16/09/2011
COISA ANTIGA
Revendo as minhas anotações, encontrei este trecho do editorial da Folha de S.Paulo, de 12 de Setembro, mas do ano passado e véspera das eleições. ?Abuso e intimidação? era o título. ?O direito à crítica parece ser visto como um ato de abuso e injustiça contra supostos benfeitores do povo. Mesmo em algumas instâncias judiciais, a censura prévia é considerada forma legítima de controlar um órgão de comunicação. Encarado de modo pessoal, familiar e caudilhesco, o poder não se conforma com a revelação das inúmeras irregularidades e abusos com os quais se perpetua?.
VÍTIMAS I
Eu escreveria páginas sobre o amadorismo, a incompetência e a irresponsabilidade da nossa Defesa Civil, quando mais precisamos dela: antes das catástrofes. É lá que tudo começa: na prevenção, na organização, na integração, na orientação e na coordenação contra as ameaças e em favor dos mais vulneráveis ou das incertezas. A Mari Inez Testoni Theiss é culpada?Sim, ela é. Não tenho dúvidas disso. Qualquer um que já participou de uma Cipa ou Sipat, guardadas as proporções, sabe do que estou falando. Todavia, a verdadeira culpa é do governo do PT de Gaspar que a escolheu, não lhe direção, não cobra resultados, finge que a entende, protege e a mantém no cabide, como se a Defesa Civil fosse algo do aparelho partidário. Em Brusque, o prefeito de lá, conhecido aqui, Paulo Eccel, PT, não teve dúvidas: demitiu o diretor da Defesa Civil de lá, Eliseu Muller Júnior, por imprevidência. Aqui...
VÍTIMAS II
A Defesa Civil foi criada em 2005 no governo de Adilson Luiz Schmitt, agora sem partido. A coordenadoria, para dar salário, status e novas atribuições foi criada em 2009 por Pedro Celso Zuchi, PT. Antes era uma diretoria. E qual é o conceito da Defesa Civil de Gaspar na Lei 3102/2009 sancionada pelo atual prefeito? ?o conjunto de ações preventivas, de socorro, assistenciais e reconstrutivas, destinadas a evitar ou minimizar os desastres, preservar o moral da população e restabelecer a normalidade social?. Preventivas? Hum! Por enquanto, só no papel ou na cabeça dos ?çabios? do governo local.
VÍTIMAS III
A Defesa Civil é tão importante para a administração de Pedro Celso Zuchi e Mariluci Deschamps Rosa que o último decreto que nomeou os representantes do Conselho Municipal de Defesa Civil, é de 26 de abril do ano passado e está desatualizado. Quer mais? Os decretos 3520 e 3603 eliminaram a participação dos representantes da Câmara de Vereadores (mas eles não são os representantes do povo?) e da Imprensa (que exerce papel fundamental na comunicação numa hora desta) do Conselho da Defesa Civil. Acorda, Gaspar!
JICA
Você sabe o que é Jica (se pronuncia jaica, porque é em inglês)? Agência de Cooperação Internacional do Japão. E o que ela tem a ver com Gaspar? Muito. Na segunda-feira, a Jica vai se reunir com o secretário estadual da Defesa Cilvil, Geraldo Althoff. Vai apresentar um relatório final de um estudo para minimizar os impactos das cheias no Vale do Itajaí. A reunião já estava marcada há tempo. O estudo não é novo. E este, particularmente, vem sendo feito há dois anos. A Jica foi quem propôs o canal extravasor do Rio Itajaí na década de 1980. Gaspar, Ilhota e ambientalistas (é que o canal sairia em Penha) rejeitaram a ideia. Na segunda-feira, a proposta volta com força total.
AUMENTO DO IPTU
A prefeitura de Gaspar acaba de contratar a empresa para a atualização da base cartográfica cadastral, sistema de informações geográficas, gestão territorial além do suporte e treinamento. O que significa isso? Que vão atualizar o cadastro dos imóveis de Gaspar incluindo as novas construções, puxadinhos, garagens etc. Vem aumento de IPTU por ai. A licitação foi a 83/2011. A prefeitura previa gastar R$ 1.127.818,79 com isso. A única empresa que se apresentou na concorrência, foi o consórcio SC Engenharia, integrado pela Viageo e Aerocarta. Ele se comprometeu a fazer reste serviço por R$ 1.050.300,00. Acorda, Gaspar!
