito estabelecido no artigo primeiro de nossa Carta Magna, que elege como fundamentos do Estado democrático de Direito, entre outros, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa.

A primeira condição para se almejar a cidadania é o emprego. Combater, pois, o desemprego que afeta quase 12 milhões de brasileiros é a meta prioritária a que me proponho, como presidente em exercício, para reinserir o país no rumo certo.

O escopo dos direitos individuais e coletivos se assenta na igualdade de oportunidades, na elevação dos padrões de vida, na manutenção e na melhoria dos programas voltados aos mais carentes e à redução das desigualdades.

Para tanto, o resgate das bases da economia é a meta principal de nosso governo. Um conjunto de ações está em curso com a finalidade de limitar os gastos e obter rigidez nas contas públicas: reduzir a máquina administrativa; renegociar as dívidas dos entes estaduais com imposição de teto de gastos; concentrar os esforços do Estado nas funções que lhe competem, livrando-o de tarefas que podem ser desempenhadas pela iniciativa privada.

Não se trata de um mero ajuste fiscal, mas de reforma que visa ao bem-estar do cidadão. Nossa convicção é que, no curto prazo, teremos sinais alentadores para a reativação de setores produtivos estagnados e a volta dos investimentos.

Como, aliás, já detectam as pesquisas de opinião, todas sinalizando o resgate da confiança dos agentes econômicos e dos consumidores. São dados que indicam estarmos no rumo certo, apesar do pouco tempo que tivemos, cerca de dois meses, para colocarmos a casa em ordem.

A par das medidas de cunho econômico-financeiro, importante mudança de rumo se registra na ansiada meta da meritocracia, com a aprovação da Lei de Responsabilidade das Estatais. Trata-se de um avançado passo na direção do aperfeiçoamento da gestão pública. Sabemos que imensos desafios nos esperam, dentre os quais a recorrente meta da inflação para um patamar compatível com a alavancagem da economia e diminuição da taxa de juros.

Na frente social, uma das primeiras medidas que tomamos teve como meta salvaguardar as condições de vida das 14 milhões de famílias que se amparam no Bolsa Família, garantindo ao programa 12,5% de aumento. Acrescentamos 75 mil vagas ao Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), abrindo mais possibilidades de acesso aos jovens.

Na área do Minha Casa, Minha Vida, determinamos que o programa dê prioridade às famílias que tenham filhos portadores de microcefalia, dispensando-as de sorteio.
Teremos, em breve, a realização da Olimpíada do Rio de Janeiro, evento que reunirá atletas de todo o mundo. Face à moldura de violência que se expande em diversas regiões, o nosso aparato de segurança está estruturado para garantir a integridade de atletas e turistas nos eventos que ocorrerão em agosto.

Por último, relembro a disposição de pacificar o país, integrando Executivo e Legislativo. A eleição do presidente da Câmara dos Deputados revelou clima de harmonia e distensão naquela Casa. Do Congresso Nacional, temos tido amplo apoio nas propostas de interesse do governo.

O Estado democrático de Direito garante manifestações livres entre os contrários, respeitados os direitos e deveres dos indivíduos e as normas de civilidade. A postura de cautela e moderação é a mais adequada.

Estamos assistindo ao pleno funcionamento das instituições nacionais. Deixemos que os senadores, sob a égide de suas prerrogativas, tomem a decisão que julgarem conveniente ao nosso futuro.
Herculano
24/07/2016 08:29
GASTOS DO GOVERNO: R$ 22,78 MILHÕES COM CARTÕES, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros.

O governo Dilma ultrapassou a marca dos R$ 22,7 milhões em gastos com os cartões corporativos nos primeiros seis meses do ano, segundo o Portal Transparência. O gabinete da presidente Dilma torrou sozinho R$ 2,65 milhões, gastos protegidos por "sigilo". Somando-se a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e secretarias do Palácio, a conta sobe para R$ 6,66 milhões. Quase tudo sigiloso por "razões de segurança".

MINISTÉRIO
Em razão da Polícia Federal, o Ministério da Justiça é o segundo maior utilizador de cartões corporativos, com R$ 5,55 milhões até este mês.

TUDO EM SEGREDO
O gabinete da Vice-Presidência, de Michel Temer, torrou R$ 306 mil até julho deste ano. Nenhuma das despesas é contabilizada.

OLIMPÍADA ENXUTA
Quem tem Olimpíadas, não precisa de cartão: o Ministério do Esporte só gastou R$ 584 e não realiza novas despesas há três meses.

MILHÕES NO MEC
Já o Ministério da Educação conseguiu gastar R$ 2,16 milhões com cartões corporativos; quase tudo gasto por universidades federais.

CASOS DILMA E CUNHA SERÃO CONCLUÍDOS JUNTOS
Estão previstas para o início de agosto importantes votações nos casos Dilma e Eduardo Cunha. No processo contra a presidente afastada, o Senado ainda votará em comissão a aceitação do relatório, a chamada "pronúncia". No caso do deputado afastado, a ideia é levar o processo ao plenário da Câmara na semana da pronúncia do afastamento de Dilma, que seria o acolhimento oficial da denúncia do impeachment.

IMPEACHMENT ENROLADO
Ainda existem três votações no processo contra Dilma. Será votada a pronúncia na comissão e também no plenário, além do julgamento final.

CASSAÇÃO ENROLADA
Contra Eduardo Cunha, haverá apenas mais uma votação na Câmara dos Deputados, se não houver recursos. Ele deve cair antes de Dilma.

É AGOSTO
No Senado, a primeira votação contra a petista está prevista para 9 de agosto. Na Câmara, Eduardo Cunha seria cassado no dia seguinte, 10.

DONA DO DINHEIRO
Para investigadores da Lava Jato, Mônica Moura era mais do que apenas a esposa do marqueteiro João Santana. Ela seria responsável pelo financeiro do esquema, enquanto o marido lidaria com o criativo.

MOBÍLIA NOVA
Questionado se gostaria de trocar o quadro com a foto da presidente afastada Dilma da parede de seu gabinete, o ministro Osmar Terra (Des. Social) confessa: "Olha... Eu gostaria. Espero trocar, sim".

FAVORITISMO CONFIRMADO
Pesquisa sobre a prefeitura de Maceió levou euforia à turma do atual prefeito, Rui Palmeira (PSDB), que abriu vantagem de cinco pontos em relação a Ciço Almeida (PMDB), candidato de Renan Calheiros.

BRIGA INTERMINÁVEL
Comentário de um jurista de Brasília sobre os bloqueios da Justiça ao WhattsApp: "É uma questão delicada que necessita de disciplina legal específica, definindo precisamente a responsabilidade do WhatsApp, para evitar o arbítrio judicial e impedir que ele se torne imune às leis".

LIMITE DE GASTOS
O deputado Rubens Bueno (PR), líder do PPS, defende a unificação dos aliados do governo para votar reformas, como a que limita o teto de gastos públicos. "A base ficará unida para sustentar o governo", afirma.

PAI DA CRIANÇA
"Não recusamos o apoio do Renan (Calheiros), mas não abrimos mão da paternidade", afirma o primeiro vice-líder do PMDB, Carlos Marun (PMDB-MS), sobre a indicação do ministro do Turismo, Marx Beltrão.

SEGURANÇA JURÍDICA
A presidente do Tribunal de Justiça do Acre, Cezarine Angelin, resolveu o problema de segurança de magistrados: criou a Tropa para Reforço da Segurança do Poder Judiciário. No total, 35 homens e mulheres da reserva passam a proteger os membros da Justiça Estadual.

EQUILÍBRIO DAS CONTAS
Apesar da manutenção da taxa básica de juros, o deputado Daniel Coelho (PSDB-PE) acredita no equilíbrio das contas. "As reformas serão essenciais para consolidarmos o crescimento em 2017", diz.

PERGUNTA NO CONGRESSO
Quantos deputados da base de apoio de Dilma venceriam nas eleições deste ano?
Herculano
24/07/2016 08:23
da série: para a esquerda, o terrorismo é a alma do negócio e não deve ser perseguido e nem anunciado na imprensa, a não ser os mortos que causa para medo e temor.

MINISTRO DA JUSTIÇA INCLUI BRASIL NO MAPA DO TERROR, por Jânio Freitas, para o jornal Folha de S. Paulo

Os nossos terroristas não se assemelham aos que atacam a França, os Estados Unidos, a Inglaterra, agora a Alemanha, e outros comprometidos em ações bélicas no Oriente Médio, na Ásia e na África. Os nossos terroristas não matam pessoas inocentes para fazer mal a cada país inimigo. Mas os nossos terroristas fazem certo mal como os terroristas armados.

Com a diferença de que atingem um só país. O seu. O nosso.

Nenhuma das mazelas de que somos íntimos é exclusividade brasileira. Todas estão pelo mundo afora, em graus e concentrações variáveis. Nada, muito menos as mazelas alheias, justifica ou compensa as nossas. Embora possamos dizer, e deveríamos dizê-lo muito e alto, que não andamos por aí massacrando povos e destruindo cidades alheias, tomando terras, roubando riquezas. Exclusividade nossa, parece, é o vício de nos alimentarmos de nossas mazelas, de usufruí-las em um enorme gozo nacional, que faz do nosso um país patético.

Desde 2008, o mundo todo é corroído por crise econômica. Consequência de patifarias no sistema financeiro dos Estados Unidos muito maiores do que o ocorrido na Petrobras. Cada brasileiro vive ainda, de algum modo, efeitos daquele estouro, mas só uma parte ínfima da população tem ideia aqui do se passou lá, e de como nos atingiu. Explica-se: apesar dos milhões de norte-americanos que perderam suas casas ou suas economias, o problema foi tratado publicamente com cautela e sobriedade pelas instituições oficiais e por imprensa e TV.

No Brasil, o sensacionalismo é a regra. A veracidade é secundária, ou nem isso. A preocupação com os efeitos do espalhafato inexiste. O escândalo gera escândalo, e passa ele a ser um escândalo ?"não mais interno, apenas, mas o Brasil escandalizando o mundo. É o terrorismo contra si mesmo, é o nosso terrorismo.

Se esse terrorismo não ataca a vida humana em ação direta, não deixa de fazê-lo por outros meios. O período dos altos índices de inflação legou um exemplo claro. A par de outros fatores, o escândalo feito com a inflação, a cada taxa nova ou hipótese de taxa, levava a imediato aumento dos preços e a inflação para mais alto.

Os efeitos sociais negativos dispensam referências.

O exemplo se atualiza com a Petrobras. Na combinação de razões corretas e muitas leviandades, o escândalo da bandalheira de menos de meia dúzia de sujeitos, na maior empresa brasileira, atingiu em cheio não só a Petrobras, mas também a riqueza brasileira do pré-sal. A crise da estatal alcança as finanças dos estados e milhares de empregos. O papel do pré-sal no futuro do país é rebaixado a objeto de negócios com que cobrir alguns buracos nas contas de hoje. Por suas proporções anormais até para escândalos, o da Petrobras escandalizou o mundo e expõe à sanha da cobiça internacional.

A Olimpíada não poderia escapar. A caça ao escândalo não teve o êxito esperado das contas e dos prazos descumpridos, tradicionais fornecedores. O terrorismo, sim, afinal teve um ato positivo: entregou-se como pretexto. A imprensa e a TV faziam o possível, até indicaram, inclusive com mapa, o que serão os pontos mais atraentes ou vulneráveis para a ação de terroristas. Veio, porém, do próprio governo o embalo do sensacionalismo. Por intermédio de quem mais deveria combatê-lo: o ministro da Justiça.

Alexandre Moraes dividiu-se entre o ridículo e a irresponsabilidade, ao se apresentar a propósito da prisão de dez talvez terroristas futuros. Com informações logo contestadas por um juiz e, de objetivo, um mínimo indício a ser verificado, aos ouvidos do mundo o ministro da Justiça incluiu o Brasil no mapa do terror. Quando estrangeiros cuidam de sua viagem para o Brasil da Olimpíada.

No nosso terrorismo, o ministro Alexandre Moraes é mais eficiente do que os seus dez presos.

Somados.
Herculano
24/07/2016 08:19
SETE BRASIL GEROU PROPINAS E ESQUEMA PARA ILUDIR O PÚBLICO E O MERCADO, por Elio Gaspari, para os jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Desde o final de 2014, sabe-se que a Sete Brasil, empresa que forneceria 29 sondas à Petrobras, era uma fabricação duvidosa na origem, anacrônica nos meios e perdulária nos fins. Ideia do petrogatuno Pedro Barusco, produziria equipamentos caros, porém nacionais.

Lula meteu no negócio de R$ 28 bilhões os fundos estatais (Previ, Petros, Funcef, mais as arcas do FGTS) e atraiu os bancos BTG Pactual, Bradesco e Santander. As coisas só iriam bem se o BNDES financiasse R$ 8,8 bilhões, mas o banco sentiu o cheiro de queimado e retraiu-se. Micou a Caixa Econômica, com R$ 700 milhões.

Até aí há apenas mais uma petrorroubalheira. No caso da Sete houve mais. Construiu-se uma catedral de patranhas indicativa de que, apesar da Lava Jato, ainda há gente jogando com a boa fé do público e as ilusões do mercado. Ao longo de dois anos, repetiu-se que o problema seria resolvido pelo BNDES. Fechada essa porta, tudo seria acertado com um redimensionamento do contrato pela Petrobras. Era tudo fantasia, e a empresa marchava para a recuperação judicial.

Em maio do ano passado, o presidente da Sete Brasil, Luiz Eduardo Carneiro, disse à CPI da Petrobras que auditores externos examinaram a empresa e nada acharam de anormal. Mais: informou que Pedro Barusco e João Carlos Ferraz (seu antecessor no cargo) não foram "bons" executivos. Carneiro dizia essas coisas enquanto Ferraz negociava sua colaboração com o Ministério Público.

Na semana passada, Ferraz contou ao juiz Sergio Moro que cobrava propinas de 0,9% aos estaleiros que contratava e dividia o butim com João Vaccari, então tesoureiro do PT. O comissariado coletava dois terços e o terço restante ia para Barusco e outros dois diretores da Petrobras.

Os bancos que investiram na Sete, bem como empresas que pagavam propinas, têm ações no mercado. A propagação de mentiras e fantasias em torno das atividades da Sete não ofendiam apenas os otários que lhes davam crédito. Iludiam também o mercado.

