Editorial - Jornal Cruzeiro do Vale

Editorial

Nessa data tão importante do Cristianismo, em que celebramos o nascimento de Jesus Cristo, sentimo-nos, todos, invadidos por uma esperança teimosa e resiliente. A esperança é uma semente plantada lá no fundo do coração da humanidade, que se cuidada adequadamente, se transformará em uma linda e frondosa árvore, que dará frutos e originará outras plantas da mesma espécie. É o milagre da vida, renascendo a cada dia, renovando-se a cada estação.

O mundo anda cada vez mais acelerado e agitado. Muitas coisas acontecem ao mesmo tempo e temos a sensação de que sempre perdemos alguma coisa. Não é fácil dar conta de todos os compromissos, atender a todas as demandas, atingir a todos os objetivos e metas programadas nessa sociedade da competitividade. Precisamos ser melhores a cada dia, mas principalmente melhor do que fomos ontem.

A vida em sociedade nos traz constantes desafios, em que precisamos cada vez mais entender, aceitar e respeitar o outro. Julgar menos e acolher mais. O tempo de Natal nos traz isso, porque nos lembramos da vida simples, humilde e verdadeira que Jesus Cristo teve na terra.

Assim como Ele não teve luxo, nasceu numa estrebaria e foi criado entre pessoas simples, como sua família, precisamos refletir sobre os excessos que a humanidade juga progresso. Será que precisamos de tantos bens materiais, de tanto dinheiro, de tantas realizações profissionais? Ou será que estamos deixando passar a melhor época de nossas vidas, que é o hoje, o agora, que não volta nunca mais?

Refletindo sobre essas questões talvez tenhamos algumas respostas para os principais medos que nos afligem nesses dias tão difíceis. Doenças que atacam o mundo inteiro, desigualdade social, fome, violênbcia, intolerância, racismo, discriminação. São tantas coisas que precisamos melhorar nesse mundo que não paramos para pensar em como podemos nos comprometer com um mundo melhor no futuro. Talvez a pergunta seja: o que podemos fazer agora para deixar um mundo melhor a nossos filhos?

E quem sabe a resposta não seja a acumulação de bens, de dinheiro, de posses. Talvez o maior legado que podemos deixar é a crença no amanhã, a confiança em um futuro de manos ganância e mais partilha, um horizonte de boas vibrações, de amizades mais verdadeiras e da valorização das pequenas coisas da vida.

Quem sabe a esperança, do verbo esperançar, seja o melhor caminho para uma sociedade mais justa, mais amorosa. Quando vem o Natal, os sinos embalam canções que chegam ao coração com mais fé e mais confiança.

 

Edição 1983

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