RACHA NO PMDB
O peemedebista de quatro costados, e histórico em Gaspar, Vitório Marquetti, está deixando o partido. Ele não gostou da história que lhe contaram de que o PMDB poderá apoiar o PT nas próximas eleições. Ele acaba de se filiar no PPS. Com ele vieram mais 15. Esta semana foi a vez do ex-vereador Carlos João da Silva, o Cassinho. Quem deverá trilhar o mesmo caminho é o ex-vereador Pedro Waldrich, o Dinho, do Belchior.
SERÁ POR QUÊ?
Interessante constatação. Conforme reportagem de Marta Salomão, do O Estado de S. Paulo, os beneficiários do Bolsa Família, uma cria de Fernando Henrique Cardoso, PSDB, passam menos tempo no emprego e, quando o perdem, demoram mais para ?encontrar? nova vaga com carteira assinada. É o que mostra pesquisa encomendada pelo próprio Ministério do Desenvolvimento Social, numa indicação de que será longo e complicado o caminho para que os beneficiários da transferência de renda do governo abram mão dos pagamentos mensais do ?Bolsa Família? e encontrem a chamada ?porta de saída? do programa. Um programa assistencialista, em alguns casos, humilhante, na maioria politiqueiro, mas socialmente necessário quando se retirar dele a dependência, penso eu.
SOBRE O TRAPICHE
Coisas inexplicáveis. A casa do saudoso médico Maurício Monerat, ali em frente a Momil, está sendo reformada para ser a central de informações turísticas. Não havia lugar pior; falta até estacionamento para o turista. Mais. Estão prevendo adquiri-la (agora só um bom aluguel). A poucos metros dali, há aquele terreno do Arno Goedert Sobrinho. É mais acessível, visível e mais amplo, inclusive para estacionamento.
O projeto de lei 73/2011 que o Executivo mandou para a Câmara vai repassar R$150 mil para os plantões de obstetrícia do Hospital de Gaspar. Serão quatro parcelas a partir de setembro.
Não tem jeito. O Projeto de Lei 74/2011 de autoria dos vereadores Claudionor da Cruz Souza, PSDB, e de Kleber Edson Wan Dall, PMDB , denomina duas novas ruas. Seria normal. Mas elas estão fora da legalidade. As que querem chamar de Rua Eurico Felício Wan Dall, no bairro Sete e Bernardo José Hank, no Belchior, não possuem infra-estrutura e ferem a Lei de Parcelamento do Solo do nosso Plano Diretor.
E o número de vereadores. Tudo está sendo feito em silêncio na Câmara de Vereadores de Gaspar. Vai subir de dez para 13. A votação é na terça-feira, dia 20. Tudo armadinho. Navegantes acaba de dizer que ficará nos dez vereadores. Mais uma. E está se desenvolvendo mais que Gaspar.
Desde a década de 1980 eu ouço as autoridades de Gaspar falar que é necessário implantar pórticos nas nossas principais entradas. Na falta de assunto mais importante, ele foi tema demais uma reunião do Conselho Municipal de Turismo. Nela foi informado que o estudo está com a secretaria de Planejamento. Outra vez?
Ingrato. Virou e mexeu, o prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, encontrou o culpado pelo atraso de quase dois anos na entrega daquelas casinhas de plástico ao povo desabrigado da catástrofe de 2008: a Bunge. Logo ela, que queria fazer daquilo um modelo de sustentabilidade de vida. O prefeito prefere a sustentabilidade eleitoreira.
E por falar nisso, veja esta dos aprendizes do paço. Quando da tentativa de invasão lá nas casinhas de plástico, o pessoal da prefeitura ao invés de fotografar os invasores, registrava o trabalho jornalístico do proprietário e editor do Cruzeiro do Vale, Gilberto Schmitt. Com o líder Américo, o pessoal da prefeitura insistia em saber quem estaria por detrás da invasão. Na imprensa o prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, declarou que sabe quem ?orquestrou? a tal tentativa de invasão.
Fácil. Bingo. Eu e todos os gasparenses, também sabemos. Ela só aconteceu por duas inanições: a do poder público (que não entregou as casinhas de plástico até agora), e porque faltou ação de Defesa Civil para abrigar os flagelados. Volto. O prefeito, mal assessorado e informado, não sabe nada. Mais um factóide. Se soubesse mesmo, era dever dele, como autoridade municipal, denunciar e nominar. Lembro que a prefeitura tentou a mesma coisa no caso do pessoal que invadiu os terrenos do falido Banco Econômico e formou a dita Rua Vila Nova, no Bela Vista. Perdeu. Faz tempo. Acorda, Gaspar!
Perguntar não ofende. O Parque Municipal e Centro de Eventos ali na Margem Esquerda ao lado da Rua Hercílio Fides Zimmermann serão aquáticos? Aquela área foi coberta por quase dois metros de água da enchente.
Edição 1326
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