Alegre, talentosa e com personalidade para aguentar o repuxo do futebol feminino no Brasil. Esta é Sara Regina da Silva, 14 anos, que representará Gaspar no gênero feminino de futebol de campo pela escola Dolores Krauss, na fase microrregional do Moleque Bom de Bola, que acontecerá em Luís Alves, no período de 19 a 23 de maio. ?O time está treinando e comprometido. Temos chances de fazer uma ótima campanha no Moleque Bom de Bola?, confia Sara, que no futebol de campo atua mais na parte defensiva.
Um dos talentos do futebol feminino de Gaspar, Sara também atua no futsal. Na posição de ala e de fixo, ela joga em uma equipe de futsal de Blumenau, pois em Gaspar não há ainda um trabalho voltado para o futsal feminino. ?Espero que um dia a situação de falta de investimentos se reverta em Gaspar, pois temos muitas meninas que amam o futebol. É preciso uma infraestrutura para as apaixonadas por futebol demonstrarem seu talento. Ainda há muito preconceito no futebol feminino, mas pouco a pouco estamos driblando estes empecilhos?, comenta Sara. Ela treina com as demais colegas às segundas-feiras no campo de futebol do Tupi, pois na escola e na comunidade do bairro Figueira não há campo de futebol.
Sara é uma das 23 atletas que compõem o elenco de futebol feminino da escola Dolores Krauss, bicampeã nos jogos escolares de Gaspar. Treinado pelo professor de Educação Física Rogê Bandiera, o trabalho desenvolvido pela escola não tem rendido frutos à toa. Apaixonado por esporte e com vocação para formar cidadãos e atletas a médio e a longo prazo, Rogê demonstra a paciência de um garimpeiro e a força de um super-herói para superar as diversas dificuldades que envolvem a falta de infraestrutura e de investimentos para desenvolver um trabalho mais fundamentado em pilares olímpicos no futebol feminino, assim como em outros esportes. ?Nosso trabalho no futebol feminino está sendo desenvolvido desde 2005, e a partir de 2009 começamos a intensificar este trabalho com meninas entre nove e 14 anos. É um trabalho de perseverança. Já cheguei a tirar dinheiro do meu próprio bolso para pagar refeição para as meninas. Vemos altos investimentos em Copa do Mundo, em construção de estádios, mas sabemos que 70% das escolas públicas brasileiras não tem uma quadra esportiva, é uma inversão de aplicação de recursos?, desabafa Rogê.
Mais talentos
Para Rogê, mais escolas em Gaspar precisam desenvolver o trabalho no futebol feminino, assim haverá mais talentos disponíveis para Gaspar cada vez mais se fundamentar na modalidade. ?Tivemos o caso da goleira da Seleção Brasileira, natural de Ilhota, Missiara Luiza Papst, que foi campeã do mundo em janeiro pelo Brasil, e que desenvolveu seu futsal em Ilhota e em Gaspar. Temos de investir nas meninas?, pede o professor, que leciona Educação Física para centenas de crianças e adolescentes na escola Dolores Krauss.
Nesta semana, a Confederação Brasileira de Futebol, CBF, oficializou a contratação do técnico Oswaldo Alvarez, o Vadão, para o comando da seleção brasileira feminina de futebol. Será o primeiro trabalho de Vadão no futebol feminino e o treinador celebrou a nova fase da carreira.
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