Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

29/04/2016

O FEDOR DO LIXO I
O título não é inédito. Já apareceu aqui inúmeras vezes. O tema também não. E mais uma vez, o título e o tema não estavam previstos para hoje. Entretanto, na terça-feira, na coluna inédita só para os internautas que fazem dela a mais acessada no portal mais antigo, mais acessado, mais atualizado e de credibilidade, o título e o tema reapareceram. Só aqui, estranhamente, por anos afio, isto é noticiado. E a coisa pegou. Falta clareza. E estão enrolando, ou desafiando, ou zombando do Ministério Público, aquele que cuida da Moralidade Pública, com Chimelly Louise de Resenes Marcon. O PT – a exemplo do que se deteriora nacionalmente - e a prefeitura de Gaspar na franquia – tromba à lógica e à transparência.

O FEDOR DO LIXO II
Como aqui na coluna impressa tenho limitações de espaços, quem se interessar por detalhes pode acessar a edição de terça-feira na internet. Mas vou resumir e ampliar com dúvidas e informações dilacerantes. Recapitulando: a prefeitura de Gaspar fez um Projeto de Lei para regularizar a licitação e a contração dos serviços de coleta, transporte e depósito do lixo urbano daqui. Tudo em regime de urgência, como sempre, em casos polêmicos. É para que não houvesse debates na Câmara, na mídia e na comunidade, apesar da administração ser petista e ter o rótulo de popular.

O FEDOR DO LIXO III
Depois de não admitir interferência nenhuma na Câmara e praguejando esta coluna que desnudou esta jogada com muitos interesses multipartidários em jogo, o PL se tornou Lei. E com os defeitos de origem que eram questionados. Entre eles, quem ganhasse o certame poderia ficar com este lucrativo negócio fedido por até 40 anos, submeter sucessivas administrações (e do Samae) e os gasparenses aos caprichos de uma única empresa por este tempo todo, inclusive no preço ou no próprio desaparecimento da empresa ganhadora. Pior. Naquilo que foi construído o projeto e à Lei sancionada, só uma empresa na região teria, tecnicamente, condições para atender o edital: a Recicle, de Brusque. Bingo.

O FEDOR DO LIXO IV
A Say Muller é empresa inventada pelo PT para o fedor e ser só dos petistas daqui. E deu errado. Ela surgiu para combater a Recicle, a quem o PT de Zuchi dizia falsamente – pois não admite concorrência e possui o instinto da terra arrasada, colocando rótulos nos adversários - estar a serviço do ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt, hoje sem partido. A Say Muller nasceu abraçada com o então presidente do Samae, Lovídio Carlos Bertoldi, hoje secretário de Obras e levado para secretaria no projeto petista de poder eterno daqui. É pré-candidato declarado a prefeito pelo PT neste ano. Virou dono do balcão e freguesia que faz a partir da secretaria. Resumindo: a Say Muller, cresceu, entendeu do negócio, expandiu-se, espertamente fugiu do controle dos criadores petistas nestes quase oito anos de existência.

O FEDOR DO LIXO V
 Atolada em desconfianças comuns neste negócio lucrativo e cruzado, como a limpeza e administração dos cemitérios públicos, a Say Muller e suas empresas familiares estão no Fórum daqui e no Tribunal de Justiça em vários processos, por iniciativa do próprio MP. Levada ao negócio que nunca fez, a pedido, a serviço do PT e de Pedro Celso Zuchi, a Say Muller percebeu na nova Lei e edital do pregão, o golpe, a traição em “famiglia”. Resolveu reagir, com todos os modos possíveis. O Samae, hoje nas mãos do ex-tucano, todavia, o mais fiel dos petistas da administração de Pedro Celso Zuchi, Élcio Carlos de Oliveira, por intermédio do seu assessor jurídico, José Carlos Schramm, pediu aval ao MP para fazer um contrato de emergência. Alegou que a Say Muller estava dificultando a vida do Samae na contratação da nova empresa para coletar, transportar e armazenar o lixo. Veio um decreto de “de emergência”. O MP ficou pasmo. Abriu os olhos

O FEDOR DO LIXO VI
Esta história cheira a chantagens. E a administração petista sentiu o bafo. E num momento político delicado onde não pode ficar exposta publicamente. Ora, se a Say Muller estava complicando a vida do Samae petista, por que fazer o contrato de emergência logo com quem a maltrata, a Say Muller? A notícia que corre nos que lidam com o fedor, é que a Recicle desistiu de tudo diante de tanta exposição. E a jogada do PT de Gaspar, mais uma vez, foi um tiro que saiu pela culatra. E pediu tempo para compor tudo até as eleições, prazo do decreto de emergência. Há tantas evidências disso. Erros também. Vamos à cronologia. O edital de Pregão Presencial 01/2016 foi marcado para o dia três de março. Fiquei quieto na espreita. Foi adiando para o dia 15, num sinal claro que nos bastidores as coisas se complicavam, principalmente com a indefinição da Recicle diante de todas as circunstâncias de risco que cercavam o caso.

O FEDOR DO LIXO VII
Crônica de um problema anunciado e criado pelo PT de Gaspar, o que impõe, o que se acha o dono do destino de pessoas, das propriedades dos outros, da instituições e empresas, mesmo as que ele criou para dizer que eram suas. No dia 11 de março, a Say Muller impugnou o certame: defendeu que não poderia ser na modalidade de pregão. No dia 14, o Samae concluiu pela improcedência do pedido. No dia seguinte, o Samae é obrigado a comunicar que tudo estava suspenso por decisão judicial obtida no Fórum pela Say Muller. Estanho mesmo foi ler de que tal suspensão foi em decorrência de uma ação judicial da “empresa Oi Móvel S/A, CNPJ sob o nº 05.423.963/0001-11”. Todos perdidos. Faltou, possivelmente, revisão jurídica e de responsabilidade mínimas ao contol C, control V. Outra, antes o advogado do Say Muller intentou duas vezes na Justiça de Gaspar contra o pregão, mas não obteve sucesso por ser parte ilegítima. Ou seja, este caso retrata bem como o PT de Gaspar – a exemplo do nacional -  chocou o ovo da serpente e achou que era fácil jogá-lo aos lagartos para se ver livre dos problemas como num passe de mágica. Terá trabalho. Espera-se que mais uma vez os gasparenses não paguem a conta de mais esta aventura da miséria administrativa.  Acorda, Gaspar!

TRAPICHE

Qual a diferença do PT de Gaspar e o nacional? Nenhuma. A secretária de Educação, Marlene de Almeida, está sob linha de tiro popular. Então o prefeito Pedro Celso Zuchi e o presidente do PT, José Amarildo Rampelotti, resolveram fortalecê-la. Só para afrontar as pessoas, à realidade e à cidade.

O desgaste público começou com abuso sexual numa creche. Um bafafá danado. Agora, a bizarra proibição de manifesta- ção de pais e alunos quanto ao descaso da prefeitura para a escola Zenaide Schmitt Costa. Rampelotti disse como vereador do bairro não foi avisado para autorizar tal manifestação. Como assim? Virou xerife?

Outra. O presidente da APP da escola, Nilson Heraldo de Oliveira, é PT rachado. Ou seja, há dedo político partidário. Marlene acha que as crianças estão sendo manipuladas e expostas. Outro dedo partidário para intimidar e impedir manifestações livres. Ou seja, contra a administração petista não é permitido desnudar, denunciar, pedir. Já o PT faz isto, sempre, com maestria (e sacanagens) contra seus adversários.

Veja o que aconteceu com o Grupo de Danças de Gaspar. Perseguição para destruir um valor artístico e comunitário. A manifestação no desfile foi abafada por som alto. Então...
E para encerrar, no pouco espaço que restou: só para destacar que o CDI Dorvalina Fachini ganhou um vigilante, um guarda. O CDI foi assaltado várias vezes. Justo. Acontece que a escola Aninha Pamplona Rosa foi arrombada sete vezes do ano passado para cá. E lá a secretaria não tomou providências. Claro. A diretora do Dorvalina Fachini é do PT. Então...Protestos já. Acorda, Gaspar!

 

Edição 1747

Comentários

Renato
02/05/2016 23:05

CADÊ A AGULHA????

Ponto a favor do Secretário que autorizou os funcionários da Policlinica se vacinar na própria Policlínica. Felizmente o bom senso ganhou. Mas como sempre tem servidor da saúde que tá ".......e andando" pra tudo e pra todos. Já no primeiro dia da vacina entrei na fila perto do meio dia e na mesma hora fomos avisados para voltar outra hora quando tivesse agulha. O que??? Agulha faltando numa policlínica???? Todos da fila ficaram de queixo caído......cadê a agulha??? Depois de um corre daqui e corre dali ninguém deu jeito de abrir a sala aonde ficam as agulhas e vacinas. Investigando descobriram que a sala aonde estão guardadas as agulhas e vacinas estava trancada e a chave sumiu. Cade a chave? Cade a agulha? Cade os responsáveis? Adivinha.
Herculano
02/05/2016 20:17
GATUNOS EM PÂNICO! MORO ESVAZIA XADREZ DA PF, por Josias de Souza

Num mundo obscuro, em que os gatunos são cada vez mais pardos, o futuro é insinuado nos detalhes. Nesta segunda-feira (2), o juiz Sérgio Moro autorizou a transferência de quatro presos da Lava Jato da carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, para o presídio de Pinhais, na região metropolitana da capital paranaense.

Trocarão de cela o marqueteiro João Santana, sua mulher Mônica Moura, o ex-senador Gim Aregello e o empresário Ronan Maria Pinto. Quem acompanha o escândalo já aprendeu: quando o doutor Moro manda esvaziar o xadrez curitibano da PF é porque o caso exige a expedição de novos mandados de prisão. Logo, logo a hospedaria do PF's Inn estará lotada novamente.
Herculano
02/05/2016 17:37
amanhã é dia de coluna inédita só para os leitores e leitoras do portal
Herculano
02/05/2016 15:40
A MENTIRA DO GOLPE II, por Paulo Guedes, para o jornal O Globo

A falsa narrativa é, na verdade, o maior de todos os golpes que poderiam ser desferidos contra o regime democrático brasileiro

O ex-presidente FHC comparou em artigo no GLOBO deste domingo os "crimes de responsabilidade" atribuídos agora à presidente Dilma e antes ao ex-presidente Collor em seus julgamentos no Senado. "O crime de responsabilidade de Dilma consiste em ter utilizado os bancos públicos para mascarar a verdadeira situação fiscal da República e ter autorizado gastos sem autorização do Congresso. O crime de responsabilidade de Collor consistiu em receber um automóvel de presente, o que o Senado considerou quebra de decoro. O ministro do Supremo que presidiu o julgamento de Collor no Senado, o jurista Sydney Sanches, disse que desrespeitar a Lei de Responsabilidade Fiscal e fazer gastos sem autorização do Congresso são formas de quebra de decoro. E que Collor foi absolvido da acusação de crime comum (corrupção) porque não ficou provado que da quebra de decoro tivesse decorrido qualquer benefício para quem o presenteara com o carro", registra FHC.

Collor estaria incapacitado para governar, sendo inocentado do crime de corrupção. Poderia, então, ter recorrido à narrativa do golpe quando afastado da Presidência. Teve milhões de votos, não caiu pelas urnas. Fenômeno das primeiras eleições diretas para a Presidência após a redemocratização, comportou-se com dignidade e respeito às instituições democráticas durante sua queda. Derrotara nas urnas todas as correntes oposicionistas de "esquerda", novas como a de Lula e velhas como a de Brizola, assim como os representantes do governo de transição, Aureliano Chaves à "direita" e Ulysses Guimarães e Mario Covas à "esquerda".

A extraordinária popularidade de um jovem presidente anti-establishment, que chamou Sarney de "corrupto, incompetente e safado" e poderia aposentar por obsolescência as demais lideranças políticas, atemorizou a esquerda hegemônica. Ameaçados de extinção pela fulminante ascensão de Collor, uniram-se todos em um golpe contra ele a pretexto de um Fiat Elba? Eram todos golpistas? Os que creem, como eu, na construção de uma Grande Sociedade Aberta preferem outra narrativa. A saída de Collor registrou um importante aperfeiçoamento institucional de uma democracia emergente, com a declaração de independência de nosso Poder Legislativo ante práticas não republicanas do Executivo.
Sidnei Luis Reinert
02/05/2016 12:19
Soltem as presas!

Brasil 02.05.16 09:22
Antes de cair, Saddam Hussein soltou todos os presos comuns.

Dilma Rousseff pretende fazer o mesmo.

De acordo com Lauro Jardim, ela "planeja dar no domingo, dias antes de deixar o poder, um inédito indulto de Dia das Mães para as presas de todo o Brasil. Hoje, o Brasil tem cerca de 34 mil presas".

http://www.oantagonista.com/posts/soltem-as-presas?platform=hootsuite
Sidnei Luis Reinert
02/05/2016 12:10
Antecipação de eleição presidencial proposta por Dilma desesperada é o inútil golpe no golpe


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

A Presidanta Dilma Rousseff ameaça enviar até sexta-feira ao Congresso Nacional uma proposta canalha de emenda constitucional que antecipa a eleição presidencial para o dia 2 de outubro. A intenção comprova que Dilma já dá o impeachment como certo. Também representa mais uma prova do desapreço do PT pela segurança do regime legal e jurídico. Trata-se de um inútil golpe no próprio golpe do impedimento. Golpes são medidas ao arrepio da legitimidade que não resolvem a situação institucional e ainda tendem a agravá-la.

O senador Paulo Paim (PT-RS), integrante do grupo de senadores que defende a antecipação do pleito de 2018, admite que não há na Câmara o número suficiente de votos para aprovar a proposta. O argumento oportunista a favor da mudança da regra do jogo é a subjetiva noção de que "a população quer novas eleições". Além de Paim, incitam o golpe os senadores Jorge Viana (Acre) e Lindbergh Farias (Rio de Janeiro).

Nem os movimentos sociais - que prometem uma lendária luta para manter Dilma na Presidência - estão totalmente convencidos de que a proposta seja estrategicamente boa. O PMDB e Michel Temer, obviamente, são contra a sugestão oportunista do PT. Uma PEC só passa com um mínimo de 308 votos na Câmara e 49 no Senado. O desgoverno não disporia hoje de tamanha quantidade de votos a favor.

Dilma sai... Temer entra... Petelândia promete reação violenta... O cenário político nunca foi tão temerário. A maioria do povo continua esperando por um salvador da pátria... Aceita-se até um ditador... Não importa que ideologia tenha. Este é o nosso drama atual... Ou a tragicomédia de sempre... Temos de cuidar melhor do presente e visar ao futuro... O Brasil não se desprende do passado, repete os velhos erros e fica travado...

Mudar é preciso. A maioria deseja mudar, embora não saiba direito como fazer isto. Aí entra o papel da Elite Moral. Ela tem a missão de liderar o processo de construção efetiva da Democracia. As pré-condições para as transformações estão aí. Não podemos mais adiá-las, indefinidamente. Qualquer coisa diferente disto é golpe...
Estamos de olho
02/05/2016 09:45
Herculano,

Porque será que a prefeitura não divulgou no portal da transparencia a folha d epagamento dos servidores no mês de Abril??
E porque neste portal não aparece a folha dos servidores do SAMAE?

Estamos de Olho
Herculano
02/05/2016 09:27
MBL, RURALISTAS E EVANGÉLICOS SE UNEM POR AGENDA LIBERAL

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Paula Reverbel. Com atuação dentro da Câmara dos Deputados em função da votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff, o MBL (Movimento Brasil Livre), um dos principais organizadores de atos contrários à petista, encontrou terreno comum com dois grupos favoráveis à remoção da mandatária do poder.

O principal dos aliados, que agiu pesadamente para virar votos dos deputados contrários à saída de Dilma, foi a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária), que anunciou posição pró-impeachment em abril, ao lado da bancada ruralista.

Juntaram-se a eles ainda alguns deputados ligados a lideranças evangélicas.

Os três grupos não pretendem desfazer a união e têm reunião conjunta marcada para esta terça (3). Juntos, fazem planos para influenciar as votações no Congresso em torno da defesa de um Estado mínimo, de pautas conservadoras, da reforma trabalhista e do ajuste fiscal.

"Existe uma agenda que tem que ser adotada para o Brasil sair da crise e a gente vai ter que ser muito rígido", explica Renan Santos, um dos líderes do MBL.

"Por mais que o [vice] Michel Temer venha dando sinais muito bons nesse sentido, a gente sabe muito bem que existe todo um centrão fisiológico que vai querer empurrar o país para ficar como está", afirma.

Santos citou como exemplo a aprovação do regime de urgência na tramitação do reajuste dos servidores do Judiciário Federal, cujos contracheques terão elevação de 41% até 2019, com impacto previsto de R$ 6,9 bilhões.

"Qual a coerência disso?", perguntou. "Se a gente não montar uma frente responsável com setores e parlamentares que estão percebendo a crise vai tudo ao brejo".

A CNA criou um "comitê de crise" que ficou fazendo ligações para os deputados, liderado por José Mário Schreiner, vice-presidente diretor da CNA e presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás.

"Nós engrossamos outros movimentos que já vinham trabalhando claramente em prol do impeachment", explicou Schreiner.

"Começamos um trabalho com os parlamentares, especialmente com os indecisos, apoiando os movimentos de rua, principalmente o MBL, e isso culminou com o resultado expressivo a favor do impeachment, de 367 votos", acrescentou.

Sua sala de controle fez ligações não só para os gabinetes dos indecisos, mas também para as bases eleitorais dos congressistas.

A ponte entre o MBL e a CNA foi feita por Sílvio Fernandes, ativista do grupo anti-Dilma e membro da Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura.

"O problema é que se estereotipa muito as coisas, a bancada BBB ?"boi, bala e bíblia?", mas tem coisas coisas nessas bancadas que são muito maiores que as picuinhas que criam confusão lá dentro do Congresso", disse.

Além do impeachment, o MBL cita outra pauta como a "primeira experiência [do movimento] de ir atrás de deputados": a redução da maioridade penal. Para Santos, "a fórmula se mostrou funcional" nessa ocasião. Ele diz que a deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP) foi uma das convertidas pela pressão.
Herculano
02/05/2016 09:13
GILMAR MENDES CONCEDE LIMINAR E SUSPENDE FARRA DE R$100 MILHÕES PARA PLANALTO TORRAR EM PUBLICIDADE OFICIAL, por Reinaldo Azevedo, de Veja.

Em texto de MP, Dilma compara grana destinada ao mero proselitismo com a urgência de recursos empregados para enfrentar calamidades...

O ministro Gilmar Mendes, do STF, concedeu neste sábado liminar, em Ação Direta de Inconstitucionalidade, que suspendeu, atenção!, um crédito extra de imodestos R$ 100 milhões para a Presidência da República, em fim de festa, torrar em publicidade.

Explica-se: a quase ex-presidente Dilma resolveu, como se sabe, usar a caneta nestes últimos dias de poder como se não houvesse amanhã. E não há mesmo! Para ela! Mas o país, felizmente, tem futuro depois de Dilma.

No dia 28, quinta-feira, a doutora baixou uma Medida Provisória ?" que tem, portanto, efeitos imediatos, ainda que não aprovada pelo Congresso - abrindo um crédito extraordinário de R$ 180 milhões em favor do Ministério do Esporte e da Presidência da República.

Desse total, R$ 100 milhões seriam destinados à publicidade oficial e comunicação institucional.

