Nesta semana mais um júri popular levou dezenas de pessoas à Câmara de Vereadores para assistir ao julgamento de Volnei de Oliveira, ex-policial militar, atualmente bombeiro, acusado de assassinar um bandido durante uma operação. O bandido não respondeu à voz de prisão e fugiu. Volnei atirou para rendê-lo e ele acabou morrendo dias depois, no hospital.
Duas coisas chamam a atenção neste fato. Primeiro, Volnei foi o primeiro, de vários réus que estão sendo julgados neste ano, a ser absolvido. Sua absolvição já era esperada por todos. O que chama a atenção é a Justiça ter deixado um caso como este ir tão longe. Será que este processo não poderia ter sido arquivado, poupando assim muito tempo do judiciário, que poderia voltar sua atenção a outros casos, e da comunidade? Afinal, o júri precisou se afastar do trabalho para ficar uma tarde inteira ouvindo a história que culminou no assassinato de um bandido.
O segundo fato que chama a atenção é o grande número de policiais presentes no júri. Com uma corporação pequena como a de Gaspar, onde a falta de efetivo é sempre destacada como empecilho para os trabalhos da polícia, como haviam tantos policiais disponíveis para assistir ao júri?
Os julgamentos já ocorridos neste ano chamam a atenção para a efetividade do trabalho da Justiça. Porém, neste caso, muito trabalho, da justiça e da polícia, poderia ter sido poupado. Cabe ao judiciário repensar julgamentos como este, afinal, apenas neste ano os policiais da cidade já mataram dois bandidos durante operações. Já pensou se todos os casos forem a júri popular?
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