MADAME NATASHA

Madame Natasha concedeu uma rápida bolsa de estudos ao presidente da Petrobras, doutor Pedro Parente. É apenas um pedido para que evite repetir uma expressão que usou ao enumerar seu planos para a empresa.

Ele disse o seguinte:

"Na hipótese de a gente abrir a maior parte do controle, é com co-controle."

Considerando o que fizeram seus antecessores, ele deveria evitar o uso desse bissílabo mesmo como prefixo. No caso, "controle compartilhado" iria bem.

RECORDAR É VIVER

Para a história da Petrobras. O marechal Waldemar Levy Cardoso morreu em 2009. Ele presidiu a empresa em 1969 e ficou no seu conselho até 1985.

Levy Cardoso morreu aos 108 anos e, além do nome, deixou para a família apenas um apartamento de três quartos, sala e um banheiro,na rua Tonelero, em Copacabana.
Herculano
24/07/2016 08:19
MARCA-PASSOS, por Elio Gaspari, para os jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Não era só a quadrilha dos marca-passos cerebrais do Hospital da Clínicas que agia na medicina pública de São Paulo. Há anos, outras quadrilhas de médicos acertados com fabricantes trabalham em torno dos marca-passos de coração.

Uma delas foi silenciosamente desbaratada há poucos meses.

TEMER NA ACADEMIA

Pela malvada e inexorável passagem do tempo, é possível que a abertura da vaga de Sábato Magaldi na Academia Brasileira de Letras venha a ser a primeira de uma série.

Depois de 2018, a pista receberá um novo candidato: Michel Temer. Ele é autor de livros de Direito e comete poesias ("Anônima Intimidade"). Se os seus versos podem jogar luz sobre seu governo, ele ficará no patamar de pedestres de José Sarney, autor de "Marimbondos de Fogo".

QUEDA DE BRAÇO

O governo sabe que sua lua de mel com as centrais sindicais tem prazo de validade.

Prenuncia-se um debate do mudo com o surdo em torno da reforma trabalhista. O Planalto ainda não disse o que quer e as centrais ainda não sinalizaram o que podem negociar.

Há algo de teatral nas promessas reformistas do governo, pois ele não diz uma só palavra a respeito do Sistema S. Trata-se de um avanço de uns 5% sobre as folhas de pagamento, que nasceu durante o Estado Novo e, em 2014, arrecadou R$ 31 bilhões. O ministro Joaquim Levy tentou mexer nessa caixa preta e o presidente da Federação das Industrias de São Paulo, doutor Paulo Skaf, disse que os empresários iriam "à guerra" para defendê-la.

Na semana passada, a Fiesp, madrinha do famoso pato amarelo que enfeitava as manifestações contra Dilma Rousseff, perdeu um de seus 86 diretores. O empresário Laodse de Abreu Duarte foi exposto como o maior devedor da União, com um espeto de R$ 6,9 bilhões.

AULA DE ALUNOS

Há um ano, quando Dilma Rousseff decidiu limitar o acesso de estudantes ao financiamento público de seus cursos superiores, as guildas das faculdades privadas protestaram. O governo não queria emprestar dinheiro a quem tirasse zero nas redações ou não conseguisse fazer 450 pontos no Enem. O doutor José Alberto Loureiro, da rede de educação Laureate, disse que isso significaria uma "limpeza étnica", porque prejudicaria os pobres.

Uma pesquisa realizada junto a jovens que pretendem entrar nas universidades revela que oito em cada dez defendem a nota mínima.

A VIDA DURA DE SETE ARISTOCRATAS INGLESAS

Em 1973, o aristocrata Nigel Nicolson encantou o mundo com o livro "Retrato de um Casamento", no qual contou a história de amor de seus pais. Ela, Vita Sackville-West (1892-1962), namorara a escritora Virginia Woolf e outras 50 senhoras, inclusive uma cunhada.

Ele, Harold Nicolson, tivera dezenas de romances, inclusive com um crítico de arte.

Esse era o mundo dos aristocratas e seria falta de educação espalhar suas histórias. Vita tivera um incandescente romance com a filha da amante do rei Edward 7º, que vem a ser a bisavó da atual mulher do príncipe Charles. Virginia Woolf tivera um caso com o namorado do economista John Maynard Keynes.

Num novo mundo, Juliet Nicolson, neta de Vita, acaba de publicar "A House full of Daughters" ("Uma casa cheia de filhas"). O livro atravessa sete gerações de mulheres onde aconteceu de tudo, desde a vida semiclandestina de Pepita, uma dançarina espanhola, amante do primeiro Sackville-West, até o alcoolismo de três das seis adultas e os lençóis compartilhados. Nigel, o filho de Vita e pai de Juliet, perdeu a virgindade aos 31 anos e achava a prática tão desagradável como ir ao vaso sanitário. Juliet nasceu em 1955 e ganhou esse nome porque a mãe tinha um cachorro chamado Romeu. Foi a primeira a cursar uma universidade.

Atravessando-se o livro da senhora Nicolson sente-se o vigor das mulheres da família Goldsmith, o ramo materno de Kate Middleton, com seus mineiros que ralavam, morriam de doenças pulmonares e passavam períodos na cadeia. Dali sairá a futura rainha da Inglaterra.
Herculano
24/07/2016 08:10
ANTES TARDE DO QUE NUNCA, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

Deputados poderão mostrar se estão realmente dispostos a recuperar a confiança popular

A imagem pública dos parlamentares brasileiros e dos políticos em geral nunca foi exatamente positiva e piorou muito a partir dos escândalos revelados pela Operação Lava Jato e congêneres. Deputados e senadores consideram-se perseguidos e injustiçados pelo estigma da corrupção e não se conformam, muitos com razão, com a generalização dessas acusações. Esse sentimento majoritário de repulsa dos brasileiros aos desvios de conduta de seus representantes no Congresso Nacional está hoje tão enraizado que certamente levará um bom tempo para mudar a partir do instante em que houver razões para tanto. Mas aos deputados, em particular, está sendo oferecida uma excelente oportunidade de acelerar o processo de reconquista do apoio e respeito populares: a discussão do pacote de medidas contra a corrupção. Ele está travado há mais de um ano na Câmara e agora o novo presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), anuncia que quer vê-lo aprovado até 9 de dezembro, Dia do Combate à Corrupção.

O presidente da Câmara reuniu-se na terça-feira com representantes do Judiciário e do Ministério Público e com um grupo de deputados, entre eles o relator do projeto na comissão especial designada para debater a matéria, Onyx Lorenzoni (DEM-RS). Com o apoio de todos, Maia garantiu que dará prioridade à tramitação desse pacote de projetos. São dez medidas destinadas a aperfeiçoar, acelerar e tornar mais rigoroso o processo de investigação e julgamento dos casos de corrupção na gestão da coisa pública. É mais uma boa notícia que o renovado comando da Câmara dos Deputados dá ao País.

O pacote anticorrupção foi elaborado basicamente a partir da iniciativa dos procuradores federais envolvidos na Lava Jato e tornado público pelo procurador-geral Rodrigo Janot em março do ano passado. Chegou ao Congresso Nacional subscrito por mais de 2 milhões de brasileiros, exatamente no momento em que centenas de milhares de manifestantes saíam às ruas, em todo o País, para protestar contra a corrupção e o desgoverno e exigir o impeachment da presidente da República.

Com Eduardo Cunha na presidência da Câmara, mais interessado na queda de braço com o Palácio do Planalto como meio de fortalecer seu próprio poder político, o pacote anticorrupção permaneceu engavetado, até porque jamais despertou a simpatia do baixo clero, que o hoje afastado parlamentar fluminense liderava. De fato, as medidas propostas são assustadoras para quem se habituou a se proteger com o escudo da imunidade parlamentar e do foro privilegiado. Mais de 20% de membros do Congresso Nacional são investigados, réus ou condenados por corrupção.

O pacote prevê, por exemplo, o aumento da pena máxima para corrupção de 12 para 25 anos e a classificação dessa infração como crime hediondo. Outra medida atinge diretamente os partidos políticos denunciados por corrupção, que poderão sofrer multas proporcionais aos valores desviados e, nos casos mais graves, serem punidos com a suspensão do funcionamento de diretórios por até quatro anos ou até mesmo terem o registro de funcionamento cassado.

Na apresentação do pacote, em março do ano passado, um dos responsáveis pelo trabalho, o procurador Deltan Dallagnol, chegou a ser dramático: "A corrupção rouba a comida, o remédio e a escola dos brasileiros. Quem rouba milhões mata milhões". Descontado o arroubo retórico, o fato de homens públicos se locupletarem com recursos por definição destinados ao bem comum é uma vilania realmente merecedora de julgamento implacável e punição rigorosa, pois vitimiza principalmente os cidadãos mais carentes de investimento público.

Uma vez submetido ao escrutínio parlamentar e escoimado de eventuais demasias, o pacote anticorrupção, ao qual o novo presidente da Câmara promete garantir uma tramitação a salvo de manobras procrastinatórias, é um poderoso trunfo com o qual os deputados poderão contar, se estão realmente dispostos a recuperar a confiança popular perdida ao longo de mais de uma década em que o Parlamento se transformou em mero balcão de negócios a serviço de um projeto de poder irresponsavelmente populista.
Herculano
23/07/2016 19:20
da série: esta história bem que poderia ser gasparense, apesar de todos soltos.

DEFESA DE SANTANA É UM STRIP-TEASE AO CONTRÁRIO, por Josias de Souza

O depoimento prestado por João Santana a Sérgio Moro teve a aparência de um strip-tease ao contrário. O marqueteiro do PT entrou na sala de audiências nu. E passou a se vestir com o maior despudor na frente do juiz da Lava Jato. Santana já havia ensaiado a cena com seus advogados. "Bota mais!", orientaram os defensores. "Bota mais!"

Coube à força-tarefa da Lava Jato despir Santana. Seu umbigo veio à luz quando os investigadores farejaram a conta secreta que mantinha na Suíça. Seguiu-se um desnudamento progressivo, em camadas. De repente, o mago do marketing estava -horror, frisson! - com as vergonhas totalmente expostas.

Pelado involuntário, Santana foi recolhido à carceragem de Curitiba antes que tivesse tempo de se preparar para a nudez. Os US$ 7,5 milhões roubados da Petrobras que os investigadores encontraram entesourados em sua conta suíça dificultaram-lhe os movimentos. Sem jogo de corpo, Santana rogou a Moro que não o filmasse. Foi atendido.

O juiz concordou em gravar apenas o áudio do interrogatório. "É preciso rasgar o véu de hipocrisia que cobre as relações políticas e eleitoras no Brasil e no mundo", disse Santana a alturas tantas, pousando a metáfora como um eufemismo sobre sua reputação em frangalhos. Há "caixa dois" em 98% das campanhas eleitorais, declarou.

Faltando-lhe melhor ideia, Santana encontrou em Duda Mendonça uma estratégia prêt-à-porter, pronta para usar. Pilhado recebendo verbas no exterior de Marcos 'Mensalão' Valério, Duda também fez do caixa dois sua armadura. Para Santana, não se deve abandonar uma desculpa esfarrapada só porque saiu de moda.

O marqueteiro do petrolão encurtou um pouco a bainha, alargou nos ombros, folgou na cintura, colocou uns babados de renda? Pronto! A desculpa está nova em folha. A corrupção, a lavagem de dinheiro, a evasão de divisas, a sonegação de impostos? tudo isso vira um mero "deslize" de caixa dois.

O diabo é que João Santana teve a má sorte de ser arrastado para o centro do palco num instante em que o país está de saco cheio de truques. Sérgio Moro e a plateia notaram que o modelito recauchutado por Santana, com mais de dez anos de uso, já não orna com os novos tempos.

"O que eu não entendo e não me conformo é com o fato de eu e minha mulher estarmos sendo acusados, injustamente, de corrupção, formação de organização criminosa e de lavagem de dinheiro", queixou-se Santana a Moro. "De estarmos sendo tratados como criminosos perigosos. E de estarmos servindo, involuntariamente, aos interesses dos que sempre tentaram ligar o marketing político a atividades obscuras e antiéticas."

Suprema ironia: na propaganda eleitoral das campanhas presidenciais do PT, Santana esgrimiu a tese segundo a qual a lama escorre na República porque Lula e Dilma soltaram as rédeas da PF e vitaminaram a Procuradoria. Agora, queixa-se das injustiças da vida. A despeito dos seus esforços, continua nu em cena.
Herculano
23/07/2016 19:11
ENGANA QUE EU GOSTO

Começou o teatro. Os políticos gasparenses na busca de votos, fazem de tudo para obterem os votos dos analfabetos, ignorantes, desinformados, dependentes e fanáticos. Eles detestam os esclarecidos.

Os nossos políticos, não perdem para ninguém que frequentam as manchetes dos jornais, revistas, portais, rádios e tevês. Eles, para enganar o eleitorado, são capazes de até passar atestados de incompetentes, incapazes e imbecis.

Agora, a maioria dos candidatos está "ouvindo" a população. Esses políticos querem saber o que eles deverão fazer pelo povo e a cidade se forem eleitos.

Coisa de bandido. Passaram quatro anos escondidos, cegos e surdos. Ora, se não possuem ideias para expor e se comprometer com o eleitorado de Gaspar como sendo um ente de solução para o povo, qual a razão deste mesmo povo escolher esses políticos para representa-los, inclusive na solução?

Vergonhoso. Os políticos tratam os eleitores gasparenses como burros. Pior, é este mesmo eleitorado ser usado desta forma indigna, dar e vender votos. Se os políticos enganam, é porque sabem que o eleitor gosta. Acorda, Gaspar!
Sidnei Luis Reinert
23/07/2016 18:57
Escândalo da Vivo teria sido abafado pelo UOL

Brasil 23.07.16 08:56
Leiam o que publicou o jornalista Políbio Braga, no seu blog:

"Em 13 de junho foi demitida da Vivo a toda poderosa diretora de marketing Cris Duclos. Agora começa a ficar claro que o motivo foi um rombo de R$ 27 milhões. A diretora usava 3 das agências de publicidade que atendiam a Vivo (hoje sao DPZ, Africa, DM9DDB e Young & Rubicam) para superfaturar produções de filmes publicitários e repassar propina de volta para ela. Mais: ela fez uma acordo com a agência Africa (de Nizan Guanaes) para contratar seu marido, Ricardo Chester, que também recebia propina na forma de um salário milionário, muito acima da média da equipe.