O partido Solidariedade entrou com uma ADI, com pedido de liminar, cobrando a suspensão da grana. Mendes manteve o repasse dos R$ 80 milhões para o Ministério do Esporte, já que o dinheiro deve ser destinado à "implantação de infraestrutura para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016", mas suspendeu os R$ 100 milhões que iriam para a publicidade oficial.

O ministro está exorbitando? Não! Ele lembrou que, até 2005, o tribunal não reconhecia a sua competência para interferir em matéria que dizia respeito a Orçamento. A partir desse ano, no entanto, houve uma mudança de orientação "a respeito do tema e passou a admitir o controle de constitucionalidade das leis orçamentárias, em sentido amplo, pela via da ação direta". E cita vasta jurisprudência a respeito.

Vamos ver. No texto da MP, para liberar o crédito extraordinário, o governo apela ao "Artigo 62 da Constituição, combinado com o Artigo. 167, § 3º". Certo! O que diz o Artigo 62? Que se pode recorrer a medidas provisórias "em caso de relevância e urgência". Huuummm?

E o que reza o Parágrafo 3º do Artigo 167? Bem, segurem-se na cadeira: que "a abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública".

Venham cá: publicidade oficial, o mero proselitismo, é "urgente e relevante"? Mais: o governo recorrer aos meios de comunicação para falar bem de si mesmo é situação equiparável a "guerra, comoção ou calamidade"? Ora, isso é abusar da boa-fé alheia, não é mesmo?
Ao conceder parcialmente a liminar, Gilmar Mendes observou:

"Não vai nisso, decerto, qualquer juízo quanto ao mérito das despesas em si. Podem, em princípio, ser meritórias, importantes e oportunas. Entretanto, não são aspectos que caiba a esta Corte examinar. Não é papel deste Tribunal discutir a conveniência e a oportunidade das despesas de que trata a medida provisória em questão. É dever desta Corte guardar a Constituição, e o texto constitucional é claro ao dispor que as únicas despesas que autorizam a abertura de créditos extraordinários são as "imprevisíveis e urgentes", equiparáveis às "decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública". Quanto à imprevisibilidade, vale ainda ressaltar que não basta que a despesa não tenha sido antes prevista, deve ser imprevisível."

E olhem que o ministro foi compreensivo - certamente quer evitar o chororô de que o STF estaria criando embaraços à realização dos Jogos Olímpicos. Por que digo isso? Porque, afinal, esse evento está no calendário faz tempo, certo? Não há nada de imprevisível nisso. Tampouco a jornada esportiva se equipara a situações de calamidade.

Os demais ministros vão se posicionar. Com um mínimo de bom senso, hão de endossar unanimemente a liminar concedida por Mendes e suspender definitivamente o tal repasse. E o farão por dois motivos:

1) porque cabe, sim, ao Supremo o chamado controle de constitucionalidade de matéria orçamentária;
2) porque os motivos alegados pelo governo não amparam a abertura do crédito: a matéria não é urgente, não é relevante nem imprevisível.

É só o governo Dilma tentando fazer lambança com R$ 100 milhões menos de 15 dias antes de ser apeado do poder.
Herculano
02/05/2016 09:06
AMANHÃ É DIA DE COLUNA INÉDITA PARA SO PARA OS LEITORES E LEITORAS DO PORTAL CRUZEIRO DO VALE
Herculano
02/05/2016 09:01
BONDADES NO FIM DA RUINDADE, por Valdo Cruz para o jornal Folha de S. Paulo

Perto do fim do seu mandato, mesmo que temporário, que dificilmente deixará de ser definitivo, Dilma Rousseff enquadra sua equipe e tira da bolsa um "pacote de bondades" de despedida.

Até poucos dias, o discurso dentro da equipe econômica era o seguinte: não há dinheiro para aumentar o Bolsa Família, corrigir a tabela do Imposto de Renda na Fonte, nem pensar, e falta grana também para o Minha Casa, Minha Vida.

Ouvi esse discurso não uma, nem duas, mas várias vezes. Na semana passada, porém, a encomenda veio no tom de ordem, mesmo depois de publicamente o secretário do Tesouro Nacional afirmar que não tinha mais dinheiro para isto.

Primeiro, é bom dizer, ninguém é contra reajustar os benefícios do Bolsa Família; tampouco corrigir a tabela do IR na fonte e quanto menos incrementar a construção de moradias num país de sem-tetos.

Só que o governo está quebrado. A petista vai deixar o comando do país com uma previsão de rombo das contas no final do ano de quase R$ 100 bilhões. Será o terceiro ano seguido de contas no vermelho.

Tem mais. Será a primeira presidente eleita, desde a redemocratização, a entregar ao sucessor - que não considera como tal, mas um golpista - uma inflação mais alta do que recebeu. De 5,91% foi a quase 10%.

E sairá com outro recorde. A taxa de juros não cai durante tanto tempo desde o Plano Real. A última vez foi em outubro de 2012. De lá para cá saltou de 7,25% para 14,25% ao ano.

Sem falar no desemprego. Ao assumir, recuava, na casa de 6%. Hoje, está em alta, perto de 11%. São 11,1 milhões de desempregados. Para esconder tal realidade no Dia do Trabalho, Dilma fez sua equipe produzir um pacote do qual era contra.

Enfim, na saída, Dilma tenta ficar bem com sua base. Faz agora o que passou todo o ano dizendo que não faria em nome da austeridade fiscal. Mas como não será ela mais a dona do cofre, Michel Temer que se vire
Herculano
02/05/2016 08:56
LULA DEVE DESISTIR DE CARGO PARA EVITAR DEMISSÃO, por Josias de Souza

Lula foi aconselhado por amigos a desistir do cargo de ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República. Sensibilizou-se com a ponderação de que não pode se submeter ao constrangimento de ser exonerado por Michel Temer caso o Senado aprove o afastamento de Dilma Rousseff.

Até 17 de março, Lula era apenas um ex-presidente da República. Nesse dia, assumiu a condição de vexame ao ser anunciado, em cerimônia no Planalto, como ministro de Dilma, a sucessora que ele fabricou, elegeu e reelegeu. Alegou-se que Lula seria coordenador político. Em verdade, fugia da caneta de Sérgio Moro.

Decorridos dois meses e meio, Lula ainda não conseguiu sentar na poltrona. Sua nomeação foi suspensa por uma liminar do ministro Gilmar Mendes, do STF. Há 12 dias, o Supremo adiou, sem prazo determinado, o julgamento da legalidade do ato de Dilma. O procurador-geral Rodrigo Janot defende a anulação.

Estima-se que o Senado aprovará na semana que vem o afastamento de Dilma por até seis meses. Temer assumirá a Presidência com plenos poderes. Já escolheu o amigo Eliseu Padilha para ocupar a poltrona que Lula não conseguiu esquentar. Daí a discussão sobre a necessidade de Lula se antecipar ao impeachment.

De um modo ou de outro, Lula perderá o privilégio de foro. Ficará sem efeito um despacho do ministro Teori Zavascki, que mandara subir de Curitiba para o Supremo os inquéritos contra Lula, até que fossem dissolvidas as dúvidas quando à legalidade de sua nomeação.

Lula ficará novamente submetido aos rigores de Sérgio Moro. E não será o único petista a entrar no raio de ação do juiz da Lava Jato. Sem os respectivos cargos, os ministros Aloizio Mercadante (Educação) e Edinho Silva (Comunicação Social da Presidência) migrarão de Brasília para a 'República de Curitiba.'
Herculano
02/05/2016 08:52
da série: até onde havia resistência, a realidade óbvia e crua dos fatos e legados muda de lado

SOLO ESTÉRIL, por Vinicius Mota, para o jornal Folha de S. Paulo

Durante a agonia de um governo arruinado, o Brasil começou a melhorar. A substituição da equipe do calote, de Zélia Cardoso, pela do diplomata Marcílio Marques, em maio de 1991, iniciou período de 15 anos de prevalência da sobriedade na política econômica.

Sob Marcílio atuavam Pedro Malan, Armínio Fraga, Francisco Gros e Gustavo Loyola, que se tornariam protagonistas a partir da segunda metade daquela década. Collor cravejado deixou-se influenciar pelo espírito da História, levado quer pelo acaso, quer por tirocínio.

Dilma Rousseff não teve fortuna nem virtude nem presciência. Sai de cena tendo semeado coisa nenhuma para o futuro.

A fertilidade do solo é tão baixa que se avizinha troca profunda de quadros, a abranger altos escalões de formulação e decisão, na Fazenda, no Banco Central, no Planejamento, na Petrobras e no BNDES. Nem sequer a passagem de FHC para Lula registrou movimentação de pessoal estratégico nesse volume.

O desafio dos entrantes e de seus sucessores é soberbo e se confunde com a missão de renegociar os termos do pacto civil. As turmas dos anos 1990 em diante beneficiaram-se da ampla margem para elevar a dívida pública e os tributos, o que permitiu expansão contínua, absoluta e como fatia do PIB, dos gastos sociais.

Esse fator se esgotou, ainda que se imponha uma alta urgente de impostos. Dos ganhos de eficiência dos atores, privados e estatais, é que surgirão os recursos para a consecução do núcleo dos ideais de bem-estar inscritos na Constituição, partilhado pela maioria dos partidos.

O populismo dos últimos dez anos estimulou a confusão entre esses princípios constitucionais, de um lado, e a figura de um Estado paternalista a distribuir privilégios, do outro. Caberá à nova geração de autoridades e à nova maioria legislativa a espinhosa tarefa de desfazer o equívoco.
Herculano
02/05/2016 08:24
LAVA JATO: 65 INQUÉRITOS INVESTIGAM 92 POLÍTICOS, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros.

Há no Supremo Tribunal Federal 65 inquéritos que envolvem ao menos 92 parlamentares e autoridades com foro privilegiado, investigados na Operação Lava Jato. Todo esse trabalho vem sendo coordenado pelo ministro-relator Teori Zavascki, sob segredo de Justiça, e mostra que o maior escândalo de corrupção da História, iniciado no governo Lula, em 2004, e desbaratado no governo Dilma, em 2014, está longe de acabar.

EXEMPLOS DE CIMA
São investigados no âmbito do STF políticos como os presidentes da Câmara, deputado Eduardo Cunha, e do Senado, Renan Calheiros.

PÁREO DURO
Eduardo Cunha soma oito inquéritos no STF, até agora, mas há quem aposte: em breve, ele ultrapassará Renan Calheiros, hoje com nove.

PROCESSOS NA CÂMARA
Na Câmara, 298 (58%) dos 513 deputados respondem a algum tipo de processo na Justiça; de ações eleitorais a ações penais.

PROCESSOS NO SENADO
No Senado, segundo o portal Excelências, 45 (55,5%) dos 81 senadores respondem a algum tipo de processo na Justiça

LEWANDOWSKI PEDIU PARA PRESIDIR O JULGAMENTO
Ao receber o presidente do Senado, dia 18, Ricardo Lewandowski obteve de Renan Calheiros o compromisso de o julgamento de Dilma ocorrer com ele na presidência do Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro quer um lugar na História: a Constituição determina que o presidente do STF comandará o julgamento, no prazo de 180 dias. Seu mandato expira em 10 de setembro, 123 dias após a saída de Dilma.

A SUCESSORA
Lewandowski será substituído em 14 de setembro, na presidência do Supremo, pela atual vice-presidente, ministra Cármen Lúcia.

APOSENTADORIA PRECOCE
Amigos de Lewandowski dizem que ele pretende antecipar sua aposentadoria, fazendo-a coincidir com o fim da sua presidência.

RESERVAS
A oposição vê com reservas o interesse de Lewandowski de presidir o julgamento de Dilma, com quem tem estreitas relações de amizade.

LICITAÇÃO É PODER
O mercado publicitário vive a expectativa, no eventual governo Michel Temer, de grandes licitações para escolha de agências de propaganda do governo. Só no Banco do Brasil, a verba anual é de R$ 600 milhões.

POSIÇÃO DE SKAF
O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, deixou claro a Michel Temer, sexta-feira (29), que pretende o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, hoje ocupado pelo rival Armando Monteiro. E que é contra a absorção da pasta pelo Itamaraty, com José Serra à frente.

MUY AMIGOS
Figurões do PMDB, Geddel Vieira Lima e Eliseu Padilha adorariam ver Moreira Franco no Rio, longe de Brasília. Mas, se Michel Temer assumir, ele vai para o 3º andar, do Planalto. É onde fica o chefe.

ESTERTORES
O governo Dilma tenta ganhar tempo, protelando o impeachment no Senado, até que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) julgue o processo que pede a cassação da chapa presidencial PT-PMDB.

MEDO DE MORO
O ex-presidente Lula não fala sobre isso publicamente, mas acha que a sua saída seriam eleições ainda este ano. Única maneira de ganhar foro privilegiado para se manter fora do alcance do juiz Sérgio Moro.

O SONHO DE JUCÁ
O senador Romero Jucá (RR), presidente do PMDB, quer fazer a diferença como ministro do Planejamento. Ele sonha em virar um dos capitães da recuperação da economia e da retomada do crescimento.

ORIGEM DE BRASÍLIA
O deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) defende a redução de ministérios para 20. "Quem pensou em Brasília construiu a Esplanada com 19 prédios", afirma. Hoje, são 32 ministérios no governo Dilma.

PRESIDENTE LEGÍTIMO
"O governo Temer começa legitimado pela Constituição Federal, mas vai ter que se legitimar diante da sociedade com atitudes para tirar o Brasil da lama", afirma o deputado Danilo Fortes (PSB-CE).

PERGUNTA NO PALÁCIO
Se for afastada do cargo, Dilma pretende seguir o exemplo de Lula e levar 11 containers com ela?
Herculano
02/05/2016 08:16
AMANHÃ É DIA DE COLUNA INÉDITA

Só para o que acessam o portal Cruzeiro do Vale, o mais antigo, o mais atualizado, o mais acreditado e o mais acessado de Gaspar e Ilhota
Herculano
02/05/2016 08:13
A DOIDA, SE NÃO FOR UM EXERCÍCIO DELIBERADO DE TERRORISMO

A quase ex-presidente Dilma Vana Rousseff, PT, foi ontem, Dia dos Trabalhadores, ao palanque da Cut em São Paulo. Falou para minguados sindicalistas que concordam com os mais de 11 milhões de desempregos. Vergonhoso não para ela, mas para a Cut e este sindicalistas. Na verdade, Dilma falou para a imprensa.

Lá ela anunciou um pacote de bondades no Bolsa Família, e no Imposto de Renda, este que só valerá no ano que vem quando ela estará bem longe do poder. Ou seja, anunciou algo para os outros que ela própria se negou a fazer este ano para os brasileiros assalariados. Vergonha para a presidente Dilma, o desgoverno e o PT.

Mais. Dilma, a doida, afirmou que a crise econômica - que já disse ser do mundo e não apenas daqui -no Brasil é culpa da oposição. E logo esta oposição fraca e inepta que permitiu parte deste estado de coisas por falta do exercício deste papel essencial na democracia: a oposição. Vergonha para nós ter uma biruta na presidência.

Como se vê, o PT e as esquerdas no Brasil que continuam no século 19 - quando não haviam meios de comunicações tão modernos, dinâmicos e instantâneos, internet e redes sociais - têm preferência contínua por analfabetos, ignorantes, desinformados, dependentes do estado e fanáticos. Vergonha para nós que permitimos que a maioria do povo seja analfabeto, ignorante, desinformado e assim manipulado por gente instruída e sequiosa unicamente de poder.

É por isso que o PT e as esquerdas brasileiras do século 19 detestam, perseguem e colam rótulos nos esclarecidos de qualquer ideologia ou sem ideologia alguma, pois o que mais precisam agora os que combate a corrupção, a ladroagem institucionalizada, a mentira é emprego, saúde pública, educação de qualidade, segurança, menos inflação, oportunidades de verdade e não as oferecidas pelos parasitas para a dependência permanente... Então está nas mãos dos brasileiros conscientes a oportunidade de se criar um novo campo dialético sem erro e os exageros da sacanagem ideológica.

O Brasil precisa de um presidente minimamente equilibrado e que seja um estadista, e tenha deixado a atividade de sabotador da nação e terrorista no passado.O Brasil mais que um presidente precisa de brasileiros conscientes, capazes ao debate e ao respeito das diferenças. O Brasil precisa de menos analfabetos, ignorantes, desinformados e fanáticos para serem manipulados por espertos políticos e marqueteiros. Wake up, Brazil!
Herculano
01/05/2016 15:20
O PRIMEIRO DE MAIO EM GASPAR

O tradicional torneio de futebol do Clube Atlético Tupi, no Barbosa Fontes, continuou prestigiado. Mas, a presença de políticos, mesmo sendo este um ano de eleições municipais, diminuiu de importância.
Herculano
01/05/2016 11:58
AS RESPONSABILIDADES POLÍTICAS, por Fernando Henrique Cardoso, sociólogo, ex-senador por São Paulo, ex-ministro da Fazenda de Itamar Franco, PMDB, quando implantou o Plano Real, ex-presidente da República, pelo PSDB, em artigo publicado no jornal O Estado de S. Paulo.

Parte 1

O pano de fundo da situação política atual é a tremenda crise econômico-financeira na qual os governos do PT jogaram o país. Em resumo retórico e exagerado: o Tesouro quebrou. Há um endividamento acelerado pelo alto custo da dívida pública federal (mais de 14% de juros por ano, sobre uma dívida de mais ou menos três trilhões de reais) e pela expansão dos gastos correntes em todos os níveis.

Esse fato levou os estados a pleitear a renegociação de suas dívidas com a União em termos perigosos para o conjunto das finanças públicas do país. Além disso, só a Petrobras deve mais de quinhentos bilhões de reais e precisará ser capitalizada. Fora as dívidas não reconhecidas, os "esqueletos", da Caixa Econômica, do setor elétrico etc. Frutos da péssima gestão e de irresponsabilidade fiscal.

É com este pano de fundo que o Congresso está votando o impeachment da presidente. É constitucional derrubar uma presidente porque é má administradora e perdeu a popularidade? Não. Mas não é disso que se trata. Trata-se de que houve, sim ,"crime" de responsabilidade, seguido de um brutal enfraquecimento político do governo.

No que consiste o crime de responsabilidade? Em a presidente ter utilizado os bancos públicos para mascarar a verdadeira situação fiscal da República e ter autorizado gastos sem aprovação pelo Congresso. Pôs em risco a credibilidade do governo perante o "mercado" e pior, perante o povo, que está pagando as bravatas financeiras com o desemprego, a inflação e a falta de crédito.

O ministro do Supremo que presidiu o julgamento no Senado do ex-presidente Collor, o jurista Sydney Sanches, deu uma explicação cristalina sobre em que consistiu o "crime" de responsabilidade naquele caso. A alegação fundamental era a de que o presidente recebera um automóvel de presente. O Senado considerou que houve "quebra de decoro".

O ministro Sanches concordou com a interpretação e disse mais: desrespeitar a Lei de Responsabilidade Fiscal e fazer gastos sem autorização do Congresso são formas de quebra de decoro. Entretanto, Collor foi absolvido pelo Supremo, na acusação de crime comum (corrupção), com o voto do próprio Sanches. Por quê?

Porque não ficou provado que da quebra de decoro tivesse decorrido qualquer benefício para quem o presenteara com o carro. Logo, o "crime" de responsabilidade não é um crime capitulado no Código Penal, mas na Constituição, com duplo aspecto: jurídico-administrativo e político.
Herculano
01/05/2016 11:57
Parte 2

Do impeachment nada mais decorre senão a substituição de quem está no poder e a perda dos direitos políticos por oito anos. Não se trata de condenar alguém criminalmente, mas de afastar um dirigente político que desrespeitou a Constituição e perdeu sustentação política.

