Onde nós encontramos o verdadeiro significado do Natal? No afeto, na bondade e no amor ao próximo. Maristela Soares, moradora de Gaspar, guarda no coração uma linda história de Natal que representa muito bem os sentimentos que descrevem esta data tão especial. “Acredito que foi por volta de 2004. Eu trabalhava na Bunge e, naquele ano, descobri as cartinhas de Natal dos Correios. Pegamos várias cartinhas e arrecadamos entre os funcionários para entregar presentes e atender pedidos”, relembra.
Maristela lembra que muitas cartinhas pediam material escolar e brinquedos. Mas, uma em especial pedia alimentos. “Era da pequena Luana, de sete anos, moradora de Camboriú. Fomos lá entregar e a casa era muito humilde, mas organizada. Levamos daqui um Papai Noel, Rogério Cezário. Na casa, tinha apenas um vidro com macarrão. A família era composta pela mãe e dois filhos. Luana estava em tratamento por leuce-mia e o irmão mais velho, de 17 anos, era praticamente cego, enxergava com muita di-ficuldade, o que o impedia de ajudar na renda familiar. A única renda era da mãe, que trabalhava de diarista e estava em desespero, pois as patroas haviam ido viajar e deixa-ram ela sem faxinas”.
Marista também lembra que o quarto da menina era simples, mas bem organizado e tinha brinquedos usados. “Era uma casa limpa e organizada, sem grandes posses. Mas com um amor enorme daquela mãe pelos filhos. A mãe chorou muito, não sabia que a menina havia escrito a carta e não esperava nossa presença”.
Além das cestas básicas, o grupo de colegas de trabalho levou uma boneca ‘Meu bebê’. Relembrar esse momento deixou Maristela com os ohos marejados. “A menina amou a boneca e disse que colocaria o nome dela de Maristela”.
Desde então, Maristela não teve mais notícias sobre Luana e sua família: “Espero que tenham suportado as dificuldades. Sempre penso neles com carinho e desejo que tudo tenha dado certo”.
Quem também lembra desta história com carinho é Rogério Cezário, o Papai Noel que acompanhou a visita à casa de Luana. “Este ano, completo 25 anos como Papai Noel. Mas a visita à Luana foi a que mais me comoveu. Fomos de Gaspar com dois carros cheios de comida e brinquedos. Neste dia, eu chorei muito, pois a cartinha da menina pedia que o Papai Noel levasse sua mãe ao supermercado para comprar comida. Até hoje choro quando lembro dessa criança”.
Em 1992, Mauricio Moacir Schmitt se vestiu de Papai Noel com o objetivo de tornar o Natal mais alegre aos que estavam a sua volta. “Eu tinha um pequeno comércio na rua Sete de Setembro. Fiquei distribuindo balas e conversando com as crianças que por ali passavam. Em uma manhã, não sei precisar o dia, mas já na semana do Natal, avistei uma mulher e uma menina de cerca de quatro anos. Chamei as duas para conversar e perguntei se a criança havia se comportado aquele ano e o que ela esperava de presente de Natal. Foi quando ela disse que queria que o pai dela melhorasse para sair do hospital e passasse o Natal em casa”. Naquelasituação, Moacir abraçou a pequena e desejou que tudo desse certo. “Isso foi uma chave na minha vida. Me emociono até hoje”.
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