Mas a história fica melhor agora: ontem o jornalista Fernando Rodrigues (UOL/Folha) twittou esta notícia. E no fim do dia, APAGOU os tweets. A especulação é de que a Folha e o UOL cederam à pressão tanto da Vivo quanto de Nizan Guanaes (que está no centro do escândalo) e censuraram o jornalista.

E segue: o jornal Valor iria publicar hoje uma noticia longa sobre isso, mas Nizan abafou a notícia. Mais ainda: são investigadas notícias de que a agência usava o dinheiro superfaturado para pagar o aluguel de uma mansão para Cris Duclos no condomínio Quinta da Baronesa, em Itu.

É uma espécie de Petrolão privado."

http://www.oantagonista.com/posts/escandalo-da-vivo-teria-sido-abafado-pelo-uol
Sidnei Luis Reinert
23/07/2016 18:16
Do Antônio José Ribas Paiva, Jurista e Produtor Rural, valiosas propostas de solução para a economia no curto e médio prazos:

"Sugestões para a crise econômica brasileira: reduzir a taxa de juros de 14.25% ao ano para 8%, economia: R$ 150 bilhões de reais por ano; monetização gradativa da dívida pública; adoção do imposto único( CPMF de 5,6%) que reduziria a carga fiscal de 36% para cerca de 17,5% ; afora a economia de R$160 bilhões por ano, que é o custo da máquina arrecadatória. Finalmente, tornar o real conversível por uma cesta de minérios, cotados na Bolsa de Metais de Londres".

Herculano
23/07/2016 10:22
UM LEGADO DE DILMA, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

A ironia é irresistível: como é que esse pessoal tem coragem de fazer isso com uma mulher honesta? Essa deve ser a pergunta que estão fazendo os estupefatos brasileiros que tomaram conhecimento da surpreendente revelação de que havia caixa 2 nas campanhas eleitorais de Dilma Rousseff. É inacreditável, porque Dilma, a honesta, e o PT não se cansam de repetir que todos os recursos financeiros que passam por suas campanhas eleitorais são "recebidos na forma da lei e registrados na Justiça Eleitoral". Mas a fonte é insuspeita: o marqueteiro João Santana e sua mulher e sócia, Mônica Moura, que acham tudo isso muito feio, mas confessaram ao juiz Sérgio Moro que tiveram que fazer o que fizeram porque, senão, "vem outro e faz". Não por coincidência, é assim que pensam também os políticos gananciosos, bem como os maus empresários que antes preferem competir à margem da lei, pelo atalho da corrupção, do que pelo aumento da qualidade e a redução dos custos e dos preços de seus produtos e serviços.

O cinismo e a hipocrisia dos depoimentos prestados em Curitiba, no âmbito da Operação Lava Jato, pelo marqueteiro oficial das últimas campanhas presidenciais do PT e por sua companheira e cúmplice, ao trazerem a público aquilo que todo mundo sempre soube e doravante a honesta Dilma não poderá continuar negando, evidenciam a completa deterioração dos padrões de moralidade naquilo que a política tem de mais vital: o jogo eleitoral. Não se pode dizer, numa República que teve suas primeiras décadas marcadas pela ampla manipulação do resultado das urnas, que a fraude eleitoral seja uma novidade. Mas há pouco mais de 35 anos entrou em cena um partido que, apresentando-se como dono da verdade e da virtude, logrou tornar-se a mais importante força política graças à anunciada disposição de lutar "contra tudo isso que está aí".

Pois é exatamente esse, o Partido dos Trabalhadores, que aliado ao que há de pior na vida pública e privada ?" do coronelismo nordestino ao banditismo sindical e empresarial ?" cometeu um escandaloso estelionato eleitoral em 2014. Por força do exagero da sede com que foi ao pote, o PT acabou prestando à democracia brasileira o favor de facilitar a tarefa das investigações policiais que lancetaram o tumor da corrupção e deixaram vazar a secreção pútrida das práticas mentirosas e ilegais das campanhas eleitorais.

Se permanecesse fiel a suas promessas de moralizar a política, o PT poderia ter usado o grande poder político de que por algum tempo dispôs para pelo menos minimizar as práticas criminosas que comprometem a lisura das urnas. Em vez disso, as campanhas eleitorais se tornaram cada vez mais caras e contaminadas por práticas ilegais, como admitiu João Santana em seu depoimento ao juiz Moro: "Acho que é preciso rasgar o véu da hipocrisia que cobre as relações políticas eleitorais no Brasil e no mundo".

Mônica Moura, que era responsável pela administração financeira da dupla, admitiu ter recebido, "como caixa 2, mesmo", US$ 4,5 milhões relativos à campanha presidencial de 2010. E explicou: "Os partidos não querem declarar o valor real que recebem das empresas e as empresas não querem declarar o quanto doam. Ficamos no meio disso. Não era uma opção minha, mas uma prática não só do PT, mas de todos os partidos".

O casal tentou fazer crer que não contou nada no interrogatório que se seguiu à prisão, no início do ano, porque tinha a intenção de preservar a imagem de Dilma Rousseff: "Eu achava que isso poderia prejudicar a presidente Dilma", afirmou o publicitário. "Eu que ajudei, de certa maneira, a eleição dela, não seria a pessoa que iria destruir a presidente." Mônica Moura acrescentou: "Para ser sincera, eu não quis incriminá-la, porque achava que ia piorar a situação. Queria apenas me poupar de piorar a situação". Pelo jeito, nenhum dos dois entende que haja agora alguma maneira de impedir que a "situação" de Dilma piore.

Os marqueteiros de Dilma não deixam dúvidas: a corrupção faz parte do catastrófico legado dela.
Herculano
23/07/2016 09:27
SANTANA E MONICA MOURA DÃO EMPURRÃO IMPEACHMENT DE DILMA, por Leandro Colon, para o jornal Folha de S. Paulo

"Não autorizei pagamento de caixa 2 a ninguém. Se houve pagamento, não foi com o meu conhecimento", reagiu Dilma Rousseff à confissão do marqueteiro João Santana de que recebeu por debaixo do pano US$ 4,5 milhões da campanha dela de 2010.

A presidente afastada recorre a poucos caracteres para adotar a estratégia lulista de defesa: a falcatrua pode até ter ocorrido, mas se de fato ocorreu, foi sem a ciência do seu maior beneficiário ?" no caso, a própria Dilma, eleita presidente e sucessora de Lula naquele ano.

No depoimento ao juiz Sérgio Moro na quinta (21), Mônica Moura, mulher de João Santana, contou que inventou, na ocasião da prisão do casal, a versão de que recebera os US$ 4,5 milhões como um pagamento de uma campanha feita no exterior.

Alegou que escondeu a informação de que era caixa 2 da campanha de Dilma para não incriminar a petista em meio ao processo político em curso contra ela. "As coisas que estavam acontecendo em torno da presidente Dilma, não preciso falar sobre isso, todos sabem", disse. "Eu queria apenas poupar de piorar a situação do que estava acontecendo naquele momento", ressaltou Mônica.

O casal foi preso no dia 23 de fevereiro. Na época, o debate sobre o impeachment circulava ?" novamente ?" sob temperatura morna, num certo estado de dormência no Congresso.

Aquela mentira contada por Mônica Moura aos investigadores pode ter ajudado de alguma maneira a adiar a saída temporária de Dilma, mas a revelação agora do caixa 2, mesmo que tardia, enfraquece uma presidente afastada, abandonada por aliados, e vivendo dias de isolamento no Alvorada.

A pouco mais de um mês do julgamento do impeachment no Senado, João Santana e Mônica Moura contribuem politicamente para tornar ainda mais remota a chance de retorno ao Palácio do Planalto da cliente que ajudaram, por duas vezes, a ser eleita presidente da República.
Herculano
23/07/2016 09:18
BC, uma pedra no caminho, por Adriana Fernandes, para o jornal O Estado de S. Paulo

Não há fórmula mágica para reduzir o rombo das contas públicas. Em clima de quase euforia, o governo interino de Michel Temer passou a tratar, nos últimos dias, a securitização de dívida tributária parcelada pelos contribuintes como uma fonte de receita capaz de mitigar o déficit e garantir o cumprimento da meta.

O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, chegou até mesmo a incluir a venda desses créditos que o governo tem a receber como uma das alternativas mais viáveis para evitar um novo contingenciamento.

Cifras variadas começaram a pipocar ?" R$ 15 bilhões, R$ 55 bilhões e R$ 60 bilhões ?", para mostrar o potencial de arrecadação depois que o projeto do ministro das Relações Exteriores, José Serra, entrou na pauta de votação do Senado, com apoio da equipe econômica.

A orientação no governo foi agilizar a securitização que permite à União, Estados e municípios embalarem essas dívidas parceladas, mais conhecidas popularmente como "Refis", para vender à iniciativa privada. São créditos considerados de melhor qualidade, porque já foram parcelados e, por isso, com mais chance de serem pagos pelos devedores. Uma forma de antecipar para o curto prazo receitas que o governo só receberia daqui a anos. Uma ajuda e tanto no momento de recessão e queda brusca da arrecadação.

Mas o que não veio a público até agora é que nos bastidores do governo está sendo travada uma discussão técnica e complexa que pode mudar o enredo dessa história. O Banco Central resiste em registrar a arrecadação da securitização como receita primária, que é aquela justamente utilizada para a verificação do cumprimento da meta.

No Brasil, cabe ao BC definir essas regras. Por enquanto, o banco avalia que esse dinheiro é uma receita financeira, que não deveria entrar no cálculo. Se esse entendimento prevalecer, toda a arrecadação que o governo vier a receber não poderá ajudar no cumprimento da meta fiscal. A euforia em torno do projeto como uma salvação da meta pode murchar.

Os defensores da proposta consideram que o BC está errado em querer classificar essas receitas dessa forma. Para eles, não há compromisso financeiro futuro do governo caso o crédito não seja honrado pelos devedores. O risco será de quem comprou a dívida.

Para não deixar dúvidas, uma cláusula de proteção foi incluída pelo relator do projeto, deixando claro que não se trata de uma operação de crédito.

Será que o BC vai bater o pé para manter essa interpretação da norma se o presidente Temer insistir em dar prioridade à securitização? Muitos acreditam que não.

Emissários já foram enviados à instituição para acabar com as resistências, que se somam às do TCU. O Tribunal de Contas considera que a venda dos créditos pode ser caracterizada com uma operação de crédito. O governo pediu um novo parecer. A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), que cobra a dívida tributária, também não vê com simpatia.

A polêmica técnica não desmerece o projeto e nem muda o fato de que a arrecadação com a securitização vai ajudar a abater a dívida pública. Afinal, colocar a dívida numa trajetória sustentável é o objetivo último pelo qual o governo persegue uma meta fiscal.

Alguns Estados já fizerem esse tipo de operação, entre eles, São Paulo. Outros, como o Paraná, esperam as condições do mercado melhorarem para lançar a venda.

O fato é que o governo não pode colocar a proposta de securitização entre as suas fichas mais valiosas para incrementar as receitas, como fez a equipe de Dilma Rousseff com a repatriação de recursos enviados ilegalmente ao exterior. Muito menos tentando convencer de que algo poderá ser feito ainda este ano.

Ao contrário do que vende o ministro Padilha, o projeto, mesmo que aprovado, vai demorar para ser operacionalizado. Não é tábua de salvação para o ajuste fiscal.
Herculano
23/07/2016 09:14
HORA DE PRUDÊNCIA, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

Elogiada pelo governo norte-americano, a Operação Hashtag foi uma eficaz diligência da Polícia Federal e do Ministério Público Federal.

Conduzida pela Polícia Federal, a Operação Hashtag mostrou que o terrorismo durante os Jogos Olímpicos do Rio não é um perigo remoto. Com base na Lei Antiterrorismo, a Justiça determinou a prisão temporária por 30 dias, com possibilidade de prorrogação por mais 30 dias, de um grupo de brasileiros acusados de realizarem atos preparatórios para possíveis ações terroristas durante os Jogos Olímpicos. Os presos são suspeitos de compor uma célula terrorista internacional do Estado Islâmico.

Elogiada pelo governo norte-americano, a Operação Hashtag foi uma eficaz diligência da Polícia Federal e do Ministério Público Federal (MPF). O risco de atos terroristas durante o evento esportivo internacional exige alerta máximo das autoridades. Nas circunstâncias atuais, não há dúvida de que é preferível ir ao limite de prudência, agindo prontamente diante da existência de indícios.

O processo tramita em segredo de justiça. Segundo nota do MPF do Paraná, foram constatados "indícios de atos preparatórios pelo grupo", sem notícia de atos concretos para a realização de ataque terrorista. "Entre as principais provas identificadas até o momento, há uma comunicação eletrônica na qual um dos integrantes do grupo conclama interessados a se organizarem para prestar apoio ao Estado Islâmico com treinamento já em território brasileiro. Foram também identificadas mensagens relacionadas à possibilidade de se aproveitar o momento dos Jogos Olímpicos para a realização de ato terrorista", informou o MPF. As investigações apontam que alguns presos fizeram obayat, uma espécie de batismo do Estado Islâmico, no qual os novos membros fazem um juramento de fidelidade à organização terrorista.

"As provas colhidas até o momento possibilitam o enquadramento dos investigados, no mínimo, nos tipos penais que estipulam 'promover' ou 'integrar' organização terrorista como crime", afirmou o procurador da República Rafael Brum Miron.

A Operação Hashtag já cumpriu 31 mandados judiciais, entre prisões, buscas e conduções coercitivas. "A custódia dos presos em presídio federal efetivará a prevenção de atuação terrorista pelo grupo em questão durante o evento internacional sediado no País", informou o MPF.

Se merece elogio a diligência da Polícia Federal e do MPF, o mesmo não ocorre, porém, com as intervenções dos titulares das pastas da Justiça, Alexandre de Moraes, e da Defesa, Raul Jungmann. O que tinham de sobra era açodamento para mostrar serviço.

Jungmann se disse disposto a abater avião, se necessário for, e avisou: "Não estamos para brincadeira". Já Moraes prometeu a reação "mais dura possível". Conforme artigo de Wilson Tosta no Estado, "são atitudes opostas ao que pregam especialistas em contraterrorismo. Esses pedem discrição e linguajar não militarista para não aumentar a ameaça e não dar ao terror importância maior do que a que tem".