Alguns alegam que o impeachment atual é irregular, porque as "pedaladas" fiscais deram-se sobretudo no primeiro mandato de Dilma e teriam sido praticadas por outros presidentes. No caso destes, houve apenas breves atrasos no repasse de pequena monta de recursos do Tesouro aos bancos. No caso do atual governo, os atrasos se acumularam ao longo de mais de um ano, alcançando quase R$ 60 bilhões.

Quanto à questão dos atos em causa se referirem ao mandato anterior, tanto a Constituição como a lei de 1950 que regula o impeachment não poderiam fazer a distinção entre o primeiro e o segundo mandatos, porque inexistia a possibilidade de reeleição.

De um possível e mesmo provável afastamento da presidente, decorre, pela Constituição, sua substituição pelo vice-presidente. Trata-se de uma determinação constitucional e não de uma escolha. Quanto à nulidade da eleição de 2014, sob o fundamento de que houve abuso do poder econômico ou mesmo corrupção, é matéria afeta ao Tribunal Superior Eleitoral.

Dificilmente isso acontecerá este ano; se ocorrer no próximo, o Congresso escolherá o novo presidente, com menor participação do eleitorado do que a simples assunção do vice, que teve o mesmo número de votos que a presidente.

Fazer uma emenda constitucional para reduzir o mandato atual é procedimento que implica reduzir mandatos, tema altamente discutível do ponto de vista constitucional, por mais que possa ser melhor chamar eleições diretas e colocar no poder quem não esteve direta ou indiretamente envolvido com os "malfeitos" do governo atual. Demandará, de toda maneira, meses de discussão.

Havendo impeachment, espera-se que o vice-presidente assuma a responsabilidade histórica que lhe cabe: juntar o país ao redor de um programa de "emergência nacional" que dê possibilidades reais para a economia voltar a crescer. O novo Ministério precisa ter crédito junto à opinião pública e não somente junto ao Congresso.

Cabe ao presidente escolher sua equipe, assim como cabe aos partidos, especialmente ao PSDB, que não participou da antiga base governamental, apresentar a agenda indispensável para o momento e, se for o caso, referendar a escolha de ministros que pertençam a seus quadros.

É natural que cada partido avalie as consequências de suas decisões sobre a sucessão de 2018. Mas o essencial é que os partidos que vierem a apoiar o governo se preocupem com a viabilidade e a urgência das soluções que o país exige para sair da crise.

Para ingressar num governo que não é seu, o PSDB deve fazê-lo com base em compromissos claros, a serem assumidos pelo novo presidente: não interferir na Lava-Jato, dar passos inequívocos na reforma político-administrativa, recriar as condições do crescimento da renda e do emprego, e não apenas manter, mas melhorar, as políticas sociais.

Se os compromissos forem descumpridos, o PSDB deve deixar o governo da mesma maneira como eventualmente ingressar, explicando as razões de sua decisão. O governo pós-impeachment não é do PSDB e não deverá ser monopólio de qualquer partido, mas uma emergência nacional.

Caso contrário, haverá riscos de naufrágio. É hora de cada partido e cada líder assumirem suas responsabilidades perante a nação.
Herculano
01/05/2016 10:21
da série: isto é São Paulo ou Gaspar? O partido e a teimosia ao menos são as mesmas

O PITTA DO PT: HADDAD SE PROMOVE A CAMPEÃO DAS OBRAS INACABADAS, por Augusto Nunes, de Veja

"O Kassab prometeu três hospitais, nem começou nenhum, então, o fato de eu ter começado três e entregado um é relevante. O fato de entregar o segundo até o final do ano é relevante. O fato de eu ter atrasado Brasilândia e só ter atrasado a obra por um pedido do governo do estado é relevante. Então, o cara tem que estudar os dados". (Fernando Haddad, explicando que começa obras que não terminam com mais competência que Gilberto Kassab e que se transformou no pior prefeito da história de São Paulo por causa dos outros
Herculano
01/05/2016 10:16

DILMA E LULA COMANDAM PATUSCADA GOLPISTA NESTE DOMINGO. A PRESIDENTE QUE VAI CAIR PORQUE ATENTOU CONTRA A LEI FISCAL RESOLVE, NUM DE SEUS ATOS DERRADEIROS, ATENTAR CONTRA A ... LEI FISCAL, por Reinaldo Azevedo, de Veja.

Dilma Rousseff e Lula discursam neste domingo no Vale do Anhangabaú, num ato liderado pela CUT. A pauta, como se sabe, é uma só: os golpistas do PT vão protestar contra a democracia e o estado de direito, que eles chamam de "golpe". Os organizadores esperam reunir 100 mil pessoas. Que fossem 500 mil ou um milhão. E não se mudaria a natureza indigna do evento.

"Indigna por quê? Então petistas não podem se reunir?"
Ora, é claro que sim! Ocorre que essa é uma manifestação claramente contrária à aplicação da Constituição e das leis. Não se trata só de um ato de solidariedade a uma moribunda. Nada disso! O que se vai anunciar no Anhangabaú, mas uma vez, é a disposição de um partido, de uma central sindical e de lideranças políticas de sabotar um governo que será constitucionalmente erigido, segundo as regras da democracia vigente no país.

E isso ainda não retrata a indignidade por inteiro. Dilma deve anunciar a correção no Bolsa Família, com variação de 6% a 9,5%, e um reajuste de cerca de 5% na tabela de Imposto de Renda.

Atenção! As duas decisões foram tomadas ao arrepio da área econômica, sem nenhum planejamento ou estudo consistente sobre o impacto das medidas nas contas públicas. Para ser preciso, apelou-se a Dilma que não fizesse isso agora. Mas ela não está nem aí.

Digam-me: não foi isso o que a ainda presidente fez continuamente ao longo de pouco mais de cinco anos de governo? Ela toma decisão e pronto! Que se danem as vozes contrárias. E, desta feita, além da irresponsabilidade costumeira, há a decisão explícita de criar dificuldades para o sucessor. Ao tomar essa decisão, Dilma pretende opor o seu suposto "governo social" ao suposto "governo neoliberal" de Temer. É um lixo moral!

Essa é a presidente que pedalou. Essa é a presidente que quebrou o setor elétrico. Essa é a presidente que quebrou a Petrobras. Naquele que será um de seus atos derradeiros, vai atuar com a insensatez de sempre. E, certamente, vai reiterar em crimes de responsabilidade outros, que não estão na denúncia que chegou ao Senado. Ou alguém duvida que o ato de logo mais da CUT, com Lula e Dilma no palanque, será uma afronta ao Legislativo e ao Judiciário? Mais: dada a forma como a presidente tomou sua decisão, estamos também diante de um ataque à probidade administrativa.

Dilma está se tornando uma caricatura de si mesma. A presidente que vai cair porque atentou contra a Lei Fiscal decide, num dos seus "atos de resistência", atentar contra? a Lei Fiscal!
Herculano
01/05/2016 10:08
MARIZ, A REALIDADE DESCARTADA, por Elio Gaspari, para os jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Parte 1

Coisa digna de Lewis Carroll e do País das Maravilhas de sua querida Alice. Haveria uma hora em que a realidade deixaria de existir, restando apenas a fantasia. Quem mostrasse o mundo real seria visto como excêntrico, afoito, talvez até errático. Foi isso que aconteceu com o advogado Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, o quase-ministro da Justiça de Michel Temer.

No mundo da fantasia brilha a figura de Eduardo Cunha, ele preside a Câmara e é réu no Supremo Tribunal Federal. O vice-presidente, companheiro de chapa de Dilma Rousseff, coordena sua deposição e ela acusa-o de golpismo. O PMDB deixou o governo, para voltar. Gilberto Kassab, do PSD, um dos últimos a sair, poderá ser um dos primeiros a reassumir.

Mariz é um veterano e bem-sucedido advogado. Entre os seus clientes esteve o Michel Temer que convidou-o para o ministério da Justiça. Os dois se conhecem há décadas e o vice-presidente lê jornais. Sabia há meses que Mariz é um adversário público dos métodos da Operação Lava Jato, sobretudo do sacrossanto e decisivo instrumento das colaborações de acusados.

Em janeiro, ele assinou com outros 104 advogados um manifesto denunciando o que julgam ser uma "tentativa de justiçamento como não se via nem mesmo na época da ditadura". Mariz foi adiante: "Os tribunais têm dado muita guarida, apoio às decisões dele (Sergio Moro) porque, de uma certa forma, estão influenciados por um movimento social punitivo".

Pode-se discordar dele, mas Mariz pôs a cara na vitrine. Quando seu nome caiu na planilha do ministério, foi criticado por defender um diretor de empreiteira e prontamente defendido pelo ex-deputado José Yunes, amigo de Temer há 40 anos, praticamente confirmado na posição de assessor especial do novo governo.

Na semana passada Mariz deu três entrevistas e, dizendo o que sempre disse, levou a realidade para fora da fábrica de ilusões do Jaburu. Começaram a circular notícias de que Temer "não gostou" das entrevistas, classificadas como ruins, erráticas e inoportunas. O nome de Mariz foi "descartado" porque alimentaria versões segundo as quais o vice-presidente gostaria de esvaziar a Operação Lava Jato.

Tudo ficção. Temer conhece Mariz há décadas. Se os dois nunca conversaram sobre a Lava Jato, são os únicos brasileiros que discutem política sem mencioná-la.

Mariz fez uma coisa que aos poucos desapareceu da política brasileira: disse o que pensa. Dilma prometeu crescimento e entregou recessão. O PSDB era contra o impeachment e ficou a favor. Lula não tem sítio em Atibaia e o PMDB abandonou o governo por convicção. Um sujeito que diz o que pensa deve ser rapidamente descartado, pois se transforma em ameaça à ordem da fantasia.

Lewis Carroll matou a charada. Quando a Rainha mandou que cortassem a cabeça de Alice, a menina desafiou-a e restabeleceu a realidade: "Vocês não passam de um baralho de cartas". Eram.

NÃO FOI S?" ELA

Enquanto Dilma Rousseff vive seus últimos dias no Planalto, começou a operação de despejo de entulho na sua biografia.

Lula contou que Dilma levou a vaca para o brejo no inicio da campanha de 2014, quando não abriu caminho para que ele saísse candidato.

Essa história é falsa. A troca foi defendida por Marta Suplicy e Lula não moveu um dedo em defesa da proposta.

Vão para o baú das dúvidas duas perguntas: Se Lula fosse ao Planalto e dissesse que queria o lugar, Dilma seria capaz de contrariá-lo? Por que Lula não foi?

RECORDAR É VIVER

Houve um dia em que o PT e o PSDB puderam andar juntos. Em dezembro de 1993, quando o Brasil vivia um clima de desordem política e econômica, o empresário Oded Grajew e o professor Luis Carlos Bresser Pereira tentaram juntar as duas tribos. Fizeram reuniões e lançaram um manifesto assinado por mais de 500 pessoas.

Conseguiram as adesões de Antonio Palocci, José Eduardo Cardozo, Lourdes Sola, Elza Berquó, Paulo Sérgio Pinheiro e Roberto Schwarz.

Faltaram duas, a de Fernando Henrique Cardoso e a de Lula.

Em 1994, FHC dobrou à direita. Dez anos depois, Lula fez parecido.
Herculano
01/05/2016 10:07
O PT E SUA CRUZ, por Elio Gaspari, para os jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Parte 2

Sem Dilma, o PT livra-se de uma cruz e fica à vontade para fazer oposição.

Nessa nova condição, reciclará aquilo que hoje é sua memória do poder transformando-a num arquivo de denúncias. Os petistas, que tanto reclamaram de vazamentos seletivos, irão para o outro lado do balcão.

NO TORTO

Se Temer assumir temporariamente a Presidência da República, é provável que Dilma Rousseff desocupe o Palácio da Alvorada, mudando-se para a Granja do Torto.

Não é por nada, mas essa propriedade não traz sorte. Era a morada predileta de Lula, do general Figueiredo e de João Goulart.

ODEBRECHT

Um curioso que ouviu conversas dentro da Odebrecht garante que a estratégia da empresa está sendo discutida por cerca de 50 advogados. Nessa conta entram profissionais da corporação e representantes de diretores e ex-diretores.

À primeira vista o fenômeno tem explicação, mas os doutores deveriam se perguntar o que acontece com um paciente que tem 50 médicos. Tancredo Neves teve uns 20 e deu no que deu.

ANGOLA

Discretamente, o governo Obama apertou os parafusos de sua relação com Angola, e o presidente José Eduardo dos Santos já disse que vai deixar o governo onde está desde 1979.

A banca americana está recusando clientes que recebem depósitos de Luanda.

MAIS UMA CPI

O mercado de comunicações brasileiro já tem lombadas suficientes. Não precisa de uma CPI.

A última comissão da espécie, criada pelo notável Eduardo Cunha, foi a do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais.

Mal começou a trabalhar e parece replicar o estilo da CPI do Banestado, criada em 2003. Dizer que deu em nada seria um engano. Dar, deu. No quê, não se sabe direito.

Isso fazendo-se de conta que não existiu a CPI do Carlinhos Cachoeira.

DE ONDE SAIRÁ O NOVO CHALAÇA?

Todo governante tem um amigo de fé que se transforma em sombra do monarca. Essas pessoas acreditam que têm identidade própria. Na realidade, são uma função do poder palaciano. Mudam de rosto e de nome, mas fazem sempre a mesma coisa.

D. Pedro 1º teve no seu amigo "Chalaça" o patrono da espécie. Pedro 2º teve o mordomo Paulo Barbosa da Silva, mas livrou-se dele. O marechal Deodoro inaugurou a República e o mundo dos escândalos com empreiteiros quando quis empurrar um contrato que beneficiava seu amigo Trajano Medeiros. Getúlio Vargas teve a asa negra de seu irmão Benjamin.

Collor celebrizou-se com o empresário Paulo César Farias e seu jatinho Morcego Negro. Lula teve em José Dirceu "capitão" de seu time.

Começa agora a busca pelo Chalaça de Temer.
Herculano
01/05/2016 09:51
OBCECADA PELO "GOLPE", DILMA NÃO GERE O ESTADO, por Josias de Souza

Parte 1

Desde que iniciou o seu segundo mandato, Dilma Rousseff persegue dois objetivos estratégicos: não cair e manter acesa a ilusão de que preside. Fracassou. Sua queda está programada para daqui a dez dias. E a simbologia do poder escorre na direção do gabinete do vice-presidente Michel Temer. Acéfalo, o governo do PT virou uma espécie de latifúndio improdutivo que o PMDB ocupa.

A caminho do cadafalso montado no plenário do Senado, Dilma anda tão ocupada em compor o enredo do "golpe" que já não lhe sobra tempo para presidir o Estado. Sua agenda está 100% dedicada ao esforço para grudar nos partidários do impeachment a pecha de "golpistas". Ironicamente, a maioria dos usurpadores é composta de silvérios que Dilma chamava de "aliados" até ontem.

De acordo com os registros disponíveis no site da Presidência, Dilma concedeu nas últimas três semanas 28 audiências individuais. Em 25 delas, ou 89,3% do total, Dilma conversou com ministros e políticos sobre sua estratégia anti-impeachment. Nas outras três (10,7%), recebeu personagens que foram prestar-he solidariedade: o Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel, o presidente da Contag Alberto Ercílio Broch, e o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ).

Dentro ou fora do Planalto, as solenidades ornamentadas com a presença de Dilma tornaram-se meros pretextos para que uma presidente em fase de derretimento repise a tecla do "golpe". Há dois dias, num evento sobre o programa Mais Médicos, ela chamou de "ridícula" a acusação de que cometeu crime de responsabilidade.

Convertido em advogado de Dilma em tempo integral, o ministro José Eduardo Cardozo (Advogacia-Geral da União) ecoou o discurso de sua chefe na comissão de impeachment do Senado. Irônico, o senador Cristovam Buarque (PPS-DF) disse que Cardozo não deveria falar em "golpe". Sob pena de passar por ridículo, já que os golpistas estavam ali, de cara limpa, para testemunhar o exercício do direito de defesa da presidente, num processo regulado pelo STF. Tudo transmitido ao vivo pela tevê.
Herculano
01/05/2016 09:50
OBCECADA PELO "GOLPE", DILMA NÃO GERE O ESTADO, por Josias de Souza

Parte 2

Dois dias antes, Dilma discursara numa conferência sobre direitos humanos. Dissera que o impeachment, aprovado na Câmara em 17 de abril, está maculado por um "pecado original" chamado Eduardo Cunha. "O senhor presidente da Câmara queria fazer um jogo escuso com o governo. Votem para impedir que eu seja julgado no Conselho de Ética, tirem os votos que o governo tem no Conselho de Ética. Eram três votos. E aí eu não entro com o processo de impeachment."

Se o governo aceitasse a negociação, disse Dilma, entraria "em processo de apodrecimento. Por isso, nós recusamos essa negociação." A oradora esqueceu de mencionar que havia recebido o "pecado original" no Planalto. Negociara com ele um plano de proteção mútua do tipo uma mão suja a outra. Mas o PT, na última hora, recusara-se a entregar seus três no Conselho de Ética. Sem a mercadoria, Cunha colocou para andar o processo de impeachment que transformou Dilma numa presidente cujo poder é invisível a olho nu.

Na última sexta-feira, ao explicar as razões que levaram o governo a antecipar o repasse do orçamento da Polícia Federal para o resto do ano, o ministro Eugênio Aragão (Justiça) cometeu um ato falho que resumiu o estágio em que se encontram os funerais da gestão Dilma:

"?É possível que nós tenhamos uma presidenta suspensa de suas funções [pelo Senado, em 11 de maio]. E nós estamos querendo garantir que, durante esse período excepcional de até 180 dias, a Polícia Federal funcione independentemente da crise política." Simultaneamente, Michel Temer discutia em São Paulo, numa reunião com o futuro ministro Henrique Meirelles (Fazenda), as primeiras medidas econômicas do governo "golpista".

Neste domingo, em pleno Dia do Trabalhador, Dilma distribuirá "bondades'' com uma generosidade que combina com sua inusitada condição de ex-presidente ainda no exercício da Presidência.
Herculano
01/05/2016 09:38
da série: a incompetência administrativa do governo de Santa Catarina - ainda não saiu da prefeitura de Lages -, que a imprensa (e colunistas) catarinense esconde por paga de migalhas - ou ignorância e ai é algo tão grave quanto -, é esclarecida, mais uma vez, pelo editorial do jornal Folha de S. Paulo deste domingo. O governo de Santa Catarina se realmente joga limpo, é descente e acredita no que pede a União e nos tribunais, devia editar uma lei onde os catarinenses também só pagarão juros simples daquilo que devem ou atrasam às burras de Santa Catarina. Vergonha, inclusive para a mídia cordeira.

ARMADILHA ESTADUAL

Alguns dos Estados mais ricos do país procuram resolver seus problemas financeiros por meio de um subterfúgio de baixo nível técnico e político.

Na prática, requereram ao Supremo Tribunal Federal o recálculo de suas dívidas com a União, sob o pretexto de que pagaram juros indevidos. Alegam que seus débitos devem ser corrigidos por taxas simples de juros. No limite do absurdo, deixariam de dever cerca de R$ 400 bilhões ao caixa federal.

Decisões provisórias de ministros concederam aos Estados o direito de pagar somente o que consideram devido, segundo a tese exótica dos juros simples.

