23/09/2011
DO MEU LEITOR
De Vanilson Muller: ?Valeu a voz do povo, parece que estamos começando a enxergar as coisas da maneira mais coerente. Dois pontos positivos para Gaspar na última semana: 1º, A manutenção dos dez vereadores (súplica da comunidade); 2º, a manifestação no ?trevo da morte? (súplica da comunidade). Isso prova que juntos, temos força para lutar por uma cidade melhor. Parabéns...?
JOGADAS I
Estão certos os vereadores Rodrigo Boeing Althoff, PV e José Hilário Melato, PP, em questionarem duramente o prefeito Pedro Celso Zuchi e Mariluci Deschamps Rosa, ambos do PT, sobre a pretensa desistência de se fazer na Margem Esquerda, um Centro de Convivência da Terceira Idade projetado desde 2001. O silêncio no Executivo sobre este assunto é denunciador. Outra, se não é possível construir o Centro, por que não uma creche, uma praça ou até a escola Angélica Costa? A Margem Esquerda está carente dessas necessidades.
JOGADAS II
Tudo estranho. O terreno foi doado pela família Isensee em 2001. Está expresso formalmente por todos. Agora, a prefeitura quer se desfazer da doação. Ela foi consagrada na Lei 2.161/2001. Para desistir, a prefeitura alega problemas ?incontornáveis? porque uma das doadoras morreu e ela não pode assinar a escritura. E para ?resolver? o problema que a própria prefeitura criou, mandou o projeto 49/2011para a Câmara. Pior. No paço se negam a dar explicações sobre este assunto, em mais um desrespeito aos vereadores. Forçam e querem que os vereadores aprovem tudo, sem esclarecimento e convencimento. Tudo de goela abaixo, como tem sido nestes últimos três anos. José Amarildo Rampelloti, PT, diz que o tal Centro foi reprogramado para ser construído na Coloninha. Ótimo. Na Coloninha onde? Naquele lago da pista caminhada, naquele lixão que se criou na Rua Frei Canísio? E o pessoal da Margem Esquerda?
JOGADAS III
Fui atrás. Tenho toda a documentação comigo. E o que diz a Lei que quer ser revogada, a qual foi assinada em 14 de setembro de 2001 pelo prefeito Zuchi quando no seu primeiro mandato? ?Fica o Poder Executivo Municipal autorizado a receber por doação, sem encargo, de Francisco Xavier Isensee, Paulina de Lima Isensee, José Leopoldo Isensee, Maria Helena Schramm Isensee, Júlio César Isensee, Neusa Nadir Isensee, Rainilda Otília Isensee, também conhecida por Rainilda Cecília Isensee, Carlos Antônio Isensee, Arlete Isensee, Nilton Osmar Isensee e Marilene Teresinha Isensee os seguintes imóveis: a) um terreno com área de 458,00m2; b) um terreno com área de 603,61m2 ambos a serem desmembrados de área maior, medindo 182.930,92m², situada, na Rua Luiz Franzói, Margem Esquerda, que se encontra matriculada no Cartório de Registro de Imóveis sob o nº 15.555?.
JOGADAS IV
Pois bem. Em 2006, o ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt, sem partido, fez o decreto 1836, de 20 de março, para desapropriar e comprar mais os lotes 11 e 12 da mesma área que somadas as das doações (marcados como lotes 10 e 23) dariam para construir o tal Centro de Convivência daTerceira Idade na Margem Esquerda projetado por Zuchi. Este decreto, justo agora, de forma estranha desapareceu dos arquivos eletrônicos de leis disponíveis na prefeitura. O se argumenta para revogar a Lei de 2001? Que se decidiu construir em outro local o talCentro porque a escritura da área doada não é possível fazê-la. Falta uma assinatura. Arlete Isensee, ex-esposa de Carlos Antônio, faleceu.
JOGADAS V
Meia verdade. Realmente Arlete morreu e ela não pode assinar a escritura. Óbvio. Entretanto, ela documentou em vida a doação. A escritura está disponível no cartório para ser assinada. Basta pedir na Justiça que se prevaleça a vontade da doadora e excluir Arlete da obrigação de assinar. E foi pedido. Está no processo 025.10.002881-5 (0002881-80.2010.8.24.0025). Basta consultar. E o pedido foi de forma errada ou propositadamente equivocada para que nada acontecesse. A sentença é clara. E a partir de então, surgiu o impasse. Há falta de vontade para se garantir esta doação. No cartório, está a escritura da doação, pronta para ser assinada. Ela foi lavrada no livro 279, folha 186. Basta ir atrás do reconhecimento pela Justiça da vontade de doar de Arlete, por estar morta. Ou existe outro interesse por detrás disso? Acorda, Gaspar!
