10/02/2012
A PONTE I
A recuperação ou restauro da Ponte Hercílio Deecke (que possui este nome em homenagem ao ex-prefeito de Blumenau que ajudou Gaspar com recursos e intermediação política da obra) ainda é um mistério para alguns gasparenses. E ele só aumenta à medida que as informações oficiais são desencontradas ou mal estruturadas tecnicamente. E desde o início. A comunicação e a transparência são, além dos estruturais da ponte, os piores problemas desta questão. A assessoria de imprensa da prefeitura de Gaspar é a principal culpada. Ela age sob orientação de leigos, por interesses políticos e partidários. E aceita profissionalmente este desrespeito. Depois, sem razão e autoridade, ainda quer se queixar no resultado e culpar a imprensa. E escrevo isto com conhecimento e experiência.
A PONTE II
A cobrança é pública dos gasparenses e dos meios de comunicação por detalhes técnicos e resultados de segurança, incluindo, a empreiteira vencedora, a Arcos Engenharia, de Londrina, no Paraná, desde quando ela chegou aqui. Ou seja, se ela e a prefeitura tivessem ido a público e esclarecido, talvez, parte das dúvidas (e desencontros ou erros) não existiriam hoje. O mesmo acontece com o engenheiro Perci Odebrecht, que é autor laudo técnico de 2005 sobre as doenças da ponte e que agora é contratado como consultor especialista pela prefeitura em licitação, fiscaliza e orienta as obras da Arcos. Trataram o assunto tão sério e técnico como um segredo para poucos. Só podia dar no que está dando. Confusão e mais dúvidas. Afinal, jornalista e radialista não são engenheiros, mas curiosos à procura de respostas para seus leitores, leitoras e ouvintes. E quando elas não vêm ou são fajutas...
A PONTE III
E a falta de transparência é de longa data. E o único culpado? O governo de Pedro Celso Zuchi e Mariluci Deschamps Rosa, ambos PT. As suas atitudes sobre esta questão até hoje geram dúvidas. Não à mídia como querem fazer crer, inclusive por porta-vozes técnicos como o engenheiro da prefeitura Edmundo de Jesus. Ele apareceu agora para tornar o assunto mais claro. Primeiro, é dever do governo prestar contas ao povo. Segundo, é dever prevenir e proteger a população. Quando surgiu o problema na ponte, o prefeito preferiu o patético. Colocou um calço de madeira debaixo da ponte sob a orientação do seu engenheiro de todos os momentos, o secretário de Obras, Soly Waltrick Antunes Filho. Quando um laudo da Defesa Civil com a Ditran apareceu e apontou ser a ponte perigosa para os que a cruzavam, a própria prefeitura preferiu escondê-lo. E quando o tal laudo foi publicado aqui com exclusividade, a prefeitura saiu atrás de quem o teria vazado, ao invés de propor imediatas soluções em defesa da cidade (para não ficar dividida ao meio); do patrimônio público e sob sua guarda prestes a ruir, das vidas e da integridade dos cidadãos e cidadãs.
A PONTE IV
Diante das claras evidências das doenças da ponte e a urgente necessidade de intervenção, a prefeitura preferiu zombar da imprensa que divulgava os fatos. Protelou as soluções técnicas e emergenciais até ser obrigada a isso por uma decisão judicial o qual atendeu a uma Ação Civil Pública movida pelo Ministério Público de Gaspar. A sentença dava uma proteção mínima aos gasparenses e outros passantes da ponte, limitando a carga, enquanto não se fizesse os reparos. Mesmo assim, a prefeitura tentou, direta e indiretamente, na Justiça, revogar tal determinação ao invés de providenciar imediatamente os reparos necessários. Enfim, sem alternativa, Pedro Celso Zuchi dobrou-se e foi à recuperação ou restauro da nossa Ponte Hercílio Deecke. Todavia, nunca se falou claramente sobre o que seria feito, prazos e efeitos. Tanto que a interdição parcial da pista de rolamento está para ser feita há semanas. O fato em si denota problemas ou falta de planejamento.
A PONTE V
Há duas semanas, escalada para enrolar, a secretária de Planejamento de Gaspar, Patrícia Scheidt, no Jornal de Santa Catarina, afirmou que as obras dariam um aumento de 15% ao que ela suporta hoje a ponte. E todos sabem que atualmente, a ponte está limitada a 5 toneladas. Nada foi desmentido naquele jornal. A prefeitura trocou de porta-voz. Ufa! Edmundo de Jesus tenta nos dizer agora que os 15% é sobre a capacidade original da ponte. Mas, quanto? Ele mesmo não é conclusivo e chega a mencionar que será sobre até 100 toneladas. Será? Como assim? Um engenheiro é conclusivo nos números sob a sua responsabilidade. Um jornalista, não. Jornalista sempre possui dúvidas. E ai daquele que não as tiver. Resumindo, as dúvidas continuam. Os erros também.