No trato público das coisas relacionadas ao terrorismo a prudência é necessária e essencial. Para alcançar seu objetivo de instalar o medo, o terrorismo não precisa necessariamente detonar bombas ou abater aviões. Às vezes, a difusão do terror na população se dá por uma comunicação desastrada das próprias autoridades, que acabam proporcionando aos terroristas vitórias que, de outro modo, lhe seriam inalcançáveis.

Nesse sentido, é crucial a qualidade da comunicação do poder público para não alterar a dimensão do problema. Por exemplo, a fala do ministro da Justiça pouco contribuiu para esclarecer o potencial ofensivo dos dez presos na Operação Hashtag.

Da mesma forma que um esquadrão antibomba necessita de acurada perícia técnica para o manuseio de artefatos explosivos, as autoridades precisam de mais do que boa intenção para proteger a população. Quem fala em nome do governo precisa, além de domínio do assunto, de uma apurada competência técnica na arte da comunicação.
Herculano
23/07/2016 09:12
UM VETO DE MUITOS RISCOS, por Jorge Bastos Moreno, para o jornal O Globo

São históricos os desencontros entre Michel Temer e Renan Calheiros. É sempre assim: um curto período de lua de mel e um inverno de belicismo.

Neste momento, a relação está em ponto morto, à espera da decisão de Temer sobre se nomeia ou não um apadrinhado de Renan, o deputado Marx Beltrão (PMDB-AL), réu no STF, para o Ministério do Turismo. Dos três ministros mais influentes junto ao presidente em exercício, Geddel Vieira Lima e Moreira Franco acham que não é hora de o governo criar mais um contencioso com o presidente do Senado, embora também torçam o nariz para Beltrão. Já Eliseu Padilha, como o próprio Temer, acha que essa nomeação é ruim para a imagem do Planalto.

Se prevalecer, como parece, o veto a Beltrão, a quase um mês da votação do impeachment, Temer sabe que até lá vai viver em um verdadeiro inferno de ameaças e chantagens. É essa briga que o governo avalia se, a esta altura, vale ou não comprar.

Pelo celular
Temer tem dispensado a ajuda de secretárias e assessores e, do seu próprio celular, tem ligado para as pessoas. E revela que o interlocutor às vezes demora até 30 segundos ou mais para entender que está falando com o presidente da República:

- Eu costumo me identificar "É o Michel!". A pessoa não entende, aí eu digo "É o Temer! Michel Temer!".

Só aí cai a ficha.

Bocão
Dia desses, inclusive, Temer ligou para Heráclito Fortes, que, amuado com o governo por causa da disputa da Câmara, achava que o presidente havia rompido com ele. Dentro do supermercado, ao perceber quem estava do outro lado da linha, Fortes, deixando cair a garrafa de vinho que tinha nas mãos, gritou, assustando as pessoas:

"Preeeesidenteeeee!!!".

Retorno
Nas tratativas para fechar a delação premiada, a Odebrecht prometeu reabrir um escândalo que achou que tivesse enterrado nos idos dos anos 2000.

Os investigadores exigiram que os executivos revelem detalhes do caso Infraero, que mirava fraudes em obras de aeroportos. Mas a operação, à época, foi melada, o que frustrou investigadores.

Como uma das condições para fechar o acordo, os executivos estão dispostos a colaborar com a Justiça e prometem abrir o bico sobre o assunto.

O caso Infraero foi alvo da Operação Caixa-Preta, que começou em 2007 e apontou desvios em obras de aeroportos como Congonhas (SP), Guarulhos (SP), Brasília e outros, envolvendo construtoras como Odebrecht, OAS, Camargo Corrêa etc.

Os inquéritos ainda estão abertos.

Parece, mas não é
O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, principalmente depois que renovou o convite para o delegado Leandro Daiello permanecer no comando da Polícia Federal, ganhou o apoio da maioria da corporação.

Chave do sucesso: Moraes fala a linguagem da polícia. Embora tivesse se enrolado um pouco na coletiva sobre a prisão dos suspeitos de terrorismo.

Homem bom
Pergunta recorrente nos corredores do Itamaraty:

Por que o ministro Serra não trocou ainda o embaixador do Brasil na Venezuela?

É muito ligado ao PT e responde a questionamentos internos.

Respondo, mesmo sem ter procuração, pelo nobre chanceler, totalmente avesso à política de caça às bruxas: o cara deve ser muito competente, uai!

Adoçando a boca
Convidado para o primeiro jantar em homenagem ao filho presidente da Câmara, na Gávea Pequena, Cesar Maia alegou ao anfitrião Eduardo Paes que não poderia ir "por causa da coluna".

O prefeito fez questão de justificar essa sentida ausência em discurso, acrescentando: ?" Eu fingi que acreditei! O incrédulo alcaide queimou a língua no dia seguinte, ao ler a coluna do vereador na internet.

Era cacetada pura, de cabo a rabo, na sua gestão.

Foco
Na delação de Gim Argello, o foco é justamente as negociatas que envolvem o trâmite das medidas provisórias.

Por falar nelas, a PF está investigando a polêmica MP dos Portos. Lembram?
Herculano
23/07/2016 09:06
da série: em Gaspar não acabou nem a prática do caixa dois, nem o dinheiro dos patrocinadores aos políticos em pré-campanha.

ACABOU O DINHEIRO, por João Domingos, para o jornal O Estado de S. Paulo

Tanto caixa 2 fizeram candidatos, partidos e doadores nas eleições passadas, tantos escândalos causaram, que o financiamento de campanhas políticas por empresas não corre mais o risco de voltar. "E se voltar, ninguém mais vai querer doar. Os empresários já estão dizendo isso. Para eles, acabou. Doar dinheiro para campanhas políticas no Brasil tornou-se uma atividade perigosa", alerta o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Até há um tempo não era. Mas se tornou. Tanto é que boa parte dos dirigentes empresariais e de partidos políticos do País ou está na cadeia ou usa tornozeleira eletrônica. João Santana, o marqueteiro de uma campanha de Lula e de duas de Dilma Rousseff, todas vitoriosas, acaba de confessar ao juiz Sérgio Moro que parte de seus ganhos veio do caixa 2, e que mentiu anteriormente sobre a origem do dinheiro porque, tendo ajudado a eleger Dilma, não queria destruí-la.

Relator da última e frustrada reforma política, Maia é defensor do financiamento privado de campanha. Mas ele se diz pé no chão. Sabe que não tem volta. "O jeito é tentar aprender com o caos que se transformará a eleição municipal deste ano, sem a doação de pessoas jurídicas, e verificar o que pode ser melhor adaptado ao financiamento público."

Na terça-feira, Maia e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), jantaram com o presidente em exercício Michel Temer. A ideia era fazer um pacto de colaboração entre Executivo e Legislativo, de forma que a proposta de interesse do governo que for aprovada por uma das Casas deverá ser apreciada logo pela outra. Uma forma de ganhar tempo.

Mas não houve jeito. As consequências da Operação Lava Jato na política logo entraram na conversa. Renan disse que era preciso fazer uma reforma política para a eleição presidencial de 2022. Maia rebateu. Afirmou que algo precisa ser preparado já para 2018, para a sucessão presidencial. O presidente interino concordou. Fazer o quê?

Os três concluíram que o atual sistema político e eleitoral está condenado pela sociedade. O eleitor hoje rejeita as campanhas caríssimas que acabam por levar ao caixa 2. Falaram sobre o fim das coligações para as eleições proporcionais e a instituição da cláusula de desempenho de voto para que um partido possa existir e ter representação no Congresso. É um remendo, concluíram, um remendo apenas.

Sem uma saída à vista, os três ficaram de chamar os presidentes de todos os partidos para dar início à busca de uma solução para a questão partidária e eleitoral.

A princípio, não há como fugir do financiamento público de campanha, visto que o financiamento de pessoa jurídica está proibido.

A questão é criar as regras para que esse tipo de financiamento seja regulamentado, além de um enorme trabalho de publicidade para convencer o cidadão de que, a partir de agora, ele é que vai financiar as campanhas eleitorais por intermédio do imposto que paga. Não será fácil, principalmente no momento, com o País tão quebrado.

Com o financiamento público das campanhas, é bom esquecer o voto aberto, como é hoje, em que o eleitor vota no candidato de sua preferência e não no partido. É excessivamente caro.

Pelas fórmulas conhecidas no mundo, restariam o sistema distrital, em que cada Estado é dividido em distritos, o distrital misto, com votos em distritos e em todo o Estado, e o voto numa lista fechada, estabelecida pelo partido.

De todos os três sistemas, o mais barato é o voto em lista, pois não exige propaganda dos candidatos, mas dos partidos. Será uma novidade e tanto. Mas talvez a única a se enquadrar dentro das possibilidades oferecidas pelo financiamento público.
Herculano
23/07/2016 09:00
REFORMAS SO SERÃO VOTADAS AP?"S AS ELEIÇÕES, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

As reformas Trabalhista e da Previdência, consideradas prioritárias pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, só serão discutidas no Congresso após as eleições municipais deste ano, cujo segundo turno está marcado para 30 de outubro. Durante o pleito, o ritmo de sessões na Câmara cai à metade. Além disso, cerca de 15% dos deputados federais devem concorrer a uma vaga de prefeito ou vereador.

PEDRA NO SAPATO
Dificultando ainda mais as votações, a Câmara discutirá a cassação do mandato do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

NÃO É IDEAL
O governo considera uma importante vitória a votação da PEC que limita os gastos públicos. As reformas seriam um "sonho".

PARA TUDO
"Historicamente, a Câmara fica mobilizada no período eleitoral", explica o primeiro-secretário da Câmara, Beto Mansur (PRB-SP).

DIFERENÇA DE APOIO
Desde que assumiu o governo em maio deste ano, o governo Temer teve 85% de apoio nas votações. Dilma teve 66% até ser afastada.

CNJ SEPULTA 14 QUEIXAS DE SUSPEITOS CONTRA MORO
Políticos suspeitos ou leais a ex-governantes suspeitos protocolaram inúmeras queixas contra Sérgio Moro, o juiz da Operação Lava Jato, mas o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) já julgou improcedentes 14 dessas ações. Entre os que pretendem afastar Moro estão senadores investigados como Gleisi Hoffman (PR) e Lindbergh Farias (RJ), além de parlamentares dilmistas e lulistas citados em delações premiadas.

NADA FEITO
A corregedora do CNJ, ministra Nancy Andrighi, negou dois pedidos liminares pedindo afastamento de Sérgio Moro das funções de juiz.

QUEM SE QUEIXA
Tentam melar a Lava Jato, afastando Sergio Moro, tipos como Telmário Mota (PDT-RR), cuja mulher deputada foi condenada por corrupção.

PIADA PRONTA
Dilmistas provocaram risos alegando que Moro incita a "subversão da ordem política e social", ao punir os ladrões ligados ao antigo governo.

O DINHEIRO ERA SUJO
João Santana e a mulher Mônica não confirmaram apenas a existência "caixa dois". Revelaram algo bem mais importante: dívidas de campanha de Dilma foram pagas com dinheiro roubado da Petrobras.

PF MANDOU BEM
Houve críticas à prisão "espalhafatosa" dos suspeitos de terrorismo, por se tratar de um grupo supostamente de ignorantes primários e até "amadores", mas a verdade é que a Polícia Federal mandou muito bem. Espalhafatosos são os atentados covardes que matam inocentes.

CRÍTICOS DE OCASIÃO
Se a Polícia Federal não tivesse prendido os aspirantes de terroristas, certamente os críticos da ação da Polícia Federal seriam os primeiros a atacar a "omissão" da própria PF, caso algum atentado fosse realizado.

DILMA BIRUTA
Sobre o retorno de Dilma, Osmar Terra (Des. Social) disse que ela "está que nem biruta no aeroporto: para onde o vento vai, ela vai. Como estava no governo também. Perdida na economia".

JANOT E O GALO DE PRATA
O presidente do Atlético Mineiro, Daniel Nepomuceno, entregou ao Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, o Galo de Prata, honraria máxima do time. Janot é torcedor fanático do clube mineiro.

PAUSA PARA ELEIÇÕES
Os deputados federais estão concentrados nas eleições municipais. "É o momento de preparação para as convenções, com fechamento de chapas para as disputas de outubro", diz Efraim Filho (DEM-PB).

CONTRA O RETROCESSO
A última votação do governo Temer aprovou a urgência do projeto de lei que desobriga a Petrobras de participar da extração de petróleo da camada do Pré-sal. É uma vitória contra o protecionismo exagerado.

QUEM MANDA?
O senador Lasier Martins (PDT-RS) pôs a culpa pela reforma do seu gabinete em uma funcionária: disse que foi sua chefe de gabinete quem o "convenceu" a realizar a reforma, que, somada ao gabinete de Romero Jucá (PMDB-RR), vai custar ao contribuinte R$ 300 mil.

PERGUNTA NO BRASIL
Para que terrorismo quando se tem mensalão, petrolão, eletrolão etc?
Herculano
23/07/2016 08:46
PROPINA NO CAIXA DOIS, por Merval Pereira, para o jornal O Globo

Há um erro fundamental em tratar o pagamento do marqueteiro João Santana como mais um caso de caixa dois de campanha eleitoral. O engenheiro Zwi Skornicki, representante do consórcio Fels Setal/Technip que vendia plataformas para a Petrobras, pagou US$ 4,5 milhões em parcelas a Santana a pedido do tesoureiro João Vaccari, para quitar uma dívida do PT da campanha presidencial de 2010, que elegeu pela primeira vez Dilma Rousseff.

Ninguém recebe dinheiro por fora em uma conta no exterior de uma pessoa que não conhece, muito menos quem, no caso de João Santana, era um dos principais artífices do projeto político que estava no poder.

Caixa dois também foi a desculpa dada por Lula quando, em 2005, o esquema do mensalão foi descoberto. Há uma antiga piada política que diz que o candidato honesto usa o dinheiro de caixa dois para fazer a campanha eleitoral, e os desonestos embolsam o dinheiro. Mas o que diferencia o esquema tradicional de caixa dois do mensalão e do petrolão é que o dinheiro era desviado de obras das empresas estatais controladas pelo PT, e declarado pelas empresas como doações legais, declaradas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Uma "tecnologia" criada pelo PT que desafia as autoridades dos órgãos de controle e da própria Justiça. Nesse caso, há um novo tipo de falcatrua: João Santana recebeu propina pelo caixa dois. Ele tem razão ao declarar ao juiz Sérgio Moro que "o marketing eleitoral não cria corrupção, não corrompe, e não cobra propina". Mas não há como negar que o papel de Santana nos governos petistas, a partir da eleição presidencial de 2006, era muito mais central do que a simples orientação marqueteira nas campanhas.

