A polêmica dos prazos - Jornal Cruzeiro do Vale

Enquanto o prefeito Pedro Celso Zuchi vê normalidade no atraso da reforma da ponte Hercílio Deeke, uma comissão de moradores, entidades e demais representantes da Margem Esquerda ameaçam interditar o acesso ao local nos horários de pico, sob forma de protesto com a lentidão da obra. A restauração, que começou em outubro de 2011, deveria ser concluída no final do ano passado, mas até agora a empreiteira segue trabalhando em apenas um lado da via.

Acontece que o tempo passa relativamente mais depressa para quem tem o controle da situação e o poder da caneta nas mãos. E deve, em medida proporcionalmente inversa, passar mais lento para quem depende da rapidez no acesso para se locomover, trabalhar e viver com mais segurança. Neste caso, representantes desta comissão da Margem Esquerda decidem hoje se vão ou não tomar essa medida ? drástica, é verdade. Querem sensibilizar o poder público para a urgência da obra, apesar de o prefeito já ter justificado a necessidade de alteração no cronograma inicial.

Se as previsões otimistas do prefeito estiverem corretas, a novela se prolonga por mais 90 dias. Três meses separam a comunidade local e regional de uma travessia livre das sinaleiras, dos buzinaços e de todo o desconforto que paira sobre o rio Itajaí-Açu nos horários de maior movimento, principalmente ao final da tarde. Mas, se esse prazo for ainda maior, então todos precisarão desenvolver doses de paciência ainda maiores do que se viu até agora.

A definição deve acontecer em reunião nesta sexta-feira, e com certeza não será o xeque-mate em uma postura mais agressiva da administração em relação à obra. O prefeito demonstrou tranquilidade e segurança sobre a questão quando afirmou que não há porque romper contrato ou intervir junto à empreiteira. Pelo que se vê, a comunidade pode até espernear, mas a situação não deve sofrer qualquer mudança.

Edição 1454