Trabalho impulsiona ressocialização de mulheres privadas de liberdade em SC - Jornal Cruzeiro do Vale

O trabalho tem se destacado como uma das principais ferramentas de ressocialização para mulheres privadas de liberdade em Santa Catarina. Em julho de 2025, mais de 600 internas atuaram em seis unidades prisionais do Estado, em atividades que oferecem disciplina, qualificação e a oportunidade de reconstruir a autoestima durante o cumprimento da pena.

Na Penitenciária Feminina de Criciúma, um dos maiores polos produtivos do sistema prisional catarinense, são produzidas mais de 8 toneladas mensais de pães, salgados e confeitos. O trabalho acontece em um pavilhão industrial dentro da unidade, fruto de um convênio com o Estado. As internas participam de todo o processo, desde o preparo das massas até a embalagem, e os produtos são vendidos em lojas externas.

A linha de produção inclui pães de diversos tipos, salgados fritos e assados, além de brigadeiros, tortas e croissants congelados. Atualmente, 56 internas atuam nessa atividade em Criciúma, com expectativa de expansão para até 102 vagas com a renovação do convênio. Além de receberem capacitação profissional, elas contam com a remição de pena e desenvolvem rotinas baseadas em responsabilidade e metas.

Outras unidades prisionais femininas também mantêm parcerias com empresas e instituições. Em Chapecó, cerca de 127 presas trabalham em malharias; em Joinville, 56 atuam na cozinha; em Florianópolis, 23 internas seguem em atividades semelhantes; e em Ituporanga, 37 mulheres trabalham entre malharias e cozinha, todas em cooperação com empresas especializadas.

Mais do que um direito garantido pela Lei de Execução Penal, o trabalho tem representado um ponto de virada na vida dessas mulheres. Para muitas, a atividade exercida dentro do sistema prisional simboliza o primeiro passo para reconstruir a própria história e buscar novos caminhos após a reclusão.

Edição 2218