Ele comandava os pronunciamentos públicos dos presidentes Lula e Dilma e orientava a ação governamental, garantindo a popularidade dos presidentes que ajudara a eleger. Ele entrou no esquema petista substituindo outro marqueteiro, Duda Mendonça, que também foi pago pelo PT com dinheiro no exterior, esse, sim, caracteristicamente um pagamento em caixa dois saído de contas secretas do PT.

A confissão de Duda foi dos pontos mais dramáticos do escândalo do mensalão, e provocou choros de petistas na tribuna da Câmara. Vários deles depois deixaram o partido para fundar o PSOL. Portanto, não é crível que João Santana não soubesse onde estava pisando quando assumiu as tarefas de criar a imagem e as mensagens do segundo governo Lula e dos dois mandatos de Dilma.

Assim como não se pode levar em consideração a afirmação da presidente afastada, Dilma Rousseff, de que não autorizou nenhum pagamento de caixa dois em suas campanhas, e que, se foi feito, não foi de seu conhecimento. Não é de hoje que Dilma afirma não saber de nada do que acontece de errado em seu entorno, o que deixa apenas duas opções: ou é uma irresponsável que não controla os que trabalham com ela, ou está mentindo.

Desde que era ministra de Minas e Energia, comandando o Conselho de Administração da Petrobras, coisas erradas acontecem à sua volta sem que ela tenha tomado providências, desde a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, passando pelos escândalos de corrupção na Petrobras, terminando nas denúncias de financiamentos com dinheiro desviado das estatais, sobretudo da Petrobras.

Mas o problema do pagamento de João Santana, que construiu a imagem de Dilma e agora a destruiu com as revelações de pagamentos irregulares, não terminou nessa admissão de culpa. Há um outro processo em que a empreiteira Odebrecht é acusada de ter pagado, por ordem do PT, parte da campanha presidencial de 2014 ao marqueteiro em uma conta na Suíça.

Santana e sua mulher, Mônica Moura, estão negociando com os procuradores da Lava-Jato delação premiada específica sobre esse caso, que vai reafirmar a repetição dos procedimentos irregulares. Difícil acreditar que, mais uma vez, Dilma não soubesse de nada, e que Santana achasse que se tratava apenas de caixa dois.
Ana Amélia que não é Lemos
22/07/2016 18:48
Sr. Herculano:

João Santana admite "caixa 2" (propina) na campanha de Dilma. Do blog de Felipe Moura Brasil

Em resposta, Dilma comentou no Twitter:

"Não autorizei pagamento de caixa 2 a ninguém.
Se houve pagamento, não foi com meu conhecimento".

Comentário do Felipe:

"Petista graúdo é assim: quando já não pode mais negar o crime, alega indiretamente incompetência de gestão para evitar ser implicado junto com os comparsas".

#DilmaNuncaMais
Herculano
22/07/2016 18:37
da série: Gaspar, os políticos e os eleitores gasparenses bem que poderiam estar neste quadro reportado abaixo. Quem compra e vende votos, mentem aos outros e a si mesmo. Salvam interesses inconfessáveis

FUJA DE QUEM SE VENDE COMO ANTIPOLÍTICO, por Mário Sabino, de O Antagonista

Mentir é o primeiro atributo de um político. Qualquer político. As suas mentiras podem ser mais ou menos escandalosas, mais ou menos desculpáveis, mas lhe são incontornáveis. Mesmo os bem intencionados mentem. Por exemplo, quando dizem que fazem política para servir aos cidadãos em primeiro lugar. Na verdade, todos querem, acima de tudo, servir a si próprios, nem que seja apenas para alimentar a própria vaidade.

Isso significa que devemos nos resignar e aceitar as mentiras que nos são ditas? Claro que não. É justamente o contrário: pelo fato de todos os políticos mentirem, sempre devemos desconfiar deles. Os mais desconfiados devem ser os jornalistas. Eu, por exemplo, sei que até os políticos que me dão informações estão deixando de me dizer toda a verdade sobre o assunto em questão. Omissão, nesse caso, é uma forma de mentir. Se omitem o secundário, mas revelam o principal, faço cara de paisagem e sigo adiante. O problema é quando passam por principal aquilo que é acessório. Esse é um problema que os repórteres enfrentam todos os dias. Não raro, ainda que tomadas as precauções devidas, só percebemos que publicamos o secundário como notícia principal depois que outro jornalista mais esperto, ou com outra fonte (ou ambas as coisas), estampa o nosso erro na sua reportagem.

Decidi abordar a mentira dos políticos para falar de Donald Trump e concluir com o caso brasileiro. Donald Trump se vende como antipolítico aos eleitores americanos - ou seja, como alguém que veio instaurar a verdade, toda a verdade, nada além do que a verdade na política. Que veio "purificá-la". No entanto, o seu primeiro atributo é o mesmo de todos aqueles que afirma combater. Donald Trump mente para burro, com o perdão do trocadilho voluntário.

O Washington Post fez um fact-checking do discurso de aceitação de Donald Trump como candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos. O jornal comprovou com dados objetivos que ele mentiu em 25 pontos do seu discurso. Vinte e cinco, se você prefere por extenso. Mentiu sobre segurança. Mentiu sobre imigração. Mentiu sobre economia. Mentiu, mentiu e mentiu. E vai continuar mentindo na hipótese improvável de derrotar a mentirosa Hillary Clinton.

Donald Trump é a prova mais vistosa de que uma das grandes mentiras da política é o fanfarrão que se apresenta como antipolítico. É assim, pelo menos, desde Savonarola, na Florença do século XV. Seja ele de direita ou de esquerda, o seu messianismo é sempre uma fajutagem. Com Lula, os brasileiros caíram pela esquerda na esparrela do antipolítico. Lula piorou os vícios brasilienses que prometia banir.

Desconfiar dos políticos é, mais do que saudável, necessário. Mas evitar os que se dizem antipolíticos é essencial. Fuja deles.
Erva Daninha
22/07/2016 18:15
Olá, Herculano

Só tu mesmo pra desencava o casal de pato-manco.
Que mal te pergunte, ela vem fazer campanha por essas banda fantasiada de alemãzinha?
Sidnei Luis Reinert
22/07/2016 18:08
Tomara que o sapo caia no brejo...

Imprensa internacional confirma: Lula será preso no Brasil ainda hoje.

Enquanto a imprensa Brasileira aguarda confirmação, a internacional solta nas primeiras páginas de seus jornais e revistas que Lula pode ser preso no Brasil a qualquer momento, entenda aqui:



Era exatamente 00:20 desta quinta feira o Ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria sido levado mais uma vez coercitivamente até a sede da Policia Federal em São Paulo para tomar ciência de forma 'verbal' que um mandado de prisão Internacional tinha sido expedido em seu desfavor, questionado o Instituto Lula esconde a informação, mas não entrou em detalhes.

Lula chegou a fica na SEDE da PF por cerca de 1 hora e lá junto com seus advogados foi orientado a não deixar o país nos próximos dias sem comunicar as autoridades nacionais.

A Policia teme que o mandado de prisão internacional possa demorar a chegar no Brasil, por depender de um tramite burocrático que envolve 3 países, EUA, PORTUGAL e BRASIL e uma série de regras devem ser cumpridas para não dar nulidade no ato.

Os advogados do ex-presidente LULA saíram da PF dizendo que entrariam imediatamente com salvo conduto em favor do ex-presidente, alegando a falta de necessidade de sua prisão, pois o mesmo tem a sua rotina de trabalho com palestras e de cabo eleitoral corriqueira, entenda a matéria

Jornal de Portugal 'SABADO' notificou ontem 20/07 a Polícia Federal do Brasil que um mandado de prisão contra LULA foi expedido a pedido de Portugal e dos Estados Unidos através da corte de HAIA, a noticia caiu como uma bomba na assessoria do ex-presidente da republica. Segundo informações LULA entrou com pedido Urgente de Salvo Conduto e Habeas Corpus ao saber que a corte de HAIA junto a Portugal emitiu ao Brasil seu mandado de prisão. Isso pegou de surpresa o ex-presidente do Brasil que recebeu recomendações de não deixar o pais nos próximos dias. Além disso de caixeiro viajante da Odebrecht e de responder por tráfico de influência, Lula entra definitivamente na linha da cadeia, ao ter que explicar o inexplicável, quanto ganhou para vender as MP´s? Como funcionava o esquema? Quem mais está envolvido?

As perguntas devem ter sido nesse sentido, daí para pior, já que Lula saiu branco de medo da PF, com cara de: será que eu vou preso?

http://www.thenewsbrazil.com/site/imprensa-internacional-confirma-lula-sera-preso-no-brasil-ainda-hoje/
Herculano
22/07/2016 15:24
BEM LONGE DA OLIMPÍADA. MORTOS E FERIDOS POR UM FRANCO ATIRADOR NUM SHOPPING DE MUNIQUE, NA ALEMANHA

Conteúdo das agências internacionais. Texto do Uol (Folha).A polícia alemã afirmou nesta sexta-feira (22) que um tiroteio foi registrado no shopping center Olympia, em Munique. Segundo a agência DPA e outros veículos alemães, a polícia confirmou que há "vários mortos e feridos" na ação, que pode ter envolvido mais de um atirador. A polícia alemã disse que está à procura dos criminosos.

Segundo a CNN, houve mais de um tiroteio em Munique, em mais de um local. A emissora mostrou um vídeo, publicado nas redes sociais, de um homem atirando na saída de uma lanchonete do McDonalds, que pode ter sido o início do ataque.

Pelo Facebook, a polícia alemã confirmou que um tiroteio começou nas ruas de Munique e depois foi registrada dentro do shopping Olympia. Testemunhas afirmaram ter visto três pessoas com armas. A polícia disse que não havia número confirmado de vítimas; segundo o ministro do Interior alemão, Thomas de Maiziere, ao menos três pessoas morreram.

A polícia alemã pediu à população que evitasse lugares públicos na cidade. Além disso, orientou os moradores para que não postem imagens nas redes sociais. "Não apoie os criminosos", escreveu a polícia.
Herculano
22/07/2016 15:22
REGISTRO

O pré-candidato a prefeito pelo PMDB de Gaspar, Kleber Edson Wan Dall aniversaria hoje.
Roberto R. Mitelmann
22/07/2016 14:36
O Dr.João Spengler tudo bem, uma pessoa capacitada, que não depende da Política. Mas a dupla Kleber e Lu não dá, sem chance. O primeiro, vive da política, o segundo é muito fraquinho, querer levar a fama do tio não cola. Estou analisando todos os candidatos muito bem, para não errar mais uma vez.
Joaquim
22/07/2016 13:50
E então, bateu o DESESPERO no PMDB, mais precisamente no Sr. Roberto Pereira, pois criaram uma página no facebook como uma pré-pesquisa, onde apenas o pessoal deles é quem está votando (curtindo) no "profetá barato" Kleber Wandall... Isso é sinal de desespero, vamos fazer uma campanha limpa, sem compras de votos e falcatruas, lembrando que o facebook no final de semana que passou registrou nitida irregularidade e desespero por parte do pré-candidato.
Mariazinha Beata
22/07/2016 13:44
Seu Herculano;

Não sei quem redigiu o termo de retratação pública para Meri Zuchi, mas achei belíssimo texto.

Parabéns, drª Ana Paula Amaro da Silveira por colocar o rebotalho da esquerda no seu devido
lugar.
Bye, Bye!
Belchior do Meio
22/07/2016 13:37
Sr. Herculano:

Concordo com a Ana Amélia logo aqui em baixo, não voto na dupla PMDB/PP por causa da "Vergonha" do meu bairro que agora atende pelo nome de Jaime Kissinger.
Ana Amélia que não é Lemos
22/07/2016 12:59
Sr. Herculano:

"A imagem do dr. João Spengler vem sendo usado na campanha peemedebista e pepista para angariar simpatias e credibilidade."

Adóóóro o Dr. João, ele foi e é competente com todos os pacientes que clinica, mas para o vereador Hilário Melato que não me representa, não voto na dupla PMDB/PP.
Herculano
22/07/2016 12:54
ONDE ESTARÃO ALGUNS PRÉ-CANDIDATOS A PREFEITO DE GASPAR HOJE A NOITE? CERTAMENTE NÃO ESTARÃO EM CURITIBA PARA O LANÇAMENTO DO MOVIMENTO VOTO BEM. O MOVIMENTO CONDENA COMPRA E VENDA DE VOTOS.

A solenidade será as sete horas da noite na Federação das Indústrias, na Avenida das Torres, em Curitiba.

O Vote Bem é um movimento apartidário, de conscientização política, que existe desde 2014 e busca estimular a reflexão sobre o voto responsável. As eleições são momentos decisivos nas democracias. Os representantes que escolhemos são responsáveis por aprovar as leis e executar as políticas públicas que afetam diretamente a vida de todos os cidadãos. Assim, o voto e o acompanhamento do trabalho dos políticos eleitos são fatores realmente transformadores da sociedade.

O objetivo principal do projeto é mobilizar a sociedade sobre a importância de votar com informação e fiscalizar nossos representantes. A informação, o debate de ideias e a troca de experiências são as principais ferramentas utilizadas pelo Vote Bem nessa mobilização. Qualquer pessoa ou organização interessada em participar dessa campanha pode utilizar as peças de divulgação disponíveis neste site e as dicas reunidas aqui.

Acreditamos que a interação e o compartilhamento de opiniões e conhecimento poderão ajudar na construção de um Brasil melhor. O Movimento Vote Bem reúne entidades, organizações e personalidades para estimular as pessoas a exercerem sua cidadania e a refletirem sobre a importância do voto e das eleições. Mais detalhes em www.votebem.org
Sidnei Luis Reinert
22/07/2016 12:11
Petistas fotografados de satélite

Brasil 22.07.16 08:39
A delação premiada da dona da Pepper voltou a andar, segundo Lauro Jardim.

Apertada pelos procuradores da Acrônimo, ela resolveu soltar mais nomes.

A dona da Pepper é parceira de João Santana e de sua mulher, Dona Xepa.