Na quarta-feira (27), o STF absteve-se, mas legitimou o pleito estadual e politizou um assunto técnico. Adiou seu voto final sobre a questão, sugerindo que União e Estados cheguem a um acordo.

Quanto ao que está em causa, no entanto, não há o que ser negociado. Trata-se de princípios excludentes: as dívidas são reajustadas por taxas de juros simples ou compostas. O que o Supremo fez, na verdade, foi pelo menos dar força política a um pleito genérico de redução da dívida estadual.

Como parece haver o risco de a demanda estapafúrdia ser aceita na Justiça, o governo federal é compelido a discutir a barganha. Evita-se a extravagância legal em troca de concessões maiores na renegociação dos débitos.

Ocorre que a demanda judicial agride a elementar técnica financeira e econômica; é um ardil para romper contratos da renegociação de dívida que salvou Estados da insolvência há 20 anos. Ademais, pretende-se transferir problemas dos governadores para a União - em suma, para todo cidadão, de qualquer Estado, rico ou pobre.

As unidades federativas decerto não foram responsáveis pela recessão e a decorrente queda de receitas. Mas foram partícipes da gastança quando pleitearam e conseguiram autorização federal para tomar empréstimos. Como se não bastasse, nos anos de bonança, elevaram gastos permanentes.

Seja como for, a emergência está criada; há Estados falidos. Um acordo com vistas a evitar o colapso de serviços públicos básicos é necessário. O governo federal havia proposto um plano de alongar os prazos de pagamento e de descontos para a dívida, exigindo como contrapartida responsabilidade nas contas estaduais.

Esses são os termos razoáveis da negociação: atenuar as agruras do presente em troca de um plano de arrumação das contas públicas. A disparatada polêmica das taxas de juros, por ora aceita pelo STF, nada tem a ver com isso. Trata-se de um ardil. No pior dos casos, de um instrumento de chantagem.
Herculano
01/05/2016 09:23
O MELHOR RETRATO DO GOVERNO E DA INCOERÊNCIA DO PETISMO

Hoje é Dia dos Trabalhadores

O país é governado pelo Partido dos Trabalhadores

A presidente do país do PT se esconde e não consegue ir a TV e ao rádio falar com os Trabalhadores, precisa se esconder num evento privado de amigos para discursar à nação.

O governo popular, de discurso social pelos fracos e o Partido dos Trabalhadores no Dia Primeiro Maio de 2016, mostram a marca da competência social, administrativa e econômica: desemprego de quase 12 milhões de trabalhadores, isto sem falar na inflação alta, perspectivas de recuperação nulas...Wake up, Brazil
Herculano
01/05/2016 09:16
14 ANOS DE PETISMO, por Samuel Pessoa, economista, para o jornal Folha de S. Paulo

Tudo indica que o petismo sairá do comando do Executivo nacional. É momento oportuno para balanço e avaliação deste período, que certamente renderá muitos estudos e o olhar histórico.

Tema caro aos petistas sempre foi a comparação com o governo anterior, os oito anos de FHC, quando o crescimento médio da economia foi de 2,4% ao ano. Nos 14 anos de petismo, já considerando a previsão do Ibre-FGV de recuo de 3,8% em 2016, teremos crescimento médio de 2,3%. Marginalmente pior.

A grande dificuldade com comparações dessa natureza é que o desempenho de uma economia depende da qualidade da política econômica, mas também da situação internacional, ou seja, das circunstâncias.

Para controlarmos pelas circunstâncias diversas, o recurso padrão é escolher um conjunto de outros países como grupo de controle. A ideia é que os países que participam desse grupo estão sujeitos aos mesmos movimentos da economia internacional e apresentam similaridade com a economia brasileira em diversas dimensões -renda per capita, nível médio de escolaridade, especialização produtiva, dependência de commodities etc.

Dessa forma, o desempenho do grupo de controle representa um bom indicador das possibilidades de nossa economia. Se formos melhor do que o grupo, é sinal de que a política econômica foi de boa qualidade, e o inverso se formos pior.

Considero, como grupo de controle para o Brasil, a América Latina e o Caribe, excluindo a economia brasileira.

Trabalhando com a mais recente divulgação do World Economic Outlook do FMI, de abril, segue que, no período FHC, o crescimento brasileiro de 2,4% ao ano foi 0,38 ponto percentual maior do que o do grupo de controle. Para a fase petista, o crescimento médio de 2,3% ao ano foi 1,26 ponto inferior ao do grupo de controle. Ou seja, diante das nossas possibilidades, dadas pelo desempenho do grupo de controle, o desempenho da economia brasileira sob o petismo foi muito ruim.

Sabe-se que houve significativa piora do desempenho da economia no período da Presidência de Dilma Rousseff. Será que o petismo se sai melhor se circunscrevermos a análise ao governo do presidente Lula?

De 2002 até 2010, a economia brasileira cresceu 4%, 0,12 ponto percentual aquém do crescimento do grupo de controle. Ou seja, considerando o diferencial de crescimento do Brasil com nosso grupo de controle, o governo FHC foi superior ao governo Lula em 0,5 ponto percentual por ano (resulta da soma de 0,12 ponto com 0,38 ponto).

Se olharmos desde os anos 1980, o governo FHC foi o melhor período: de 1985 até 1994, crescemos 0,18 ponto percentual aquém do grupo de controle; no período FHC, 0,38 ponto percentual além; com Lula, 0,12 ponto aquém; com Dilma, 2,72 pontos percentuais aquém.

Evidentemente essa análise é muito incompleta. Avalia o desempenho dos governos tendo como único critério o crescimento econômico. Sabe-se que outros indicadores, como a desigualdade, tiveram excelente desempenho no governo petista.

A coluna de João Manuel Pinho de Mello e de Sergio Firpo, publicada nesta Folha em 30 de março ("Os anos 90 são chave para entender a queda da desigualdade"), mostra que a queda da desigualdade nos anos FHC, tomando como grupo de controle os países da América Latina, foi maior do que no governo Lula. Caiu mais do que no grupo de controle. Com Lula, foi o oposto.

Parece que o período petista não passará bem para a história.
Herculano
01/05/2016 08:59
'JETONS' CHEGAM A TRIPLICAR SALÁRIOS DE MINISTROS, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros.

Os cargos de ministro de Dilma eram disputados a tapa pelos aliados do governo não só pelo foro privilegiado, mas também pelos valiosos "jetons" (bônus) pela participação deles em reuniões mensais dos conselhos de administração de estatais. O ex-ministro da Justiça e atual advogado-geral de Dilma, José Eduardo Cardozo, cujo salário é de R$31 mil, recebe mais R$ 42,7 mil como conselheiro do BNDES.

SALÁRIO MÁXIMO
O salário mínimo subiu 21,5% desde 2014. Mas a boquinha de Cardozo no BNDES mais do que dobrou no mesmo período.

MEGASENA
O ministro Valdir Simão (Planejamento), ex-CGU, chegou a receber em outubro de 2015 R$ 100 mil líquidos, entre jetons e verba indenizatória.

O CÉU É O LIMITE
Jetons são pagos como "vantagem eventual" e não estão sujeitos à restrição do teto constitucional do funcionalismo público.

TEM PRA TODO MUNDO
Um terço dos ministros de Dilma tem o salário de R$ 31 mil aumentado com jetons de estatais como Petrobras, Correios, Banco do Brasil etc.

PT E DILMA QUEREM 'SAÍDA HONROSA' DO PLANALTO
Com o iminente afastamento de Dilma, a equipe da presidente tentará negociar uma saída honra, para minimizar os danos à sua imagem, ao partido e até a Lula. Ela instruiu os ministros Ricardo Berzoini e Jaques Wagner para tentarem garantir-lhe residência oficial, esquema de segurança, uso de jatinhos da FAB e estrutura de assessoramento, por meio da quarentena remunerada, como esta coluna já revelou.

EM TERMOS
Consultado pelo senador Renan Calheiros, Aécio Neves (PSDB-MG) não se opôs à "saída honrosa" para Dilma, mas sem gerar despesas.

AGARRADA ÀS TETAS
Durante seu afastamento, Dilma pretende montar o "governo paralelo" às custas da União, para ajudá-la na articulação e em sua defesa.

PERIFERIA
Afastada do cargo, Dilma pretende recorrer a instâncias internacionais, mas até agora só obteve apoio explícito de Cuba, Bolívia e Venezuela.

ESTICA E PUXA
Michel Temer planejava cortar quase metade dos ministérios de Dilma. A ideia inicial era ter apenas 17 ministérios. O número subiu para 22, depois 24 e agora se fala em 25. Já já voltam os 40 de Lula.

REL?"GIO QUEBRADO
O clima de derrota no impeachment afetou o líder do governo, o senador Humberto Costa (PT-PE). A audiência para a defesa de Dilma, sexta-feira, começou às 9h, mas ele só apareceu às 11h15.

DESDE CRIANCINHA
Entre os cotados para o Itamaraty esteve o atual ministro Mauro Vieira, cujos amigos passaram a semana lembrando a Michel Temer os vínculos dele ao "PMDB histórico" e ao falecido Ulysses Guimarães.

FACA E O QUEIJO
O PSB acha que Michel Temer deve agir diferente do PT, alterando as relações espúrias do toma-lá-dá-cá na política. O partido disse a Temer que espera a composição do seu eventual governo livre de pressões.

MUDOU O FOCO
A lorota de "golpe" perde consistência até entre os petistas. O advogado geral de Dilma, José Eduardo Cardozo, mencionou a expressão apenas duas vezes. Como é próprio no PT, a estratégia é desqualificar os adversários políticos: agora atacam o relator do impeachment.

TUCANOS SE PREPARAM
O senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) acredita que os tucanos estão prontos para assumir suas responsabilidade, após o impeachment. "Estamos disponíveis para contribuir com o Brasil", diz.

DETALHE CRUCIAL
Deputados veem semelhanças da discussão do impeachment no Senado com a Câmara. O deputado Mauro Pereira ressalva, com ironia: "Se fosse na Câmara, o Eduardo Cunha já tinha aprovado".

MENSAGEIRO
Em reunião com Michel Temer, coube ao deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA) levar o recado ao vice-presidente: o partido deseja a presidência da Câmara, em substituição a Eduardo Cunha, em 2017.

RESPONDE AÍ, PELEGADA
O que é mesmo que Lula, Dilma e a pelegada da CUT têm a dizer aos 11,1 milhões de desempregados, neste Dia do Trabalho? Que é "golpe"?
Herculano
01/05/2016 08:47
LADRÕES NOS NOSSOS PESADOS IMPOSTOS E ESTA É A ÚNICA RAZÃO PARA OS POLÍTICOS ANINHADOS NO PODER CONTINUEM NELE, SACRIFICANDO O POVO.

O DINHEIRO ROUBADO, DESVIADO OU VETOR DE CORRUPÇÃO PARA "COMPRAR" E CALAR INCLUSIVE PARTE DA IMPRENSA, ALIMENTAR FALSAS MANIFESTAÇÕES IDEOL?"GICAS, IMPEDIR INVESTIGAÇÕES E PROCRASTINAR DECISÕES NO JUDICIÁRIO, FALTA PARA A SAÚDE PÚBLICA QUE VÊ POBRES E DOENTES SOFRER E ATÉ MORRER, VÊ DENGUE, ZIKA E CHICUNGUNHA SE ALASTRAR, E AS FARMÁCIAS BÁSICAS SEM REMÉDIOS.

O DINHEIRO ROUBADO DOS NOSSOS PESADOS IMPOSTOS É O QUE FALTA PARA PARA MELHORIA DA EDUCAÇÃO CADA VEZ MAIS APARELHADA IDEOLOGICAMENTE, É O QUE FALTA PARA A CONCLUSÃO DA PONTE DO VALE, DA DUPLICAÇÃO DA BR 470, DAS OBRAS DE SANEAMENTO QUE FICAM APENAS EM PAPELINHOS ASSINADOS, DAS ALÇAS DA PONTE DO VALE QUE VAI SALVAR VIDAS DO POVO DA MARGEM ESQUERDA, DO ANEL DE CONTORNO...

A ROUBALHEIRA E A MÁ GESTÃO DO GOVERNO PARA AS COISAS PÚBLICAS FEITAS COM O NOSSO DINHEIRO DOS PESADOS IMPOSTOS QUE PAGAMOS É DEFENDIDA PARA SE PERPETUEM POR POLÍTICOS SEM COMISERAÇÃO COM O POVO QUE ESTÁ DESEMPREGADO, SOB A INFLAÇÃO ALTA E INSEGUROS. PIOR: SEM PERSPECTIVAS PARA A MELHORIA A MÉDIO E CURTO PRAZO.

QUEBRARAM O BRASIL E QUEREM QUE TODOS SE SACRIFIQUEM PARA UMA ELITE PERMANEÇA NA LAMBANÇA. DEMOCRACIA É ACESSO DE TODOS EM IGUALDADE DE CONDIÇÕES A TODOS OS BENS E OPORTUNIDADES E NÃO A LIMITAÇÃO DESTE ACESSO A UMA MINORIA QUE VIVEM DO ROUBO DO DINHEIRO DO POVO.

ESTA MANCHETE DO PORTAL UOL NESTE DOMINGO DÁ BEM A DIMENSÃO DISTORÇÃO E A RAZÃO PELA QUAL POUCOS LUTAM PARA SE MANTER NO PODER USANDO FALSAS PREMISSAS DA DEMOCRACIA.

OBRAS CITADAS NA LAVA JATO FICAM R$ 162 BILHÕES MAIS CARAS E ACUMULAM ATRASOS.

Esta elucidativa e longa reportagem, assinada por Vinicius Konchinski, por si só, justificaria o impeachment de um governo que permitiu este desatino com o nosso dinheiro. Não adianta alegar que pessoalmente não roubou, mas permitiu que os seus, o esquema roubasse e destruísse a economia, a credibilidade de um país. E isto sim, é um crime hediondo, quando se sabe que pessoas estão morrendo em decorrência desta miséria ideológica administrativa para se manter no poder.

O texto do Uol(Folha de S. Paulo) começa assim: A Operação Lava Jato investiga há 25 meses um esquema de corrupção envolvendo políticos, empresas e algumas das maiores obras do país. Mais de 20 grandes projetos já foram citados em denúncias ou delações. A maior parte deles acumula atrasos em sua execução e aumentos sucessivos de custo.

O UOL levantou o andamento e o orçamento de 19 obras ligadas à Lava Jato (confira a lista abaixo). Verificou que o custo delas, juntas, aumentou pelo menos R$ 162 bilhões. Já o maior atraso em execução é de oito anos.

Vale lembrar que essas mudanças não têm necessariamente relação com corrupção ou superfaturamento das obras. Os aumentos e os adiamentos são, em grande parte, justificados por mudanças ou adaptações corriqueiras feitas nos projetos.

A diferença nos preços, contudo, é expressiva. Na média, o custo desses 19 projetos citados na Lava Jato e incluídos no levantamento do UOL aumentou mais de 120%. Ou seja, o preço deles mais que dobrou.

Quando foram anunciados pelo governo ou empresas, esses projetos custavam juntos R$ 134,7 bilhões. O orçamento mais recente das obras aponta que elas consumirão mais de R$ 297 bilhões
Almir ILHOTA
30/04/2016 17:11
AOS DESEMPREGADOS...

Pra vc que esta desempregado no município de ILHOTA, e pelas estatísticas não menos de dez por cento da população, aí vai uma dica muito importante para quem quer arrumar um emprego em nossa cidade, basta falar mal de nosso prefeito, isso mesmo basta soprar aos quatros ventos que o governo DANIEL/JUNIOR, são nada mais do que já constatamos como sendo os piores governantes que já tivemos. que como um sopro de mágica vc arruma uma boquinha na prefeitura, um empreguinho com um ótimo salário, como já fizeram o nei, a jaci soares, o atanagildo, o bernardo e tantos outros mais. Enfim para o problema do desemprego em nosso pais basta aplicar a lei DANIEL BOSI, falou mal do governo estas empregado........
Herculano
30/04/2016 14:37
DIAS SURREAIS, por Igor Gielow, para o jornal Folha de S. Paulo

O presidente-em-espera Michel Temer executou um trabalho eficiente e tradicional para selecionar seu ministério: soltou balões para vê-los abatidos ou não.

Negou o modo petista de arcar com o desgaste após o fato. Para medir humores, calibrou sondagens com vazamentos visando o trabalho de triagem que a Casa Civil nunca fez direito para o Planalto sob o PT.

O "mix" econômico representado por Meirelles, o duo Jucá-Moreira e Serra é, no papel, adequado para lidar com a frente central da crise.

Contra o arranjo, há fatos conhecidos. O senador Jucá na mira da Lava Jato é o mais grave, mas não menos obstrutivo do que acomodar as pretensões de Meirelles e de Serra.

A ideia do Itamaraty mercador (não confundir com mascate) não é nova, mas com Serra no timão ganha ares de missão, apesar dos muxoxos da hierarquia que antecipa um FHC-1992, apenas esquentando cadeira.

Já Meirelles terá, se ministro, o que o PT lhe negou: controle sobre Fazenda e BC. Há muita concorrência, a começar pela rechaçada por Temer para agradar ao PSDB, mas qualquer coisa que se assemelhe a um resgate do buraco será ativo incontestável.

Ainda há muito a definir: uma política social sensata e nomes que não explicitem demais o inevitável retalho de carniça. A Saúde não pode ir para um PP, para exemplificar.

Por fim, Temer espreita a política de terra arrasada de uma Dilma em retirada. Não é tanto o terrorismo real e ridículo pregado por sem-teto e sem-terra, que tende a ser asfixiado pela rejeição popular, e sim a ideia de deixar ministérios à míngua para dificultar a vida do PMDB.

Historicamente, dá certo quando os exércitos em fuga têm recursos para a contraofensiva. O PT hoje mal consegue parar em pé e vive uma embaraçosa hora extra (Dilma apoplética, Lula atônito, "não vai ter golpe", Miss Bumbum no Turismo etc.).

Entre um fim e um começo incertos, o Brasil vive dias surreais.
Herculano
30/04/2016 14:29
O PT E A PRESIDENTE DILMA MARTELAM QUE NÃO SABEM A RAZÃO DO IMPEACHMENT QUE VEM COMO CERTO. O QUE SE PREPARA E SE ANUNCIA PARA AMANHÃ, REFORÇA QUE O PT E A PRESIDENTE SÃO IRRESPONSÁVEIS PERENE. BRINCAM, ILUDEM E SE ESTABELECEM NA INCOERÊNCIA PERMANENTE QUANDO NO PODER. CRIAM A INSEGURANÇA. SACRIFICAM A POPULAÇÃO PARA OS SEUS PRAZERES. EM ATO DA CUT, DILMA DEVE ANUNCIAR P REAJUSTE DO IMPOSTO DE RENDA QUE ELA NEGOU NO TEMPO EM SE PEDIA E DEVIA DA-LO, BEM COMO MELHORAR O BOLSA FAMÍLIA, EXATAMENTE ÀS VÉSPERAS DELA DEIXAR O MANDATO.

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Gustavo uribe, da sucursal de Brasília. Em evento do Dia do Trabalhador, promovido neste domingo (1º) na capital paulista pela CUT (Central Única dos Trabalhadores), a presidente Dilma Rousseff deve anunciar reajustes de cerca de 5% na tabela do Imposto de Renda na Fonte, que não foi corrigida neste ano, e nos benefícios do Bolsa Família.

