29/04/2016
O FEDOR DO LIXO I
O título não é inédito. Já apareceu aqui inúmeras vezes. O tema também não. E mais uma vez, o título e o tema não estavam previstos para hoje. Entretanto, na terça-feira, na coluna inédita só para os internautas que fazem dela a mais acessada no portal mais antigo, mais acessado, mais atualizado e de credibilidade, o título e o tema reapareceram. Só aqui, estranhamente, por anos afio, isto é noticiado. E a coisa pegou. Falta clareza. E estão enrolando, ou desafiando, ou zombando do Ministério Público, aquele que cuida da Moralidade Pública, com Chimelly Louise de Resenes Marcon. O PT – a exemplo do que se deteriora nacionalmente - e a prefeitura de Gaspar na franquia – tromba à lógica e à transparência.
O FEDOR DO LIXO II
Como aqui na coluna impressa tenho limitações de espaços, quem se interessar por detalhes pode acessar a edição de terça-feira na internet. Mas vou resumir e ampliar com dúvidas e informações dilacerantes. Recapitulando: a prefeitura de Gaspar fez um Projeto de Lei para regularizar a licitação e a contração dos serviços de coleta, transporte e depósito do lixo urbano daqui. Tudo em regime de urgência, como sempre, em casos polêmicos. É para que não houvesse debates na Câmara, na mídia e na comunidade, apesar da administração ser petista e ter o rótulo de popular.
O FEDOR DO LIXO III
Depois de não admitir interferência nenhuma na Câmara e praguejando esta coluna que desnudou esta jogada com muitos interesses multipartidários em jogo, o PL se tornou Lei. E com os defeitos de origem que eram questionados. Entre eles, quem ganhasse o certame poderia ficar com este lucrativo negócio fedido por até 40 anos, submeter sucessivas administrações (e do Samae) e os gasparenses aos caprichos de uma única empresa por este tempo todo, inclusive no preço ou no próprio desaparecimento da empresa ganhadora. Pior. Naquilo que foi construído o projeto e à Lei sancionada, só uma empresa na região teria, tecnicamente, condições para atender o edital: a Recicle, de Brusque. Bingo.
O FEDOR DO LIXO IV
A Say Muller é empresa inventada pelo PT para o fedor e ser só dos petistas daqui. E deu errado. Ela surgiu para combater a Recicle, a quem o PT de Zuchi dizia falsamente – pois não admite concorrência e possui o instinto da terra arrasada, colocando rótulos nos adversários - estar a serviço do ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt, hoje sem partido. A Say Muller nasceu abraçada com o então presidente do Samae, Lovídio Carlos Bertoldi, hoje secretário de Obras e levado para secretaria no projeto petista de poder eterno daqui. É pré-candidato declarado a prefeito pelo PT neste ano. Virou dono do balcão e freguesia que faz a partir da secretaria. Resumindo: a Say Muller, cresceu, entendeu do negócio, expandiu-se, espertamente fugiu do controle dos criadores petistas nestes quase oito anos de existência.
O FEDOR DO LIXO V
Atolada em desconfianças comuns neste negócio lucrativo e cruzado, como a limpeza e administração dos cemitérios públicos, a Say Muller e suas empresas familiares estão no Fórum daqui e no Tribunal de Justiça em vários processos, por iniciativa do próprio MP. Levada ao negócio que nunca fez, a pedido, a serviço do PT e de Pedro Celso Zuchi, a Say Muller percebeu na nova Lei e edital do pregão, o golpe, a traição em “famiglia”. Resolveu reagir, com todos os modos possíveis. O Samae, hoje nas mãos do ex-tucano, todavia, o mais fiel dos petistas da administração de Pedro Celso Zuchi, Élcio Carlos de Oliveira, por intermédio do seu assessor jurídico, José Carlos Schramm, pediu aval ao MP para fazer um contrato de emergência. Alegou que a Say Muller estava dificultando a vida do Samae na contratação da nova empresa para coletar, transportar e armazenar o lixo. Veio um decreto de “de emergência”. O MP ficou pasmo. Abriu os olhos
O FEDOR DO LIXO VI
Esta história cheira a chantagens. E a administração petista sentiu o bafo. E num momento político delicado onde não pode ficar exposta publicamente. Ora, se a Say Muller estava complicando a vida do Samae petista, por que fazer o contrato de emergência logo com quem a maltrata, a Say Muller? A notícia que corre nos que lidam com o fedor, é que a Recicle desistiu de tudo diante de tanta exposição. E a jogada do PT de Gaspar, mais uma vez, foi um tiro que saiu pela culatra. E pediu tempo para compor tudo até as eleições, prazo do decreto de emergência. Há tantas evidências disso. Erros também. Vamos à cronologia. O edital de Pregão Presencial 01/2016 foi marcado para o dia três de março. Fiquei quieto na espreita. Foi adiando para o dia 15, num sinal claro que nos bastidores as coisas se complicavam, principalmente com a indefinição da Recicle diante de todas as circunstâncias de risco que cercavam o caso.