Parafraseando João Santana: depois da delação premiada dos três marqueteiros, a fila de petistas entrando na cadeia terá de ser fotografada de satélite.

http://www.oantagonista.com/posts/petistas-fotografados-de-satelite
Herculano
22/07/2016 12:00
O MARQUETEIRO CONFESSA, por Bernardo Mello Fraco, para o jornal Folha de S. Paulo

O depoimento de João Santana fixa um novo marco na Lava Jato. O marqueteiro mais badalado do país admitiu ter recebido US$ 4,5 milhões em caixa dois na corrida presidencial de 2010. Ele comandou a primeira campanha vitoriosa de Dilma Rousseff e Michel Temer.

A confissão fornece novos elementos para entender como a aliança PT-PMDB se lambuzou no petrolão. Além disso, ajuda a derrubar um segredo de polichinelo da política brasileira. Santana contou, em primeira pessoa, como funcionam os pagamentos "por fora" nas eleições.

"Acho que se precisa rasgar o véu de hipocrisia que cobre as relações político-eleitorais no Brasil", afirmou o publicitário. Ele descreveu o caixa dois como "prática generalizada nas campanhas" e disse que empresários e empreiteiros sempre buscaram "caminhos extralegais" para financiar os partidos políticos.

"Os preços são altos, eles não querem estabelecer relação explícita entre os doadores de campanha, e se recorre a esse tipo de prática", afirmou.

Em tom penitente, Santana disse que considerava o método "equivocado" e "nefasto", mas alegou que não tinha como atuar dentro da lei. "Você vive dentro de um ambiente de disputa, de competição", argumentou. "Ou faz a campanha dessa forma ou não faz. Vem outro que vai fazer."

O juiz Sergio Moro perguntou se o caixa dois não representa uma trapaça nas eleições. "Acho que significa, antes de tudo, um constrangimento profundo. É um risco. É um ato ilegal", respondeu Santana. Ele admitiu, em seguida, que conhecia o risco ao assumi-lo. "Ninguém me colocou revólver [na cabeça]", disse.

No escândalo do mensalão, Duda Mendonça já havia confessado que o PT abasteceu suas contas no exterior. Ele foi inocentado pelo STF, e tudo continuou como antes. A novidade da Lava Jato é que o caixa dois passou a dar cadeia aos magos da propaganda. "Eu jamais imaginaria que pudesse ser preso", desabafou Santana, há cinco meses em Curitiba.
Herculano
22/07/2016 11:49
da série: o depoimento de João Santana pode explicar a razão da prática da compra e venda de votos e a enganação pelo marketing, que continuam escancaradas na pré-campanha a prefeito de Gaspar. alguém esqueceu de dizer que a legislação e os tempos mudaram sobre caixa dois, caixa fantasma...

JOÃO SANTANA DIZ TER MENTIDO PARA POUPAR DILMA, por Josias de Souza

Parte 1

Interrogado pelo juiz Sérgio Moro num dos inquéritos do petrolão, o marqueteiro João Santana admitiu que os US$ 4,5 milhões depositados pelo lobista Zwi Skornicki em sua conta secreta na Suíça referem-se a serviços que prestou à campanha de Dilma Rousseff em 2010. Tudo no "caixa dois", escondido da Justiça Eleitoral. Reconheceu que mentiu ao afirmar, em depoimento que prestou em fevereiro, que a verba fora amealhada em campanha no exterior. Falseou a verdade para não incriminar Dilma.

"Eu achava que isso poderia prejudicar profundamente a presidenta Dilma", afirmou Santana. "Eu raciocinava comigo: eu, que ajudei, de certa maneira a eleição dela, não serei a pessoa que vai destruir a Presidência. Nessa época, já iniciava um processo de impeachment. Mas ainda não havia nada aberto. Eu sabia que isso poderia gerar um grave problema, sinceramente, até para o próprio Brasil."

O juiz da Lava Jato interrogou também Mônica Moura, mulher e sócia do marqueteiro do PT. Ela soou como se houvesse combinado o enredo com o marido. Disse que o PT ficara devendo R$ 10 milhões da campanha de 2010. Cobrou a dívida de João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, preso em Curitiba. E foi orientada a procurar Zwi Skornicki, representante no Brasil do estaleiro Keppel Fels. Com atraso de três anos, o pagamento foi feito em parcelas, entre 2013 e 2014.

A exemplo do marido, Mônica também mentira em seu primeiro depoimento. Por quê?, quis saber Sérgio Moro. "O pais estava vivendo um momento muito grave institucionalmente, político? As coisas que estavam acontecendo em torno da presidente Dilma. [?] Para ser muito sincera: eu não quis atrapalhar esse processo, não quis incriminá-la, [?] eu achava que ia contribuir para piorar a situação do país falando o que realmente aconteceu. E eu acabei falando que foi o recebimento de uma campanha no exterior."

Moro questionou Santana e Mônica sobre outros US$ 3 milhões depositados pela Odebrecht na mesma conta mantida pelo marqueteiro na Suíça entre 2012 e 2013. A encrenca é apurada noutro inquérito. E ambos, orientados pelos advogados, disseram que só falarão sobre o tema quando forem marcados os depoimentos relativos ao processo específico. O primeiro-casal da marquetagem negocia acordos de delação premiada com a força-tarefa da Lava Jato. Mônica disse a Moro que desejava falar também sobre os vínculos com a Odebrecht. Mas gostaria de fazê-lo como candidata a beneficiária de compensações judiciais.
Herculano
22/07/2016 11:48
da série: o depoimento de João Santana pode explicar a razão da prática da compra e venda de votos e a enganação pelo marketing, que continuam escancaradas na pré-campanha a prefeito de Gaspar. alguém esqueceu de dizer que a legislação e os tempos mudaram sobre caixa dois, caixa fantasma...

JOÃO SANTANA DIZ TER MENTIDO PARA POUPAR DILMA, por Josias de Souza

Parte 2

A despeito de terem silenciado sobre as verbas de má origem recebidas da maior empreiteira do país, Santana e Mônica foram muito explícitos ao discorrer sobre os porões das campanhas eleitorais. Falaram com tal desembaraço sobre o caixa dois que não restou nenhuma dúvida quanto à utilização do mecanismo em todas as campanhas eleitorais que tocaram - entre elas a a reeleição de Lula, em 2006, e as duas disputas presidenciais vencidas por Dilma em 2010 e 2014.

"Não acha que receber esses recursos por fora significa trapaça?", indagou Moro a Santana. E ele: "Acho que significa, antes de tudo, um constrangimento profundo, é um risco, é um ato ilegal. É preciso rasgar o véu de hipocrisia que cobre as relações políticas e eleitoras no Brasil e no mundo. Não defendo [o caixa dois], sempre relutei."

Moro insistiu: "Não poderia dizer simplesmente 'não recebo dessa forma'?" Santana deslizou: "Em tese, sim. Mas quando você vive dentro de um ambiente de disputa, de competição, ambiente profissional, mesmo quando ele é eivado de um tipo de prática que não é a mais recomendável, você termina tendo que ceder. Ou faz a campanha dessa forma ou não faz. Ou vem outro que vai fazer dessa forma. E termina virando isso. Eu acho lamentável, eu me arrependo, sempre lutei contra. Mas sempre fui vencido."

Ao espremer Mônica, o magistrado recordou que, entre 2006 e 2014, a empresa que ela e o marido utilizam para tocar campanhas eleitorais recebeu legalmente do PT R$ 171 milhões. Tudo sacramentado na contabilidade enviada à Justiça Eleitoral. Com tanto dinheiro, por que diabos ainda era necessário receber verbas por baixo da mesa? A mulher de João Santana alegou que é justamente o alto custo do circo eleitoral que conspira contra a contabilização da bilheteria.

"Os partidos não aceitam que todos os valores sejam registrados", disse Mônica a Moro. "?Os partidos não querem declarar o valor real que recebem das empresas e as empresas não querem declarar o quanto doam. Nós, profissionais, ficamos no meio disso. Não era uma opção minha, era uma prática não só no PT, mas em todos os partidos."

A pedido dos advogados da dupla, Sérgio Moro poupou-os do constrangimento de expôr o rosto diante das câmeras. Gravou-se apenas o áudio das inquirições.
Herculano
22/07/2016 11:31
PERGUNTAR NÃO OFENDE

Duas perguntas incômodas para a pré campanha dos pré-candidato a prefeito de Gaspar.

A primeira delas é: o deputado estadual desaparecido Ismael dos Santos, PSD, vai apoiar o seu partido com Marcelo de Souza Brick ou Kleber Edson Wan Dall, PMDB, da sua igreja evangélica?

Fatos anteriores, repetidos e fotos de hoje, provam e comprovam que o deputado não tem partido. Partido é um detalhe para poder pedir votos ao rebanho de fiéis. O que mesmo Ismael fez por Gaspar nos seus mandatos?

A segunda pergunta. Se o candidato é evangélico, e usa isso como uma arma política devido a fidelidade religiosa, por que sempre para suas aparições nas redes sociais à comunidade, usa a Igreja Matriz de São Pedro como cenário. Não se trata de propaganda enganosa e subliminar para superar a falta de discurso e propostas? Acorda, Gaspar!
Miguel José Teixeira
22/07/2016 10:52
De Brasília, sobre a "Cidadã Quebra-Tigela":
A ex-ministra idelli caiu e está com uma tipoia no braço (na mídia). Um Assessor do "neocumpanhêru" Collor, não perdeu tempo: agora fica mais difícil ella ciscar para dentro. . .
Almir Ilhota
22/07/2016 08:29
Caro Herculano,
Nenhuma notícia sobre Ilhota hoje?
Então vou te ajudar hahaha o PMDB de Ilhota acabou de se juntar o PSDB. Vai ser Dida prefeito e Júnior vice.
Daleeee Dida e Junior, tem todo o meu apoio. Ja avisei toda minha familia e amigos que quando passar a pesquisa com o nome dos dois é para todo mundo falar que vota neles. A coisa ta cada vez melhor hahaha
Herculano
22/07/2016 08:27
MAS, QUAIS FORAM OS TERMOS DA RETRATAÇÃO PÚBLICA DE MERI ZUCHI NO CASO DA JUÍZA ANA PAULA, MENCIONADA NA COLUNA IMPRESSA DE HOJE, PERGUNTAM CURIOSOS OS INTERNAUTAS?

"Eu, Meri Zuchi, nesta oportunidade, venho a público reconhecer que os comentários e as ofensas que fiz na rede social Facebook contra a pessoa da Dra. Ana Paula Amaro da Silveira não são verdadeiros. Reconheço os transtornos causados a imagem dela. Quero aqui publicamente declarar que desconheço qualquer ato que desabone ou prejudique o trabalho que foi realizado pela Dra. Ana Paula Amaro da Silveira quando ela esteve trabalhando no Fórum da cidade de Gaspar".
Herculano
22/07/2016 08:05
A "JUSTIÇA" SEGUNDO O PT, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

Como todo 'tribunal' do gênero, o petista já tinha elaborado sua sentença muito antes do início das sessões

A título de demonstrar a injustiça de que a presidente afastada Dilma Rousseff se considera vítima com o processo de impeachment ora em curso, movimentos sociais petistas mobilizaram diversos intelectuais e profissionais do direito para promover um "tribunal internacional" e denunciar o que eles entendem como violação da Constituição e de diversos tratados.

Em seu formato, o tal "tribunal" emulou os famosos "julgamentos" realizados por intelectuais europeus de esquerda nos anos 60 e 70 para expor os crimes cometidos pelo imperialismo americano e seus subprodutos, como as ditaduras latino-americanas. Quer-se, com isso, equiparar o impeachment de Dilma, que ocorre no mais absoluto respeito às leis pactuadas pelo conjunto da sociedade brasileira, aos massacres e violações dos direitos humanos em larga escala perpetrados naqueles tempos sombrios. A confusão, é claro, nada tem de gratuita.

Do mesmo modo que aqueles "tribunais" raramente se debruçavam sobre os crimes cometidos pelos regimes comunistas, pois seu interesse não era fazer justiça, e sim propaganda antiamericana, o "tribunal" dos petistas não se prestou a esclarecer nada. Serviu apenas para confirmar que não há limites, inclusive para o ridículo, na luta da tigrada pelo poder.

Quando ajudou a criar o "tribunal" de intelectuais que "julgou" os crimes cometidos pelos Estados Unidos no Vietnã, em 1967, o filósofo britânico Bertrand Russell disse que a legitimidade das sentenças proferidas por aquela "corte" estava garantida não por um poder estatal, mas pela "autoridade moral" de seus integrantes. Desde então, vários "tribunais Russell", como as iniciativas como aquela ficaram conhecidas, foram realizados para denunciar a opressão promovida por potências ocidentais, mas jamais os crimes cometidos por aqueles governos que se julgam líderes dos oprimidos.

Foi decerto inspirado por essa estranha "autoridade moral" que se realizou o tal "tribunal internacional" petista, nos dias 19 e 20 passados, num teatro do Rio de Janeiro. Nada ali, é claro, presumia qualquer forma de neutralidade: como um bom "tribunal" de sua espécie, a iniciativa petista se prestava somente a dar caráter de verdade absoluta, revestida de rabulice legalista, à conclusão segundo a qual Dilma Rousseff está sofrendo impeachment graças a um complô das elites do Brasil e do exterior, inconformadas com o suposto protagonismo das "classes trabalhadoras" com a ascensão do PT ao poder.

A encenação do "tribunal" contou com todos os elementos necessários a um julgamento tradicional: juiz, jurados, promotoria e até uma advogada de defesa ?" cuja tarefa foi dizer apenas que o processo de impeachment estava de acordo com a Constituição. Considerando-se que a "defensora", a professora de direito Margarida Lacombe, é coautora de um livro chamado A Resistência ao Golpe de 2016 e já escreveu que "os oportunistas de plantão" querem "ocupar a Presidência da República sem o recurso do voto popular", pode-se imaginar o esforço que ela fez para encarnar seu personagem naquele teatro.

Como todo "tribunal" do gênero, o petista já tinha elaborado sua sentença muito antes do início das sessões, que contou com a participação, entre os jurados, de convidados estrangeiros, como se isso conferisse legitimidade ainda maior àquela farsa. Por "unanimidade", esses jurados concluíram que "o processo de impeachment da presidenta (sic) da República viola a Constituição brasileira, a Convenção Americana dos Direitos Humanos e o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos, e constitui verdadeiro golpe de Estado". E isso tudo porque, segundo uma das juradas, a francesa Laurence Cohen, "a burguesia não suporta o programa em favor do povo da coalização de esquerda".