A petista tomou a decisão de lançar uma espécie de "pacote de bondades" na sexta-feira (29), mesmo diante das resistências da equipe econômica do governo, que avaliava não haver espaço para promover novos gastos.

O secretário do Tesouro Nacional, Otávio Ladeira chegou a ponderar a dificuldade de anunciar as medidas sem a revisão da meta fiscal para 2016. "Esse assunto [reajuste do Bolsa Família] poderá ficar para quando a nova meta [fiscal] for aprovada", disse.

Diante da possibilidade de ser afastada do cargo no próximo mês, a presidente pretende fazer um aceno efetivo à base social da legenda e um contraponto ao vice-presidente Michel Temer, que quer fazer um pente-fino em programas sociais como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida.

Em relação ao Bolsa Família, havia no orçamento R$ 1 bilhão reservado para o reajuste do benefício, mas que acabou sendo remanejado para outras áreas diante dos cortes de despesas efetuados neste ano.

Para evitar um novo panelaço, a presidente não fará pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão e não pretende gravar vídeo para as redes sociais.

No palco da CUT, a ideia é ela adotar um discurso no qual defenderá as conquistas das gestões petistas e criticará eventuais retrocessos em um possível governo peemedebista.

Convidado pela Força Sindical, Temer decidiu não participar de evento da entidade.

O objetivo é evitar que o gesto seja interpretado como uma tentativa de antecipar o desfecho do processo de impeachment
Sidnei Luis Reinert
30/04/2016 12:29
Sem novidade

Michel Temer reiterou ontem a Henrique Meirelles que ele é o dono da economia no novo governo.

Meirelles, que já sabia da "novidade", assume o Ministério da Fazenda com todo o gás...

Vai comandar o núcleo econômico integrado por Romero Jucá no Planejamento, Moreira Franco como assessor especial no comando das concessões e PPPs e, José Serra no Itamaraty.

Probleminha: a Petelândia já desenvolve uma tese jurídica de que o mero afastamento para defesa de Dilma não permite que Michel Temer nomeie ministros...

http://www.alertatotal.net/
Sidnei Luis Reinert
30/04/2016 12:25
Itaú corre para fechar venda da Liquigas antes de Dilma cair, porque grupo de Temer pode melar negócio


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

O Banco Itaú corre contra o tempo político para que consiga fechar, antes do afastamento definitivo de Dilma Rousseff, a venda da Liquigás (da Petrobras) para um pool formado por Ultragaz, Supergasbras e Nacional Gás. O motivo da correria é que o negócio pode não acontecer se Michel Temer assumir a Presidência da República. O grupo Consigaz, aliadíssimo do quase futuro Presidente, também tem interesse na subsidiária de botijões de gás. Se Temer conseguir tomar o lugar da Dilma, a Consigaz também espera conseguir uma fatia da Liquigás.

O caso, que terá de passar pelo crivo do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), já incendeia os bastidores de negociações econômicas que envolvem a troca do titular do Palácio do Planalto. Providencialmente, como entrou no período oficial de silêncio até a divulgação do balanço do primeiro trimestre de 2015, até o dia 15 de maio, a Petrobras nada fala sobre o negócio bilionário que faria parte de um programa de venda de ativos, no valor de US$ 13,7 bilhões, previsto para ocorrer neste e no próximo ano. Wellington Moreira Franco, que deve coordenar a área de infraestrutura de Michel Temer, dificilmente permitirá que a Petrobras faça qualquer acerto antes do impedimento final de Dilma.

A Liquigás foi comprada em 2004 pela Petrobras da italiana Ente Nazionale Idrocarburi (Eni). Por meio da BR Distribuidora, agora alvo de um pente fino da operação Lava Jato, foram pagos US$ 450 milhões. A distribuidora de GLP da Petrobras é a segunda maior do país, com participação de 22,6% do mercado brasileiro. A Ultragaz, líder na venda de gás de cozinha, não fala sobre o negócio que tem articulação do Itaú. Nos bastidores, sabe-se que a tradicional empresa não vê com bons olhos o crescimento abrupto da Consigaz - sobretudo no mercado da periferia de São Paulo, não atendido pelo gás encanado da Comgás.

Enquanto Temer amplia seu gás nas articulações políticas e negócios para tomar o lugar da Dilma - sua companheira desde o primeiro mandado em 2010 -, é a Operação Lava Jato quem continua assombrando petistas e peemedebistas. Causou pânico generalizado a decisão do juiz Sérgio Moro de tirar todo e qualquer sigilo sobre o processo envolvendo o casal de sorridentes publicitários baianos João Cerqueira de Santana Filho e Mônica Regina Cunha Moura. O "Super Moro" detonou: "A publicidade propiciará assim não só o exercício da ampla defesa pelos investigados, mas também o saudável escrutínio público sobre a atuação da administração pública e da própria Justiça criminal".

João Santana, que ainda não aderiu à "colaboração premiada", é considerado um "megarquivovivo". Sabe tudo e um pouco mais sobre as três últimas campanhas presidenciais do PT, sobre as quais foi responsável direto, junto com a esposa. O casal se torna mais explosivo que botijão de gás mal guardado porque são acusados de receber propinas em nome do PT, oriundas de negócios feitos pela Odebrecht com a Petrobras, efetuando pagamentos e redistribuição de valores no Brasil e no exterior. João e Mônica responderão por participação em organização criminosa, corrupção e lavagem de dinheiro.

A partir de delações premiadas, o Ministério Público Federal acusa que executivos da Odebrecht e dirigentes da Petrobras acertavam propinas de cerca de 1% do valor dos contratos com a estatal de economia mista. O juiz Sérgio Moro aceitou a tese da Força Tarefa, ao acatar a denúncia contra João e Mônica: "Parte teria sido direcionada ao financiamento político do Partido dos Trabalhadores e a pedido do acusado João Vaccari Neto especificamente para remuneração de serviços publicitários prestados à referida agremiação pelos acusados Mônica Regina Cunha Moura e João Cerqueira de Santana Filho".

A Lava Jato segue em frente... O combate à corrupção, mesmo que de forma ainda incompleta e incipiente, é uma prática que tende a se consolidar no Brasil em ritmo de mudança estrutural. Independe da volátil conjuntura - se Michel Temer (citado em quatro delações premiadas) apoiará ou sabotará (politicamente) o trabalho de Moro e da Força Tarefa. Temer tem muito a temer, porque ainda sabe que, apesar do gigantesco esforço político e de marketing, ainda tem tudo para ser "transitório".
Herculano
30/04/2016 09:01
FILHOTISMO ESCANCARADO, por Hélio Schwartsman, para o jornal Folha de S. Paulo

Certos problemas não têm solução. Há quem defenda que nem sejam chamados de problema. Eu não iria tão longe. O fato de não haver resposta satisfatória não significa que a dificuldade não exista. Também não implica que não seja possível tentar saídas que, apesar de subótimas, contribuam para reduzir a escala dos inconvenientes.

O favoritismo e o nepotismo estão nessa categoria. Reportagem de Frederico Vasconcelos mostrou que 1/3 dos ministros do STJ tem cônjuges ou filhos advogando na corte. E esse não é um caso isolado. Levantamento de 2013 revelara que 16% dos magistrados do TJ-RJ eram parentes de alguma autoridade judicial.

É impossível acabar com o nepotismo, porque ele está inscrito em nossa programação genética. Pais tendem a favorecer suas crias. Um outro nome para o fenômeno é "amor". Enquanto está restrito à esfera privada, pode até ser produtivo. Relações de parentesco ajudam a resolver o problema da falta de confiança, que pode ser fatal para um negócio. O fato de más decisões resultarem em prejuízo faz com que até o mais amoroso dos pais hesite em colocar um filho particularmente incompetente em postos-chave de sua empresa.

Na esfera pública, a coisa muda de figura. Aí, o favorecimento não apenas nada acrescenta como frequentemente se torna uma forma de predar o Estado. A coisa é especialmente grave no Judiciário, onde a possibilidade de beneficiar uma das partes por razões familiares e não técnicas mina a própria ideia de Justiça.

A dificuldade aqui é que mesmo as soluções mais radicais para lidar com o problema, como a proibição de contratar parentes ou impedir advogados de atuarem nas cortes em que tenham familiares como juízes, são insuficientes. Elas podem ser contornadas pelo nepotismo cruzado (cada magistrado contrata o parente do colega) e não evitam um possível favorecimento ao escritório a que pertença o filho de um juiz.
Herculano
30/04/2016 08:59
GEDDEL DIZ A ALIADOS: "NÃO VOTOU, A CANETA COME" por Josias de Souza

Sempre que lhe perguntam sobre a qualidade do ministério do provável governo do PMDB, Geddel Vieira Lima, articulador político de Michel Temer, responde: "Não vamos nos iludir, será o ministério possível." Em conversa com um amigo, Geddel esmiuçou seu raciocínio: "Teremos uma equipe econômica que inspira confiança, um time palaciano experiente, um chanceler correto e bons nomes para Saúde e Educação. O resto vem com a negociação política."

No epicentro das articulações, Geddel utiliza nas conversas com os representantes dos partidos uma franqueza desconcertante: "Tenho 30 anos nesse metiê. Sei como funciona. Não haverá renegociação todo dia. Definida a participação de cada um, vocês vão apoiar projetos que o governo enviará ao Congrresso. Não votou, a caneta come! Estamos entendidos?"

Em privado, o próprio Geddel revelou-se incomodado com a dificuldade de associar ideal e prática. Para não ficar "tudo igual", o futuro ministro se empenhou para atrair os oposicionistas DEM e PSDB. Submetido às tradicionais hesitações do tucanato, Geddel desenvolveu para Aécio Neves, presidente do PSDB, um raciocínio aritmético. "Vocês podem ter os melhores projetos do mundo, mas não conseguiremos aprová-los no Congresso sem o pessoal do PP e do PR."

As pontas do ministério que se forma sob Temer, um presidente cada vez menos improvável, serão unidas por fios invisíveis. Difícil separar uma parte da outra sem identificar na Esplanada as ressonâncias do fisiologismo que permeia todos os governos desde José Sarney. As legendas mencionadas exalam o cheiro de enxofre do mensalão e do petrolão, escândalos dos quais o PMDB também é sócio.

Nos seus diálogos privados, Geddel gosta de recitar Lula, de quem foi ministro. "O Lula diz que o ideal seria vencer a eleição solito e, depois, governar solito. Mas isso é impossível. Se é assim depois de uma eleição, imagine a situação de um governo que assume por dever constitucional, depois de um impeachment."
Herculano
30/04/2016 08:54
O VERDADEIRO GOLPE É O DAS "DIRETAS JÁ", editorial do jornal O Globo

A manobra, de origem petista, esbarra em obstáculos intransponíveis, como a necessidade de Temer renunciar e sua própria inconstitucionalidade

A ideia, sibilina, teria surgido em hostes petistas, quando a aprovação da admissibilidade do pedido de impeachment de Dilma pela Câmara passou a ser inevitável. E toma corpo agora com as previsões do afastamento de fato da presidente pelo Senado.

Marcar para logo eleições de presidente e vice ?" quem sabe, até gerais ?" ofuscaria a amarga derrota do partido no impedimento de Dilma, daria chance de uma volta por cima para o PT, caso o próprio Lula se candidatasse ?" a depender da Lava-Jato e do Supremo ?", e ainda arrebanharia o apoio dos muitos que se assustam com Michel Temer e com os que o cercam.

A, na aparência, sedutora bandeira do "nem Dilma nem Temer" logo ganhou o apoio desabrido de Marina Silva, da Rede, não por coincidência quem tem aparecido em boa colocação nas pesquisas eleitorais feitas no turbilhão da crise. Nada contra o senso de oportunidade. É legítimo político almejar o poder e se mobilizar diante de uma possibilidade, pelo menos teórica, de chegar lá.

Dez senadores do PMDB, PSB, Rede, PDT, PSD e, é claro, PT e PCdoB, acabam de encaminhar carta a Dilma pedindo que ela envie proposta de emenda constitucional para convocar eleições presidenciais, fazendo-as coincidir com o pleito municipal de outubro. E renuncie à Presidência, por óbvio.

A manobra se relaciona com o discurso de Dilma de que conta com o respaldo de 54 milhões de votos, maneira de dizer que apenas a eleição direta dá legitimidade. Ora, mas o vice da chapa também foi eleito pelo povo. Um grande complicador da esperta operação é convencer Michel Temer a também renunciar. E mais do que isso: deve-se perguntar se o truque é viável à luz da lei maior, a Constituição.

E não é. A proposta de uma emenda constitucional com este fim é no mínimo cavilosa. Porque para uma PEC ser aprovada exige-se quórum de três quintos de cada Casa, ou 60% (na Câmara, 308 votos), enquanto o impeachment, o afastamento do cargo, requer dois terços de apoio, 66% (342 votos). Como esta PEC objetivaria o mesmo que um processo de impedimento, a inventividade política, no mau sentido, teria construído um atalho para se aprovar impeachments com menos votos que o estabelecido na Lei.

Isso, além do fato de que não é possível o Congresso reduzir mandatos. Assim, o presidente e o vice teriam de renunciar, mas, para este caso, também há regras na Carta: eleição direta até o meio do mandato; indiretas, depois disso.

O ponto central da questão é que o Brasil tem de deixar de buscar fórmulas casuísticas, supostamente milagrosas, para enfrentar crises políticas. Desde o mensalão, e agora com o petrolão, passando pelo impeachment de Collor, o arcabouço jurídico e as instituições brasileiras já se mostraram capazes e fortes o bastante para resgatar o país de turbulências. É preciso parar-se de moldar fórmulas de conveniência.

Em entrevistas, Marina Silva diz que reconhece haver base legal no impeachment de Dilma e na consequente posse do vice - "mas não resolve o problema". O perigo mora nesta frase. Foi por pensar o mesmo da permanência de Jango no Planalto que o general Olímpio Mourão, em março de 64, desceu com tropas de Juiz de Fora para o Rio, e as trevas se abateram sobre o Brasil durante 21 anos.
Herculano
30/04/2016 08:51
GOVERNO PAGA MEIO BILHÃO A EMPREITEIRAS DO PETROLÃO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros.

A Lava Jato está na rua há dois anos, com a prisão de executivos de construtoras que se associaram a políticos ligados aos governos Lula e Dilma para roubar a Petrobras, mas as empreiteiras não têm muito o que reclamar: somente em 3 meses de 2016, oito delas já receberam R$ 512 milhões do governo Dilma. Somente a Odebrecht, com seu ex-presidente preso há mais de 10 meses, faturou R$ 278 milhões.

TUDO COMO ANTES
Queiroz Galvão, Mendes Junior, Camargo, Engevix, Andrade Gutierrez, OAS e UTC ratearam R$ 234 milhões do governo Dilma em 3 meses.

VICE-CAMPEÃ
Quase 90% de R$ 107 milhões embolsados pela Queiroz Galvão saíram do DNIT, que, alegando não ter dinheiro, vai paralisar 61 obras.

QUEM EXPLICA?
A Mendes Junior faturou R$ 62 milhões este ano, antes de a CGU declará-la inidônea. A empresa não terá contratos por dois anos.

ESCONDIDINHO
Sob o nome de Constran, a UTC de Ricardo Pessoa, chefe do cartel de empreiteiras, levou R$ 52 milhões do governo Dilma só este ano.

IMPEACHMENT DE DILMA PODE SE JUGADO EM JULHO
Nem 90 dias, como no caso Collor, nem 180 dias, prazo máximo previsto na Constituição: o julgamento da presidente Dilma Rousseff no Senado poderá ser realizado em 60 dias, por volta do dia 11 de julho, uma segunda-feira. A ideia é definir tudo antes do início do recesso parlamentar. A oposição e a turma de Michel Temer acham que quanto mais rapidamente isso for resolvido, melhor para o País.

LDO É PRIORIDADE
Outra alegação para julgar Dilma antes do recesso é a necessidade de aprovar o projeto de altera a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

SEM MANOBRAS
A ideia é que Michel Temer, com a LDO, tenha instrumento para promover ajustes necessários, sem a necessidade de manobras fiscais.

MAIORIA NECESSÁRIA
Os oposicionistas acertaram com Michel Temer a intensificação no esforço para construir os dois terços dos votos (54) do Senado.

BATEU O DESÂNIMO
Chamou atenção o desânimo do ministro Nelson Barbosa (Fazenda), ao defender na comissão do impeachment as pedaladas, das quais participou. Passou a impressão de que o governo entregou os pontos.

ELA É CULPADA
O senador Magno Malta (PR-ES) desafiou José Eduardo Cardozo: "Se conseguir explicar o inexplicável, eu mudarei de voto". Cardozo não conseguiu. E Malta saiu mais convencido que nunca da culpa de Dilma.

BICICLETA DE DILMA
O senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) ironiza a ladainha do advogado-geral de Dilma, José Eduardo Cardozo, de que o impeachment é golpe. "Você não faz pedalada sem bicicleta...".

CLAQUE PARTICULAR
Escalada para defender Dilma, Kátia Abreu pareceu chegar de uma noite mal dormida: expressão cansada, bolsas sob os olhos. Mas levou uma amiga de infância para acompanhá-la. Foi a única que a aplaudiu.

BRUNO INSPIRADOR
A pergunta "quem nunca saiu na mão com a mulher?", do goleiro Bruno (Flamengo), justificando um crime, foi lembrada ontem no Senado quando a ministra Kátia Abreu, tentando defender Dilma dos crimes de "pedaladas fiscais", sapecou: "Quem nunca atrasou prestações?..."

MINHA BOQUINHA, MINHA VIDA
DEM e Solidariedade não fazem a cerimônia do PSDB para assumir um ministério em eventual governo Temer. Dirigentes dos dois partidos já avisaram ao vice-presidente que querem cadeiras na Esplanada.

ANTECIPAÇÃO
Dilma somente decidiu reajustar o valor do programa Bolsa Família depois que o vice Michel Temer anunciar que faria isso tão logo assumisse, se assumir. A ideia foi esvaziar o plano de Temer.

NADA DE NOVO
O ministro petebista Armando Monteiro (Desenvolvimento) vai se licenciar do cargo para votar contra o impeachment da presidente Dilma. Monteiro é senador por Pernambuco.

CABRESTO
Quem é dilmista, na comissão do impeachment, chega com um script à mão, lendo o papel para manifestar sua posição.
Herculano
30/04/2016 08:46
MOLECAGEM, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

Na iminência de ser desalojada do Palácio do Planalto, a petista Dilma Rousseff parece disposta a reafirmar, até o último minuto de sua estada no gabinete presidencial, a sesquipedal irresponsabilidade que marcou toda a sua triste trajetória como chefe de governo.

Até aqui, a inconsequência de Dilma podia ser atribuída, com boa vontade, apenas a sua visão apalermada de mundo, que atribui ao Estado o poder infinito de gerar e distribuir riqueza, bastando para isso a vontade "popular", naturalmente representada pelo lulopetismo. Agora, no entanto, ciente de que não escapará da destituição constitucional, justamente porque violou a Lei de Responsabilidade Fiscal, Dilma resolveu transformar essa irresponsabilidade em arma, com a qual pretende lutar contra o Brasil enquanto ainda dispuser da caneta presidencial.

A presidente prepara um pacote de "bondades", quase todas eivadas do mesmo espírito populista que tanto mal tem feito ao País. A ideia da petista é obrigar o novo governo, presidido por Michel Temer, a assumir o pesado ônus político de tentar anular algumas dessas decisões, que claramente atentam contra as possibilidades do Orçamento.

