13/01/2012
MENTIRA E UMA CAUSA I
Ano novo. Assunto velho? Desculpem-me. A revista que a prefeitura de Gaspar distribuiu como propaganda faz uma prestação de contas de três anos de governo do PT e do prefeito Pedro Celso Zuchi. Entre outras, está a insinuação de que ela conseguiu R$3,5 milhões de verbas federais para o nosso Hospital. É Mentira. A verdade que se quer mudar ou esconder é ainda pior. Para se eleger, o PT culpou outros pelo fechamento do Hospital sabedor de que enganava a população. Agora, se escuda em desculpas burocráticas para cortar recursos do Hospital e assim, verdadeiramente, concorrer para o seu fechamento se o PT não o tiver na mão para administrar, aparelhá-lo e fazer política com doentes. Não vou lhes repetir as colunas onde provei que a atual penúria foi provocada pelo próprio município somado ao uso e gerenciamento político do Hospital e que devia ser unicamente técnico. Hoje vou lhes escrever de persistência, de uma causa e da mentira.
MENTIRA E UMA CAUSA II
Os médicos foram à Justiça pedir o fechamento do Hospital (uma cópia timbrada da Inicial ainda está nas minhas mãos). O Hospital não tinha dinheiro para pagá-los e não havia condição de atendimento decente. Como se vê, é coisa tramada e antiga. Um grupo de pessoas, então, resolveu peitar, lutar contra a maré e refazer o Hospital. Houve severas dúvidas, poucos se juntaram e até houve quem trabalhasse contra, incluindo médicos e o PT. Não foi fácil.
MENTIRA E UMA CAUSA III
A secretaria de Desenvolvimento Regional liderada à época por Paulo França, PMDB, prometeu e rubricou R$1.500,00 em outubro de 2008 para o Hospital; R$4.944.226,00 em fevereiro de 2009 e R$2.250.000,00 em outubro do mesmo ano. Os recursos nunca vieram como o prometido. Todavia, ninguém desistiu. Todos tinham uma causa: o Hospital, os doentes, fracos e pobres.. E se buscaram caminhos. Primeiro vieram os R$750.000,00 liberados pelo ex-governador Luiz Henrique da Silveira, PMDB. A secretaria da Saúde do estado e na própria SDR continuavam resistentes ao projeto tocado pelo grupo daqui e com suporte dos empresários locais. Idealistas. Cidadãos.
MENTIRA E UMA CAUSA IV
Até que um dia com a interferência do ex-deputado Giancarlo Tomelin, PSDB e do deputado Rogério Peninha Mendonça, PMDB, o secretário Dado Cherem, PSDB, hoje deputado, resolveu vir a Gaspar. Sem políticos ao seu redor (e que gerou crítica do PSDB local), conheceu o Hospital em obras e testemunhou a seriedade do grupo que o reconstruía. Ali mesmo, disse que lutaria pela liberação de R$3,5 milhões de uma verba Federal de R$100 milhões que recém havia chegado a Santa Catarina para excepcionalmente repor emergencialmente o mobiliário e equipamento nos hospitais atingidos pela catástrofe de 2008.
MENTIRA E UMA CAUSA V
Esta verba de R$3,5 milhões que na propaganda enganosa a prefeitura diz ter ajudado a colocar no Hospital, já tinha outros endereços. Nem a então senadora Ideli Salvatti (que na campanha subiu o morro para fingir ajuda e pedir ? e eu testemunhei - que se quitassem antes os impostos atrasados); nem o PT, nenhum deputado (Federal ou Estadual) do partido, muito menos o prefeito (que foi lá para fotos dos jornais e entrevistas nas rádios) e sua turma, em momento algum, interferiram direta ou indiretamente por estes recursos federais para o Hospital. Na inauguração política e fora do tempo, todavia, nos discursos, cobraram a tal faixa de agradecimento ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Vergonha. Cara de pau.
MENTIRA E UMA CAUSA VI
Com os R$3,5 milhões de recursos federais repassados (eu e ninguém nunca os negou a origem), o governo do estado, experto, livrou-se da obrigação dos R$4,9 milhões (já tinha se livrado de R$750mil dos R$1,5 milhão). Aberto politicamente e sem dinheiro o Hospital, cobrava-se da secretaria de Desenvolvimento Regional os outros R$2,25 milhões. E eles não vinham. Tecnicamente não tinha amparo no Orçamento estadual. Mais uma vez, o deputado Giancarlo Tomelin atuou junto ao secretário da Saúde da época, o médico Roberto Eduardo Hess de Souza e o ex-governador Leonel Pavan, PSDB. Liberou-se R$1,2 milhão (em duas parcelas) para o fôlego mínimo para a sua pós-reabertura prematura feita para a festa e propaganda política dos locais, e que sempre, como técnico, condenei. Sabia que o fim seria este e por isto não fui àquele teatro.