A páginas tantas, no entanto, a sentença lamenta que o Poder Judiciário brasileiro tenha legitimado até aqui o processo de impeachment. Eis aí uma realidade que nenhuma patacoada pseudointelectual petista será capaz de mudar.
Herculano
22/07/2016 07:58
SEM NEGLIGÊNCIA, por Merval Pereira, para o jornal O Globo

Mesmo que sejam aparentemente amadores, os presos ontem acusados de ações preparatórias de possíveis atos terroristas durante a Olimpíada não poderiam ser deixados livres, sob pena de as autoridades encarregadas da Segurança serem acusadas de negligência mais adiante, caso algum atentado real fosse praticado.

Temos inúmeros exemplos no mundo de pessoas que estavam sendo monitoradas e, consideradas não prioritárias, vieram a praticar atos terroristas devastadores nos EUA ou na Europa. A negligência em Nice fez com que a Promenade des Anglais não tivesse barreiras severas para carros, o que permitiu que o terrorista jogasse o caminhão sobre a multidão.

As agências de Segurança internacionais alegam, com razão, que não podem vigiar todos os suspeitos ao mesmo tempo e para sempre, e se dedicam só aos que aparentam maior periculosidade. No Brasil ainda não temos, até onde sabemos, uma proliferação de seguidores do Estado Islâmico, e por isso ainda dá para monitorar os grupos amadores, ou porra-loucas como os definiu o ministro da Defesa, Raul Jungman, certamente lembrando-se de seus tempos de política estudantil.

A divulgação das prisões pode ter sido exagerada, como disseram ministros do próprio governo, mas certamente o tom não foi por acaso. O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, e os setores de Segurança devem ter decidido que fazer alarde da atuação tranquilizaria a população e os governos de países que virão com suas delegações para a Olimpíada.

O ato de ter tentado comprar um fuzil AK 47 pela internet mostra o amadorismo dos supostos guerrilheiros, mas também que não se pode deixar que um terrorista virtual se transforme em real por negligência.

É sabido que até mesmo se aluga armamento pesado nos morros do Rio ou na periferia de SP, das mãos dos integrantes das muitas facções criminosas. O mercado negro de armas, aliás, está com muita oferta na nossa região devido ao fim das ações guerrilheiras das Farc na Colômbia e à crise econômica na Venezuela.

Assim como aconteceu no fim da União Soviética, quando os próprios militares vendiam armamentos das Forças Armadas no mercado negro, também agora o preço dos fuzis e armamentos de maneira geral está até caindo devido à liquidação feita.

A ação dos órgãos foi eficiente neste caso, mas a coordenação dos trabalhos após a divulgação pareceu confusa, com várias autoridades falando, às vezes se desdizendo em detalhes, o que pode ser sintoma de coisa pior.

O coronel José Vicente da Silva Filho, ex-secretário nacional de Segurança Pública, tinha críticas antes mesmo do caso de ontem. Segundo ele, é impossível se pensar num sistema de inteligência com representantes de 106 países, como anunciei em coluna sobre as medidas que estão sendo tomadas.

"Essa torre de Babel não é funcional", analisa. Sintoma de fragilidade operacional é o sistema de radiocomunicação, "outra torre de Babel com tipos diferentes de sistemas e frequências que simplesmente não se conversam".

Vicente cita relatório da Segurança francesa sobre os ataques que causaram 120 mortes, no qual é enfatizada "absurda disputa de autoridades e vaidades institucionais que melaram a reação coordenada de três forças". Ele teme que, no nosso caso, com tantas forças e ministérios, a vaidade seja "ingrediente que escorrerá em cascata e pode comprometer a coordenação. Quem manda, quem vai aparecer, que vai dar 'chave de galão' para ingressar indevidamente nas praças de jogos?".

Ele diz que ninguém conhece os focos críticos da Segurança como o secretário José Beltrame, "mas ele está sob uma montanha de autoridades federais que comandam, mas não conhecem as sutilezas do panorama carioca". Vicente acha que, se tivéssemos acumulado adequadamente a experiência do Pan e da Copa, "poderíamos estar numa patamar diferente do de hoje. Essa estrutura colegiada deveria estar dando suporte à declinante condição da Segurança do Rio. Perdemos a chance de nos prepararmos melhor para o inesperado".
Herculano
22/07/2016 07:55
GOVERNO TEMER REVELA A "ESQUERDA NEOLIBERAL", por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Os "partidos de esquerda", como se definem PT, PCdoB e PSOL, que atualmente estão de volta à oposição, tratam rivais como PMDB e PSDB com expressões de nojo, mas têm adotado um comportamento curioso nas votações de propostas do governo Michel Temer. Os chamados "esquerdistas" em geral têm votado favoravelmente ou não criam embaraços à aprovação de projetos de interesse do Planalto.

ACABOU NO IRAJÁ
A "esquerda" apoiou integralmente um terço das 42 propostas de medidas econômicas que habitualmente classifica de "neoliberais",

PRETEXTO PARA APOIAR
Os "esquerdistas" alegam apoiar medidas propostas por Michel Temer para "ajudar o governo Dilma", em cujo retorno dizem acreditar.

COM ELA, NEM PENSAR
Os deputados da "esquerda neoliberal" reconhecem que Dilma poderia até pretender, mas jamais teria condições de aprovar essas medidas.

OPOSIÇÃO É INTERNA
Já no PMDB não é unânime o apoio a Temer: Newton Cardoso (MG) votou 7 vezes contra o governo e o deputado Waldir Colatto (SC), 11.

ITAMARATY FAZ REPARAÇÃO A DIPLOMATA PERSEGUIDO
O diplomata Eduardo Saboia, herói brasileiro que salvou a vida do ex-senador boliviano Roger Molina, entrou no Quadro de Acesso para promoção a embaixador. Começa-se a fazer justiça no Itamaraty. Perseguido no governo Dilma, foi deixado no limbo da carreira pela covardia do então chanceler Antônio Patriota, cujo gabinete chegou a ordenar que Molina fosse confinado a um cubículo, durante o longo e penoso asilo de 456 dias da embaixada do Brasil em La Paz.

DESAFIO À COVARDIA
Eduardo Sabóia foi punido por honrar as tradições da Casa de Rio Branco, desafiando a omissão e a crueldade do governo brasileiro.

ATO DE CORAGEM
Chefiando interinamente a embaixada de La Paz, Sabóia percebeu que Molina corria risco de morrer. E assumiu o risco de tirá-lo da Bolívia.

UM ERRO GRAVE
O chanceler José Serra faz justiça a Sabóia, mas comete o erro de aceitar a indicação de Patriota para a embaixada do Brasil em Roma.

QUINTA COLUNA
O governo Michel Temer continua infestado de petistas, queixam-se os aliados. Também reclamam do corpo mole da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), encarregada de investigar indicados para cargos.

RETORNO À PLANÍCIE
Eduardo Cunha não vai esperar pelo prazo de 30 dias: neste fim de semana trocará a residência oficial de presidente da Câmara por um apartamento funcional de 200 metros quadrados, em Brasília.

BOLA PRA FRENTE
Jovair Arantes (PTB-GO) diz que o "centrão" da Câmara já superou a derrota para Rodrigo Maia (DEM-RJ) na disputa para presidente da Casa. Segundo ele, agora a Câmara vai ajudar a melhorar a economia.

CONTRA O ABUSO
Em apenas sete dias a petição da Associação de Juízes Federais do Brasil (Ajufe) no site Avaaz coletou 67.600 assinaturas contra o projeto de lei de Renan Calheiros que visa punir abuso de autoridades.

INTENSIVÃO DE WHATSAPP
Bloqueio do Whatsapp decorre da ignorância. É como proibir o trabalho dos carteiros em represália aos Correios por não fazerem cópias de todas as cartas. O aplicativo transmite mensagens sem armazená-las.

TEMER AVANÇA
"O governo Temer começa a se consolidar e a ganhar credibilidade", avalia o deputado Carlos Cadoca (PDT-PE). Segundo ele, o cenário deve se intensificar quando for consolidada a destituição de Dilma.

REFORMA NECESSÁRIA
Foi o sindicalista Lula, quando presidente, quem primeiro defendeu mudanças na Lei Trabalhista, bola de ferro nos calcanhares do País. Mas depois amarelou. A pelegada se queixa por razões partidárias.

REI MORTO, REI POSTO
A Mesa Diretora pediu para Eduardo Cunha desocupar a residência da Câmara no fim de semana. "O Rodrigo Maia precisa da casa até para fazer reuniões", diz o primeiro-secretário, Beto Mansur (PRB-SP).

PENSANDO BEM...
... até no PT o impeachment de Dilma é tão inevitável quanto a cassação de Eduardo Cunha.
Herculano
22/07/2016 07:49
"LOBO SOLITÁRIO" É A REVOLTA DO INDIVIDUO CONTRA O PODER CRESCENTE DAS INSTÂNCIAS, por Contado Galligaris, para o jornal Folha de S. Paulo

Parte 1

No domingo passado, em Baton Rouge, Louisiana (EUA), Gavin Long, 29, negro e ex-fuzileiro naval, matou três policiais e feriu mais três, antes de ele mesmo ser morto. No dia 7, em Dallas, Texas, Micah Johnson, 25, também negro e veterano, tinha matado cinco policiais brancos.

Não pense num movimento organizado, tipo Partido dos Panteras Negras dos anos 1960. Num vídeo, o próprio Gavin pediu: "Se algo acontecer comigo (...), só quero dizer a todos, não me afiliem com nada. (...) Eu sou afiliado ao espírito de justiça, nada mais".

O autor do atentado de Nice, na França, talvez gostasse do Estado Islâmico, mas tudo indica que ele agiu por iniciativa própria. O mesmo vale para o ataque a um supermercado kosher dois dias depois do massacre do "Charlie Hebdo", em janeiro 2015, ou para o casal que matou 14 pessoas em San Bernardino, Califórnia, em dezembro de 2015.

A lista é longa. Ultimamente, os assassinos em massa são frequentemente avulsos - não pertencem a grupos.

Nesta terça (19), na Folha, Hélio Schwartsman ("Opinião", pág. A2) fez a mesma constatação: os lobos solitários estão aumentando. Claro, eles servem suas "causas", que são diferentes, mas compartilham o fato de serem solitários; por isso mesmo, talvez sejam a ponta incandescente de um fenômeno social mais vasto: uma vontade de "desregulamentação", pela qual há os que alugam seu apê no Airbnb, sem ser hoteleiro nem pedir permissão e pagar imposto por isso, há o Uber, para que todos possamos ser taxistas, e há terroristas autônomos, sem movimento organizado. Schwartsman cita um artigo de Liah Greenfeld, no "New York Times", em que a socióloga sugere que os "lobos solitários" sejam considerados desajustados com transtornos mentais.

Concordo com Schwartsman, e acho que a vontade de "desregulamentação" (inclusive no terrorismo) merece a maior atenção. Mas discordo radicalmente de Greenfeld. Há mais: a tese de que os assassinos avulsos sejam transtornados mentais é exatamente o que pode nos explicar porque, de repente, aparecem tantos homens avulsos com um rifle na mão. Vou explicar.
Herculano
22/07/2016 07:48
"LOBO SOLITÁRIO" É A REVOLTA DO INDIVIDUO CONTRA O PODER CRESCENTE DAS INSTÂNCIAS, por Contado Galligaris, para o jornal Folha de S. Paulo

Parte 2

A questão política fundamental da modernidade é a contradição entre a liberdade do indivíduo e as necessidades sociais da coletividade (que implicam obediência a regras, costumes, leis etc.). Norberto Bobbio não tinha ilusões: o compromisso entre liberdade do indivíduo e coletividade é sempre insatisfatório.

Mesmo assim, nós cultivamos a ilusão de que viveríamos numa época de extrema liberdade do indivíduo. O clichê é que nossas coletividades (a começar pelo Estado) seriam tolerantes e permissivas como nunca.

Penso, ao contrário, que vivemos numa época de extremo controle coletivo sobre o indivíduo ?"bem perto do limite do que o indivíduo pode aguentar. Quando o indivíduo não aguenta mais, ele se revolta. E o protótipo do indivíduo revoltado não é um Exército, um partido ou um bando: é ele, sozinho, com um fuzil.

Mas é preciso explicar por que penso o contrário do que diz o clichê de que estaríamos numa época de grande liberdade.

Duzentos anos atrás, mais ou menos, mudou radicalmente o tipo de poder. Até então, o poder se manifestava como possibilidade de nos privar da vida: dominar a gente significava poder nos matar arbitrariamente. A mensagem era: "Viva como quiser, só que, no dia em que eu não gostar de como você vive, corto seu pescoço ou lhe coloco na fogueira".

O poder moderno não nos mata mais arbitrariamente. Em compensação, ele dita o jeito certo de vivermos. É isso que Michel Foucault chama de "biopoder" moderno: ninguém nos mata, mas medicina, higienismo e mil opiniões maioritárias, supostamente morais ou religiosas, pretendem regulamentar nossas vidas.

Exemplo? Se pegássemos um assassino em massa não o enforcaríamos na praça pública (como faria o poder clássico). Mas, pelo artigo de Liah Greenfeld, fecharíamos o culpado num manicômio, para que fosse "curado". Estamos convencidos de sermos livres porque "eles" não podem decidir nossa morte. Mas decidem nossa vida. Qual poder é mais opressivo: o que nos mata ou o que quer modelar nossa vida inteira? Contra qual poder você se tornaria um lobo solitário?

Atrás da "causa" que defende, o "lobo solitário" é uma espécie de mensagem raivosa e revoltada do indivíduo avulso contra o poder crescente de todas as instâncias coletivas modernas - que moldam nossas vidas.
Herculano
22/07/2016 07:42
UMA PERGUNTA PONTUAL

Se fosse o governo do PT e de Dilma Vana Rousseff, as forças de segurança teriam agido preventivamente como agiram ontem, na prisão de supostos terroristas?

Para quem teve a coragem, a irresponsabilidade e a cara de pau de ir à ONU, sem qualquer outro tema e discurso substantivo mundial, e pedir o diálogo do mundo com o Estado Islâmico, condenando a guerra que se declarou aos terroristas e as suas cruéis barbáries, seria difícil de acreditar que a operação de ontem tivesse sido levado a cabo.
Herculano
22/07/2016 07:38
VIGILÂNCIA SEM LIMITES, editorial do jornal Correio Braziliense

A prisão, pela Polícia Federal, de 10 pessoas suspeitas de planejar atos terroristas no Brasil durante a Olimpíada acende o alerta máximo das autoridades responsáveis pela segurança das delegações esportivas e dos turistas de todo o mundo que virão ao país para a maior festa do esporte, no Rio de Janeiro. Pouco importa se os detidos não tinham os níveis de organização e sofisticação demonstrados por terroristas internacionais. O que importa é que qualquer movimento suspeito de preparação para ataques durante os Jogos tem de ser extirpado pela raiz.