Um exemplo é a concessão de um reajuste do Bolsa Família. Articulada pelo chefão petista Luiz Inácio Lula da Silva, a medida deverá ser divulgada por Dilma para celebrar o Dia do Trabalho, amanhã. Não é uma mera "bondade". Trata-se de uma armadilha para Temer.

O próprio Tesouro avalia que não há nenhuma possibilidade de conceder reajuste para os beneficiários do Bolsa Família sem, com isso, causar ainda mais estragos nas contas públicas. O secretário do Tesouro, Otávio Ladeira de Medeiros, disse que não há "espaço fiscal" ?" isto é, recursos no Orçamento ?" para o aumento.

Segundo Medeiros, o Orçamento tem uma margem de R$ 1 bilhão para reajustar o Bolsa Família, mas a extrema penúria das contas da União não permite que se mexa nesse valor enquanto o Congresso não aprovar a nova meta fiscal ?" o governo quer aval para produzir um déficit de até R$ 96,95 bilhões no ano. Sem essa autorização, e diante da perspectiva de nova queda da receita, a Fazenda reconhece que será necessário fazer um contingenciamento orçamentário ainda maior, o que inviabiliza o reajuste do Bolsa Família.

Essa impossibilidade, aliás, foi prevista pela própria Dilma. Ao sancionar a Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2016, nos últimos dias do ano passado, a petista vetou os reajustes de todos os benefícios do Bolsa Família. A previsão era de um aumento de ao menos 16,6%, correspondente ao IPCA acumulado de maio de 2014 ?" data do último reajuste do Bolsa Família ?" a novembro de 2015. Ao justificar o veto, Dilma escreveu que "o reajuste proposto, por não ser compatível com o espaço orçamentário, implicaria necessariamente o desligamento de beneficiários do Bolsa Família".

Agora, no entanto, Dilma mandou às favas o que havia restado daquela prudência, com o único objetivo de sabotar Michel Temer. Sem ter autorização para mais gastos, o governo terá de fazer novos cortes até o final de maio ?" quando se espera que o País já esteja sendo governado pelo peemedebista ?", e então qualquer liberação de dinheiro adicional para pagar um Bolsa Família reajustado poderia representar o mesmo crime de responsabilidade pelo qual Dilma está sendo acusada.

Atitudes como essa fazem parte de um conjunto de decisões indecentes que Dilma resolveu tomar para travar sua guerra particular contra o País. Sempre sob orientação de Lula, o inventor de postes, Dilma escancarou seu gabinete para os líderes das milícias fantasiadas de "movimentos sociais", fazendo-lhes todas as vontades e concedendo-lhes benefícios com os quais Temer terá de lidar. Enquanto isso, mandou seus ministros se recusarem a colaborar com os assessores de Temer e reforçou sua campanha internacional para enxovalhar a imagem do Brasil no exterior, caracterizando o País como uma república bananeira. E esse espetáculo grotesco não deve parar por aí.

Eis o tamanho da desfaçatez de Dilma e de Lula. Inimigos da democracia, eles consideram legítimo aprofundar a crise no Brasil se isso contribuir para a aniquilação de seus adversários. Isso não é política. É coisa de moleques.
Herculano
30/04/2016 08:43
da série: pensar é entender, é evoluir, é se tornar parte da história em um momento dela...

ESQUERDA NOSTÁLGICA, por Cristovan Buarque, professor, senador pelo PPS (já foi PSDB e PT), ex-ministro da Educação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para o jornal O Globo

'A esquerda perplexa' tenta sair dos escombros provocados pela queda do Muro de Berlim

Durante o regime militar havia uma "esquerda de luta" e uma "esquerda festiva". A primeira fez parte dos movimentos que levaram à conquista da democracia; a última foi decisiva na realização das revoluções estética e comportamental, que ocorreram naqueles anos.

Hoje, estão atuantes uma "esquerda nostálgica", enquanto uma "esquerda perplexa" tenta sair dos escombros provocados pela queda do Muro de Berlim, pela amplitude da globalização, a profundidade da revolução científica, o poder e a universalização dos novos instrumentos de tecnologia da informação; além de tentar se recuperar do constrangimento com a degradação ética e a incompetência dos últimos governos.

Diferente da "esquerda festiva", que fez revoluções na estética e nos costumes, a "esquerda nostálgica" não contribui para a transformação estrutural da sociedade e da economia; louva o passado, se agarra ao presente e comemora pequenas conquistas assistenciais.

Prisioneira de seus dogmas, com preguiça para pensar o novo, com medo do patrulhamento entre seus membros, viciada em recursos financeiros e empregos públicos, a "esquerda nostálgica" parece não perceber o que acontece ao redor. Independentemente das transformações no mundo, no país, nos bairros, continua orientada aos mesmos propósitos elaborados nos séculos XIX e XX, mantém a mesma fidelidade, reverência e idolatria aos líderes do passado, especialmente aqueles que têm o mérito do heroísmo da luta durante o regime militar, mesmo quando não foram capazes de perceber as mudanças no mundo, nem os novos sonhos utópicos para o futuro.

Com nostalgia do passado, reage contra o "espírito do tempo" que exige agir dentro da economia global e romper com a visão de que a estatização é sinônimo de interesse público; não reconhece que a inflação é uma forma de desapropriação do trabalhador; que o progresso material tem limites ecológicos e é construído pela capacidade nacional para criar ciência e tecnologia; que os movimentos sociais e os partidos devem ser independentes, sem financiamentos estatais; ignora que a revolução não está mais na expropriação do capital, está na garantia de escola com a mesma qualidade para o filho do trabalhador e o filho do seu patrão; que a igualdade deve ser assegurada no acesso à saúde e à educação, sem prometer igualdade plena, elusiva, injusta e antilibertária ao não diferenciar as individualidades dos talentos; não assume que a democracia e a liberdade de expressão são valores fundamentais e inegociáveis da sociedade, tanto quanto o compromisso com a verdade e a repulsa à corrupção.

Para sair da perplexidade, uma nova esquerda precisa fugir da nostalgia por siglas partidárias que tiveram a oportunidade de assumir o poder e construir seus projetos, mas traíram a população, os eleitores e a história, tanto na falta de ética, quanto na ausência das transformações sociais prometidas
Herculano
30/04/2016 08:33
TRÊS CARAS QUE SO PENSAM NAQUILO, por Demétrio Magnoli, geógrafo e sociólogo, para o jornal Folha de S. Paulo

"(...) vivem em constante rivalidade, e na situação e atitude dos gladiadores, com as armas assestadas, cada um de olhos fixos no outro; isto é, seus fortes, guarnições e canhões guardando as fronteiras de seus reinos e constantemente com espiões no território de seus vizinhos, o que constitui uma atitude de guerra." A célebre sentença de Hobbes refere-se aos Estados, mas serviria para definir os chefes políticos tucanos. O PSDB renunciou à condição de partido, reduzindo-se a um teatro de guerra permanente entre três caras que só pensam naquilo. Na inauguração do governo Temer, o impasse tucano já não deve ser visto como um problema intestino, mas como aspecto crucial da crise nacional.

A guerra, fria ou declarada, entre Aécio, Serra e Alckmin atravessou a era do lulopetismo, corroendo o tecido do principal partido de oposição. Hoje, quando o reinado lulo-dilmista chega ao fim em meio a incêndios econômicos, políticos e éticos, o conflito trava o PSDB, sabotando uma decisão nítida sobre o engajamento no governo transitório. Sem os tucanos a bordo, a nau de Temer se inclinaria na direção do PMDB de Jucá, Renan, Cunha et caterva, associado a um "centrão" composto por partidos ultrafisiológicos. No lugar de um governo de "união nacional", surgiria um gabinete de salvação das máfias políticas que saltaram de um comboio descarrilhado.

Aécio devastou o capital político acumulado na campanha eleitoral cortejando uma bancada parlamentar irresponsável, que chegou a votar contra o fator previdenciário e estabeleceu um desmoralizante pacto tático com Cunha. Há pouco, declarou-se "desconfortável" com a participação orgânica do PSDB no novo governo. Serra, o incorrigível, preferiu negociar pessoalmente um lugar destacado na Esplanada dos Ministérios. Sonhando delinear um caminho próprio até o Planalto, se preciso pelo atalho do PMDB, ameaça virar as costas a seu partido, entregando-o à confusão. Alckmin, por sua vez, acalenta um projeto presidencial improvável acercando-se do PSB e tricotando com a camarilha político-sindical do Paulinho da Força. Nesse passo, implodiu a campanha tucana à Prefeitura de São Paulo. Hoje, a guerra particular que travam os três gladiadores tem o potencial para complicar a já difícil transição rumo a 2018.

A sorte do governo Temer será jogada no interregno entre a posse provisória e o julgamento final do impeachment no Senado. Uma coleção de notícias econômicas positivas, quase contratadas de antemão, não será suficiente para consolidá-lo. A carência de legitimidade eleitoral precisa ser compensada por iniciativas políticas coladas aos anseios da maioria que repudiou o lulo-dilmismo.

Se fosse um partido, não uma arena de gladiadores, o PSDB trocaria o engajamento integral no governo por um ousado compromisso com a Lava Jato. Exigiria do novo presidente a mobilização imediata da maioria parlamentar para cassar o mandato de Cunha. Conclamaria o governo a encampar o projeto de lei das dez medidas contra a corrupção formulado pelo Ministério Público. Em trilho paralelo, forçaria uma minirreforma política destinada a fechar o rentável negócio da criação de partidos de aluguel. Mas, imerso no seu pântano interno, o PSDB ensaiou fazer o exato oposto disso. No auge de seus exercícios ilusionistas, os tucanos prometeram a Temer um "profundo e corajoso" apoio parlamentar em troca da adesão a uma flácida agenda política. O intercâmbio equivaleria à cessão de um cheque em branco a um governo no qual não se deposita confiança.

Dias atrás, Aécio reuniu-se com Temer e sinalizou uma mudança de rota. "Tínhamos duas opções: lavar as mãos ou ajudar o país a sair da crise", constatou, antes de concluir com um enigmático "vamos dar nossa contribuição". Será, enfim, um indício de que o PSDB avalia a hipótese de fingir que é um partido?
Herculano
29/04/2016 19:21
FHC PRESTA DEPOIMENTO À POLÍCIA FEDERAL EM SÃO PAULO

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto por Walter Nunes. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) foi ouvido nesta sexta-feira (29) na Superintendência da Polícia Federal, em São Paulo, sobre as acusações de que ele teria usado uma empresa concessionária do governo federal para repassar dinheiro a jornalista Mirian Dutra para custear as despesas de educação de seu filho Tomás.

FHC manteve um relacionamento com a jornalista nos anos 1980 e 1990 e, em 2009, decidiu reconhecer oficialmente a paternidade de Tomás - então com 18 anos.

O órgão investiga a suspeita de evasão de divisas desde que Miriam afirmou que os repasses eram feitos por meio de um contrato fictício de trabalho com a empresa Brasif, que explorava os free shops (lojas com isenção de impostos) de aeroportos brasileiros na gestão do tucano.

O ex-presidente foi ouvido pelo delegado João Thiago Pinho, da Delegacia de Repressão aos Crimes Financeiros e Desvio de Verbas Públicas, de Brasília, das 14:20 até as 17:20 horas. O teor do depoimento está sob sigilo, já que o caso corre sob segredo de justiça.

O ex-presidente foi acompanhado pelo advogado Sérgio Bermudes.

FHC sempre negou ter usado a empresa e diz que os recursos enviados ao filho provêm de "rendas legítimas" de seu trabalho, depositadas em contas legais e declaradas à Receita.

MIRIAN DUTRA

No começo de abril, em depoimento de mais de cinco horas, Miriam confirmou à Polícia Federal que recebia cerca de US$ 3.000 mensais do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) para pagar pela educação de seu filho Tomás.

Segundo teria relatado à PF, a jornalista recebia os dólares em espécie. Nos anos 1990, quando FHC presidia o Brasil, o dinheiro era levado por um cunhado a Portugal, onde Mirian morava.

Ainda de acordo com esse relato, a jornalista recebia o dinheiro na forma de crédito em conta quando passou a viver na Espanha.

Na ocasião, o ex-presidente lamentou, por meio de sua assessoria, "a exploração pública de uma questão pessoal"
Herculano
29/04/2016 16:40
da série: veja se não é uma prática nacional!A Gaspar dos petistas não foge à regra.

SEMPRE QUE OS PETRALHAS SE ASSANHAM CONTRA O CUNHA DO PMDB, EU ME LEMBRO DO CUNHA DO PT. JOÃO PAULO JÁ ERA RÉU NO MENSALÃO, E, MESMO ASSIM, O PT O FEZ PRESIDENTE DA COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA DA CÂMARA; O CUNHA DO PMDB, QUE TEM QUE SER CASSADO, AO MENOS FOI ELEITO ANTES DE SER RÉU, por Reinaldo Azevedo, de Veja.

A cada vez que vejo petistas indignados porque Eduardo Cunha segue presidente da Câmara, mesmo sendo réu, eu me lembro de outro Cunha, o João Paulo, ex-deputado do PT. Por quê? Ah, eu explico.

Em 2010, este senhor já era réu do mensalão. Mesmo assim, concorreu de novo à Câmara e se reelegeu deputado. Coube ao PT, em fevereiro de 2011, indicar o presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Casa. Nada menos do que o comandante da comissão encarregada de julgar a constitucionalidade das proposições feitas pelos parlamentares. E quem o PT indicou? Ora, João Paulo Cunha!

Isto mesmo: o PT indicou para a presidência da principal comissão da Câmara um réu!

Cunha tem de sair da Presidência da Casa? Eu acho! Existem elementos de sobra para cassar o seu mandato.
Mas é o PT que opera com um peso e duas medidas. E não custa notar: quando Cunha se fez presidente da Câmara, ainda não era réu. Quem votou nele não estava desafiando as instituições. Quanto o PT indicou Cunha para a presidência da CCJ, estava dando uma banana para o Ministério Público Federal e para o Supremo.

Como sempre faz.
Herculano
29/04/2016 12:47
da série: não é só uma marca de políticos, mas principalmente dos do PT

ENTERRAR DE NOVO O POPULISMO

A Petrobras não quebrou apenas por corrupção. A causa maior é a péssima administração, consequência daqueles "princípios" estatistas, por Carlos Alberto Sardenberg, para o jornal O Globo

Parte 1

Os governos petistas sempre tiveram como meta fortalecer as estatais como o melhor meio de combater as propostas de privatização, reais ou imaginárias. Importante esta última ressalva porque, a rigor, privatizar a Petrobras nunca entrou na pauta política brasileira.

Mas isso não importava. Defender as estatais, eis o discurso básico do PT. O partido também procurou desmontar a tese implantada no governo FHC, segundo a qual as companhias públicas deveriam ser administradas profissionalmente, quase como se fossem privadas, por executivos e quadros técnicos do setor.

Isso, dizia Lula, era neoliberalismo. Seria colocar as estatais a serviço do mercado e dos interesses privados.

Vai daí, as estatais deveriam ser administradas pelos quadros partidários, pelos companheiros, para que fossem encaminhadas na direção correta.

Essa direção era: ampliar as atividades e o alcance das estatais; objetivos políticos e sociais eram mais importantes que lucros ou valor de mercado; comprar e contratar no mercado nacional, mesmo que a preços mais caros.

Fizeram isso, com requintes de populismo, como o de entregar a administração de recursos humanos da Petrobras a representantes dos sindicatos de petroleiros.

Quebraram a estatal. Vamos falar francamente: a Petrobras só não está em pedido de recuperação judicial porque é estatal. Todo mundo espera que, em algum momento, o governo imprima dinheiro para capitalizar a empresa.

A companhia tem problemas em todos os lados, inclusive de excesso de pessoal e de pessoal mais bem remunerado que no mercado. (Aliás, a ideia era exatamente essa).
A Petrobras não quebrou apenas por corrupção. A causa maior é a péssima administração, consequência daqueles "princípios" estatistas.

da série: não é só uma marca de políticos, mas principalmente dos do PT
Herculano
29/04/2016 12:46
ENTERRAR DE NOVO O POPULISMO

A Petrobras não quebrou apenas por corrupção. A causa maior é a péssima administração, consequência daqueles "princípios" estatistas, por Carlos Alberto Sardenberg, para o jornal O Globo

Parte 2

Por isso estamos falando do assunto. O estatismo tem sido dominante entre nós. E ainda hoje, muita gente partilha daquelas ideias implantadas pelo PT. Diz esse pessoal: a coisa saiu mal por causa da incompetência dos governos Lula e Dilma, e não porque a tese seja errada.

Esse é o grande risco que corremos. O modelo populista está errado, a doutrina estatista é origem do fracasso. Nem um gênio da gestão empresarial conseguiria evitar o desastre da Petrobras nesse processo em que foi lançada por Lula.

Vai daí que será preciso aproveitar a oportunidade para fazer o contrário, em tudo. Citamos mais a Petrobras porque é o caso mais notável. Imaginemos uma teoria conspirativa: um presidente neoliberal que tivesse a ideia macabra de quebrar a Petrobras para poder fechá-la e, assim, coloca-se uma equipe talhada para produzir o desastre.

Pois não teria conseguido fazer o que a gestão petista aprontou.

Hoje, por exemplo, seria impossível privatizar a Petrobras - a menos que se vendesse a preço de banana. E por falar nisso, a ação da Petrobras não está mesmo valendo menos que um cacho de bananas?

Mas é possível - e absolutamente necessário - vender pedaços da Petrobras e privatizar um monte de ativos. E o que sobrar deve, sim, ser administrado por quadros do mercado, com regras de gestão privada.

O presidente da companhia também deveria ser procurado no mercado, inclusive no mercado internacional. Qual o problema de se colocar um executivo chinês ou norueguês tomando conta da Petrobras, conforme programas aprovados pelos conselhos?

Isso vale para as demais estatais quebradas, como a Eletrobras.

E mais um programa de privatização não envergonhada. Quando percebeu que não tinha mais dinheiro nem competência para arrumar aeroportos, estradas, portos etc., o governo petista resolveu concedê-los à iniciativa privada. Mas como era feio privatizar, colocaram um monte de regras que tornaram o negócio menos atraente e mais caro para os concessionários.
Por isso, isso andou mal.

Fazendo o contrário, aqui há uma hipótese de rápida retomada de negócios. Muitas empresas médias, nacionais e estrangeiras, estão prontas para tomar o negócio das empreiteiras apanhadas na Lava-Jato. O que não funciona é privatizar e dizer que o concessionário não pode ganhar dinheiro ou só pode ganhar quanto o governo autorizar.

Tudo isso vale também para os bancos públicos. Todo o mercado desconfia que estão em situação pior do que no final dos anos 90, quando o governo FHC precisou colocar um monte de dinheiro no BB e na Caixa.
A contrapartida foi a gestão profissional nesses bancos, também desmontada pelos governos petistas. Quebraram de novo.

A tristeza disso é que os governos Lula/Dilma estragaram o que estava pronto e funcionando. O que traz um certo ânimo é que sabemos o que precisa fazer: é só repetir a combinação privatização/profissionalização/equilíbrio das contas públicas.

