Há 15 anos, Gaspar e Ilhota foram destruídas por uma grande tragédia. 2008 ficou marcado na memória e no coração de muitas famílias. A catástrofe destruiu muito mais que bens materiais: levou vidas, causou dor e devastou centenas de pessoas.
Naquela época, a comunicação era muito diferente. Poucas pessoas tinham celular/internet e ninguém pensava no surgimento de um aplicativo como WhatsApp. Diante de uma realidade totalmente diferente da vivida hoje, o diretor do Cruzeiro do Vale, jornalista Gilberto Schmitt, relembra momentos da cobertura jornalística da tragédia:
"Faz 15 anos da tragédia que destruiu o Vale do Itajaí, em 2008. O tempo passa rápido e as marcas daqueles dias macabros ficaram cravados na memória de muitas famílias que perderam seus entes queridos. Ilhota, Gaspar e Blumenau perderam muitas vidas e bens materiais. E o epicentro da tragédia foi na localidade de Baú, em Ilhota, com uma grande quantidade de vidas ceifadas.
Com quase 40 anos de jornalismo, tenho certeza de que foi a cobertura que mais me arrisquei para buscar as informações fidedignas. Caminhei muito a pé entre montanhas, estradas esburacadas, alagamentos, deslizamentos, escombros, casas destruídas e muitos corpos. Meus meios de transporte, que eram precários devido a tragédia, foram canoas, jipes, tratores e helicópteros. O cenário era de guerra. Minha roupa ficava toda barrenta e suja. Com a máquina fotográfica e um caderninho, registrava tudo o que havia acontecido com depoimentos de doer o coração. Naquela época, a internet era bem arcaica comparando aos dias de hoje. Poucos tinham celulares e era difícil de conexão, ainda mais com falta de energia. Haviam momentos em que o cansaço batia e o estomago roncava, mas a profissão falava mais alto.
Foram dezenas de reportagens que, revivendo nos dias de hoje, dá vontade de chorar. Quinze anos após, muitas feridas cicatrizaram, mas, na memória, as lembranças são para a eternidade."
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