Certo fez o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, ao declarar que "não vamos esperar um milímetro de ato preparatório para agir, por mais insignificante. Vai ter operação rápida e dura". Esta tem de ser a postura de todos os órgãos envolvidos no esquema de segurança montado pelo governo federal para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Não se pode baixar a guarda quando vidas humanas devem ser protegidas a todo custo. E a colaboração dos setores envolvidos na proteção dos atletas e público em geral é fundamental para que a Olimpíada seja coroada de êxito.

O que está em jogo é a imagem e a reputação do Brasil, já que os olhos do mundo estarão voltados para a competição internacional. O governo acerta quando utiliza, pela primeira vez, a Lei Antiterrorismo, recentemente aprovada, para desmantelar no nascedouro um hipotético atentado. O ministro da Justiça chegou a dizer que o grupo preso tinha um nível muito baixo de organização, que era "amador"". Mas isso não impediu que alguns dos presos tenham feito contato virtual com os terroristas do Estado Islâmico (EI), o chamado batismo, e que o chefe do grupo tenha tentado comprar um fuzil AK-47 em um site clandestino no Paraguai.

A Polícia Federal, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Forças Armadas e demais órgãos de segurança, responsáveis pela proteção dos participantes dos Jogos, não podem se furtar em solicitar todo o apoio às agências de informações internacionais, com larga experiência no combate ao terrorismo, para garantir a paz durante a Olimpíada. O bom senso deve prevalecer e a cooperação de outros países será sempre bem-vinda.

O governo não deve medir esforços para aprimorar os protocolos de segurança, principalmente depois dos recentes atentados em Orlando, nos Estados Unidos, e em Nice, na França, com o saldo de mais de uma centena de mortos. A vigilância tem de ser constante. O país não pode ser palco de um espetáculo repugnante e dantesco como os que o terrorismo internacional vem promovendo mundo afora.
Herculano
21/07/2016 20:49
O PADRE QUE CHUTAVA DE BICO LATAS MILAGREIRAS LIQUIDARIA EM DOIS MINUTOS OS SURTOS PARANORMAIS, por Augusto Nunes, de Veja.

Parte 1

Se a professora de Filosofia que anda tendo visões vivesse numa pequena paróquia do século passado, não escaparia da excomunhão nem do manicômio

Muitos anos antes da estreia do destrambelhado sexto sentido de Marilena Chauí, Taquaritinga se alvoroçava de tempos em tempos com a notícia que se espalhava feito rastilho pela cidade de 10 mil habitantes: alguém tivera uma visão. Em agosto de 1958, por exemplo, fiquei sabendo num começo da tarde que uma mulher que morava na Vila Sargi acabara de ver Nossa Senhora refletida numa lata de alumínio esquecida no quintal da casa de chão batido. Cavalgando a Monark com freio no pé que herdara de um dos meus irmãos, cheguei em cinco minutos ao cenário da aparição e consegui infiltrar-me na terceira fileira, espremido entre uma moça de sombrinha e um homem de bigode e chapéu. Era tudo verdade, confirmou a troca de impressões entre os dois.

O homem se disse impressionado com o intenso azul do olhar da santa. A moça observou que o azul do manto era um pouco mais escuro. Achei que seria falta de educação declarar que não estava vendo coisa alguma além do alumínio castigado pelo sol, e já estava pronto para enxergar um terceiro tom de azul quando o padre Lourenço Cavallini estacionou ruidosamente seu Fusca verde-limão a um metro da calçada, desceu do carro sem tirar a chave da ignição e abriu uma picada no meio da multidão com safanões e cotoveladas.

Ao divisar o alvo que perseguia, o impetuoso pastor do rebanho municipal acelerou o ritmo das passadas e, mesmo com os movimentos dificultados pela batina preta, mandou para o espaço com um tremendo bico de esquerda a lata de alumínio com Nossa Senhora e tudo. O que parecia um último chute era um pontapé inicial - a senha para o ato seguinte do espetáculo da santa cólera. A lata ainda voava quando ecoou a ordem baixada pela temida voz de tenor: "Vão trabalhar, seus vagabundos!", berrou o padre Cavallini.

Não me senti afrontado: eu tinha 8 anos e nessa idade ninguém trabalhava. Mas a plateia que se ia dispersando vagarosamente aumentou a velocidade da retirada, que virou correria com o prosseguimento das chicotadas verbais. O próximo cretino que tentasse aproveitar-se de figuras sagradas seria sumariamente excomungado, avisou a maior autoridade religiosa da paróquia. E sem direito a queixar-se ao bispo, muito menos apresentar recursos à Santa Sé, porque um padre não tem tempo a perder nem paciência a desperdiçar com vigarices de ateus, maçons, espíritas ou carolas imbecis.

É verdade que, passado o susto, os paroquianos que tinham visões continuaram a tê-las, mas ficaram mais cautelosos. Só relatavam o acontecido a parentes próximos e amigos de infância, que juravam manter a história longe dos ouvidos do padre Cavallini. Depois que deixei a cidade onde nasci, não soube de nenhum episódio semelhante ao que testemunhei naquela tarde - até ser confrontado, há 12 anos, com o primeiro dos surtos paranormais protagonizados por Marilena Chauí.
Herculano
21/07/2016 20:48
O PADRE QUE CHUTAVA DE BICO LATAS MILAGREIRAS LIQUIDARIA EM DOIS MINUTOS OS SURTOS PARANORMAIS, por Augusto Nunes, de Veja.

Parte 2

A estreia desse sexto sentido de quinta categoria ocorreu em 2004, no dia em que a professora de Filosofia da USP saiu de uma audiência com o presidente da República como se estivesse saindo de uma crônica de Nelson Rodrigues: varada de luz feito santo de vitral, comunicou aos jornalistas que zanzavam pelas imediações do Palácio do Planalto que, "quando Lula fala, o mundo se ilumina".

Como apenas Marilena Chauí viu a garganta do deus do PT gerando mais energia que mil Itaipus, e como a solitária espectadora do fenômeno se dispensou de descrições mais precisas, tornou-se impossível confrontar o que viu a professora com os assombros que se materializam no mundo real sempre que Lula desanda numa discurseira. Os plurais saem em desabalada carreira, a gramática se refugia na embaixada portuguesa, a ortografia se asila em velhos dicionários, a regência verbal se esconde no sótão da escola abandonada, o raciocínio lógico providencia um copo de estricnina sem gelo, a razão pede a proteção da ONU para livrar-se de outra sessão de tortura.

No segundo surto, Marilena Chauí foi menos sovina com os interessados nos detalhes do que tinha visto. Como atesta um vídeo, ela revelou publicamente que, da mesma forma que Dilma Rousseff vê um cachorro oculto atrás de toda criança, vira escondido em cada brasileiro da classe média um traidor da nação, um inimigo da pátria ou coisa pior. "Eu odeio a classe média", decolou a pensadora do PT. "A classe média é o atraso de vida. A classe média é estupidez. É o que tem de reacionário, conservador, ignorante, petulante, arrogante, terrorista. A classe média é uma abominação política, porque ela é fascista, uma abominação ética, porque ela é violenta, e ela é uma abominação cognitiva, porque ela é ignorante".

A terceira manifestação, reproduzida no vídeo abaixo, informa que o caso de Marilena saiu do terreno da galhofa para adentrar o pátio do manicômio. A mulher que tem visões agora enxerga na operação que desmontou o maior esquema corrupto de todos os tempos uma trama internacional destinada a roubar riquezas armazenadas nas profundezas do mar do Brasil. "A Lava Jato não tem nada a ver com a moralização da Petrobras", delirou Marilena há poucos dias. "É pra tirar de nós o pré-sal".

Na visão da filósofa de terreiro, o juiz Sérgio Moro é um agente do imperialismo ianque e das seis maiores multinacionais petrolíferas, as "Seis Irmãs". Depois de alguns anos de cursos e treinamentos no FBI (Marilena aparentemente ignora por que a velha CIA ficou fora dessa), Moro voltou ao Brasil preparado para engaiolar bravos guerreiros do povo brasileiro, atribuir crimes inexistentes a um Lula incorruptível, obrigar empreiteiros, diretores da Petrobras e figurões da política a confessarem delinquências que jamais cometeram, delatar amigos inocentes ou devolver propinas que nunca embolsaram e, com tudo isso e muito mais, precipitar a queda de Dilma Rousseff.

Se tivesse tais visões numa pequena paróquia do século passado, Marilena não escaparia da excomunhão por charlatanice decretada por um padre Cavallini, seguida de pedagógicas temporadas no hospício mais próximo. Como vive num mundinho infestado de fanáticos, daqui a alguns anos a companheira paranormal talvez esteja empoleirada em púlpitos pintados de vermelho, contando as coisas que anda vendo a bandos de devotos da seita lulopetista.

Admita-se: vista de perto, Marilena Chauí tem tudo para fazer bonito no papel de animadora de missa negra.
Herculano
21/07/2016 20:39
MINISTÉRIO PÚBLICO DENÚNCIA CONTRA LULA, DELCÍDIO E CIA, por Josias de Souza

A Procuradoria da República denunciou Lula, o banqueiro André Esteves e o ex-senador Delcídio Amaral por tentativa de obstruir a Operação Lava Jato. Eles são acusados de oferecer R$ 250 mil pelo silêncio do delator Nestor Cerveró. Foram denunciados também o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula, o filho dele, Maurício Bumlai, Diego Ferreira Rodriguez, ex-chefe de gabinete de Delcídio, e o advogado Edson Ribeiro.

Os encrencados já haviam sido denunciados em dezembro do ano passado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. No entanto, o caso desceu do STF para a primeira instância do Judiciário depois que Delcídio, cassado por seus pares, perdeu o mandato de senador. Quando isso ocorre, a denúncia precisa ser reanalisada. A tarefa coube ao procurador da República Ivan Cláudio Marx. Ele não só reiterou a denúncia como ampliou a peça original, detalhando fatos e provas.
Herculano
21/07/2016 20:36
COMO FUNCIONA O JORNALISMO ENGANJADO E DE RESISTÊNCIA, SAUDADO NAS REDAÇÕES COMO O VERDADEIRO, MAS PAGO COM OS NOSSOS PESADOS IMPOSTOS

A informação, é de Severino Motts, de Veja.Deputados são informados que EBC - a aparelhada pelo PT e que Dilma Vana Rousseff colocou na sua saída um presidente com mandato intocável - focará cobertura de Olimpíadas em protestos.

Alguns deputados da base do governo estão sendo alertados por funcionários da EBC que a empresa está montando um esquema especial de cobertura das Olimpíadas não para colocar o esporte em primeiro plano, mas sim possíveis manifestações contra o governo.
Herculano
21/07/2016 20:31
TERCEIRO ATAQUE AO WHATSAPP EVIDENCIA POR QUE É PRECISO TER CUIDADO COM A HIPERTROFIA DE INSTÂNCIAS INFERIORES DA JUSTIÇA, por Reinaldo Azevedo, de Veja

Três juízes já mandaram às favas direitos fundamentais dos brasileiros, assegurados pela Constituição, para, em tese, combater o crime...

Quando Dilma Rousseff era candidata à Presidência, em 2010, criou uma santa de devoção muito particular, procurem nos arquivos deste blog: a "Nossa Senhora de Forma Geral". Não deve ser evocada no momento. Vamos chamar para nos iluminar, ou obscurecer, os caminhos a Nossa Senhora do Atraso, a Nossa Senhora do Jeca Tatu, a Nossa Senhora do Desalento! E também vamos saudar: que bom que a liberdade de expressão, no Brasil, tem "foro especial por prerrogativa de função"! Fosse ela uma acusada comum, dessas que podem ser julgadas em primeira instância, já estaria na cadeia faz tempo!!!

Tenham paciência! Mais uma juíza mandou bloquear o WhatsApp. A iluminista da hora atende pelo nome de Daniela Souza, da comarca de Duque de Caxias, no Estado do Rio. De lá, passa um recado ao mundo: "Não brinquem com a Justiça de primeira instância no Brasil porque esta não teme nem mesmo rasgar a Constituição se preciso for!".

Como? Então estou com preconceito e não reconheço a competência de juízes fora dos grandes centros? Um ova! Reconheço, sim! Se eles fossem de Nova York, Roma ou Berlim, eu estaria escrevendo a mesma coisa aqui.

Foi preciso que o ministro Ricardo Lewandowski, presidente do STF, que responde pelo plantão do órgão, durante o recesso, concedesse uma liminar a uma ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental), impetrada pelo PPS, para suspender a absurda decisão da juíza de Duque de Caxias. O pretexto de agora era o mesmo das duas outras vezes: o WhatsApp teria se negado a fornecer dados para uma investigação criminal. A doutora resolveu se insurgir contra a criptografia das mensagens. Com a Lei da Gravidade, por enquanto, ela não se incomodou.

Lewandowski considerou o óbvio: suspender o aplicativo era uma desproporção, um abuso, que, de resto, fere a liberdade de expressão. Escreve o ministro:

"Ora, a suspensão do serviço do aplicativo WhatsApp, que permite a troca de mensagens instantâneas pela rede mundial de computadores, da forma abrangente como foi determinada, parece-me violar o preceito fundamental da liberdade de expressão aqui indicado, bem como a legislação de regência sobre o tema. Ademais, a extensão do bloqueio a todo o território nacional, afigura-se, quando menos, medida desproporcional ao motivo que lhe deu causa."

Eventos instrutivos
Há hoje um acalorado debate sobre a suposta energia com que juízes de primeiro grau aplicariam a lei, em contraste com a suposta frouxidão de instâncias superiores. O fim do foro especial por prerrogativa de função é tema desse debate mais amplo?

Pois é? Em poucos meses, três juízes no Brasil feriram direitos constitucionais dos brasileiros, resguardados por cláusula pétrea, sob o pretexto de fazer justiça e de cumprir a lei. Não parece que sejam esses bons exemplos da hipertrofia das instâncias inferiores.

Que a liberdade de expressão continue a ser uma questão superior.

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