JÚNIOR I
Confirmando o que esta coluna sempre anunciou, e com provas (mas que se colocou dúvidas por ai): o ex-secretário de Saúde, de Gaspar, o advogado Francisco Hostins Júnior era filiado ao PP, quando afirmava que tal situação não existia. Só na semana passada ele foi à reunião do partido no auditório da Câmara e entregou o seu pedido de desfiliação do PP, ao presidente, José Hilário Melato. Agora, o Júnior está livre para ingressar no PDT e apoiar o PT.
JÚNIOR II
Júnior ao sair, como um gentelmann que é, fez uma amável carta de despedida para os funcionários da Secretaria. E nela, fez também uma inusitada declaração de amor ?Aprendi a amar verdadeiramente o SUS e hoje brado a todos que O SUS FOI UMA ESCOLA DE VIDA pra mim?. Assim, mesmo: grifada. Bom, se o SUS é tão bom assim, por que quem o defende tanto (e com amor, platônico) usa o Plano de Saúde privado na família para ter acesso a médicos e hospitais? Se o SUS é tão bom assim, por que o nosso hospital está na miséria outra vez? Desta declaração de amor do Júnior, parte está relacionada à outra. Veja: ?assumo a partir de novembro, uma função de apoiador no Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Estado. Vou atuar com as 14 secretarias do Médio Vale. Eu fui escolhido pelos secretários da região para assumir o cargo?. Interesseiro!
SEM IDEIA
O discurso do vereador José Amarildo Rampelotti, líder do PT, foi o mais eloqüente e estruturado na tribuna na Câmara na histórica sessão de terça-feira. Ele que nasceu na UDN e Arena e virou PT no sindicalismo da Celesc, defendeu o aumento de vereadores em Gaspar. Legítimo. ?A nossa vontade era 15 vereadores. Em nome do consenso, abrimos mão da metade da ideia e aceitamos ficar com 13?. Pelo discurso e a tese, o PT de Gaspar desta vez, parece que ficou sem ideia. Perdeu-a na vontade dos jovens na Câmara que ouvem a sociedade e no voto.
A LIÇÃO I
O PT, o prefeito Pedro Celso Zuchi, a sua vice Mariluci Deschamps Rosa e os arquitetos das estrepolias contra os vereadores na atual legislatura, foram os que deram gás para que a tese da continuação dos dez vereadores prevalecesse sobre a intenção de se aumentar para 15 ou 13. A mal que vem para o bem, diziam os antigos. O PT machucou e humilhou tanto o Legislativo nesta legislatura, fazendo dele, uma extensão das vontades e desprezo do Executivo, tanto que ao final dessa estratégia equivocada e unilateral, quatro vereadores provaram, desta vez, que têm voz e valem mais do que seis com opinião (que se respeita), fracos e interesseiros.
A LIÇÃO II
Pior: os arquitetos das jogadas do Executivo e do PT na Câmara, tentaram amarrar coisas boas com coisas ruins num único projeto, para aprovar tudo num mesmo balaio, constranger os vereadores com personalidade, e assim, armar uma arapuca para deixá-los frágeis perante a comunidade. Artimanha antiga. Deu errado. Os perdedores, inconformados, afirmaram defender a democracia (pelo menos nos discursos raivosos e inflamados). Mais. Na verdade, lutaram por algo muito particular. E quando pressentiram a derrota, anunciaram recorrer novamente à Justiça para, mais uma vez, desmerecer, enfraquecer e humilhar a decisão legítima e soberana do Legislativo gasparense. Ou seja, não reconheceram os votos de uma minoria consciente a favor da sociedade e que há tempos clama e quer mudanças. Acorda, Gaspar!
A LIÇÃO III
Quem são os quatro vereadores que respeitaram a vontade da comunidade (e todos os outros seis tiveram que se ?calar?)? Os mais jovens da bancada. Grata surpresa. Kleber Edson Wan Dall, PMDB; Rodrigo Boeing Althoff, PV; Claudionor da Cruz Souza, PSDB; e Luiz Carlos Spengler Filho, Lu, PP. Nomes que precisam ser lembrados pela coragem e lição. Eles disseram não, e na hora certa à mão de ferro, o desprezo do prefeito, da sua vice aos pedidos, a voz, à legitimidade, independência e soberania da Câmara; sempre orquestrada pelo procurador geral Mário Wilson da Cruz Mesquita, o chefe de Gabinete Doraci Vans e o presidente do Samae, Lovídio Carlos Bertoldi. Foi uma lição. Foi um gesto da Gaspar acordada.
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