Por Thiago Moraes
Após uma avalanche de críticas devido à goleada sofrida pela Alemanha no mundial, 7 a 1, o futebol brasileiro busca extrair lições dos próprios alemães. No futebol alemão, houve investimento pesado nas categorias base, intercâmbio de ideias com países do exterior e uma comissão técnica atualizada com os mais recentes estilos de jogos no futebol mundial.
A busca por jogadores oriundos das categorias de base é um trabalho duro, longo e muitas vezes ingrato. Com o objetivo de lançar o projeto ?Jogando para o Futuro? ainda neste ano, o Tupi de Gaspar está em busca de um desenvolvimento consistente na formação de atletas de futebol.
Com 420 atletas introduzidos no clube, o projeto, além de ser uma alternativa para minimizar os problemas sociais da comunidade, deseja intensificar aos jovens o acesso ao futebol com uma melhor infraestrutura dentro e fora de campo, aumentando as chances de o jovem atingir seu sonho de se tornar um atleta profissional. ?Por meio deste projeto será possível oferecer melhores condições para se atingir um nível de excelência, capaz de aumentar o número de crianças atendidas, revelando mais talentos e equipes competitivas não só nas categorias menores, mas também na equipe principal. O desafio é conquistar investidores para colocar em prática o projeto?, afirma Fernando Gabriel Imhof , um dos integrantes da gestão do clube.
Rotina pesada
Para observar o futuro mais de perto, o Índio gasparense conta em sua comissão técnica das categorias de base com nomes como do treinador Celço Nicodemus e Moacir da Silva. No dia a dia, eles acompanham os trabalhos realizados com a garotada. ?Temos evoluído em fundamentos do futebol, como tecnicamente e taticamente. No último torneio que vencemos não tomamos nenhum gol. Aspectos como cabeceio, passe e o domínio de bola estão sendo aprimorados em nosso treinamentos?, avisa Celço. Campeões da 22ª Santa Catarina Cup na categoria sub-14 em julho deste ano, os atletas do Tupi João Bonetti (zagueiro), Rodrigo José (zagueiro) e Alex Lenhardt (volante), estão esperançosos quanto ao futuro no mundo da bola. Há mais de 5 anos no clube, o trio busca o aperfeiçoamento constante nos treinamentos. ?Tiramos quatro equipes da Argentina e alguns brasileiros no torneio que vencemos. A rotina é dura, mas estamos focados. Quem sabe no futuro conseguimos atingir o profissionalismo?, almeja Alex.
Conquista e mais competição
Neste domingo, dia 3 de agosto, as categorias de base do Tupi entram em campo para enfrentar a equipe do Paissandu de Brusque, em partida válida pela Copa Regional da Liga Blumenauense de Futebol. Os jogos acontecem no estádio do próprio Tupi, a partir das 9h, com as categorias sub-13, 15 e 17.
Recentemente, no dia 22 de julho, o Tupi sub-14 conquistou a 22ª Santa Catarina Cup, um torneio que teve a participação de equipes internacionais da Argentina e do Paraguai. A final foi em Balneário Camboriú contra o time Recriarte, de Camboriú. O Tupi venceu pelo placar de 1 a 0. Nas outras categorias, como mirim e juvenil, o Tupi ficou na terceira colocação. A equipe campeã trouxe o troféu de equipe mais disciplinada, além de outras premiações individuais, como a de goleiro menos vazado e a de artilheiro.
Dudu, do Tupi ao futebol japonês
Carlos Eduardo Bendini, o Dudu, atualmente atuando no time japonês do Tochigi, na segunda divisão japonesa, iniciou seu percurso no mundo da bola no Tupi, com nove anos de idade. ?Foi no Tupi que tomei gosto pelo futebol e onde também fiz muitas amizades que me ajudaram e ajudam ainda. Quando criança aprendi no Tupi a ser uma pessoa do bem. Levo comigo esse ensinamento até os dias de hoje?, declara o atleta de 21 anos.
Segundo Dudu, todas as dificuldades impostas em sua carreira trouxeram um aprendizado. ?No futebol, é preciso treinar em alto nível todos os dias e extrair lições nas vitórias e nas derrotas. Temos de ter fé em Deus para enfrentar os obstáculos que surgem na carreira de jogador de futebol?, conta.
Dudu, que ficou aproximadamente sete anos no Tupi, chegou a atuar nas categorias de base do Metropolitano, onde firmou seu primeiro contrato profissional. ?Só tenho boas recordações de Gaspar e Blumenau. No momento quero disputar a primeira divisão do campeonato Japonês e depois atuar em algum time de grande porte da Europa?, deseja.
Revelação
O goleiro Matheus Amorim, 13 anos, formado nas categorias de base do Tupi, está em São Paulo onde realiza neste mês de agosto a segunda bateria de testes no São Paulo. Os professores Celço Nicodemus e Moacir da Silva veem no goleiro grande potencial. ?Acreditamos que Matheus pode sim interessar aos dirigentes do São Paulo?, afirma Moacir, preparador de goleiros das categorias de base do Tupi.
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