O FEDOR DO LIXO VII
Crônica de um problema anunciado e criado pelo PT de Gaspar, o que impõe, o que se acha o dono do destino de pessoas, das propriedades dos outros, da instituições e empresas, mesmo as que ele criou para dizer que eram suas. No dia 11 de março, a Say Muller impugnou o certame: defendeu que não poderia ser na modalidade de pregão. No dia 14, o Samae concluiu pela improcedência do pedido. No dia seguinte, o Samae é obrigado a comunicar que tudo estava suspenso por decisão judicial obtida no Fórum pela Say Muller. Estanho mesmo foi ler de que tal suspensão foi em decorrência de uma ação judicial da “empresa Oi Móvel S/A, CNPJ sob o nº 05.423.963/0001-11”. Todos perdidos. Faltou, possivelmente, revisão jurídica e de responsabilidade mínimas ao contol C, control V. Outra, antes o advogado do Say Muller intentou duas vezes na Justiça de Gaspar contra o pregão, mas não obteve sucesso por ser parte ilegítima. Ou seja, este caso retrata bem como o PT de Gaspar – a exemplo do nacional - chocou o ovo da serpente e achou que era fácil jogá-lo aos lagartos para se ver livre dos problemas como num passe de mágica. Terá trabalho. Espera-se que mais uma vez os gasparenses não paguem a conta de mais esta aventura da miséria administrativa. Acorda, Gaspar!
TRAPICHE
Qual a diferença do PT de Gaspar e o nacional? Nenhuma. A secretária de Educação, Marlene de Almeida, está sob linha de tiro popular. Então o prefeito Pedro Celso Zuchi e o presidente do PT, José Amarildo Rampelotti, resolveram fortalecê-la. Só para afrontar as pessoas, à realidade e à cidade.
O desgaste público começou com abuso sexual numa creche. Um bafafá danado. Agora, a bizarra proibição de manifesta- ção de pais e alunos quanto ao descaso da prefeitura para a escola Zenaide Schmitt Costa. Rampelotti disse como vereador do bairro não foi avisado para autorizar tal manifestação. Como assim? Virou xerife?
Outra. O presidente da APP da escola, Nilson Heraldo de Oliveira, é PT rachado. Ou seja, há dedo político partidário. Marlene acha que as crianças estão sendo manipuladas e expostas. Outro dedo partidário para intimidar e impedir manifestações livres. Ou seja, contra a administração petista não é permitido desnudar, denunciar, pedir. Já o PT faz isto, sempre, com maestria (e sacanagens) contra seus adversários.
Veja o que aconteceu com o Grupo de Danças de Gaspar. Perseguição para destruir um valor artístico e comunitário. A manifestação no desfile foi abafada por som alto. Então...
E para encerrar, no pouco espaço que restou: só para destacar que o CDI Dorvalina Fachini ganhou um vigilante, um guarda. O CDI foi assaltado várias vezes. Justo. Acontece que a escola Aninha Pamplona Rosa foi arrombada sete vezes do ano passado para cá. E lá a secretaria não tomou providências. Claro. A diretora do Dorvalina Fachini é do PT. Então...Protestos já. Acorda, Gaspar!
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