Há tempos que se houve falar sobre inclusão social. Políticas públicas foram criadas para garantir a inclusão de pessoas com necessidades especiais na escola e no mercado de trabalho, porém, pouco foi feito para que estas pessoas se preparassem para ser incluídas em um sistema que sempre as excluiu.
Prova disso é a dificuldade que as empresas encontram para cumprir a lei das cotas, aquela que exige um profissional com necessidades especiais para cada cem colaboradores. Dados levantados para a reportagem sobre o Dia do Trabalhador revelam que as empresas não encontram pessoas com necessidades especiais dispostas, e aptas, para entrarem no mercado de trabalho. Falta qualificação profissional, falta informação para que estas pessoas conheçam seus direitos e sintam-se bem ao passar a fazer parte de uma empresa. José Luiz, o entrevistado da reportagem da página 8 desta edição, sofreu muito preconceito ao começar a trabalhar na empresa onde está há 15 anos. Hoje a situação é diferente, mas no começo foi muito difícil.
Criar leis que estimulem a contratação de pessoas especiais é importante, mas mais importante ainda é preparar, o empregado e o empregador, para esta realidade. É preciso treinar as pessoas com necessidades especiais para exercerem suas funções, e criar uma forma de elas sentirem-se importantes no ambiente profissional, pois somente assim é que se conseguirá despertar nestas pessoas o anseio por fazer parte do dia-a-dia empresarial. Além disso, as empresas também precisam se preparar, adaptando seus ambientes de trabalho e capacitando seus colaboradores para conviverem com pessoas consideradas ?diferentes? pela sociedade.
edição 1287
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