MENTIRA E UMA CAUSA VII
Resumindo, apesar das dificuldades, inclusive as de contorno legais hoje invocadas pelo prefeito e sua turma, sempre houve a superação sem ferir a legalidade. Havia uma causa. Havia pessoas dispostas a ajudar a comunidade na busca de soluções, principalmente para os mais fracos, pobres e doentes. Havia uma causa humanitária. Afinal qual é a causa do prefeito, do governo e do PT? Fechar o Hospital? A culpa que já destinou a outro no passado talvez não se livrará desta vez. Acorda, Gaspar!
SOBRE O TRAPICHE
O PMDB se lançou como o pai do Anel de Contorno de Gaspar. Quero ver quando chegar o tempo da cobrança.
As contas de 2010 de Gaspar foram aprovadas pelo Tribunal de Contas, mas com ressalvas. Elas terão que ser olhadas pela Câmara. Como lá não se olha nada, presume-se, definitivamente aprovadas.
O ex-cartorário Élcio Carlos de Oliveira foi o coordenador da campanha do vereador Antônio Carlos Dalsóchio, PT, cunhado do prefeito Pedro Celso Zuchi, PT. Tonho foi eleito presidente da Câmara e Élcio deverá ser o seu assessor.
O líder comunitário Roni Muller poderá estar deixando a assessoria do vereador Rodrigo Boeing Althoff, PV. Roni estuda voltar para a iniciativa privada e nos planos está a de concorrer a uma vaga na Câmara. Hum!
O PDT de Gaspar vive um desgaste com as mancadas na secretaria de Desenvolvimento Social e ao mesmo tempo, um drama interno: ficar ou sair do governo de Pedro Celso Zuchi. O que faz uma boquinha!
Você sabe quanto a prefeitura de Gaspar gastou em diárias para prefeito, vice, secretários e outros em 2011? Exatos R$ 240.982,10. O prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, foi o campeão com R$18.028,00. E o segundo mais gastador de diárias em 2011? Não foi nenhum secretário. Foi simplesmente Gilmar José Ternus com R$ R$ 10.396,00.
Há outras coisas esquisitas quando se olha esses documentos. Você sabe qual o vencimento mensal bruto do prefeito de Gaspar? R$16.580,00. Outra. Nessas diárias não estão inclusas as passagens, taxas de embarques, seguros delas que em 2011 somou R$ 88.503,30, isto sem contar o alugueis de carros que em alguns casos podem estar contidos em algumas viagens. Só para alugueis de carros foram gastos outros R$42.260,00.
Pergunta que não quer calar. Quando o prefeito vai a Brasília? Estão abertas as apostas. Da última vez, de tanto ser cobrado por mim aqui na coluna, Zuchi foi sem avisar a cidade e voltou sem dizer ao povo que o pagou o que fez lá. Acorda, Gaspar!
Pois é. Aqui se pagava na Saúde municipal horas extras para quem não as fazia. E no Natal e Ano Novo, o Samu deixou de atender as emergências daqui porque a ordem era não pagar horas extras para quem trabalharia duro nesses dias: os motoristas das ambulâncias. Gente estranha esses administradores públicos. Acorda Gaspar.
A cobrança da tal Taxa de Melhorias pelas obras de revitalização das ruas São José, São Pedro e Industrial José Beduschi, da forma que querem cobrar, não pode. Há decisões no Tribunal de Justiça de Santa Catarina. Mas, os moradores estão com medo de mexer neste bicho. É? Então está na hora de parar de reclamar para a imprensa. Ela não é o Judiciário. Acorda, Gaspar!
Sem dinheiro. Consulta feita ao Siafi por esta coluna, mostra que até agora, nenhum tostão foi liberado para o tal viaduto na Avenida das Comunidades e para aquele? supermuro? do morro da Igreja para proteger a caixa de água do Samae, também na Avenida das Comunidades. Quem for curioso consulte, os convênios 737218 da Caixa e Ministério do Turismo, bem como o 728113 do Ministério das Cidades.
O lançamento do nome da ex-vereadora Tereza da Trindade para pré-candidata pelo PSD provocou reações contrárias no próprio partido. O PT, de onde veio e foi parar no PP, também ficou preocupado inicialmente. Depois, aliviado com serviço gratuito do fogo amigo contra a Tereza.
Edição 1354
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