O país já havia conseguido enterrar o populismo estatizante. Ressuscitou. Agora é preciso corrigir o desastre e colocar esse populismo numa cova bem profunda, em algum cemitério privado, claro.
Sidnei Luis Reinert
29/04/2016 12:21
Força Tarefa da Lava Jato avalia que mudança de governo não garante efetivo combate à corrupção


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

O Brasil da corrupção produz imagens tragicômicas. A televisão deu destaque às câmeras de segurança de um posto de gasolina em João Pessoa, na Paraíba. No melhor estilo do faroeste norte-americano, um picareta chegou, montado a cavalo, para assaltar uma loja de conveniência. De repente, o ladrão sai correndo para um lado. O animal também, só que na direção contrária. O que aconteceu por lá, assustando bandido e montaria, é um mistério insondável. Coisa parecida acontece nos ataques de bandidos profissionais, principalmente da politicagem, contra os cofres públicos, no Brasil da impunidade, onde o crime organizado compensa, e muito.

Um dos líderes da Força Tarefa da Lava Jato, procurador Deltan Dallagnol, chamou ontem atenção para uma aberração. Entre os 180 acusados criminalmente nas várias operações, apenas 8% continuam presos. O problema concreto é: muitos roubos continuam, em vários setores da administração pública federal, estadual, municipal e "estatal", com pouca gente efetivamente sendo punida pela roubalheira. Dallagnol não pode admitir abertamente, mas o excelente trabalho da equipe do Ministério Público Federal continua atuando sobre os efeitos - e não sobre as causas sistêmicas da corrupção.

Não foi à toa que Deltan Dellagnol advertiu ontem que a mudança de governo não deve ser vista pela população como um caminho para o fim da corrupção. O procurador ressalta que apenas mudanças na legislação poderão resultar num país melhor: "Vivemos um momento muito especial na história do país e nos preocupa que uma parcela da população veja a mudança de governo e mesmo as ações da Lava-Jato como meio caminho contra a corrupção. Nós não concordamos com essa visão. A corrupção não é privilégio nenhum de um partido A ou partido B. A corrupção ocorreu ao longo de toda a história, é sistemática, endêmica".
Dallagnol tentou interpretar o discurso dos críticos do trabalho do MPF na Lava Jato: "É importante perceber que pessoas que defendem o impeachment, assim como pessoas que não querem o impeachment, alegam perseguição. A nossa investigação é técnica, imparcial e apartidária. O Ministério Público é uma organização independente. A defesa usada é a defesa de desconstrução das investigações. É uma defesa política das investigações, porque a defesa jurídica acaba se revelando não muito profícua".

Deltan tem muita razão. O problema é o cinismo pragmático do brasileiro, sobretudo dos políticos. O discurso deles e o que ousam colocar no papel aceitam qualquer inverdade. Vide o texto "A travessia social", de 17 páginas, no qual Michel Temer se compromete com a manutenção da Operação Lava-Jato e propõe a aprovação de uma lei que responsabilize de forma mais rígida e clara os dirigentes das estatais: "Muito do que deve ser feito já está proposto e, com algum esforço político, pode ser rapidamente transformado em legislação. Um conjunto de novas leis deve ser aprovado com o objetivo de estabelecer regras estritas de governança".

O documento do PMDB se compromete a garantir recursos para Polícia Federal e Receita Federal continuarem trabalhando "no combate ao crime": "As lições que estamos vivendo hoje nos obrigam a buscar a reengenharia das relações do Estado com o setor privado e reduzir ao mínimo as margens para a transgressão e o ilícito (...) A obrigação de qualquer governo responsável é responder a esta demanda da sociedade com uma nova postura ética".

Voltando à Lava Jato, ainda há muito o que fazer. O trabalho do Ministério Público Federal já recuperou R$ 2,9 bilhões em contratos da Petrobras. O montante representa quase 50% dos R$ 6,4 bilhões em propinas identificadas pela operação em contratos da estatal. O MPF já pediu o pagamento de R$ 37,5 bilhões de multas e ressarcimentos. O prejuízo causado à estatal pelo esquema de propinas pode chegar a R$ 42 bilhões.

Ou seja, todo mundo sabe e percebe facilmente que a corrupção sistêmica rouba os recursos que pagamos em 93 impostos, taxas, contribuições e infindáveis multas e instruções normativas no excessivo regramento da burocracia tupiniquim. Por isso é que não dá para levar muita fé no que promete Michel Temer (até recentemente aliado e coordenador político do desgoverno petista).
ESCLARECIMENTO DO SAMAE DE GASPAR
29/04/2016 10:40
O esclarecimento do Same de Gaspar confirma a informação da coluna e de que o Samae está procedendo a correção.

Bom dia Sr. Herculano,

Em atenção à publicação da sua coluna, mais precisamente quanto ao O FEDOR DO LIXO VII em menção a publicação do Aviso de Suspensão de Licitação Pregão Presencial nº. 01/2016 no Diário Oficial dos Municípios no dia 16 de março Edição nº. 1954, venho por meio deste relatar e esclarecer que ocorreu um equívoco ao anexar o documento para publicação.

No dia 15/03 (no mesmo dia que seria a abertura do certame) após a notificação motivado por decisão judicial, foi publicado o Aviso de Suspensão com o texto devidamente correto no site www.samaegaspar.com.br, no campo Licitações - Pregão Presencial nº 01/2016.

Mesmo sendo o texto correto publicado no site do SAMAE, se faz necessário a correção deste equívoco no Diário Oficial.

E para conhecimento, a errata já foi enviada para publicação no Diário, podendo ser conferida no dia 02/05/2016.

Grata pela atenção.
Att.,




Ana Paula Becker

Departamento de Compras

SAMAE - Gaspar

Fone/Fax: (47) 3332-1155
Herculano
29/04/2016 09:31
PMDB PASSARÁ A CONTROLAR 107 MIL CARGOS COMISSIONADOS NA ENGRENAGEM FEDERAL, por Josias de Souza

O cargo de Dilma Rousseff não é o único que estará em jogo na sessão do Senado marcada para 11 de maio. Confirmada a tendência de afastamento da presidente da República, os senadores transferirão do PT para o PMDB a administração de uma fila de empregos que inclui 107 mil cargos comissionados - como são chamadas as poltronas cujos ocupantes recebem uma gratificação mensal além do salário.

Os assentos mais cobiçados são chamados de DAS, sigla de "Direção e Assessoramento Superior". Somam 22,3 mil cadeiras, das quais 6,5 mil são ocupadas por pessoas estranhas ao serviço público, que entram pela janela. Excluindo-se os salários, essas gratificações custam ao contribuinte R$ 886 milhões por ano. E há outras 84,7 mil funções gratificadas. Escondem-se sob um cipoal de cerca de 50 siglas e denominações que dificultam a aferição dos custos.

Os dados foram colecionados pela assessoria técnica do DEM numa pesquisa realizada no Portal da Transparência do governo. O levantamento inclui apenas os órgãos da administração direta, sem estatais. Ainda assim, é muito cargo. Nenhum governo é capaz de preencher todas as vagas apenas com servidores amigos. Mas o poder longevo - 13 anos e 4 meses no Planalto - fez do PT o partido que mais exerceu controle sobre essa engrenagem.

A eventual ascensão de Temer à poltrona de presidente oferecerá ao PMDB a oportunidade de realizar algo que um peemedebista ilustre chamou de "despetização da máquina pública." O procedimento começará pelo Palácio do Planalto. Ali, entre gratificações do tipo DAS e de outras modalidades há 5.860 cargos comissionados.

Desse total apenas 73 estão alocados no gabinete da vice-presidência, onde ainda despacha Michel Temer. Sob o mesmo guarda-chuva escondem-se indícios de anomalias. Por exemplo: A EBC (Empresa Brasil de Comunicação) abriga 425 servidores com gratificação. É quase o mesmo número da Controladoria-Geral da União, que paga gratificação a 510 servidores. Ou da Agência Nacional de Aviação Civil, com 437.

Os parlamentares se mexem freneticamente para encaixar e, sobretudo, manter amigos em assentos confortáveis. Tomado pelos movimentos iniciais, um eventual governo de Michel Temer chegará mais macio do que se imagina. O grosso da superestrutura rolará suave e fisiologicamente de dentro da gestão Dilma para a administração Temer. Mesmo partidos como o mensaleiro PR e o petroleiro PP rolarão de um lado para o outro como lã em novelo.

O PR negocia sua permanência à frente da pasta dos Transportes, que desgoverna desde o governo Lula. A pasta dispõe de 1.964 cargos comissionados. Isoladmaente, o órgão que concentra o maior número é o DNIT: 681. Responsável por rasgar e conservar estradas federais, essa repartição é, historicamente, crivado de corrupção.

Do mesmo modo, sem prejuízo de outros troféus que o PMDB cogita lhe entregar, também o PP trabalha para manter sob seus domínios a cobiçada pasta da Integração Nacional, com 1.479 cargos comissionados. Mais do que os 1.022 comissionados da Polícia Federal,
Herculano
29/04/2016 09:24
JUROS SIMPLES

O prefeito de Lages, investido de governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, PSD, o amigo íntimo e de última hora, a da decadência, sem nada em troca, de Dilma Vana Rousseff, PT, tem sorte: uma imprensa mansa.

Até hoje ele não respondeu aos catarinenses duas questões básicas sobre os juros simples que foi buscar no Supremo Tribunal Federal para esconder a sua incompetência administrativa.

Ele quer dar o calote na União - e tem colunista e veículo defendendo este tipo de sacanagem que vai ser paga por nós - porque aumentou a folha de pagamento do estado em quase 150%. Vergonhoso.

Ao invés de governar para os catarinense, governou para os interesses das guildas organizadas, políticas e partidárias do funcionalismo público para não ter problemas de repercussão na mídia e assim ter facilitado a sua reeleição.

A segunda questão é a seguinte: se ele propõe que dívidas públicas do estado sejam pagas pelos juros simples, porque nós contribuintes continuamos e temos que pagar as nossas dívidas com o Estado de Santa Catarina com juros compostos?

Volta para Lages, por favor. Ela já está de bom tamanho para a incapacidade de compreender o que seja economia fiscal.
Herculano
29/04/2016 09:14
O FATO CONSUMADO, por Merval Pereira, para o jornal O Globo

A presidente Dilma anda trocando os pés pelas mãos nesses seus últimos dias de Palácio do Planalto, e já dá mostras de que não tem senso de História, ou o tem tão distorcido que acha que qualquer ação é válida para manter-se no poder, mesmo quando essa possibilidade se torna quase impossível. Nunca a velha regra política de que só dois fatos são importantes, o fato novo e o fato consumado, foi tão verdadeira.

A saída de Dilma da Presidência, pelo menos temporariamente até que seu julgamento seja concluído pelo Senado, é um fato consumado que apenas um fato novo poderia alterar. Mas não há fato novo à vista, e, a cada movimento desses que a presidente vem fazendo ultimamente, reduz-se seu campo de manobra.

A campanha política que a presidente e seus aliados vêm desenvolvendo sobre um suposto golpe que estaria sendo arquitetado contra ela, se já era inadequada para um chefe de Estado que preze seu país, agora que a Câmara aprovou o impeachment por mais de 70% dos seus representantes torna-se um crime de responsabilidade, pois é a própria presidente que estaria tentando interferir no trabalho de outros Poderes da República, o Legislativo e o Judiciário.

Também o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, quando for defender Dilma hoje na comissão do Senado, será advertido de que não pode alegar que está em curso um golpe. A AGU tem por missão institucional defender não apenas a presidente da República, mas os demais Poderes.

Portanto, Cardozo não pode atacar a Câmara para defender a presidente. Já não deveria fazê-lo anteriormente, mas até que houvesse uma decisão formal da Câmara esse comportamento anômalo foi relevado. Agora, na comissão do impeachment do Senado, Cardozo terá que se limitar a uma defesa tradicional, sem adjetivos condenatórios a outro Poder da República.

O discurso de ontem do Prêmio Nobel Esquivel, referindo-se ao suposto golpe no Senado, foi repudiado por senadores, e sua fala, retirada dos anais da Casa. Outro ditado popular diz que quem fala muito dá bom dia a cavalo.

Dilma tanto falou que o vice Temer não tem votos para assumir a Presidência, como se os 54 milhões de votos que a chapa recebeu não tivessem nenhuma parcela do PMDB, o maior partido do país, que está dando argumentos aos que querem separar as contas do vice e as dela, ajudando Temer no processo do TSE.

Um amigo da coluna manda o seguinte raciocínio: Dilma diz que é golpe porque ela foi eleita, e que só dessa maneira que alguém deve sentar na cadeira da Presidência. Dilma está dizendo que quem foi eleita foi ela, não Temer. Se a eleição foi dela e não de Temer, a campanha da eleição também foi dela, não de Temer.

Em consequência, o dinheiro para a campanha foi para ela, e não para Temer. Muito mais ainda o dinheiro por fora, proveniente das propinas do petrolão. Logo, o TSE tem que julgar, e eventualmente condená-la, e não a Temer. Esse raciocínio levaria a que o PSDB pudesse retirar a denúncia contra a chapa Dilma/Temer no TSE, uma vez que, pelas próprias palavras de Dilma, a campanha foi dela, porque só ela foi eleita.

Uma ideia estapafúrdia para se opor à da própria presidente, que quer assumir sozinha, sem o vice, a vitória eleitoral. E quer deixar uma série de pautasbomba para seu sucessor, equiparando-se ao melhor estilo Eduardo Cunha.

Mudança de foco
Em breve teremos uma nova fase da Lava-Jato, com a ampliação dos trabalhos no Rio. Foram distribuídos pelo ministro do Supremo Teori Zavascki, para a 7ª Vara Federal Criminal do Rio, do juiz Marcelo Bretas, alguns termos da colaboração do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró que tratam de contratos internacionais da Petrobras, como compra de empresas, uma de gás uruguaia e outra argentina. O que há de relevante é que, diferentemente do que vinha ocorrendo, nem tudo de Petrobras ficará em Curitiba. Há uma mudança na orientação. Zavascki, relator da Lava-Jato no STF, também teria declinado da competência para a relatoria no STF de questões ligadas a Belo Monte, que virão para o Rio de Janeiro, junto do Eletrolão, ou para outro lugar, mas não para Curitiba
Herculano
29/04/2016 09:09
COMO FUNCIONA O PT, O ÉTICO, E PARA QUEM OS CRIMES, MANOBRAS E PECADOS SO EXISTEM NOS ADVERSÁRIOS. É UMA PRÁTICA. INVESTIGADA PELO POLÍCIA FEDERAL, MULHER DO GOVERNADOR PETISTA MINEIRO [E NOMEADA SECRETÁRIA DE ESTADO PARA GANHAR FORO PRIVILEGIADO

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de José Marques, de Belo Horizonte. O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), nomeou nesta quinta-feira (28) a sua mulher, Carolina de Oliveira Pimentel, como secretária de Trabalho e Desenvolvimento Social.

A medida, na prática, garante foro privilegiado a ela, investigada na Operação Acrônimo da Polícia Federal. Agora, além do STJ (Superior Tribunal de Justiça) e da Justiça Federal, o Tribunal de Justiça mineiro pode julgar possíveis processos contra a primeira-dama.

A mudança é prevista em dois artigos da Constituição do Estado, que dão ao tribunal a competência de julgar crimes comuns e de responsabilidade de secretários.

O caso está sob responsabilidade do STJ por conta do envolvimento do governador. Se houver um desmembramento do processo e Carolina for julgada em separado, há divergências sobre o tribunal para onde seriam enviados os autos, segundo especialistas consultados pela reportagem: se o próprio TJ ou o Tribunal Regional Federal.

Caso isso ocorra, ela teria oportunidade de apresentar maior quantidade de recursos. Para oposicionistas, a própria disputa de competência pode beneficiar a mulher do governador com prazos mais amplos para julgamento.
Carolina, que substitui André Quintão no comando da pasta, é investigada na Acrônimo sob suspeita de ter recebido, por meio de sua empresa, a Oli Comunicação, valores que na verdade teriam sido transferidos para a campanha do governador em 2014. Em maio do ano passado, uma antiga residência dela foi alvo de busca e apreensão.

A Oli também recebeu pagamentos milionários de empresas que firmaram contratos com o BNDES, segundo a PF. Esses repasses teriam ocorrido entre 2012 e 2014, período em que Pimentel era ministro do Desenvolvimento -pasta ao qual o banco é vinculado.

A primeira-dama ainda é suspeita de ser sócia oculta da agência Pepper, ligada ao PT, cuja dona Danielle Fonteles fechou acordo de delação premiada.

No último dia 11, Pimentel foi indiciado pela PF sob suspeita de corrupção passiva, tráfico de influência, organização criminosa e lavagem de dinheiro. No dia 15, o empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, suposto operador do esquema, foi preso em Brasília.

A oposição em Minas pretende entrar nesta sexta (29) na Justiça com um pedido de suspensão da nomeação ou da posse. Eles dizem que houve "desvio de finalidade" para ajudar a primeira-dama judicialmente e que uma possível disputa de competência entre o Judiciário estadual e federal sobre o caso pode "no mínimo fazer o governador ganhar tempo para evitar a prisão de sua esposa".

Após a posse de Pimentel, Carolina assumiu o Servas, serviço de assistência social ligado ao Estado. Ela estava de licença-maternidade depois do nascimento de sua primeira filha com o governador, em 8 de dezembro.

Em 2014, a nomeação de outro secretário do governo Pimentel também causou repercussão: José Afonso Bicalho (Fazenda) é réu no episódio do mensalão tucano e, ao ser nomeado, seu processo passou da primeira instância para o Tribunal de Justiça. Ele era presidente do Bemge (antigo banco estatal) à época do episódio e sempre negou ter cometido irregularidades.

OUTRO LADO

Procurado, o governo de Minas Gerais afirmou que a indicação de Carolina partiu do próprio ex-secretário André Quintão, que reassume seu mandato na Assembleia Legislativa.

"A mudança na Sedese já estava planejada e aguardava apenas o retorno da Primeira-Dama da licença maternidade. Ela ocorre como parte da segunda fase da reorganização administrativa do Estado", diz nota do governo.

Ainda segundo o comunicado, Quintão vê na primeira-dama "a substituição natural para que não haja descontinuidade nas políticas públicas da pasta", que "já vinham sendo tocadas em parceria" com o Servas.

O advogado de Carolina, Pierpaolo Bottini, diz que mesmo com a nomeação "não há razão" para a defesa pedir ao STJ desmembramento e envio ao TJ de processo relativo ao caso.

"Se houver denúncia, ela vai ser oferecida ao STJ. Não há nenhuma razão para isso [pedido de desmembramento]. A nomeação não tem efeito nenhum", afirmou à Folha.

Ele também diz que mesmo com a nomeação, nada muda nas investigações da Polícia Federal
Herculano
29/04/2016 09:03
DILMA QUER ANUNCIAR "BONDADES" NO DIA DO TRABALHO

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Valdo Cruz e Gustavo Uribe, da sucursal de Brasília. Diante da possibilidade de ser afastada do cargo no próximo mês, a presidente Dilma Rousseff pediu à equipe econômica estudar medidas, classificadas por assessores de "pacote de bondades", para serem anunciadas no Dia do Trabalho, dia 1º de Maio.

Entre elas, a petista pediu que sua equipe avalie a viabilidade de reajustar a tabela do Imposto de Renda na Fonte, que não foi corrigida neste ano, e também de conceder um aumento para os benefícios do Bolsa Família.

O objetivo é fazer um aceno efetivo à base social da legenda e um contraponto ao vice-presidente Michel Temer, que pretende fazer um pente-fino em programas sociais como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida.

A petista passou a avaliar um aumento dos pagamentos do Bolsa Família, como antecipou o Painel, depois de ser informada que a medida faz parte dos planos do vice-presidente caso ele assuma o Palácio do Planalto.