A PONTE VI
Um engenheiro, especialista e conhecedor da nossa ponte, ofertou-me algumas dicas. São mais esclarecedoras do que as do paço municipal. Repasso-as para os leitores e leitoras, bem como aos técnicos da prefeitura, da empreiteira e ao Promotor de Justiça. ?Se os vencedores da licitação seguirem o projeto de restauro e reforço elaborado pelo engenheiro Perci, o mesmo venceu a licitação, agora, para, também, fiscalizá-la, então o projeto contempla o reforço para passagem de veículos tipo TB-45 ( uma explicação: a norma brasileira de cálculo de pontes estabelece que para o chamado trem tipo, para as cargas móveis, deverão suportar até 45 toneladas, mais os pesos próprios de ventos, frenagem e arranques, efeitos da passagem das águas - esforço nos pilares e nas vigas).?
A PONTE VII
Prossegue a minha fonte. ?Quando leio que foram executados serviços nos pilares até entendo. Os mesmos já foram reforçados nas fundações em outra época para melhorar o recobrimento das armaduras. Os problemas cruciais da nossa valente ponte estão nas vigas longitudinais, que precisam ser reconstruídas, e na famosa cabeceira da Margem Esquerda, onde por falta de equipamento de transferência de esforços, ou o tal do ?Neoprene?, provocou uma rotação da cortina de contenção da dita cabeceira. Lamentável quando a secretária (Patrícia), esforçada funcionária de carreira, tenha que enfrentar os questionamentos da imprensa sem conhecer e fornecer dados e prazos.?
A PONTE VIII
E conclui o leitor, engenheiro e missivista da coluna. ?Quanto ao fechamento de uma das faixas, volto a alertar que, por necessidade de alargamento da pista e dos passeios, haverá necessidade de, provisoriamente, suportar as redes de gás, águas brutas e tratadas, além de eletricidade e telefonia. Como é que então querem fazer isso, sem fechar a tal ponte, para reconcretar, após remoção e reforma do tabuleiro da ponte(pista ou laje da ponte)? Há necessidade de interrupção da mesma.? Com a palavra os engenheiros, executores da obra, fiscal e a assessoria de comunicação. E sem enrolação técnica, política, interesses eleitorais e de comunicação sob a orientação de leigos, em algo essencial para a cidade e sua gente. Acorda, Gaspar!
SOBRE O TRAPICHE
Na edição de terça-feira publiquei duas notas sobre uma carta da Acig que seria publicada no jornal. Ela não foi. E a pedido, de última hora, do autor, o presidente Rogério Alves de Andrade à editoria do jornal. Com a queda da internet ? devido a uma descarga de energia elétrica que atingiu todo o Centro de Gaspar - e o improviso para o fechamento emergencial da edição impressa no final da tarde de segunda-feira, por minha absoluta culpa, as notas sobre o assunto não foram reeditadas. Aos leitores e leitoras, as minhas desculpas.
Estamos terminando a semana e nada das obras do viaduto da Avenida das Comunidades recomeçarem, apesar das sucessivas promessas feitas ao longo dos dias. Chata essa tal de imprensa livre?
Ano de campanha e controle. Na primeira reunião de 2012 do Comtur (Conselho Municipal de Turismo) de Gaspar o ex-secretário de Turismo, Indústria e Comércio, Rodrigo Fontes Schramm, PT, foi eleito o presidente. O vice é Sérgio Spengler. Edson Caressato, que presidia o Comtur há cinco anos, agora é apenas um membro do seu Conselho Fiscal.
Este ano a Câmara de Gaspar vai pagar de R$ 11.390,76 por mês de aluguel.
Só em Gaspar, Gabiroba, Sucupira e em ano de eleições. A troca do diretor adjunto na Ditran foi ?técnica?. Saiu um agente de trânsito (um artigo de luxo no órgão) graduado em gestão de pessoas e pós graduando em gestão de trânsito, entrou um pintor e colocador de placas. Como estas coisas não chovem, mas molham, o Garoa se garante.
Onde será o Rodeio de Gaspar este ano? A desapropriação da prefeitura da área da família Fritzche onde ficava a antiga Fazenda Juçara, na Margem Esquerda, continua na Justiça. O pedido liminar está com o Promotor de Justiça para manifestação.
Em meados de novembro do ano passado a prefeitura, a Ampe e a Ric-Record fizeram o tal Fórum Econômico de Desenvolvimento Sustentável de Gaspar. Coisa política. Pior. ?Esqueceu-se? de produzir as conclusões do evento. Cobrados aqui, ficaram irritados e fizeram uma carta panfleto como resposta. Depois de dois meses, repito, dois meses, as conclusões montadas daquele Fórum serão apresentadas na quarta-feira à noite no Auditório da prefeitura. O segundo Fórum já está marcado para setembro. Em plena campanha eleitoral. Acorda, Gaspar!
Edição 1360
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