Hora de refletir - Jornal Cruzeiro do Vale

Muito se discute sobre as motivações e a real eficiência das manifestações populares que se repetem pelo país há pelo menos duas semanas. Se por um lado os mais ativistas defendem a continuidade dos protestos e a defesa da pauta de reivindicações, outro grupo começa a alegar que o movimento entrou em uma nova fase, que deve buscar suas conquistas de outras maneiras além da manifestação, muito em face dos casos de vandalismo associados aos protestos.

Sob os dois pontos de vista é impossível negar que uma importante área do serviço público sofreu efeitos diretos das manifestações: o transporte público. Se hoje prefeituras de todo o país fazem o impensável até um mês atrás e concedem redução no valor das tarifas, essa conquista se deve aos que foram às ruas para protestar contra as condições e valores do serviço. Destaque especial para o Movimento Passe Livre, MPL, que faz do tema causa central do grupo e conseguiu criar pressão suficiente para alcançar o objetivo de redução da tarifa em São Paulo e, em efeito cascata, em outras cidades do país, incluindo Gaspar.

Passado esse primeiro momento, os agentes públicos e grupos políticos passam a se organizar em torno de um debate sobre as condições atuais do transporte público. Questões como adesão de passageiros, custos operacionais, lucros das empresas concessionárias e impostos incidentes sobre o serviço viram alvo de parlamentares, entidades e organizações sociais, todos na busca de aprimorar o serviço.

A movimentação dos vereadores de Gaspar, que buscam um raio-x sobre o transporte coletivo na cidade, é válida para esclarecer a população e também para discutir formas de melhorar o serviço, seja com a ampliação de linhas ou mesmo com novas diminuições na passagem. Afinal, a recente conquista dos manifestantes já provou que é possível ir além do que se imagina.

Edição 1500