A Folha apurou, porém, que a equipe econômica considera difícil realizar um reajuste da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física neste momento.

Em relação ao Bolsa Família, havia no orçamento R$ 1 bilhão reservado para o reajuste do benefício, mas que acabou sendo remanejado para outras áreas diante dos cortes de despesas efetuados neste ano.

O secretário do Tesouro Nacional, Otávio Ladeira ponderou que, sem a revisão da meta fiscal para 2016, não há espaço para promover novos gastos.

"Esse assunto [reajuste do Bolsa Família] poderá ficar para quando a nova meta [fiscal] for aprovada", disse.

O governo federal enfrenta uma das piores crises fiscais da história recente. Apenas nos três primeiros meses do ano, o rombo já alcança R$ 18 bilhões, mesmo com a receita extra de R$ 11 bilhões oriunda da venda de hidrelétricas no final de 2015.

Para evitar um novo panelaço, a presidente não pretende fazer pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão no Dia do Trabalho.

Ela deve gravar um vídeo que será divulgado em redes sociais e está sendo aconselhada a adotar um discurso no qual defenderá as conquistas das gestões petistas e criticará eventuais retrocessos em um possível governo peemedebista.

A petista tem sido pressionada ainda a participar de ato na capital paulista da CUT (Central Única dos Trabalhadores) na companhia de seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva.

Ela, no entanto, ainda não tomou uma decisão.
Herculano
29/04/2016 08:56
da série: e eles dizem não saber a razão pela qual a maioria da população não os tolera nas ideias, nas atitudes e nos resultados. Gente encardida.

TRANSIÇÃO SEM TRAUMA, editorial do jornal Correio Braziliense

A anunciada pretensão de coroadas cabeças do Palácio do Planalto e do PT de impedir uma transição sem traumas de governo, caso o Senado Federal decida pelo afastamento por 180 dias da presidente Dilma Rousseff em 11 de maio - isso caso o pedido de impeachment seja aceito -, tem de ser combatida com vigor por todos os brasileiros que acreditam e trabalham pelo bem da nação. Se tal impropério for cometido pelos atuais ocupantes do poder, o alvo a ser atingido de forma fulminante será o povo, que é a grande vítima da maior e mais grave crise política e econômica enfrentada pelo Brasil.

Se a ideia realmente for colocada em prática, ninguém mais poderá duvidar da pequenez dos que se agarram ao poder com todas as suas forças. O Brasil é muito maior do que a disputa travada pelos grupos políticos em torno do comando do governo. O Palácio do Planalto e o Partido dos Trabalhares têm de refletir muito antes de retaliar os possíveis substitutos com a negação de informações sobre a máquina administrativa governamental, caso haja o afastamento da presidente da República. Se já está difícil superar a crise, o caos poderá se instalar se um novo governo assumir sem as informações fundamentais e extremamente necessárias para dar início à sua administração.

Dentro dessa estratégia do Planalto, decidiu-se, nas entranhas do palácio, organizar um périplo pelo mundo para Dilma Rousseff denunciar hipotético golpe contra o seu mandato. Ideia pueril, já que cinco ministros do Supremo Tribunal Federal - o decano Celso de Mello, Gilmar Mendes, Dias Toffolli, Luiz Carlos Barroso e Carmem Lúcia - deixaram claro, em suas declarações, que o processo de impeachment obedece a todas as normas constitucionais. Portanto, a Constituição está sendo respeitada. Não está sendo rasgada como insistentemente vêm alardeando os apoiadores da presidente da República.

O momento atual é de união de todos os brasileiros, do mais humilde aos que ocupam os mais elevados cargos na máquina governamental, para que o Brasil possa enfrentar com tranquilidade momento tão difícil como o atual. Promover uma transição traumática, como a que está sendo urdida pelo partido governante e pelo próprio Palácio do Planalto, é fazer aposta contra o povo brasileiro, em todas as instâncias da vida nacional. Ao contrário dos que apregoam fictício golpe de Estado, a palavra de ordem deveria ser união, para que o país possa reencontrar o caminho da paz e do desenvolvimento socioeconômico.
Herculano
29/04/2016 08:52
"GRAN FINALE", por Eliane Cantanhede, para o jornal O Estado de S. Paulo

Virtualmente perdida a guerra do impeachment, Dilma Rousseff, Lula e o PT lutam com unhas e dentes para vencer a batalha pela narrativa política e para "infernizar" de véspera o virtual governo Michel Temer. Contam para isso com a mídia internacional, tanto quanto dependem de CUT, MST, UNE e MTST para agitar ruas e estradas.

Há um temor, na oposição, de que Dilma articule um "gran finale" para o processo de impeachment e para seus anos de governo. Algo como se acorrentar à mesa presidencial e forçar uma retirada à força do palácio. Algo teatral e dramático para ilustrar sua indignação, gerar imagens fortes e corroborar a narrativa do "golpe".

São três os pontos centrais a serem martelados dia e noite, dentro e fora do País: o impeachment é um "golpe" dado "pela direita", "pelos corruptos", "pela mídia golpista", tudo isso personificado no deputado Eduardo Cunha; com Temer e o PMDB, será o fim dos programas sociais, a começar do Bolsa Família; o novo governo vai intervir na Polícia Federal e enterrar a Lava Jato.

A narrativa é a mesma, mas por motivações diferentes. Dilma esperneia e se submete a terríveis constrangimentos - como as fotos reveladoras da "miss Bumbum" no Ministério do Turismo - tentando desesperadamente sair do governo e entrar para a história como "vítima da direita corrupta", não como a presidente despreparada que, além das "pedaladas fiscais", destruiu a economia, manchou a imagem do Brasil no exterior, conviveu com o esfarelamento da Petrobrás e explodiu a "maior base aliada do planeta".

Lula, porque foi o presidente mais popular da história e, mal passados cinco anos, anda às voltas com Lava Jato, Zelotes, empreiteiras e filhos que, como a Coluna do Estadão publicou, saem por aí comprando cadeiras de R$ 15 mil. Não pega nada bem para quem mobiliza milhões de incautos com o discurso da defesa dos "pobres" e de uma "esquerda" que se limita hoje a uma expressão ao vento, um pretexto para defender o indefensável.

O PT, porque o partido é muito maior do que Dilma Rousseff - aliás, nem queria a candidatura dela - e precisa garantir a sua sobrevivência para além de Lula e Dilma ou, ao menos, a sobrevivência política de muitos petistas que não macularam suas biografias nem encheram as burras com mensalões, petrolões e relações perigosas com empresas sujas. Eles precisam de uma narrativa que vitimize Dilma e carimbe os líderes do impeachment como "golpistas".

A estratégia tem legitimidade, mas Dilma, Lula, PT e movimentos não lucram nada, mas pioram ainda mais a imensa crise brasileira se decidem incendiar o País.

Vetar a transição para o novo governo é o de menos, até porque os ministros de Dilma estão aos montes pró-impeachment, mas, ao tramar um aumento populista do salário mínimo no próximo domingo, ao programar uma atualização irreal da tabela do Imposto de Renda, eles não estão "infernizando" apenas a vida de Temer, mas a dos brasileiros, sobretudo dos que já estão no inferno do desemprego.

Ontem mesmo, mais uma leva de péssimas notícias: déficit fiscal de R$ 18 bilhões, o maior em 19 anos, e juros de 300% ao ano no cartão de crédito, um recorde mundial. Dilma, Lula e o PT querem aprofundar esse desastre para tentar colar os seus próprios cacos? Não parece justo.

Luta política, sim. Disputar a narrativa história, sim. Mas irresponsabilidade com a Nação, não. Enxovalhar a imagem do Brasil no exterior, incendiar pneus, fechar estradas e detonar de vez as contas públicas não vai melhorar a narrativa de ninguém. Ao contrário, só piora tudo para todo mundo, inclusive Dilma, Lula e PT.

Desvio de função. A professora Janaína Paschoal falou mais dela própria do que do pedido de impeachment na comissão do Senado. Adora a palavra "eu" e o verbo na primeira pessoa
Herculano
29/04/2016 08:44
PLANALTO QUER O ERÁRIO BANCANDO 'GOVERNO PARALELO', por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Plano secreto do Planalto, ao qual esta coluna teve acesso, prevê uma manobra que obrigaria os cofres públicos a bancar o "governo paralelo" anunciado por Dilma após seu afastamento. A ideia é nomear ainda no governo atual, antes do dia 11 (data de votação do impeachment), os membros do futuro "governo paralelo". Ao serem demitidos pelo novo governo, pedirão o "direito a quarentena remunerada" por 4 meses.

OLHA A 'ÉTICA PÚBLICA'
A Comissão de Ética Pública da Presidência da República teria papel essencial para fazer os cofres públicos bancarem o "governo paralelo".

QUARENTENA REMUNERADA
O esquema prevê aprovação da "quarentena" pela Comissão de Ética Pública, alegando "inviabilidade" de os demitidos obterem empregos.

SUFICIENTES
Quatro meses de "quarentena remunerada" serão suficientes para bancar o "governo paralelo", avalia a cúpula do PT no Planalto.

PRECEDENTE
Suspeito de corrupção no governo, ex-ministro Antonio Palocci obteve "quarentena remunerada" avalizada pela Comissão de Ética Pública.

GOVERNO DILMA PARADO: DNIT INTERROMPE 61 OBRAS
Com a presidente Dilma dedicada exclusivamente a tentar salvar a própria pele, seu governo dá sinais de falência múltipla de órgãos: o próprio diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Trânsito (DNIT), Valter Silveira, assina um documento em que propõe a paralisia de 61 importantes obras de construção rodoviária, além da suspensão de 40 contratos de supervisão. Tudo por falta de dinheiro.

O DINHEIRO ACABOU
O documento 'Relato 123/2016', do DNIT, mostra ser impossível pagar R$ 19 bilhões do custo das obras: dispõe apenas de R$ 6 bilhões.

QUEM MANDA, SABE
A proposta de paralisação das 61 obras, obtida pela coluna, é assinada pelo diretor-geral e Luiz Ehret Garcia, diretor de Infraestrutura do DNIT.

PALAVRA FINAL
Ao DNIT coube propor a paralisia das obras e dos contratos, mas a palavra final será do Ministério dos Transportes.

NÃO, SIM, TALVEZ
Renan Calheiros contou a interlocutores que nada prometeu a Lula, ao ouvir o pedido para "virar votos" de senadores no impeachment. "Dilma conta comigo, mas sabe que há coisas que não posso fazer", disse ele.

A VOLTA DE CARLÃO?
Com Dilma em baixa, já há apostas na sua reaproximação com o ex-namorado Carlos Nogueira, secretário nacional de Geologia. Ele rompeu uma semana antes de Dilma ser escolhida por Lula candidata a presidente, em 2010, ganhando o epíteto "Carlão, homem sem visão".

MANDA QUEM PODE
É jovem o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani, mas entende dos sinais do poder. Mostrou que mandava mesmo no ex-ministro da Saúde Marcelo Castro. Mandou inclusive que ele pedisse demissão.

MULHER CORAGEM
Corajosa, como sempre, a jurista Janaína Pachoal usou de fina ironia para colocar a tropa de choque do PT no seu devido lugar: "A oposição fala que a nossa denúncia é golpe...". A futura oposição, faltou dizer.

PROTEÇÃO DO FORO
Rumores sobre a iminente prisão de Carolina, na Operação Acrônimo, teriam levado o governador mineiro Fernando Pimentel (PT) a nomear sua mulher secretária de Estado. O ato não se sustenta, por configurar nepotismo, mas foi uma emergência para garantir-lhe foro privilegiado.

CIDADES PARA O PP
O PSD pediu a Michel Temer o Ministério das Cidades, mas o vice-presidente prefere o PP, cuja bancada na Câmara tem 47 deputados. Mas o partido de Gilberto Kassab, que tem 36, será contemplado.

CPI DA ANATEL
Hélio José (PMDB-DF) recolhe assinaturas para criação, no Senado, da CPI da Anatel, a Agência Nacional de Telecomunicações sempre boazinha com as empresas que deveria fiscalizar. Já tem 45 adesões.

ANTIGO CACOETE
Na comissão do impeachment, a "tropa de choque" governista repete a velha estratégia petista: em vez de discutir a denúncia de que é alvo, por mais grave que seja, prefere desqualificar e atacar o denunciante.

CREDIBILIDADE PARA QUÊ?
Só no Brasil o presidente de um banco retoma o comando da instituição financeira após passar uma temporada na cadeia...
RADIALISTA DE GASPAR PERSEGUIDO
29/04/2016 08:37
"A DEMOCRACIA"

O Reporter da Radio Vila Nova FM 98,3 foi escurraçado de dentro do PROCON no dia 28 de Abril 2016, as 09h30min da manhã pelo Seu Coordenador Geral, Sr. Pedro Pereira, "Popular Geada".

Disse o Diretor ao Repórter que não tinha nada para Declarar a Imprensa. Então Ele tem Razão: quem não produz não tem o que comentar.

Pedro Pereira ligou para a Redação da Emissora para se justificar, fez criticas e disse que temos que seguir as regras igual as duas emissoras pagas pela administração esconder as lambanças e ler textos prontos.

O repórter Gil Dias foi enfático: trabalho na Rádio Vila Nova FM 98,3. O custo da emissora e do meu trabalho somos nós que pagamos, fizemos imprensa livre.

A diretora de Comunicação da prefeitura chamou o Repórter Gil Dias, sexta-feira 29/04/2016 às 09h30 no Paço Municipal para disciplina-lo. Será?

Miro Sálvio
Radio Vila Nova FM 98,3
Gaspar - SC
Herculano
29/04/2016 08:30
O QUE O PT DE GASPAR É DIFERENTE DO PT NACIONAL?

O artigo abaixo, "Bandoleiros primitivos", depois de lido leva à fácil conclusão: em nada.

Trata-se de uma franquia nacional, com os mesmos princípios, práticas e incoerências, onde o medo é o principal vetor de constrangimento de adversários e "convencimento" de eleitores incautos, analfabetos, ignorantes, desinformados, dependentes e fanáticos.

Para o PT e os petistas, como encardidos, não existe mundo possível e certo fora do PT. Só há democracia se o PT e os petistas forem ela.

Intimidaram tanto, que a sociedade perdeu a paciência num primeiro instante, e num segundo, perdeu agora o medo para enfrentá-los correndo riscos pessoais e patrimoniais. E por que? Porque perdeu a liberdade, a esperança e muito muito dinheiro que sumiu pela incapacidade de gerir a coisa pública, pela mentira, pela falta de transparência, pelo alto desemprego, pela inflação alta, pela corrupção e até a roubalheira desenfreada do dinheiro dos nossos pesados impostos.

O PT está enrolado em suas próprias malhas disfarçadas de ideológicas. E a ideologia de esquerda não estabelece o saque do dinheiro do estado e na associação com de propinodutos com empreiteiros e fornecedores de serviços para o estado.

Não é a toa que a charge de hoje emprestada para a coluna, mostra que a presidente Dilma Vana Rousseff, PT, não tem nada a comemorar, mas insiste em abrir o espumante para a sua claque e os analfabetos se esbaldarem com falsas conquistas, apesar das ondas de tsunami contra feitas pela realidade, para as quais o PT, os petistas e a presidente não terá forças para dissipá-las.

Não é a toa, que o noticiário hoje se ocupa com a formação do novo governo de Michel Temer, PMDB, diante de tanta deterioração de credibilidade do atual. Ou seja, o governo petista já era. Ele não se sustenta mais no discurso, na falsa narrativa de golpe,

O governo moribundo de Dilma e do PT está sem ação prática e corretiva, sem capacidade de admitir erros e culpas mínimas para pelo menos enganar e emocionar os mais fracos já contaminados pela necessidade de se trocar o governo para não ficar neste que está em plena agonia e teima em nada mudar, impondo apenas sacrifícios a população.

O PT se imolou no altar da arrogância, da corrupção, da censura, da ditadura de comportamento e quer transferir a culpa da sua autodestruição para os outros. Melancólico. Wake up, Brazil!
Herculano
29/04/2016 08:04
BANDOLEIROS PRIMITIVOS, por Reinaldo Azevedo, para o jornal Folha de S. Paulo

O PT merece ser banido da política não só em razão dos seus crimes, mas também de sua determinação de não reconhecer a ordem que o instituiu. Há algum tempo, escrevi nesta coluna que é a democracia que legitima o PT; não é o PT que legitima a democracia, como parecem crer os companheiros. Seus protagonistas são uns farsantes; seus intelectuais, uns trapaceiros da teoria. E é fácil demonstrar.

Observem como os petistas e seus ditos pensadores fazem questão de ignorar os crimes cometidos pelo partido -inclusive o de responsabilidade, que traz as digitais de Dilma Rousseff - para tratar, em vez disso, de uma suposta luta que estaria sendo travada entre "conservadores e progressistas", "entre direitistas e esquerdistas"; "entre coxinhas e mortadelas".

De súbito, as forças, então, que perderam quatro eleições seguidas para o PT ?"fartamente financiado, por dentro e por fora, pela melhor e pela pior elite econômica?" teriam adquirido uma inteligência superior, que oscila do maquiavélico ao macabro, e passa todas as horas do dia a conspirar para desfechar o tal "golpe".

Com que propósito? Bem, segundo, inclusive, alguns colunistas desta Folha, o objetivo seria marginalizar os pobres, os oprimidos, os deserdados. Por alguma razão que ainda não conseguiram explicar ?"e estou doido para debater com um deles na TV Folha?", os marginalizados seriam representados pelo partido que protagonizou o mensalão, o "aloprados 1 e 2" e o petrolão.

Queria revisitar com eles as correntes do marxismo para saber em que momento o crime comum, a safadeza e a roubalheira são capítulos da luta de classes, a defunta senhora. Stalin era um assassino em massa; ladrão não era. Quem chegou mais perto de teorizar a respeito foi Eric Hobsbawm em "Rebeldes Primitivos" - que, por óbvio, não eram financiados por empreiteiras nem se acoitavam nas dobras do Estado - esses são os bandoleiros primitivos de agora.

Leio o que escrevem um tanto constrangido. Como é que não se envergonham? Faça você mesmo, leitor: digite na área de busca do Google, sem aspas e sem vírgulas, as palavras "artistas, intelectuais, divulgam, manifesto, pró-Dilma". Os motivos para defender o voto na petista em 2014 são rigorosamente os mesmos esgrimidos agora contra o impeachment. É sempre Chapeuzinho Vermelho contra o Lobo Mau. O PT já havia recorrido a esse expediente em 2010 e 2006.

Tanto nos confrontos eleitorais como na batalha do impeachment, a vitória do adversário significaria não um contratempo, mas um retrocesso, uma derrota das forças do progresso e do desenvolvimento social, uma marcha involutiva da história. Os que hoje deslegitimam a posse constitucional de Michel Temer não hesitaram em deslegitimar as próprias urnas. Não é que tenham aceitado o resultado; eles aceitaram a vitória.

João Pedro Stédile e Guilherme Boulos, só para encerrar o texto com caricaturas emblemáticas, prometiam não deixar Aécio Neves em paz caso o tucano vencesse a eleição de 2014. Agora, prometem infernizar a vida de Temer.

Os petistas não aceitam mesmo é a democracia e o Estado de Direito, que, por sua vez, continuarão a abrigar o PT porque é de sua natureza - até o limite, claro!, em que o partido não busque solapá-los. E se isso acontecer? Ora, recorreremos aos instrumentos que o regime oferece para combater a subversão da ordem democrática.

O PT vai ter de aprender a respeitar a lei, que também tem marra.

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